quinta-feira, 2 de abril de 2015

PERÍODO INTER-BÍBLICO (PARTE 3)



PERÍODO INTER-BÍBLICO (PARTE 3)

A ESPERANÇA MESSIÂNICA DOS JUDEUS

1- O surgimento no período inter-bíblico

a- Na época da restauração - Com o desaparecimento dos profetas houve pouca ênfase na esperança messiânica. O interesse do povo era a observação da lei (Ne. 8: 1-3 , 9:13- 16 ).

2- Na época dos macabeus

a- A perseguição intensa inspirou a esperança dum líder super- humano.

b- Especialmente após a tomada de Jerusalém pelos romanos em 63 a.. C. , encontramos o ressurgimento da esperança messiânica

3- Na época do nascimento de Cristo

a-  É fato conhecido que quando Cristo veio houve uma larga expectativa da vinda do Messias , especialmente com a morte de Herodes, o Grande.

b-  Mesmo pensadores gentios como Tácito e Suetonio manifestam esta esperança de alguém surgir dentre os judeus.

4- A idéia básica

Geralmente os judeus buscavam que os resgatasse um Rei que levantaria um reino eterno e julgaria os maus. Esperavam a salvação de Israel, não dos gentios. Esperavam alguém mais do que mero homem denominando-o de “O santo e Poderoso” , “Messias “, etc. Pode ser que pensavam nele com um anjo poderoso que viesse agir sobrenaturalmente.

Uma opinião de minoria : Alguns poucos judeus esperavam um messias sofredor. b- Eram homens espirituais que procuravam nas Escrituras a verdade. 

 Nota-se homens como Simeão, Natanael, João Batista e Ana..

O ADVENTO DE CRISTO

1- Neste período de silêncio, o mundo foi preparado para a vinda de Cristo através de vários povos. O apóstolo Paulo escreveu em Gl. 4:4 “Mas vindo a plenitude dos tempos , Deus enviou seu filho”. Marcos afirmou o mesmo, dizendo : “O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo” Mc. 1:15.

É interessante notar a preparação do mundo para a primeira vinda de Cristo e as contribuições dos três grande povos daquela época. Verdadeiramente, Cristo veio na plenitude dos tempos.

2- Elementos na preparação para a vinda de Cristo: Judaicos

a- Um povo divinamente preparado

b- Um povo escolhido para ser testemunha entre as nações

c- Escrituras proféticas predizendo a vinda do Messias

d- A dispersão dos judeus em todo o mundo conhecido

e- Sinagoga onde se estudava as Escrituras que forneceriam local para a 
pregação do evangelho

f-  Proselitismo que trouxe muitos gentios para o judaísmo

g- Era o povo do Livro, Interessado na prática da religião e na busca da salvação

h- Uma esperança da vinda do Messias foi oferecida pelos judeus a um mundo de religiões pagãs. Também o judaísmo ofereceu , pela parte moral da Lei Judaica, o sistema de ética mais puro do mundo. Mas o mais importante é que os judeus prepararam o caminho para vinda de Cristo pelo fornecimento de um Livro Sagrado, o Velho Testamento.

3- Elementos Gregos :

a- A filosofia grega que se aproximava do monoteísmo, tendência para a imortalidade, ênfase sobre a consciência e dignidade humana e liberalismo de pensamento.

b- A língua grega, tradução do A . Testamento, para a pregação do evangelho e a escrita do N.T. junto com os termos adotados por Paulo e outro pregadores do Novo Testamento para explicar o evangelho. No primeiro século os romanos cultos conheciam grego e também latim. O dialeto grego usado no quinto século a. C. , na época da glória de Atenas, tornou-se o dialeto “Koiné”( comum ) do primeiro século. 

O dialeto da literatura clássica de Atenas foi modificado e enriquecido pelas mudanças que sofreu nas conquistas de Alexandre Magno no período entre 338 e 146 a .C. . O NT. Foi escrito nesse dialeto vulgar ( comum ).

c- A cultura helenística em geral com seu espírito cosmopolita, transcendendo as barreiras, o judeu helenizado que serviria como ponte entre o judeu e gentio e a busca da salvação do mundo romano.

d- Por um lado a filosofia grega deu uma contribuição positiva, mostrando o melhor que o homem pode fazer na busca de Deus pelo intelecto, por outro contribuiu negativamente, pois, nunca deu uma satisfação aos corações e nunca conduziu o homem a um Deus pessoal.

4- Elementos romanos– Contribuição política :

a- Cristo veio ao mundo época do Império Romano. Todo o mundo ficou sob um governo único, uma lei universal, era possível obter cidadania romana, ainda que a pessoa não fosse romana. O império Romano mostrou as tendência de unificar os povos de raças diferentes numa organização política.

b- Havia paz na terra quando Cristo nasceu . Os soldados romanos asseguravam a paz nas estradas da Ásia, África e Europa.

c- Construíram excelentes estradas ligando Roma a todas as partes do Império. As estradas principais foram construídas de concreto. As estradas romanas e as cidades estratégicas localizadas nos caminhos eram indispensáveis a evangelização do mundo no primeiro século.

5- Resumo dos elementos : Na plenitude dos tempos, quando a maior parte do mundo ficou sob uma lei e um
governo, e todo o mundo falou a mesma língua diariamente, Cristo veio, cumprindo as profecias e especialmente Jerusalém, localizava-se onde as estradas atravessavam ligando os continentes da Ásia e África com Europa..

OS EVANGELHOS

Introdução: Os três primeiros evangelhos foram pela primeira vez chamados “evangelhos sinóticos” por J.J. Griesbach, um estudioso da Bíblia de nacionalidade alemã, no final do século XVIII. O adjetivo “sinótico” vem do grego (synopsis ) , que significa “ver em conjunto”. Griesbach escolheu a palavra devido ao alto grau de semelhanças entre Mateus, Marcos e Lucas em suas apresentações do ministério de Jesus. 

Essas semelhanças, que envolvem estrutura, conteúdo e enfoque , são visíveis mesmo ao leitor desatento. Elas servem não apenas para unir os três primeiros evangelhos , mas também para separa-los do evangelho de João, que tem um propósito especial e apresenta material que não se encontra nos demais evangelhos.

Mateus, Marcos e Lucas estruturam o ministério de Jesus de acordo com uma sequência geográfica geral: ministério da Galiléia, retirada para o norte ( tendo por clímax e ponto de transição de Pedro ), ministério na Judéia e Peréia quando Jesus se dirigia para Jerusalém ( algo não tão claro em Lucas ) e o ministério final em Jerusalém. 

Essa seqüência está praticamente ausente em João, evangelho que se concentra no  ministério de Jesus em Jerusalém durante as visitas que periodicamente fazia a cidade .Quanto ao conteúdo , os três primeiros evangelistas narram muitos dos mesmos acontecimentos, concentrando-se nas curas, exorcismos e ensinos por meio de parábolas realizados por Jesus. 

João, embora narre algumas curas significativas, não traz qualquer relato de exorcismo nem parábolas ( pelo menos das do tipo encontrado em Mateus, Marcos e Lucas ).

Além disso, muitos dos acontecimentos que consideramos característicos dos três primeiros evangelhos estão ausentes em João :  O envio dos Doze, a transfiguração, o sermão profético, a narrativa da última ceia. Ao apresentarem Jesus constantemente em atividade e ao sobreporem ações -especialmente milagres – e ensinos ( geralmente ) curtos, os primeiros três evangelistas criam um clima de ação intensa e ininterrupta. Isso contrasta claramente com o clima mais contemplativo de João, que narra bem menos acontecimentos do que evangelistas

Sinópticos e prefere apresentar Jesus fazendo longas dissertações em vez de parábolas curtas ou declarações breves e expressivas.

A evolução dos Evangelhos Sinópticos :  

Como os evangelhos Sinópticos foram escritos? Como os autores obtiveram as informações que utilizaram sobre Jesus ?

Porque os três relatos são parecidos em tantos lugares e tão diferentes em outros ? Qual foi o papel dos próprios evangelistas – registrar a tradição ? 

Autores com um ponto de vista próprio? E, para trazer a tona a questão maior que se oculta por trás de todas as demais – por que quatro evangelhos ?

Tais perguntas e outras semelhantes tem sido a preocupação de cristãos zelosos desde o inicio da igreja. Um cristão do século II, Taciano, combinou os quatro evangelhos em seu Diatessaron, Agostinho escreveu um tratado intitulado A Harmonia do Evangelhos. 

Os estudiosos, no entanto , tem se debruçado mais profundamente sobre essas questões desde o surgimento da crítica bíblica modernas em fins do século
XVIII.

FIM

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