quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

A APROVAÇÃO DE DEUS DE SUA OBRA


A APROVAÇÃO DE DEUS DE SUA OBRA


“E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto” (Gênesis 1:31)

I. Deus primeiro criou os quarto elementos; dos quais todo o universo foi composto; terra, água, ar e fogo.

II. O mundo, no princípio, estava em um estado totalmente diferente do que nós o encontramos agora.

1. Quando Deus criou os céus e terra, e tudo que está nela, no término de cada dia de trabalhado foi dito: “E Deus viu que estava bom”. O que quer que foi criado foi bom em seu tipo; adequado à finalidade para a qual foi designado; adaptado para promover o bem do todo, e a glória do grande Criador.  Agradou a Deus fazer esta constatação com respeito a cada criatura em específico. Mas existe uma variação notável daquela expressão, com respeito a todas as partes do universo, tomadas em ligação umas com as outras, e constituindo um sistema: “E Deus viu tudo que o que ele criara, e observou que era muito bom”.

2. Quão pequena parte desta grande obra de Deus o homem é capaz de entender! Mas é nossa obrigação contemplar o que ele tem forjado, e entender dela, tanto quanto somos capazes. Porque “a misericórdia do Senhor”, como o salmista observa, “tem assim feito suas obras maravilhosas” da criação, assim como da providência, “para que elas estivessem na lembrança”, de todos  os que o temem; o que elas não poderiam ser corretamente, exceto se forem compreendidas. Vamos, então, através da assistência daquele Espírito que dá ao homem entendimento, esforçarmo-nos para termos uma visão geral das obras que Deus criou neste mundo inferior, como elas eram. antes que fossem desarranjadas e corrompidas em conseqüência do pecado do homem: Nós devemos ver facilmente, como cada criatura era boa em seu estado primitivo. Então, quando todos foram compactados em um sistema geral, “observou que tudo estava muito bom”. Eu não me lembro de ter visto alguma tentativa deste tipo, exceto naquele poema verdadeiramente excelente, (denominado pelo Sr. Hutchinson, “Aquela Farsa  Perniciosa!”), “Paraíso Perdido”  de Milton.


I

1. “No princípio, Deus criou a matéria dos céus e terra”.  (Assim, as palavras, como um grande homem observa, podem propriamente ser traduzidas). Ele primeiro criou os quatro elementos, dos quais todo o universo foi composto; terra, água, ar, e fogo, todos misturados em uma massa comum. As partes mais grosseiras dele, a terra e água, eram extremamente sem forma, até que Deus infundiu o princípio de movimento, ordenando o ar para se mover “sobre a superfície das águas”. Em seguida, “o Senhor Deus disse: Aja luz: e houve luz”. Aqui estavam as quarto partes constituintes do universo; os verdadeiros, originais elementos simples. Eles eram todos essencialmente distintos uns dos outros; e, ainda assim, tão intimamente misturados, em todos os corpos compostos, de maneira que não podemos encontrar algum, seja ele, mesmo que minúsculo, que não os contenham todos.

2. “E Deus viu que” cada um desses “era bom”; era perfeito em seu tipo. A terra era boa. Toda a superfície dela era bonita em um alto grau. Para tornar isto mais concordante, Ele vestiu a face universal com verde aprazível. Ele a adornou com flores de cada matiz, e com arbustos, e árvores de cada tipo. E cada parte era fértil, assim como bela; ela não era, de forma alguma, deformada pelas rochas ásperas; não chocava os olhos, com precipícios horríveis, abismos enormes, ou cavernas sombrias; com profundos, e intransitáveis pântanos, ou desertos de areia estéril. Mas nós não temos autoridade para dizer, com alguns letrados e engenhosos autores, que não havia montanhas na terra original, não havia desigualdade sobre sua superfície. Não é fácil conciliar esta hipótese com aquelas palavras de Moisés: “as águas prevaleceram; e todas as altas montanhas que estavam sob todo o céu foram cobertas. Quinze côvados acima”, acima da mais alta “as águas prevaleceram; e as montanhas foram cobertas” (Gênesis 7:19-20). Nós não temos razão para acreditar que essas montanhas foram produzidas, através do próprio dilúvio: Nem a menor insinuação disto é dada: Portanto, não podemos duvidar de que elas existiram antes dele. – Na verdade, elas responderam muitos excelentes propósitos, além de aumentar grandemente a beleza da criação, pela variedade de panoramas, que teriam sido totalmente perdidos, caso a terra tivesse sido uma planície prolongada. Ainda assim, não precisamos supor que seus lados eram abruptos, ou de difícil acesso. É altamente provável que eles se erguiam e caiam, através de graus quase imperceptíveis.

3. Quanto às partes internas da terra, até mesmo hoje, nós escassamente temos algum conhecimento deles. Muitos têm suposto que o centro do globo é cercado com um abismo de fogo. Muitos outros têm imaginado que ele é circundado com um abismo de água; que eles supõem ser denomina nas Escrituras de “a grande profundidade” (Gênesis 7:11 “No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se abriram”), todas as fontes do qual irromperam, com o objetivo do grande Dilúvio. Mas, como quer que isto fosse, estamos certos de que todas as coisas foram dispostas nele, com a mais perfeita ordem e harmonia. Disto, não havia agitações nos interiores do globo; não havia convulsões violentas, abalos da terra, nenhum terremoto; mas tudo estava imóvel como pilares do céu! Não havia, então, tais coisas como erupções de fogo; não havia vulcões, ou montanhas ardentes. Nem Vesúvio, Etna, ou Hecla, se eles tivessem alguma existência, então, derramou fumaça e fogo, mas estavam cobertos com um manto verdejante, do topo ao sopé.

4. O elemento água, provavelmente, estava, em sua maioria, confinado dentro de um grande abismo. Na nova terra (como fomos informados pelo Apóstolo em Apocalipse 21:1) “não haverá mais mar”,  nada cobrindo, como agora, a face da terra, e conferindo uma parte tão larga dela inabitável pelo homem. Disto, é provável, que não existiu mar exterior na terra paradisíaca; nada, até que a grande profundeza irrompeu as barreiras que estavam originalmente designadas para ela. – Na verdade, não havia, então, aquela necessidade de oceano para navegação, que existe agora: Porque, como o poeta supõe...

Omnis tuli omnia tellus;

            Tanto cada região produzia o que quer que fosse requisito, quer para a necessidade ou conforto dos seus habitantes; quanto o homem, sendo, então (como ele será novamente, quando da ressurreição), igual aos anjos, era capaz de se transportar, a seu prazer, para qualquer distância dada; para cima e para abaixo, de modo que aqueles mensageiros flamejantes estivam sempre prontos a ministrar aos herdeiros da salvação. Mas quer houvesse mar ou não, havia rios suficientes para regar a terra, e torná-la muito produtiva. Esses responderam a todos os propósitos da conveniência e prazer, através de queda d’água de correntezas murmurantes; para a qual foram acrescidas precipitações suaves e geniais, com névoas salutares e evaporações. Mas não havia lagos pútridos; águas lodosa ou estagnada; mas apenas tal, que levava impressa, a límpida imagem da natureza em seu plácido peito.

5. O elemento ar era, então, sempre perene, e sempre amigável para o homem.  Ele continha nenhum meteoro assustador; não continha vapores insalubres; exalações venenosas. Não havia tempestades, mas apenas brisas frescas e gentis, -- genitabilis aura Favoni, -- refrescando a ambos, homem e besta, e soprando os odores agradáveis em suas asas silenciosas.

6. O sol, fonte de fogo deste grande mundo, tanto os olhos quanto a alma, estava situado na mais exata distância da terra, de maneira a produzir quantidade suficiente de calor (nem muito pouco, nem excessivo) para toda parte dela. Deus, ainda assim, não havia ordenado aos seus anjos mudar a obliqüidade deste globo oblíquo. [Milton – Paraíso Perdido].

Não havia, portanto, região alguma que gemia, sob a ira de Ártico, e o congelamento eterno. Não havia inverno violento, ou verão sufocante; nenhum extremo, quer de calor ou frio. Nenhum solo queimava, devido ao calor solar; nada inabitável, pela necessidade dele. Assim, terra, água, ar, e fogo, todos conspiravam juntos para o bem-estar e prazer do homem!

7. Para o mesmo propósito, serviu a agradável vicissitude de luz e trevas, -- dia e noite. Porque, como o corpo humano, embora não inclinado à morte ou dor, ainda necessitava de substância contínua, através do alimento; então, embora não estivesse propenso ao cansaço, ele necessitava da contínua reparação pelo sono. Através deste, as fontes da máquina animal eram regularizadas, de tempos em tempos, e mantinham-se sempre ajustadas para o trabalho prazeroso para o qual o homem foi designado, pelo seu Criador. Desta forma, “a tarde e a manhã foram o primeiro dia”,  antes que o pecado ou a dor estivesse no mundo. O primeiro dia natural tinha uma parte escura para o período de repouso; uma parte de luz para o período de trabalho. E, até mesmo no paraíso, “Adão dormia” (Gênesis 2:21) “Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu”; antes que ele pecasse: O sono, portanto, pertencia à natureza humana inocente. Mesmo assim, eu não compreendo que possa ser deduzido disto, que existem tanto trevas ou sono no céu. Certamente não existem trevas naquela cidade de Deus. Não está expressamente dito em (Apocalipse 22:5) “E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos”, que “não deverá haver noite lá?”. Na verdade, eles não têm Luiz do sol, mas “o Senhor fornece a eles a luz”.  Assim, tudo é dia no céu, como é noite no inferno! Na terra, nós temos uma mistura de ambos. Dia e noite sucedem um ao outro, até que a terra se transforme em céu. Nem podemos, afinal, acreditar no relato dado pelo poeta antigo, concernente ao sono no céu; embora ele admita “nuvens constrangem Júpiter” para permanecer acordado, enquanto os deuses inferiores estão dormindo. É de se lamentar, portanto, que nosso grande poeta copiasse tão servilmente segundo o antigo ateu, quando nos diz: --

O sono tem velado
Tudo, a não ser os olhos despertos do próprio Deus
   
            Não é assim: Eles estão “diante do trono de Deus para servi-lo, dia e noite”. Falando, segundo a maneira de homens, “em seu templo”. (Apocalipse 7:15) “Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que está assentado sobre o trono estenderá o seu tabernáculo sobre eles”; ou seja, sem qualquer intervalo. Como espíritos maus são atormentados, dia e noite, sem qualquer interrupção de sua miséria; assim os espíritos santos desfrutam de Deus, dia e noite, sem qualquer interrupção de sua felicidade.

8. No segundo dia, Deus circundou o globo terráqueo, com aquele suplemento nobre, a atmosfera, consistindo principalmente de ar, mas repleto com partículas terrenas de vários tipos, e com grandes volumes de água, algumas vezes,invisíveis; algumas vezes, visíveis, mantida flutuando por aquele fogo etéreo, uma partícula do qual fende-se a cada partícula de ar. Através disto, a água foi dividida em inumeráveis gotas, que, descendo, irrigaram a terra, e a tornaram muito abundante, sem incomodar quaisquer de seus habitantes. Porque havia, então, nenhuma corrente impetuosa de ar; não havia ventos tempestuosos; granizos furiosos; não havia torrentes de chuva; trovões estrondosos; ou raios bifurcados. Uma primavera perene estava perpetuamente sorrindo sobre toda a superfície da terra.

9. No terceiro dia, Deus ordenou que todo o tipo de vegetais brotassem da terra; e, então, acrescentou a eles, inumeráveis ervas, misturadas com flores de todas as matizes. A essas ele acrescentou arbustos de todo tipo; junto com árvores altas e majestosas, quer pelo sombreado, madeiramento, ou pelo fruto, em variedade interminável. Alguns desses foram adaptados a climas e exposições específicos; enquanto vegetais de um uso mais geral (como trigo em particular) não foram confinados a uma região, mas floresceriam em quase todo o clima. Mas, em meio a todos esses, não havia ervas daninhas; não havia plantas desnecessárias, nenhuma que comprometesse o solo; muito menos, existiram algumas venenosas, inclinadas a ferir qualquer criatura; mas todas as coisas eram salutares em seu tipo, adequadas ao gracioso desígnio de seu grande Criador.

10. O Senhor agora criou “o sol para governar o dia, e a lua para governar a noite”.

O sol era deste grande mundo, ambos os olhos e alma: --

O olho, tornando todas as coisas visíveis, distribuindo luz a todas as partes do sistema, e, por meio disto, exultando ambos terra e céu; -- e a alma; o princípio de toda a vida, quer para vegetais ou animais. Algumas das utilidades da lua, nós estamos familiarizados; o fato de causar o fluxo e refluxo do mar; e influenciar, em um maior ou menor grau, todos os fluidos no globo terráqueo. E muitos outros usos, ela pode ter, desconhecidos a nós, mas conhecidos ao sábio Criador. Mas é certo que ela não causa dano, nenhuma influência prejudicial em alguma criatura viva. “Ele criou as estrelas também”; ambas aquelas que se movem ao redor do sol, quer da primeira ou da ordem secundária; ou aquelas que, estando a uma distância muito grande, parecem a nós, como fixadas no firmamento. Quer os cometas sejam enumerados em meio às estrelas, quer foram partes da criação original, não é tão fácil de determinar, pelo menos, com certeza; já que temos nada, a não ser conjecturas prováveis, concernentes à natureza ou uso deles. Nós não sabemos, (como alguns homens engenhosos têm imaginado) se eles são mundos destruídos; - - mundos que sofreram uma conflagração geral; ou se (como outros não improvavelmente supõem) eles são imensos reservatórios de fluidos, designados a revolverem, em certas ocasiões, e suprirem a ainda umidade decrescente da terra. Mas nós estamos certos de que eles não produziram ou pressagiam algum mal. Eles não (como muitos têm imaginado, desde então) derramam pestes e guerra, de seus horríveis cabelos.

11. O Senhor Deus, mais tarde, povoou a terra com animais de todo tipo. Ele primeiro, ordenou às águas para produzir abundantemente; -- produzir criaturas, que, por habitarem o elemento mais grosseiro, eram, em geral, de uma natureza mais simples; dotados com menos sentidos e menos entendimento do que os outros animais. Os moluscos, em específico, parecem ter nenhum sentido, a não ser o do tato, exceto, talvez, uma pequena medida de paladar; de maneira que eles são apenas um grau acima dos vegetais. E, até mesmo a rainha das águas (um título que alguns dão à baleia, devido à sua enorme magnitude), embora ela tenha visão, acrescida ao gosto e tato, não parece ter um entendimento proporcionado ao seu volume. Antes, ela é inferior nisto, não apenas a maioria dos pássaros e bestas, mas à generalidade de, até mesmo, os répteis e insetos. No entanto, nenhum desses, então, tentavam devorar, ou, de alguma forma, causar dano, um ao outro.  Tudo era pacífico e tranqüilo, como eram os campos úmidos, que eles percorriam à vontade.

12. Parece que os tipos de insetos foram, pelo menos, um grau acima dos habitantes da água. Quase todos esses também devoram um ao outro, e cada criatura que eles podem conquistar. Na verdade, tal é o estado miseravelmente desorganizado do mundo no momento, de maneira que criaturas inumeráveis podem, de modo algum, preservar suas próprias vidas, do que destruindo outras. Mas, no princípio, não foi assim. A terra paradisíaca proporcionou uma suficiência de alimento para todos os seus habitantes; de modo que nenhum deles tinha alguma necessidade ou tentação de fazer do outro, presa. A aranha era, então, tão inofensiva como uma mosca, e, então, não se colocava a espera por sangue. As mais fracas delas rastejavam seguramente sobre a terra, ou estendiam suas asas  douradas no ar, para esvoaçarem na brisa, e brilharem ao sol, sem alguém para causar-lhes medo. Enquanto isto, os répteis de cada tipo, eram igualmente inofensivos, e mais inteligentes do que elas; sim, uma espécie deles “era mais engenhosa”, ou inteligente “do que algumas da” criaturas brutas, “que Deus criou”.

13. Mas, em geral, os pássaros, criados para voar no firmamento aberto do céu, parece ter sido de uma ordem muito superior a tanto os insetos quanto os répteis; embora ainda consideravelmente inferior às bestas; já que nós agora restringimos esta palavra aos quadrúpedes; animais de quatro patas, que, duzentos anos atrás, incluíam todo tipo de criaturas vivas. Muitas espécies desses não são apenas dotadas com uma larga medida de entendimento natural, mas são igualmente capazes de muita melhoria, através da habilidade, tal como alguém não poderia rapidamente conceber. Mas, em meio a todos esses, não havia pássaros ou bestas de rapina; nenhuma que destruiu ou molestou outra; mas todas as criaturas respiravam, em seus diversos tipos, da benevolência do seu grande Criador.

14. Tal era o estado da criação, de acordo com as idéias insuficientes que podemos agora formar, concernente a ele, quando seu grande Autor, inspecionou todo o sistema de uma só vez, e o declarou “muito bom”.  Foi bom, no mais alto grau, em que ele foi capaz, e sem qualquer mistura de mal. Cada parte estava exatamente ajustada às outras, e condutivas para o bem do todo. Existia “uma corrente dourada” (para usar a expressão de Platão) “saindo do trono de Deus”; e exatamente ligada às séries de seres, do mais superior, ao mais inferior; da terra morta, através de fósseis, vegetais, animais, ao homem, criado na imagem de Deus, e designado para conhecer, amar, e desfrutar de seu Criador para toda a eternidade.

II

1. Aqui está um firme alicerce colocado, sobre o qual podemos permanecer, e responder todos os sofismas dos precisos filósofos; todas as objeções que “homens vãos”, que “seriam sábios”, fariam à bondade ou sabedoria de Deus na criação.  Todos essas estão alicerçados em um completo equívoco; ou seja, de que o mundo está agora no mesmo estado que esteve no princípio. E com esta suposição, eles plausivelmente constroem abundância de objeções. Mas todas essas caem por terra, quando observamos que esta suposição não pode ser admitida. O mundo, no princípio, estava em um estado totalmente diferente do que ele se encontra agora. Alegue, portanto, o que quer que lhe agrade do presente estado, tanto da criação animada e inanimada; se em geral, ou com respeito a algumas instâncias específicas; e a resposta está pronta:-- Essas não são agora, como elas eram no princípio. Vocês, por conseguinte, ouviram que o vão rei de Castela, clamando, com maravilhosa auto-suficiência: “Se eu tivesse feito o mundo, eu o teria feito melhor do que Deus Altíssimo o fez”; vocês teriam replicado: “Não: O Deus Altíssimo, se você o conhece ou não, não o criou, como ele é agora. Ele mesmo o fez melhor, inexprimivelmente melhor, do que é no presente. Ele o fez, sem qualquer mancha; sim, sem qualquer defeito. Ele o criou sem corrupção, sem destruição, na criação inanimada. Ele não criou a morte na criação animal, nem seus precursores, -- o pecado e dor. Se você não acreditar no próprio relato dele, acredite em seu irmão ateu: foi apenas...”.

            Post ignem aetherea domo
            Subductum,

-- ou seja, em um Inglês claro:-- “depois do homem, em extreme desafio a seu Mestre, comeu da árvore do conhecimento…”

            Macies, et nova febrium
            Terris incubuit cohors;

“... foi que todo um exército de males, totalmente novos, totalmente desconhecidos, até então, irromperam sobre o homem rebelde, e todas as criaturas, e se espalhou na face da terra”. 

2. “Mais do que isto”,  (diz um homem audacioso, sr. S---J---s], que, desde então, tem personificado um cristão, e, desta forma, muitos pensam que ele é um ); “Deus não deve culpar pelos males naturais ou morais que estão no mundo; porque ele fez isto, tão bem quanto ele pôde; vendo que o mal deve existir na própria natureza das coisas”. Deve, na natureza presente das coisas; supondo-se que o homem rebelou-se contra Deus: Mas o mal não existiu, afinal, na natureza original das coisas. Ele não foi o resultado necessário da matéria, mais do que foi o resultado necessário do espírito. Todas as coisas, então, sem exceção, eram muito boas. E como poderiam ser ao contrário? Não havia defeito, afinal, no poder de Deus, não mais do que em sua bondade ou sabedoria. Sua bondade inclinou-o a fazer todas as coisas boas; e isto foi executado pelo seu poder e sabedoria. Que todo infiel sensível, então, envergonhe-se de fazer tal miserável alegação para seu Criador. Ele necessita nada de nós para fazer apologias, quer para ele, ou para sua criação. “Uma vez que para Deus, seu caminho é perfeito”, e tal,  originalmente, eram todas as suas obras; e tais serão novamente, quando “o Filho de Deus” destruir  todas “as obras do mal”.

3. Neste fundamento, então, de que “Deus fez o homem ereto”, e toda a criatura perfeita em seu tipo, em que aquele homem “descobriu para si mesmo muitas invenções” de felicidade, independente de Deus, e isto, através de sua apostasia de Deus, ele atirou, não apenas a si mesmo, mas igualmente toda a criação que estava intimamente ligada a ele, na desordem, miséria, morte; -- neste fundamento, eu digo, nós não achamos difícil justificar os caminhos de Deus para com os homens.

            Porque, embora ele deixasse o homem, nas mãos de seu próprio conselho, para escolher entre o bem e o mal; vida ou morte; embora ele não tirasse a liberdade que ele tinha dado a ele, mas permitisse que ele escolhesse a morte, em conseqüência do que toda a criação agora geme junta; ainda assim, quando consideramos que todos os males introduzidos na criação podem cooperar para nosso bem; sim, podem “proporcionar-nos um peso mais excelente e eterno de glória”, nós podemos louvar a Deus por permitir esses males temporários, com o objetivo de nosso bem eterno: Sim, nós podemos bem clamar: “Ó, a profundidade de ambos, a sabedoria”, e a bondade de Deus! “Ele fez todas as coisas boas”. “Glória a Deus, e ao Cordeiro, para todo o sempre!”.

[Editado por Kevin Farrow, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por  George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.] 

John Wesley


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