sexta-feira, 10 de junho de 2022

DISCIPULADO E EVANGELISMO (PARTE 01)

 

DISCIPULADO E EVANGELISMO

 

Jesus veio para salvar o mundo e para este fim Ele morreu. Du­rante sua vida ele deu prioridade ao ministério do discipulado, trei­nando seus discípulos para também discipularem outros.

O discipulado de Jesus se tornou um padrão para todos segui­rem, lamentavelmente, porém, poucos cristãos entendem o que sig­nifica fazer discípulos; poucos têm esta visão, e consequentemen­te, não sabem como ensinar outros "a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado" e integrá-los na igreja local.

 

Somente através desse processo de investir na vida de outros ho­mens, que cumpriremos a grande comissão: "Ide. . . Fazei discípu­los de todas as nações. . .".

 

 

A IGREJA E A INTEGRAÇÃO

 

"Evangelismo não é evangelismo se não ganhar a vida de uma pessoa no seu todo".

"As estatísticas das maiores denominações nos últimos 20 anos revelam que aproximadamente 40 por cento dos decididos nos es­forços evangelísticos se afastam da igreja dentro de sete anos". A Igreja deveria dar a cada um novo convertido, um programa equilibrado de desenvolvimento. O alvo do evangelismo não é ape­nas almas, mas também vidas para Cristo.

Cada organização da Igreja é inútil e vã se não é veículo para edificação dos crentes. Muitas igrejas têm restringido a responsabi­lidade de integração dos novos membros apenas a uns poucos se­tores do seu programa. Que este método não tem sido bem sucedi­do, demonstra-o o fato de estarem arrolados na Igreja centenas e milhares de membros praticamente desconhecidos, sempre ausen­tes, e totalmente inúteis para o reino de Deus.

Pela integração começamos a lidar concretamente com crentes que não freqüentam os cultos, que não participam das atividades da Igreja, que não produzem o que não ganham almas para o Senhor.

 

I - O EXEMPLO NO NOVO TESTAMENTO

Nenhuma outra matéria é mais largamente ensinada e ilustrada no Novo Testamento do que a integração pessoal, conjugada e constante na Igreja.

a - A maioria das cartas de Paulo, Pedro e João são cartas que visam a integração dos novos na fé. (Cl 1.28).

b - A expansão do evangelho no primeiro século foi surpreen­dente. (Porque os primeiros discípulos obedeceram ao man­dato do Senhor de ir a todo mundo, PREGANDO e ENSI­NANDO, e o fizeram ao ponto de levar seus contemporâ­neos a protestarem: ". . . Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui". (At. 17.6).

c - Como e porque aquele pequenino grupo - apenas 120, no Dia de Pentecostes - cresceu naquela espantosa proporção e com tanto poder e intrepidez?

c1 - É que aqueles primitivos ganhadores de almas eram também implantadores de Igreja: não se satisfaziam em conseguir apenas conversões.

c2 - Exaltando a Cristo, eles implantavam de tal modo nos seus convertidos as verdades de Deus, que estes se fa­ziam, por sua vez, transformadores de vidas e de Na­ções.

 

II - QUADRO DA SITUAÇÃO DAS IGREJAS HOJE

Muitas igrejas estão se tornando cada vez mais preocupadas e com muita razão, com a discrepância que existe entre o número do rol de membros e a média dos que participam nos seus trabalhos.

a - Vejamos, em termos de percentagem, o quadro da situação das igrejas:

20 por cento nunca oram

25 por cento nunca lêem a Bíblia

30 por cento nunca vão à Igreja

40 por cento nunca contribuem para nenhum fim

50 por cento nunca vão à Escola Bíblica Dominical

60 por cento nunca vão aos cultos da noite

70 por cento nunca fazem ofertas para Missões

80 por cento nunca vão às reuniões de oração

90 por cento nunca fazem culto doméstico

95 por cento nunca levam uma alma a Jesus

(Waylon B. Moore)

 

b - E podemos acrescentar: 99 por cento nunca acompanham o desenvolvimento das pessoas que elas conseguem levar a uma decisão por Cristo.

c - Dos fiéis que participam no programa de atividades das Igre­jas, poucos se têm revelado constantes na evangelização de almas e na edificação de vidas cristãs.

d - É lamentável que a maioria dos membros de nossas Igrejas são crentes imaturos espiritualmente. (1Co 3.3). — Deus quer que seus filhos todos se façam adultos e amadurecidos. Integração é exatamente o processo de ama­durecimento e desenvolvimento espiritual do membro da Igreja.

 

III - CUIDADO COM O RECÉM-CONVERTIDO

Nenê não crescem automaticamente. Para isso, eles carecem re­ceber um sem-número de cuidados: precisam de ser alimentados, protegidos e treinados.

a - A criança, no processo de crescimento, precisa de:

 Alimentação adequada

  Cuidados de higiene

 Observação de sua saúde

  Ajuda para começar a andar

  Ajuda para aprender a falar

  Ajuda para alimentar-se só

  Despertar sua vocação escolar

  Despertar sua vocação profissional

Observando essas etapas, a criança tem um desenvolvimento sa­tisfatório e marcha para a idade adulta. 0 mesmo acontecerá com o novo convertido que for envolvido pela Igreja, em um trabalho de integração normal.

  Antes alimentava-se com as "bolotas" do pecado. Agora com leite racional (1 Pe 2.2)

  Antes sem cuidado de higiene; agora templo do Espírito Santo (1 Co. 3.17).

  Antes sem cuidado de saúde; agora, encontrou o Novo e Vivo Caminho. (Hb 10.19,20).

  Antes eram as palavras desagradáveis; agora só palavras boas (Ef. 4.29)

  Antes na escola do mal; agora aprende as Sagradas Letras (2 Tm 3.14,15).

  Antes trabalhava para o mal; agora, rei e sacerdote para Deus. (Ap 1.5,6)

 

O recém-nascido espiritual tem que aprender, saber e viver tudo diferente do que era antes do aceitar a Jesus. Ele precisa ser inte­grado à Igreja. Quem o fará? o Pastor? Sim, com a Igreja, bem ori­entada.

 

IV - EXEMPLOS DE INTEGRAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA

a - Natanael integrado no grupo dos primeiros discípulos. (Jo.1.45 a 51).

b - Os crentes judeus planejaram a integração dos gentios novos convertidos. (At. 15.13 e 20.33).

c - Paulo fez a integração dos crentes de Éfeso que até então ignoravam as bênçãos do Batismo do Espírito Santo. (At. 19.1,7).

d - A Integração de Onésimo. (Fm 8.17).

e - Sem o trabalho de integração realizado por Filipe, com o eunuco da rainha de Candace, encontrado durante a viagem pela estrada de gaza, sem dúvida que a história da Igreja se­ria outra.

Filipe realizou a primeira tarefa de explicar as escrituras, e o acompanhou durante seus primeiros passos, até que ele próprio sentiu necessidade de batizar-se. Filipe só deixou o novo crente após o seu batismo. (At. 8.34,38). A partir daí o eunuco já podia andar sozinho.

 

CONCLUSÃO

Através da aplicação dos princípios de integração encontrados no Novo Testamento, conseguiremos conservar os membros que provavelmente se afastariam da Igreja, conseguiremos o aperfeiçoa­mento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edifi­cação do corpo de Cristo. (Ef. 4.12).

 

COMO INTEGRAR E DISCIPULAR A PESSOA CONVERTIDA


Cristo nos deu a responsabilidade da integração e discipulado dos recém-convertidos na fé cristã.

Integração significa: ajuda inicial ao novo convertido.

 

I - DE QUE TRATAR NA INTEGRAÇÃO

a - O "Pai Espiritual deve doutrinar o recém convertido com o seguinte:

 

1º - SOBRE CERTEZA DA SALVAÇÃO

  Muitas vezes o novo crente é alvo dos ataques de Satanás no sentido de segurança da salvação.

  Portanto devemos dar orientação bíblica da certeza da salvação ao novo crente.

  Garantia da salvação (Mt 1.21; Jo 3.16; 3.37; 10.9; 11.25; 14.6,17; Rm 6.23; 10.13). Muitas vezes a fal­ta da certeza da salvação é indicação de pecados em sua vida. O orientador espiritual deve abrir a Bíblia e ler (1 Jo 1.9), e explicar o significado do texto enfa­tizando o termo CONFESSAR. O orientador espiri­tual deve levar o crente a orar silenciosamente, con­fessando todo pecado de que ele tenha consciência.

 

2º - SOBRE A VIDA DEVOCIONAL

a) Juntamente com a certeza da salvação que novo crente precisa ter, o orientador espiritual deve tam­bém lhe dar orientação a respeito da vida devocional.

b) Vida devocional significa: Uma comunhão regular com Deus através da oração, leitura e estudo da Bí­blia.

c)  Vida devocional é o tempo que o crente dispensa, cada dia, para cultuar a Deus, recebendo d'Ele algo para sua vida espiritual.

d)  Ensine essas referências bíblicas ao novo crente, pa­ra que ele viva em constante comunhão com Deus.

-  Oração: 1 Ts5.17 Ef 6.18

-  Leitura Bíblica: S1 119.11,12

-  Cultos: Hb 10.25; S1 122; S1 127

-  Louvor: Tg 5.13; At 16.25; S1  104.33; S1 145. 1.2.

  

3º - SOBRE A IGREJA LOCAL

a)  A Igreja não é o prédio, mas é a comunidade cristã, isto é, o grupo dos crentes regenerados.

b)  O novo decidido, desde o momento da sua conver­são, faz parte do corpo de Cristo, a Igreja Universal. Mas é preciso que também faça parte da Igreja local.

c)  O verso clássico a respeito desse assunto encontra-se em Hb 10.25. E o exemplo aí é bem claro, que o no­vo crente precisa da Igreja local para receber dela orientação e dar a ela sua cooperação.

d) O novo crente precisa da comunhão e da confrater­nização com outros crentes.

 

4º- SOBRE CONFESSAR CRISTO COMO SENHOR (TESTEMUNHAR)

a)  O orientador espiritual, deve incentivar o recém-convertido a falar logo depois com outras pessoas a res­peito de sua conversão.

Paulo exorta que; é com a boca que o povo crente deve confessar (testemunhar) sua salvação. Leia Rm 10.10.

b) O novo crente sente-se fortalecido testemunhando sobre o que Cristo fez na sua vida.

c) O novo crente deve confessar a Cristo. — Confessá-lo publicamente (Mt 10.32).

d) Diga ao novo crente: "Você é a luz do mundo". (Mt 5.14).

". . . você é testemunha de Cristo". (At 1.8).

 

II - QUATRO MEIOS  DE EFETUAR A INTEGRAÇÃO DE UM RECÉM-CONVERTIDO

Encontramos no Novo Testamento quatro métodos diferentes para efetuar a integração; são eles: o contato pessoal; um repre­sentante pessoal; a oração pessoal e a correspondência pessoal. Es­ses quatro métodos são eficientes para a integração do novo crente.

 

1 - CONTATO PESSOAL

Um dos métodos mais eficientes ou eficazes é o contato pessoal. Através de encontros diários, tanto Paulo como o próprio Senhor Jesus ministravam a muitas pessoas. Jesus pode conhecer seus dis­cípulos, com suas necessidades e seus desejos, suas fraquezas e pontos fortes, através desse contato pessoal (1 Jo 1.1,2; Lc 6.13; Mc 3.14, At 1.4). Paulo viajou pela maior parte da Ásia Menor, mas investiu quase todo seu tempo com poucos homens individualmen­te. Em At 20.4, lemos que Paulo gastou muito tempo com certos homens. Paulo sabia o valor do Contato Pessoal.

 

2 - O REPRESENTANTE PESSOAL

Às vezes nós não podemos ajudar na integração pessoal do novo crente que nós ganhamos para Cristo. Por exemplo: quando uma pessoa mora em outra cidade, podemos avisar e mandar um outro crente em nosso lugar.

O método mais eficaz é o contato pessoal, mas se isso nao for possível, mandar um representante pessoal (fp 2.19.22). b    Quando Paulo não podia visitar as Igrejas na Ásia Menor, ele costumava enviar um representante em seu lugar; Timóteo era o representante pessoal de Paulo à Igreja de Filípos.

 

3 - ORAÇÃO PESSOAL

Mais um método muito eficaz de integração que Jesus, como Paulo, usaram, é o da oração pessoal pelos novos convertidos.

a. Jesus orava muito com os seus discípulos. Ele intercedeu por Pedro, para que a sua fé não desfalecesse (Lc 22.32). Outros exemplos: (Lc6.12; Jo 17; Ef 1.16,17; 3.14,21; Fp 3.4).

b.  Paulo orava muitas vezes com e pelos seus conhecidos e fi­lhos na fé. A maioria de suas cartas começa dizendo que ele orava diariamente por eles.

 

4 - CORRESPONDÊNCIA PESSOAL

A correspondência é excelente recurso para integração.

a. Cartas de incentivos podem ajudar imensamente um novo convertido (Lc 1.3,4; 2Pe 1.12,15).

b. Cartas com estudos bíblicos anexos são um exemplo de cor­respondência pessoal.

c.  Estudos bíblicos através de cartas que podem ser usadas com os novos convertidos:

   Você tem uma nova vida

   Convivência com Cristo

   A vida controlada pelo Espírito

   Convivência com outros crentes

   Falando a outros de Cristo

   Certeza da presença de Cristo

 

III - COMO PAULO CONSERVOU OS RESULTADOS EM TESSALÔNICA (1 Ts)

1.   Orou por eles: 1.2,3; 3.10.

2.   Escreveu para eles (duas vezes): 1 Ts e 2Ts

3.   Encorajou-os: 1.6,9.

4.   Deu exemplos: 1.5,6; 2.10

5.   Estabeleceu um alvo - andar diariamente diante de Deus-2.12; 4.1.

6.   Gastou-se a si mesmo por eles: 2.8

7.   Relacionou-se com eles: 2.7,9;11

8.   Mostrou-lhes a oposição de satanás: 3.4,5

9.  Mostrou-lhes virtudes para serem alcançadas: Amor 3.12-4.9; Pureza 4.1,7; Honestidade 4.12

10.  Mandou-lhes alguém: 3.6

11.  Ensinou-lhes a viver por valores eternos: 4.16,17

12.  Deu-lhes instrução específica para vida cristã

13.  Escreveu-lhes outra vez para corrigir erros (que descobrimos na segunda carta).

"Isto é Integração"

 

5 - O DISCIPULADO

Quando o novo crente está integrado na fé cristã, assistindo e fa­zendo parte da Igreja local, mesmo assim o trabalho de sua edifica­ção ainda não está completo.

a.   Ele precisa ser discipulado, isto é, ser levado à maturidade Cristã.

b.  Quanto ao discipulado, vamos examinar dois versículos bási­cos a respeito desse assunto: Leia 2 Tm 2.2 e Cl. 1.27b, 28. Nestes versículos, Paulo está nos dando tarefa de ensinar os homens, com finalidade de nos apresentar perfeitos a Cristo.

A idéia de perfeição aqui não é no sentido de um homem sem pecados, mas de um homem maduro (adulto) em Cristo.

c.    Para realizarmos o nosso trabalho de discipular um novo crente, é preciso que ele seja alimentado e treinado. Este treinamento inclui:

1 - Como estudar por si as escrituras.

2 - Como comunicar o evangelho.

3 - Como reagir às circunstâncias difíceis na vida cristã.

d.   Se o novo crente depender sempre de outras pessoas para auxiliá-lo no seu estudo bíblico, ele será muito limitado no seu crescimento, ou seja, na maturidade da sua fé cristã.

e.    Junto com o próprio estudo bíblico, o novo crente tem ne­cessidade de aprender como testemunhar o evangelho de Cristo.

f.    É bem claro que para fazer outros discípulos cada crente de­ve saber como comunicar o evangelho de Cristo.

g.    E quando o novo crente começa a comunicar o evangelho no poder do Espírito Santo o resultado será mais crentes no­vos para serem "integrados e discipulados".

- Como é lindo este ciclo!

1º.  Novo Crente

2º.  Novo Crente integrado na fé Cristã

3º.  Novo Crente treinado para comunicar o evangelho a ou­tros

4º.  Outros Crentes Novos.. .

Isto é Integração, Discipulado, é Multiplicação, é o Grande Pla­no de Deus!

 

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