quinta-feira, 2 de abril de 2015

OS TEMPLOS



O TEMPLO DE JERUSALÉM E O TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO
O templo de Jerusalém foi edificado três vezes
Quando Jesus estava saindo do pátio do Templo, um discípulo disse: Mestre, veja que pedras e edifícios impressionantes!
Jesus respondeu: Você está vendo estes enormes edifícios? Pois aqui não ficará uma pedra em cima da outra; tudo será destruído! 
(MARCOS 13)
O templo de Jerusalém foi edificado três vezes.
O primeiro edifício foi obra de Salomão, seguindo um projeto do rei Davi e utilizando toneladas de ouro, prata, pedras preciosas e mão-de- obra de artífices de fino gosto.
O segundo e modesto prédio foi construído após o exílio, nos dias do profeta Ageu, quando Zorobabel era o governador. Os anciãos choraram face à desigualdade de condições.
Por fim, para ganhar a simpatia dos judeus, Herodes, o Grande, governador idumeu imposto pelos romanos, remodelou templo e edificou uma das sete maravilhas do Mundo Antigo.
Foi esse prédio fenomenal que deixou boquiaberto o discípulo de Jesus.
Jesus não se impressionou e deixou escapar uma revelação profética que despertou a curiosidade dos demais discípulos.
Daí surge o sermão escatológico sobre quando aconteceria a destruição do templo e o fim das coisas.
Mas esse não é nosso tema. Basta-nos questionar por que o templo seria destruído, se levava o nome de Deus?
A resposta é simples, conforme ilustra a pobre figueira que foi amaldiçoada e secou de um dia para o outro, o que não dá fruto, não precisa ocupar espaço inutilmente. Corta-se e queima!
E se for um edifício? Derruba-se.
E se for uma associação? Dissolve-se.
E se for uma instituição? Encerram-se suas atividades.
O que se esperava do magnífico templo?
Que fosse uma casa de oração para todos os povos. Que estivesse a serviço da Missão de Deus, do propósito de anunciar a humanidade que Deus estava chamando todos à reconciliação.
Mas ao invés disso o templo continuava proibido aos estrangeiros e às mulheres. Era marca de segregação e fonte de lucro para os que o transformaram numa instituição inútil aos projetos divinos.
Jesus até andou por lá, mas não gostou do que viu. Os discípulos até fizeram sinais ao passar pela porta Formosa, mas acabaram presos pelas autoridades policiais.
O templo não reconheceu o Deus em nome de quem fora edificado, tampouco aos missionários que ali pregaram. Jesus e os discípulos dele não tiveram lugar no templo. Quem não quer Jesus e não ouve suas palavras acaba em ruínas.
Hoje temos muitas instituições cristãs. Pergunto se elas estão todas a serviço da missão de Deus ou se, como o templo de Jerusalém, está a serviço de si mesma, gravitando em torno de sua subsistência, consumindo recursos humanos e materiais apenas para continuar existindo.
Será que líderes, pastores e congregados lembram para que a IGREJA foi criada?
Hoje o cristão é o templo do Espírito Santo na terra . A Obra do Espírito Santo começa no coração de crentes piedosos que, desejando ver a conversão de brasileiros em todas as suas etnias e regiões geográficas se organizaram para melhor cumprir a tarefa do “Ide” e o imperativo de “fazer discípulos”.
Mas o que vemos hoje reflete esse legado? Continuamos a formar comunidades livres e autônomas, dirigidas por pastores vocacionados e por elas mesmas autenticados?
Expressamos ainda os ideais da Renovação Espiritual? Nossas instituições são comprometidas com a Missão de Deus ou estão a serviço de si mesmas?
Nossos departamentos são de fato missionários, como indicam as siglas que os denominam? Estariam eles mais preocupados em serem de jovens, femininos ou masculinos ao invés de missionários?
Nossos projetos e planos respondem ao ideário da Missão Integral da igreja abraçado em nosso estatuto como tarefa primordial?
Para sobreviver num ambiente em que as denominações são irrelevantes para a grande massa de crentes evangélicos temos que focar a Missão e não a instituição.
Para mantermos a unidade num tempo em que cada pastor se sente dono do seu feudo e só recorre a denominação quando as coisas vão mal na igreja, precisaremos da chama do Espírito, ardendo e consumindo todo que se aproximar do altar com fogo estranho.
Para sobrevivermos como instituição precisaremos constantemente rever o que estamos fazendo, para quem estamos trabalhando e como estamos gastando nossos recursos humanos e materiais.
Instituições podem virar pirâmides do Egito: um amontoado de pedras, construído para ser túmulo de reis, saqueado por ladrões oportunistas.
Instituições podem até estar cheias de pessoas "templos vivos do Espírito Santo", desde que edificadas para serviço genuíno, oferecendo sacrifícios agradáveis a Deus, por meio de Jesus, Senhor da Igreja.
Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus. 
(1 Coríntios 6:19-20)
Deus nos ajude a entender que somos templos do Espírito Santo independente de religiões e nos ilumine cada dia mais.
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