A ARCA DA ALIANÇA - HISTÓRIA E SIGNIFICADO
I. História:
A arca da aliança (também chamada "arca
do Senhor", "arca de Deus", "arca da aliança do
Senhor", "arca do testemunho" e "arca sagrada") era
uma caixa retangular de madeira de acácia, medindo cerca de 1,20m de
comprimento e 0,75m de largura x 0,75m de altura (Ex 25.10).
Seu revestimento
interno e sua cobertura externa eram de ouro puro batido. Na parte superior, ao
redor, havia uma bordadura de ouro (Ex 25.11). Contudo, a tampa que cobria a
arca, denominada de propiciatório (em hebraico kappõret,
"cobertura"), era de ouro maciço (Ex 25.17).
Sobre o propiciatório,
também de ouro maciço, haviam dois querubins, um em cada extremidade da arca
com as asas estendidas à frente um do outro, cobrindo o propiciatório (Ex
25.18-20). Do meio deles Deus se comunicava com o Seu povo (Ex 25.22).
A arca
era a única peça de mobília no Santo dos Santos do tabernáculo (e,
posteriormente, do templo) e abrigava cópias das tábuas da lei (Ex 25.16; 2 Rs
11.12), um vaso com maná (Ex 16.33,34) e a vara de Arão (Nm 17.10).
Mas quando,
numa época posterior, foi colocada no lugar santíssimo do templo de Salomão,
"Nada havia na arca senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali
pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, ao
saírem da terra do Egito" (I Rs 8.9).
Antes da construção do templo, a arca da
aliança era carregada por sacerdotes levitas (cf. 2 Cr 35.3) que usavam duas
varas de acácia revestidas de ouro, fixas em argolas que ficavam na parte
inferior da arca (Ex 25.12-15). Quem tocasse na arca da aliança era passível de
morte (cf. 2 Sm 6.6,7).
Segundo o historiador Josefo, a arca da
aliança provavelmente se perdeu durante a destruição de Jerusalém pelos
caldeus, em 587 a .
C., pois na construção pós-exílica do segundo templo (c. de 537 a . C.) a arca já não fazia
parte dos utensílios do santuário, o que deveras surpreendeu Pompeu quando em 63 a . C. insistiu, pela força,
entrar no lugar santíssimo. F. F. Bruce lembra: "No lugar santíssimo
pós-exílico a posição da arca estava marcada por uma plataforma chamada 'a
pedra de fundação' (heb. 'eben shattiyyãh)".
Jeremias profetizou o fim da arca da aliança
(como objeto e símbolo) assim: "Sucederá que, quando vos multiplicardes e
vos tornardes fecundos na terra, então, diz o Senhor, nunca mais se exclamará:
A arca da aliança do Senhor! ela não lhes virá à mente, não se lembrarão dela
nem dela sentirão falta; e não se fará outra" (Jr 3.16). Comentando esta
passagem de Jeremias, R. K. Harrison diz: "A presença de Deus em Sião fará
desnecessária a arca e outros objetos de culto com sua majestade, porque estes
são somente símbolos da realidade de Deus. Na Jerusalém celestial de Ap 22.5 o
sol também estará fora de moda. Até esta época ainda precisamos de alguns
lembretes materiais da atuação de Deus, para auxiliar a fé".
II. Significado:
A arca da aliança possuía dos significados
distintos. O primeiro era simbolizar a presença protetora e orientadora de Deus
no meio do Seu povo. No recôndito do santuário o Senhor revelava Sua vontade
aos Seus servos (Moisés: Ex 25.22; 30.36; Arão: Lv 16.2; Josué: Js 7.6, etc.).
Justamente por ser símbolo de Deus com Seu povo, a arca da aliança desempenhou
um papel importantíssimo, como por exemplo, na travessia do rio Jordão (Js
3.4), na queda de Jericó (Js 6) e na cerimônia da memorização do pacto, no
monte Ebal (Js 8.30-35).
O segundo significado, que na verdade é a
expressão maior do primeiro, tem a ver com Jesus Cristo. O Dr. D. D. Turner
observa: "A arca tipificava o Senhor Jesus Cristo que intercede por nós
detrás do véu". E ainda: "Verifica-se melhor a tipologia da arca em
Números 10.33: 'A arca da aliança do Senhor ia adiante deles caminho de três
dias, para lhes deparar lugar de descanso'. Jesus Cristo, o antitipo da arca,
vai adiante dos Seus remidos explorando o caminho através do deserto deste
mundo pecaminoso, e levando o Seu povo até à Canaã celestial". E conclui:
"Assim como a arca ficou nas mãos dos filisteus durante certo tempo (cf. I
Sm 5 e 6), o Messias foi cativo no sepulcro, mas depois ressuscitou com
triunfo".
Esperamos que estas rápidas considerações
sobre a arca da aliança tenham sido de alguma forma esclarecedoras para você.
Que Deus o (a) abençoe.
Josivaldo de França Pereira
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