Vida Familiar
Referindo-se
ao casamento, Jesus disse:
"Não tendes lido
que o Criador desde o princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por esta
causa deixará o homem seu pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os
dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem." (Mt.19:4-6)
O
Senhor Jesus não se referia apenas ao casamento de cristãos quando declarou que
se tratava de uma união divina; Ele falou genericamente e abrangeu o matrimônio
de cada ser humano. Assim, revelou o casamento como instituição de Deus.
A
Palavra de Deus ensina os princípios que devem reger o casamento e a vida
familiar, e queremos apresenta-los de forma resumida.
O relacionamento marido/mulher
1)
O marido deve amar a esposa - O
marido deve amar sua esposa assim como Cristo amou a sua igreja. Amar é um
verbo. É mais que um sentimento, é uma decisão e um investimento.
"Maridos, amai
vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por
ela." (Ef.5:25)
"Maridos, amai a
vossas esposas, e não as trateis com amargura." (Cl.3:19)
"Tendo
consideração para com a vossa mulher, como parte mais frágil, tratai-a com
dignidade..." (I Pe.3:7)
2)
A esposa deve submeter-se ao seu marido
- Isto não significa que o homem deva ser autoritário, mas ele tem seu lugar
como cabeça do lar.
"As mulheres
sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o
cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o
salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as
mulheres estejam em tudo submissas a seus próprios maridos" (Efésios
5:22-24)
"Esposas, sede
submissas aos próprios maridos, como convém no Senhor." (Colossenses 3:18)
"A mulher aprenda
em silêncio com toda a submissão. E não permito que a mulher ensine, nem que
exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio." (I Timóteo
2:11,12)
3)
Vida sexual - A vida sexual do casal
é para seu prazer, e não só para gerar filhos. É dádiva de Deus e tem a sua
benção. Vejamos alguns princípios bíblicos:
a)
Intimidade - "...viu que Isaque
acariciava Rebeca, sua mulher". (Gn.26:20).
Este texto fala de uma intimidade que deve ser cultivada entre marido e mulher.
b) Honra - "Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito
sem mácula; porque Deus julgará os impuros e os adúlteros" (Hb.13:4). Honramos
o matrimônio através de nossa fidelidade e dedicação, mas mesmo entre casados
pode haver impurezas, por isso o conselho bíblico afirma que também é
necessário conservar o leito sem mácula; ou seja, sem pecado.
c)
Sexo só no casamento - "mas, por
causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu
próprio marido" (I Co.7:2). A poligamia é pecado. Toda relação fora do
casamento é adultério, e não deve ter lugar na vida do cristão.
d)
Não privar o cônjuge - "O marido
conceda à esposa o que lhe é devido, e também semelhantemente a esposa ao seu
marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e, sim, o marido; e
também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e,
sim, a mulher. Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo
consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e novamente vos
ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência" (I
Co.7:3,4). Este texto revela vários princípios. Paulo chama a relação
sexual de dever. Não faz isto com propósito de roubar o romantismo, mas sim de
enfatizar a responsabilidade de cada um quanto ao assunto. Depois, mostra que a
autoridade do corpo pertence ao cônjuge, para poder enfatizar que o casal não
deve se privar da vida sexual; um não deve se negar ao outro. A abstinência
sexual só é aconselhada por um período curto de tempo, com o consentimento de
ambos, e com uma única finalidade: dedicar-se à oração. Nestes versículos,
Paulo mostra uma intensidade sexual na vida do casal que certamente é muito
mais do que procriação!
e)
Deleite - "Seja bendito o teu
manancial, e alegra-te com a mulher de tua mocidade, corça de amores, e gazela
graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com
suas carícias" (Pv.5:18,19). Há uma vida amorosa, de deleite para o
cristão no casamento. A intimidade física faz parte do plano de Deus e deve ser
vivida intensamente no lar cristão.
4)
Uma só carne - A Bíblia diz que o
homem e mulher tornam-se uma só carne por meio do matrimônio, pois o casamento
é uma mistura de vida. "Eis por que
deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e se tornarão
os dois uma só carne" (Ef.5:31).
5)
Aliança - "...o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua
mocidade... sendo ela tua companheira e a mulher da tua aliança"
(Ml.2;14). O casamento tem seu aspecto legal que deve ser respeitado, mas
ele é mais do que um contrato! É uma aliança. Um pacto. Não é algo que se faz
hoje e se desfaz amanhã. E Deus mesmo é testemunha desta aliança que devemos
honrar. A aliança do matrimônio é mistura de vida, e não pode ser rompida; o
divórcio separa legalmente as pessoas, mas não anula a aliança.
A criação dos filhos
"E vós, pais, não
provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e admoestação do
Senhor" (Efésios 6:4).
Além
do respeito dos pais para com os filhos, a Bíblia enfatiza a necessidade de que
os pais corrijam e disciplinem seus filhos e que os eduquem nos caminhos do
Senhor. Embora a igreja participe deste processo de educação cristã, a
responsabilidade de fazê-lo pertence aos pais e não deve ser transferida! "Ensina a criança no caminho em que
deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele"(Pv.22:6).
Há vários textos do livro de Provérbios que falam sobre a correção dos filhos;
o primeiro deles diz que Deus nos corrige como um pai corrige a seu filho,
mostrando que a disciplina é algo santo: "Filho
meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão.
Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer
bem" (Pv.3:11,12). Um outro texto fala sobre corrigir com moderação: "Castiga a teu filho, enquanto ainda há
esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo" (Pv.19:18). Os
filhos não devem crescer sem a correção dos pais: "A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da
disciplina a afastará dela" (Pv.22:15). "Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com
vara não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do
inferno" (Pv.23:13,14). "A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a
criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe. Corrige o teu filho, e
te dará descanso, dará delícias à tua alma" (Pv.29:15 e 17). Se a vara
da correção for poupada, o prejuízo será grande!
A
forma de ensinar e corrigir dos pais deve ser sábia e amorosa, para que seus
filhos não desanimem: "Pais, não
irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados" (Cl.3:21). A
conduta dos pais cristãos deve ser estimulante. Muitos pais em vez de
encorajarem seus filhos a andarem com Deus, os desanimam. Não devemos agir
assim, mas estimulá-los a servir ao Senhor de todo coração.
O comportamento dos filhos
Os
filhos devem aos seus pais não apenas obediência e submissão, mas também honra.
A Bíblia deixa claro que a benção do Senhor seguirá aos obedientes, e
implicitamente diz que a maldição virá sobre o que desonra seus pais. "Filhos, obedecei a vossos pais no
Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e tua mãe (que é o primeiro
mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a
terra" (Ef.6:1-3). Há um
texto bíblico que deixa claro o aspecto da maldição sobre os que desonram seus
pais: "A quem amaldiçoa a seu pai ou
sua mãe, apagar-se-lhe-á a lâmpada nas mais densas trevas" (Pv.20:20).
Honrar
os pais não é algo que se faz apenas com palavras, mas principalmente com a
conduta: "O filho sábio alegra a seu
pai, mas o filho insensato é a tristeza da sua mãe" (Pv.10:1). Os
filhos devem aprender a valorizar seus pais como pessoas e também por sua
missão: "Coroa dos velhos são os
filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais" (Pv.17:6).
"Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a
envelhecer"(Pv.23:22).
Não
se deve obedecer aos pais apenas por querer agradá-los, mas principalmente para
se agradar ao Senhor. "Filhos, em
tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor"
(Cl.3:20).
O sacerdócio do lar
"É necessário,
portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante,
sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não
violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem
a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito (pois
se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?) (I
Timóteo 3:2-5).
Antes
de ser sacerdote na igreja, o homem tem que ser sacerdote na sua própria casa.
O sacerdócio começa no lar. Não é porque vai governar a igreja que o bispo tem
que ter um bom lar, mas sim o contrário. Ter um lar pastoreado é o ministério
básico de todo homem, e se não souber exercê-lo, o homem não poderá crescer na
sua responsabilidade espiritual e ministerial. Acerca deste assunto, a Palavra
de Deus ainda diz: "alguém que seja
irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são
acusados de dissolução, nem são insubordinados" (Tt.1:6). O homem tem
que ser o pastor do seu lar; isto é requisito não só para quem ingressa no
ministério, mas é exemplo de vida cristã. Pais crentes não terão filhos crentes
se não investirem na vida espiritual deles; é necessário ministrar e ensinar
cada um deles a andar com Deus.
Namoro
O
que conhecemos hoje como namoro, não está na Bíblia; porém, vemos isto mais
como uma tradição cultural do que um princípio espiritual. Reconhecemos que o
padrão de namoro deste mundo não condiz com o que a Bíblia ensina sobre a
santidade do corpo (I Ts.4:3-8). Mesmo guardando-se virgens até o matrimônio,
os jovens cristãos devem ter uma relação onde haja limites claros para o
contato físico. Excesso de carícias tornam-se um laço para quem está procurando
agradar a Deus. O livro de Provérbios aconselha: "Tomará alguém fogo no seu seio, sem que as suas vestes se
incendeiem? Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus
pés?" (Pv.6:27,28). Paulo disse aos tessalonicenses que se alguém defraudar
a seu irmão nesta matéria, deve saber que Deus é vingador destas coisas.
Entendemos
que os jovens devem ser cautelosos e criteriosos quanto à assumirem
compromissos, pois são muito impulsivos nesta fase de sua vida. "Quanto aos moços, de igual modo,
exorta-os para que, em todas as cousas, sejam criteriosos" (Tt.2:6). É
necessário gastar tempo em oração e buscar a orientação e conselho dos líderes
espirituais em vez de precipitar-se. A benção dos pais é importantíssima, e a
temos como requisito básico para estabelecer o relacionamento.
Noivado
O
noivado já se encontra na Bíblia, e é aquele nível de relacionamento onde o
compromisso e planos para o casamento se estabelecem.
Antes
do casamento, há determinados critérios exigidos pelas Escrituras: "Cuida dos teus negócios lá fora,
apronta a lavoura no campo, e depois edifica a tua casa" (Pv.24:27). Note
que não se começa edificando a casa, mas preparando trabalho e os meios de
subsistência; neste capítulo abrangemos o trabalho e sustento como sendo algo essencial
na vida do cristão. Os jovens não poderão casar pensando em ser sustentados
pelos pais, pois serão uma nova família, e o cordão umbilical deve ser cortado.
A Bíblia diz que "deixará o homem
seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher" (Ef.5:31). A partir do
casamento, devem se manter sozinho.
Temos
um ministério de acompanhamento aos noivos, onde os princípios da vida familiar
são ministrados durante um bom período antes do casamento, para melhor
prepará-los em Deus para a vida do lar.
Casamento
O
casamento não é um sacramento a ser realizado na igreja, embora seja uma
instituição divina. Na Bíblia, não existe nada sobre celebração religiosa de
casamentos; tudo o que a Palavra fala é sobre as bodas (ou festa). Quando Jesus
esteve num casamento, participou da festa, nada sugere uma celebração
religiosa. Não nos opomos à ela, e também a realizamos, mas nosso ponto de
vista é de apenas uma solenidade importante para aqueles que querem Deus no
centro do lar; não vemos tal cerimônia como sendo a união espiritual.
Reconhecemos o casamento quando ele está em conformidade com a lei dos homens,
que deve ser obedecida (Rm.13:1,2). Os que se chegam a Cristo e estão apenas "ajuntados", devem regularizar
sua situação. E, compreendendo os princípios de aliança, pactuarem-se sob
juramento.
O
cristão não deve se unir pelos laços do matrimônio a um incrédulo. "A mulher está ligada enquanto vive o
marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser,
mas somente no Senhor" (I Co.7:39). O detalhe de casar só no Senhor
deve ser ressaltado, pois o cristão é proibido de se colocar debaixo do mesmo
jugo que os incrédulos: "Não vos
ponhais em jugo desigual com os incrédulos, porquanto que sociedade pode haver
entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão da luz com as trevas? Que
harmonia entre Cristo e o maligno? Ou que união do crente com o incrédulo? Que
ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do
Deus vivente, como ele próprio disse; Habitarei e andarei entre eles; serei o
seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles,
separai-vos, diz o Senhor, não toqueis em cousas impuras e eu vos
receberei" (II Co.6:14-17). Este princípio também se aplica a qualquer
outro tipo de sociedade, mesmo que comercial.
Vale
ressaltar que cada pessoa tem o direito de casar com quem quiser (I Co.7:39),
mas tem que ser no Senhor.
O divórcio
"Porque o Senhor
Deus de Israel diz que odeia o repúdio... portanto cuidai de vós mesmos e não
sejais infiéis" (Malaquias 2:16).
A
palavra repúdio é o mesmo que divórcio. Deus odeia o divórcio. O divórcio não
deve ser uma opção para os crentes, exceto em situações específicas que a
Bíblia menciona.
"Vieram a ele
alguns fariseus, e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a
sua mulher por qualquer motivo? Então respondeu ele: Não tendes lido que o
Criador desde o princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por esta causa
deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois uma só
carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que
Deus ajuntou não o separe o homem. Replicaram-lhe: Por que mandou então Moisés
dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do
vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; entretanto,
não foi assim desde o princípio. Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher,
não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete
adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]" (Mateus
19:3-9).
No
Velho Testamento, sob a lei que Deus deu a Moisés, foi permitido o divórcio
devido à dureza dos corações dos homens. Naquele período, as pessoas não
experimentavam o novo nascimento, nem tinham o Espírito Santo dentro de si; mas
o plano de Deus para os homens nunca envolveu o divórcio. E mesmo sendo o
divórcio permitido, não significa que era o melhor de Deus ou que era
encorajado, pois o Senhor mesmo disse aos que estavam sob a lei que Ele abomina
o divórcio. O plano de Deus para o casal é a aliança eterna; é a fusão de uma
só carne. E Jesus deixa claro que além da morte, só uma coisa tem o poder de
romper a aliança de um casal: o
adultério. Assim como a aliança é consumada com a relação sexual dos
noivos, é destruída com o adultério. E mesmo assim, o perdão e restauração
devem ser buscados. Esta é a única exceção em toda a Bíblia que autoriza o
divórcio, uma vez que a aliança já foi quebrada. Porém, assim como Deus nos
perdoa se rompemos nossa parte na aliança e procura a nossa restauração, também
nós devemos ter um espírito perdoador e buscar a restauração da aliança.
"Ora, aos
casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido
(se, porém, ela vier a separar-se, que não se case, ou que se reconcilie com
seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher." (I Coríntios
7:10,11).
O
divórcio não é uma opção, mas sim uma exceção. E neste caso, não se deve partir
para uma nova relação, e sim permanecer sozinho ou reconciliar-se com o
cônjuge. A única situação que se excetua a este padrão é o princípio acima
abordado por Jesus, quando do caso de adultério (e neste caso só tem este
direito a vítima, e isto quando não há reconciliação).
"Aos mais digo
eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar
com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente
em viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado
no convívio da esposa e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido
crente. Doutra sorte vossos filhos seriam impuros, porém, agora, são santos.
Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos não fica
sujeito à servidão, nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz."
(I Coríntios 7:13-15).
Naqueles
dias dos apóstolos, na cultura em que viviam, podia ser o fim de um casamento
se só um dos cônjuges se convertesse, pois muitos não aceitariam partilhar uma
fé diferente, e, em muitos casos, o cônjuge incrédulo se sentiria profundamente
ofendido. Mas Paulo disse que isto não era motivo de separação;
independentemente da fé professada e das práticas espirituais, nunca será o
cônjuge cristão que se contaminará (mesmo na relação íntima do casal) e sim o
não cristão que será santificado. Este texto não fala que um é salvo pela fé do
outro, pois não é de salvação que ele está falando, e sim de pureza ou
contaminação. E quanto aos filhos, serão abençoados em função daquele que serve
ao Senhor e não herdarão contaminação daquele que não serve a Deus. Mas se na conversão
de um cônjuge, o outro vier a abandoná-lo por causa disto, então o irmão ou a
irmã abandonados não estão debaixo de jugo (ou seja, não estão mais presos ao
cônjuge), pois o divórcio não foi procurado por eles; e no caso de seu cônjuge
afastado procurar novo casamento, estará em adultério, mas o irmão ou a irmã
não; valerá para eles o princípio ensinado pelo Senhor Jesus em Mateus 19:9.
Novo casamento
Além
das situações acima mencionadas, a única outra situação em que o novo casamento
é admitido é no caso de viuvez.
"Ora, a mulher
casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo
morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada
adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se a outro homem; porém, se morrer o
marido, estará livre da lei, e não será adúltera se contrair novas
núpcias." (Rm.7:2,3). O apóstolo Paulo disse o mesmo aos coríntios:
"A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o
marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor" (I
Coríntios 7:39).
Observe
novamente a instrução de casar-se só no Senhor, ou seja, com alguém que sirva
ao Senhor.
Há
uma diferença entre o crente não se casar com um incrédulo para não se pôr
debaixo de jugo desigual, e se converter estando já casado com um incrédulo. Na
segunda situação ele não está em pecado, na primeira sim, pois desobedece a
Palavra. Na situação de divórcio e novo casamento, também entendemos assim. O
crente não tem o divórcio como uma opção, mas aquele que já se converte numa
relação adúltera de novo casamento e se arrepende, é perdoado pelo Senhor; e
como diz a Bíblia: "Deus não leva em
conta o tempo da ignorância" (At.17:30 e I Tm.1:13).
Trabalho
O
trabalho é uma ordem bíblica. É o meio de o homem sustentar sua casa e viver
dignamente; além disto, por meio do seu ganho ele também poderá servir ao reino
de Deus e ao necessitado.
"Aquele que
furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é
bom, para que tenha com que acudir ao necessitado" (Efésios 4:28).
Ninguém
que diz servir a Cristo deve negligenciar o cuidado de sua casa, pois as
Escrituras declaram: "Ora, se alguém
não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a
fé, e é pior do que o descrente" (I Tm.5:8). A Palavra de Deus também
diz acerca daquele que não trabalha: "Porque,
quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não quer trabalhar, também
não coma. Pois, de fato, estamos informados de que entre vós há pessoas que
andam desordenadamente, não trabalhando; antes se intrometem na vida alheia. A
elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando
tranqüilamente, comam o seu próprio pão" (II Ts.3:10-12).
Paulo
se orgulhava de nunca ter sido um peso para ninguém, e de suas próprias mãos
(seu trabalho) terem lhe provido o sustento (At.20:34). A igreja deve socorrer
as viúvas que não tem condições de sustento, mas quando há alguém na casa que
pode trabalhar para trazer o sustento, então a igreja é instruída a não sustentar
este lar, mostrando a importância e o dever do trabalho:
"Honra as viúvas verdadeiramente viúvas. Mas, se
alguma viúva tem filhos, ou netos, aprendam, primeiro a exercer piedade para
com a sua própria casa, e a recompensar os seus progenitores; pois isto é
aceitável diante de Deus" (I Tm.5:3,4).
E
em seu trabalho, cada cristão deve fazer o melhor, para o Senhor e não para os
homens:
"Servos, obedecei em tudo aos vossos senhores
segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-só agradar
homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor. Tudo quanto fizerdes,
fazei-o de todo coração, como para o Senhor, e não para homens, cientes de que
recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais
servindo; pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e
nisto não há acepção de pessoas" (Cl.3:22-25).
De
igual modo, os que são patrões devem honrar os seus funcionários: "Senhores, tratai aos servos com
justiça e com equidade, certos de que também vós tendes Senhor no céu"
(Cl.4:1).
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