A
Suficiência da Morte de Cristo
Isaías 53:11, “Ele
verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; ...”
Foi necessária a morte de Cristo no lugar do
pecador. Compreendemos o que é o pecado
e o motivo que levou Cristo a morrer pelo pecador pelas descrições claras que a Bíblia fornece. Na Palavra de Deus, o pecado é descrito como
sendo a ausência de justiça ou coisa boa
e como toda a imundícia e superfluidade
de malícia. É também descrito como um recém nascido abandonado na sua
imundícia; um corpo morto, um enfermo
com doenças abertas e imundas, a
gangrena e um sepulcro aberto. Entendemos o desprezo que Deus tem pelo
pecado quando lemos que não há nenhuma
verdade nele, sendo comparado ao
vomito de cães e à lama dos porcos e até ao pano imundo de uma mulher menstruada.
Para que ninguém tenha dúvidas sobre este assunto,
o Apóstolo João diz, pela inspiração do Espírito Santo, que quem peca “é do diabo”, convencendo-nos
claramente que o pecado, em todas as suas considerações, é terrível, abominável
e diabólico. Pelas descrições claras e
marcantes da Palavra de Deus, entendemos sem a menor dúvida o que levou Cristo
à morte de Cristo, tornando real a salvação.
Entendemos o que é pecado e aquilo que levou
Cristo a morrer no lugar do pecador pode ser melhor entendido pela observação
dos frutos podres do pecado. Jesus disse: pelos frutos conhecerá a árvore
pois “não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons”. Tiago pergunta: “Porventura deita alguma
fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” e também, “pode também
a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos?” Em face à evidente clareza
da lógica, Tiago resume: “Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e
doce.
À vista de tais verdades, podemos examinar os
frutos podres e as obras vergonhosas do pecado e, com isso, entender melhor a
sua natureza e o tipo de preço que foi pago por ele. A obras do pecado estão listadas várias vezes
pela Bíblia, dando-nos um entendimento da podridão que é o pecado. Aquele ser que foi feito pela própria mão de
Deus na Sua própria imagem, o superior de tudo que se achava na terra é agora,
como resultado do pecado, um adúltero e homicida. O pecado fez com que esse ser
glorioso viesse a ser uma vergonha e a
não ter nenhum traço da glória de Deus (Isaías 64:6; Rom 3:23, “destituídos
estão da glória de Deus”). Foi por causa do pecado que o homem, criado reto e
bom, tornou-se maldito e cheio de astúcias.
O homem, por ser criatura de Deus, tem o dever de temer, honrar,
obedecer e dar glória a Ele mas, agora,
por causa do pecado, é servo de Satanás e da sua própria concupiscência, e em vez de dar ao Criador toda a honra que Lhe
é divida, anda em auto-suficiência. Foi o pecado que fez aquele que foi feito
para gozar a presença de Deus chegar a conhecer a morte e a separação de Deus e fez com que este tornasse uma afronta à
santidade de Deus. Entendemos claramente
o que é o pecado quando os seus efeitos são examinados. Não apenas alguns, mas todos os homens estão
sob esses efeitos deploráveis. Se pelos
frutos conhecemos a árvore é conhecido, pelas conseqüências do pecado
entendemos o que ele realmente significa.
Entendemos o que é o pecado e o que levou Jesus a
morrer pelo estudo do fim terrível
do pecado. Aquilo que é contra a justiça
e a santidade divina; aquilo que opera ativamente contra o onipotente Deus,
pode apenas provocar o antagonismo do justo e poderoso Deus. É esse fim que o pecado gera: a ira do eterno e santo Deus. Aquele que é o amigo do mundo tornou-se
automaticamente o inimigo de Deus. É
esse o fim do pecado: a “inimizade contra
Deus”. Aquele que resiste a justa
autoridade de Deus será, sem misericórdia, reduzido a pó. Somente os que negam
o que declara claramente a Bíblia, o testemunho da natureza e da lei escrita no coração de todo homem estão em dúvida ainda hoje sobre o que merece
todo pecado. A verdade resumida é: “A alma que pecar, essa morrerá”.
Quando a época da graça se findar, vemos pelas
Escrituras o eterno fim do pecado. Para
todo pecador que não tem os pecados lavados pelo sangue de Cristo, o seu fim é: ser lançado fora da presença
misericordiosa de Deus no lago de fogo (Apoc 20:12-15). Estes nunca
poderão entrar na cidade celestial. Essa
separação é uma separação da misericórdia e da benignidade de Deus, que agora
está no mundo (Rom 2:4; Isaías 48:22, “Mas os ímpios não têm paz, diz o
SENHOR.”). Essa separação é de ter uma existência eterna conhecendo somente a
ira eterna, a maldição e o juízo justo de Deus.
A eterna e infinita ira de
Deus é “sobre toda a impiedade e injustiça dos homens. A eterna e infinita maldição de Deus é para “todo aquele que não permanecer em todas as
coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. O juízo
de Deus é segundo a verdade sobre os que fazem a abominação do pecado. Pelo fim terrível do pecado podemos entender
o que é o pecado e o que levou Cristo a morrer.
II.
A Alma de Cristo
O imensurável amor de Deus por Seu povo determinou a
necessidade de um grande Salvador do pecado.
O próprio Filho de Deus, o Jesus Cristo, é quem Deus sabiamente
determinou ser o Único Meio que nos leva a Ele (João 14:6).
Cristo foi o
amado de Deus, mesmo antes de nascer na cidade de Belém. “Desde o princípio” Cristo ocupava a posição
de ser “as delícias” de Deus ou Aquele em “quem se apraz a minha alma”. Não é
surpresa então que “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará
satisfeito”.
No tempo
oportuno, Cristo “se fez carne” para ser como o pecador em tudo, mas sem
pecado. É entendido que Cristo sofreu as
limitações da carne em que Ele nasceu pois Ele crescia em estatura e sujeitou-se aos pais. Como homem, Cristo experimentou cansaço precisou
de dormir, sofreu a sede, a fome, a emoção (chorou – João 11:35; compaixão -
Mat. 9:36); e padeceu das nossas fraquezas conhecendo as fortes dores da vida
terrestre e a tentação satânica. A sua
qualidade de homem foi declarada de vez quando Ele foi ferido e morreu. Pelo fato de Cristo tornar-se carne, Deus
ficou satisfeito com o trabalho da sua alma feito no lugar do homem
pecador. Ele é o único substituto do homem (“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; ... Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por
causa das nossa iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele ... o SENHOR fez cair sobre ele a
iniquidade de nós todos.”, Isaías 53: 4-6). Por Cristo ter morrido por nós [“morreu por nós” (Romanos 5:6-8)] e ter
sido feito pecado por nós (II Cor 5:21), toda a obra destruidora do pecado foi
desfeita e vencida. Agora, quando um homem crê arrependido em Cristo pela fé,
tem a remissão de todas as suas
ofensas (Efés. 1:7; Col. 1:14). Sendo a
alma do próprio Cristo que faz tal trabalho, o Santo Deus se satisfaz
eternamente.
III.
Deus Satisfeito com o Trabalho da Alma de Cristo
Deus é
completamente satisfeito pelo trabalho da alma de Cristo. Não resta nada que o pecador arrependido e
crente em Cristo faça para contentar Deus para a sua salvação, seja nesta terra
agora ou no céu pelo futuro. Cristo, por
sua ressurreição, aniquilou o diabo, que tinha o império da morte, e é aceito
eternamente pelo Pai em glória. Pelo
fato de a obra de Cristo ser suficiente a Deus em tudo e para todo o sempre,
proclama-se que “em nenhum outro há salvação” (Atos 4:12). A salvação é exclusivamente por Cristo, pois
a Bíblia, pela inspiração do Espírito Santo, declara que “ninguém pode pôr
outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (I Cor.
3:11).
Cristo é o
Salvador exclusivo para todo e qualquer homem que venha a se arrepender dos
pecados e crer pela fé nEle. É fiel e digna de toda aceitação a palavra que diz
que “Cristo veio salvar o pecador” (I Tim 1:15). Se você se vê como um sujo pecador e
condenável diante de Deus, olhe a Cristo e a ninguém outro (“ninguém vem ao Pai
senão por Mim.”, João 14:6). Não procure
um outro mediador ou mediadora pois há um somente, o próprio Jesus Cristo (I
Tim 2:5,6). Por ser Cristo o próprio
Deus que se fez carne no lugar dos pecadores, Ele é o único que pode “levar-nos
a Deus” (I Pedro 3:18). A sua posição
exclusiva é entendida pelo fato de que a Cristo, o único exaltado
soberanamente, dobrar-se-á todo o joelho nos céus e na terra, e debaixo da
terra, para glória do Deus Pai (Fil. 2:9-11).
Não existe nenhum outro ser angélico, humano ou espiritual para receber
tal honra. Satisfaça-se com Quem Deus se
satisfaz completa e eternamente.
IV. A
Aplicação
Deus já deu o
Seu Unigênito Filho, Jesus Cristo. O
trabalho da Sua alma resulta uma redenção eterna para todos que venham exclusivamente
a Cristo
pela fé (Hebreus 9:12; Romanos 5:1; 8:1).
O sacrifício necessário pelo pecado nunca mais será dado novamente. A mensagem agora a todos os homens e em todo
lugar é: Arrependa-se e creia em Cristo (Atos 16:31; 17:30). Todos os que são cansados da escravidão dos
seus pecados são mandados a virem a Este Cristo que satisfaz O Santo Deus.
Você, que
deseja beber dessa fonte de vida, venha e beba!
Venha se arrependendo da sua inimizade contra Deus; clama pela
misericórdia de Deus; confie pela fé no sacrifício de Cristo, que agrada
completa e eternamente o Pai. A sua
salvação eterna é a promessa divina (João 3:16). A fé necessária para agradar Deus vem do
próprio Deus. Se você deseja tal obra
de Deus por Cristo, clama a Deus que Ele tenha misericórdia e ajude a sua
incredulidade (Mar 9:24).
Deus não pede
intenção boa obra humana nenhuma, pleno entendimento, esforço futuro qualquer
ou intermediários de religião: Cristo é completamente satisfatório a Deus.
Cristo satisfaz Deus completamente. Ele
satisfaz você na mesma medida?
Este imenso sacrifício que Deus deu para que o homem
pecador fosse salvo, não necessita de nenhuma melhora do homem. O que o homem precisa é clamar a Deus pela
graça para confiar em Cristo Jesus para possuir essa justiça de Deus (II Cor.
5:21).
É necessário saber que é desrespeito grosso aquele ensino
que infere que a mãe de Jesus é necessária mediar o sacrifício de Cristo,
agraciar o pecador para vir a Cristo ou em qualquer maneira interceder o
sacrifício de Cristo em prol de algum pecador.
O sacrifício da pessoa de Cristo tem o suficiente diante de Deus para
salvar por toda a eternidade qualquer pecador sem nenhuma participação de
Maria. É o Espírito Santo que traz o
pecador a Cristo e nenhum meio humano. O
pecador que espera que a Maria, um apóstolo, ou outra pessoa facilitar a sua
posição diante de Deus faz desrespeito a Jesus Cristo, o Único Mediador entre
nós e Deus. Quem confia na mínima parte
em Maria ou outra pessoa, ainda jaz debaixo da ira de Deus por rejeitar, até
numa mínima parte, Aquele que Deus deu para ser o Salvador completo. Ninguém vem a Deus senão somente por
Cristo (João 14:6).
Finalmente é heresia gritante o ensino que a obediência
sincera da Palavra de Deus ou uma experiência extraordinária possa de alguma
forma aperfeiçoar o que Cristo fez no lugar do pecador. Nenhuma ordenança eclesiástica ou experiência
espiritual pode selar, concluir, firmar ou outra maneira terminar o que Deus já
completou no Seu Filho. Cristo, sozinho,
é o autor e consumador da fé verdadeira em todos os tempos. E é por Cristo somente que o pecador
arrependido é feito justo diante de Deus (Hebreus 12:2; II Cor. 5:21). Quando o sacrifício de Cristo, pela fé, é
aplicado aos pecados do pecador, Deus verá o trabalho da sua alma e ficará
satisfeito. Satisfaz você a limitar-se a
Cristo?
Calvin Gardner
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