PERÍODO INTER-BÍBLICO (PARTE 3)
A ESPERANÇA
MESSIÂNICA DOS JUDEUS
1- O surgimento no período inter-bíblico
a- Na época da restauração - Com o desaparecimento dos profetas houve
pouca ênfase na esperança messiânica. O interesse do povo era a observação da
lei (Ne. 8: 1-3 , 9:13- 16 ).
2- Na época dos macabeus
a- A perseguição intensa inspirou a esperança dum líder super- humano.
b- Especialmente após a tomada de Jerusalém pelos romanos em 63 a.. C. ,
encontramos o ressurgimento da esperança messiânica
3- Na época do nascimento de Cristo
a- É fato conhecido que quando
Cristo veio houve uma larga expectativa da vinda do Messias , especialmente com
a morte de Herodes, o Grande.
b- Mesmo pensadores gentios como
Tácito e Suetonio manifestam esta esperança de alguém surgir dentre os judeus.
4- A idéia básica
Geralmente os judeus buscavam que os resgatasse um Rei que levantaria um
reino eterno e julgaria os maus. Esperavam a salvação de Israel, não dos
gentios. Esperavam alguém mais do que mero homem denominando-o de “O santo e Poderoso”
, “Messias “, etc. Pode ser que pensavam nele com um anjo poderoso que viesse
agir sobrenaturalmente.
Uma opinião de minoria : Alguns poucos judeus esperavam um messias
sofredor. b- Eram homens espirituais que procuravam nas Escrituras a verdade.
Nota-se homens como Simeão, Natanael, João
Batista e Ana..
O ADVENTO DE
CRISTO
1- Neste período de silêncio, o mundo foi preparado para a vinda de
Cristo através de vários povos. O apóstolo Paulo escreveu em Gl. 4:4 “Mas vindo
a plenitude dos tempos , Deus enviou seu filho”. Marcos afirmou o mesmo,
dizendo : “O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo” Mc. 1:15.
É interessante notar a preparação do mundo para a primeira vinda de
Cristo e as contribuições dos três grande povos daquela época. Verdadeiramente,
Cristo veio na plenitude dos tempos.
2- Elementos na preparação para a vinda de Cristo: Judaicos
a- Um povo divinamente preparado
b- Um povo escolhido para ser testemunha entre as nações
c- Escrituras proféticas predizendo a vinda do Messias
d- A dispersão dos judeus em todo o mundo conhecido
e- Sinagoga onde se estudava as Escrituras que forneceriam local para a
pregação do evangelho
f- Proselitismo que trouxe muitos
gentios para o judaísmo
g- Era o povo do Livro, Interessado na prática da religião e na busca da
salvação
h- Uma esperança da vinda do Messias foi oferecida pelos judeus a um
mundo de religiões pagãs. Também o judaísmo ofereceu , pela parte moral da Lei
Judaica, o sistema de ética mais puro do mundo. Mas o mais importante é que os
judeus prepararam o caminho para vinda de Cristo pelo fornecimento de um Livro Sagrado,
o Velho Testamento.
3- Elementos Gregos :
a- A filosofia grega que se aproximava do monoteísmo, tendência para a imortalidade,
ênfase sobre a consciência e dignidade humana e liberalismo de pensamento.
b- A língua grega, tradução do A . Testamento, para a pregação do
evangelho e a escrita do N.T. junto com os termos adotados por Paulo e outro
pregadores do Novo Testamento para explicar o evangelho. No primeiro século os
romanos cultos conheciam grego e também latim. O dialeto grego usado no quinto século
a. C. , na época da glória de Atenas, tornou-se o dialeto “Koiné”( comum ) do
primeiro século.
O dialeto da literatura clássica de Atenas foi modificado e
enriquecido pelas mudanças que sofreu nas conquistas de Alexandre Magno no
período entre 338 e 146 a .C. . O NT. Foi escrito nesse dialeto vulgar ( comum
).
c- A cultura helenística em geral com seu espírito cosmopolita,
transcendendo as barreiras, o judeu helenizado que serviria como ponte entre o judeu e
gentio e a busca da salvação do mundo romano.
d- Por um lado a filosofia grega deu uma contribuição positiva,
mostrando o melhor que o homem pode fazer na busca de Deus pelo intelecto, por
outro contribuiu negativamente, pois, nunca deu uma satisfação aos corações e
nunca conduziu o homem a um Deus pessoal.
4- Elementos romanos– Contribuição política :
a- Cristo veio ao mundo época do Império Romano. Todo o mundo ficou sob
um governo único, uma lei universal, era possível obter cidadania romana, ainda
que a pessoa não fosse romana. O império Romano mostrou as tendência de
unificar os povos de raças diferentes numa organização política.
b- Havia paz na terra quando Cristo nasceu . Os soldados romanos
asseguravam a paz nas estradas da Ásia, África e Europa.
c- Construíram excelentes estradas ligando Roma a todas as partes do
Império. As estradas principais foram construídas de concreto. As estradas
romanas e as cidades estratégicas localizadas nos caminhos eram indispensáveis
a evangelização do mundo no primeiro século.
5- Resumo dos elementos : Na plenitude dos tempos, quando a maior parte
do mundo ficou sob uma lei e um
governo, e todo o mundo falou a mesma língua diariamente, Cristo veio,
cumprindo as profecias e especialmente Jerusalém, localizava-se onde as
estradas atravessavam ligando os continentes da Ásia e África com Europa..
OS EVANGELHOS
Introdução: Os três primeiros evangelhos foram pela primeira vez
chamados “evangelhos sinóticos” por J.J. Griesbach, um estudioso da Bíblia de nacionalidade
alemã, no final do século XVIII. O adjetivo “sinótico” vem do grego (synopsis )
, que significa “ver em conjunto”. Griesbach escolheu a palavra devido ao alto
grau de semelhanças entre Mateus, Marcos e Lucas em suas apresentações do
ministério de Jesus.
Essas semelhanças, que envolvem estrutura, conteúdo e
enfoque , são visíveis mesmo ao leitor desatento. Elas servem não apenas para
unir os três primeiros evangelhos , mas também para separa-los do evangelho de
João, que tem um propósito especial e apresenta material que não se encontra
nos demais evangelhos.
Mateus, Marcos e Lucas estruturam o ministério de Jesus de acordo com
uma sequência geográfica geral: ministério da Galiléia, retirada para o norte (
tendo por clímax e ponto de transição de Pedro ), ministério na Judéia e Peréia
quando Jesus se dirigia para Jerusalém ( algo não tão claro em Lucas ) e o
ministério final em Jerusalém.
Essa seqüência está praticamente ausente em
João, evangelho que se concentra no ministério
de Jesus em Jerusalém durante as visitas que periodicamente fazia a cidade .Quanto
ao conteúdo , os três primeiros evangelistas narram muitos dos mesmos acontecimentos,
concentrando-se nas curas, exorcismos e ensinos por meio de parábolas
realizados por Jesus.
João, embora narre algumas curas significativas, não traz
qualquer relato de exorcismo nem parábolas ( pelo menos das do tipo encontrado em
Mateus, Marcos e Lucas ).
Além disso, muitos dos acontecimentos que consideramos característicos
dos três primeiros evangelhos estão ausentes em João : O envio dos Doze, a transfiguração, o sermão
profético, a narrativa da última ceia. Ao apresentarem Jesus constantemente em
atividade e ao sobreporem ações -especialmente milagres – e ensinos (
geralmente ) curtos, os primeiros três evangelistas criam um clima de ação
intensa e ininterrupta. Isso contrasta claramente com o clima mais
contemplativo de João, que narra bem menos acontecimentos do que evangelistas
Sinópticos e prefere apresentar Jesus fazendo longas dissertações em vez
de parábolas curtas ou declarações breves e expressivas.
A evolução dos Evangelhos Sinópticos :
Como os evangelhos Sinópticos foram escritos? Como os autores obtiveram
as informações que utilizaram sobre Jesus ?
Porque os três relatos são parecidos em tantos lugares e tão diferentes
em outros ? Qual foi o papel dos próprios evangelistas – registrar a tradição ?
Autores com um ponto de vista próprio? E, para trazer a tona a questão maior
que se oculta por trás de todas as demais – por que quatro evangelhos ?
Tais perguntas e outras semelhantes tem sido a preocupação de cristãos
zelosos desde o inicio da igreja. Um cristão do século II, Taciano, combinou os
quatro evangelhos em seu Diatessaron, Agostinho escreveu um tratado intitulado
A Harmonia do Evangelhos.
Os estudiosos, no entanto , tem se debruçado mais
profundamente sobre essas questões desde o surgimento da crítica bíblica
modernas em fins do século
XVIII.
FIM
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