sábado, 11 de abril de 2015
O FRUTO DO ESPÍRITO
O fruto do Espírito.
Como tudo o que diz respeito ao Espírito Santo é dinâmico e dinamizador, não se pode deixar de ressaltar o valor do fruto do Espirito na vida dos crentes/cristãos salvos.
É só imaginar uma igreja em que os crentes, em sua maioria, possuem "amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança" (Galatas 5.22).
É uma indicação poderosa de que há maturidade cristã, quando as pessoas possuem essas qualidades em suas vidas, a começar dos líderes e de suas famílias. O efeito é indescritível no seio da comunidade, quando se pode dizer que em determinada igreja local, verifica-se que o fruto do Espirito é percebido no meio das pessoas.
Tais qualidades atraem mais pessoas para Cristo do que inúmeras mensagens e sermões, proferidos em cruzadas, encontros e seminários. Aliás, é através do Fruto do Espirito que se sabe se uma pessoa é realmente nascida de novo.Oração e jejum.
O exercício diário da oração é um reforço maravilhoso para a dinamização da igreja. Um velho ditado, proferido nos púlpitos, diz: "Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder".
É a verdadeira expressão da verdade. Sem oração, é impossível haver dinamismo na igreja. Ela é a chave que abre as portas do sobrenatural, quando o homem de Deus, o líder da igreja local, se coloca de joelhos, buscando a unção do Espírito Santo. A oração, acompanhada do jejum, são recursos maravilhosos para todas as atividades da igreja.
Sem isso, a pregação fica sem poder; sem ela, o ensino é ineficaz; sem oração, a ação social torna-se mero assistencialismo; sem ela, os crentes ficam frios e sem forças; sem ela, os dons do Espírito não se manifestam; sem ela, os lares são atacados e derrotados por Satanás; sem ela, os pastores se tornam meros animadores de auditório; sem ela, a administração da igreja se faz com base apenas em princípios teóricos, tecnicistas e acadêmicos; sem ela, os novos convertidos são tragados pelo inimigo, e não permanecem por falta de apoio.
O Pr. Paul (David) Young Cho, indagado sobre a causa do extraordinário crescimento da igreja que dirige, ele disse que não havia mistério.
Segundo ele, a oração é a base do crescimento da igreja local, e que chega a passar mais de duas horas por dia, buscando a presença do Senhor em oração.
A oração e o jejum são indispensáveis ao dinamismo da igreja. Alguém já disse, e gosto de repetir: "O diabo ri de nossa sabedoria; zomba de nossas pregações; mas teme diante de nossas orações".
Os pastores modernistas e liberalistas não dão valor à oração. Eles acreditam que, com oratória, homilética e hermenêutica, estão suficientemente equipados para liderar a igreja. Para esses, basta ser jovial, saber falar, e abrir as portas para os costumes mundanos, e a igreja será dinamizada. Entretanto, sem oração, sem jejum, sem poder, as forças do mal impedirão o verdadeiro avivamento e crescimento da igreja.
O louvor dinâmico
Na virada do milênio, muitas igrejas locais, inclusive pentecostais, têm sido invadidas por um tipo de louvor, em que não se vê mais os crentes dando "glórias a Deus!", "aleluia!", "louvado seja Deus!", "amém!". Em lugar desse belo barulho santo, observa-se que há uma imitação completa dos espetáculos de auditório, da TV, dos "shows" de rock ou de pagodes mundanos.
Pastores há, que ficam desesperados, procurando o endereço de celebridades, para promoverem eventos desse tipo, e superlotarem templos. Um cantor, um grupo ou uma banda, assoma ao palco, preparado cuidadosamente de acordo com a técnica, e , ao entrar, a multidão vibra (não com glórias a Deus), gritando, apupando, pulando e assobiando, sem a menor reverência.
Se não bastasse a imitação dos palcos mundanos, pastores aceitam que se coloque uma parafernália de luzes estroboscópicas, piscando em cores variadas, em meio a uma fumaceira de gelo seco, tudo para imitar o que ocorre nos espetáculos mundanos. Se não for assim, os protagonistas desses espetáculos carnais entendem que não se pode atrair os jovens e adolescentes, que tudo fica "careta".
Infelizmente, o diabo conseguiu convencer que o secundário é melhor que o principal, e que a fantasia é mais bonita que a verdadeira forma de louvar a Deus. Contudo, se vamos para as páginas da Bíblia, vemos que o dinamismo do louvor não precisa de nada disso para ser dinâmico. Basta que sigamos os princípios da Palavra sobre o louvor, dentre os quais destacamos os seguintes:
O louvor deve ser santo.
S. Pedro nos ensina: "como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pe 1.14-16).
Talvez algum liberalista diga que isso nada tem a ver com louvor. Mas tem. E muito. O apóstolo nos exorta que devemos nos comportar como "filhos obedientes", não nos conformando "com as concupiscências que antes havia" em nossa ignorância. Antes de sermos crentes em Jesus, as concupiscências da carne prevaleciam.
A música é uma área em que mais as pessoas dão evasão aos seus instintos carnais. É mais solene, grave e incisiva a recomendação para que sejamos santos em toda a nossa maneira de viver. Nesse contexto entra tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, inclusive a área do louvor, da música, da expressão da adoração a Deus.
O louvor santo tem que ser diferente do "louvor" mundano ou profano. Não adianta apenas mudar a letra, falando de Cristo, de Deus, de Jesus, do Espírito Santo, e colocar uma roupagem qualquer. A melodia, a harmonia e o ritmo têm que ser santificados para Deus. Quando os hinos e corinhos são santos, sente-se a presença do Espírito Santo. Quando são carnais, sente-se a presença do espírito humano e, às vezes, do espírito do diabo. (Ver Sl 29.2; Lv 10.10).
"Um cântico novo".
No Salmo 33.3, lemos: "Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo". Certamente, o salmista se refere a uma nova maneira de louvar a Deus, diferente das expressões musicais profanas. Do contrário, para que falar em novidade no cântico. Tocar bem e com júbilo refere-se à execução bem elaborada e alegre.
Mas isso não quer dizer que os crentes têm que cantar e dançar ao som de certos ritmos, que estimulam a carne, e abatem o espírito. No Sl 40.3, está escrito: "e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR".
Esse novo cântico tem que ser "um hino ao nosso Deus", que provoque temor e confiança no Senhor. Para haver dinamismo no louvor, não há necessidade de simplesmente "contextualizar" o cântico, adotando músicas e ritmos regionais, que levam a congregação a um clima de profanação, de carnalidade, ao invés de elevar o espírito de cada um para mais perto de Deus. Ritmos como axé, forró, lambada, rock, pagode, xote, e assemelhados não elevam o nível do louvor.
Pelo contrário, pessoas descrentes não vêm diferença do que ouvem nas danceterias.
Louvor decoroso.
O louvor, na igreja, devce ser decoroso, ou seja, com decência, pudor, honestidade. Diz o salmista: "Louvai ao SENHOR, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; isto é agradável; decoroso é o louvor".
Ao mesmo tempo que é bom e agradável, louva a Deus, o louvor deve ser decoroso, ou seja, decente. Num "show" de música evangélica, em certa cidade, um conjunto famoso apresentou-se num teatro, e um dos cantores entrou no palco, sem camisa, e foi recebido com aplausos e assobios.
Em seguida, a banda tocou diversos hinos, levando os presentes ao clímax com danças, gritos e assobios. Num outro "show", um apresentador, dançando, beijava uma jovem na boca, sem o menor respeito ao nome de Deus, que constava da letra da música.
Em outra ocasião, presenciada por jovens que lá estiveram, quando uma banda entrou no palco , e seus componentes, em sinal de reverência, fizeram uma oração, foram vaiados. São rápidos exemplos do que me vem à mente, mas , por esse Brasil imenso, os festivais de música evangélica, em estádios cheios de gente, quanta profanação tem havido, em nome da música evangélica.
Muitos entendem que para haver dinamismo no louvor, é necessário que as pessoas dancem, pulem, façam "trenzinhos", "aviõezinhos", etc., usando a Bíblia para respaldar esse comportamento irreverente e profano. Dizem que Davi dançou, Miriã dançou; que no salmo 150, em algumas versões, diz que se deve louvar "com adufes e com danças".
Ora, a nosso ver, isso é oportunismo exegético. Primeiro, porque nosso guia de prática, na vida cristã, não é o AT e sim, o Novo Testamento. Embora não se diga que as danças faziam parte do culto no AT, em algumas ocasiões especiais elas eram adotadas. No NT, n o entanto, só vemos duas referências a danças.
Uma, ligada a um fato macabro, que foi a dança da filha de Herodias (Mt 14.6), que resultou na decapitação de João Batista; a segunda, em Lc 15.25, quando do banquete pela volta do Filho Pródigo. Neste caso, não vemos base doutrinária para as danças na igreja neotestamentária, mas uma referência a um costume oriental.
Como parte integrante do culto.
No NT, vemos que o louvor faz parte integrante do culto, sendo mais congregacional, do que individual. Em 1 Co 14.26, lemos: "Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação". Além de fazer parte do culto a Deus, o louvor tem contribuir para a edificação, a exemplo das outras expressões da adoração.
Certamente, o louvor é importante para o dinamismo da igreja. Uma igreja que não louva, que não tem música, torna-se uma igreja seca, árida, vazia. Mas não se pode dizer , usando a Bíblia, que se pode louvar a Deus de qualquer maneira, fazer "show'", e que tudo é válido.
Essa é uma afirmação própria do liberalismo e do relativismo, que tem avassalado igrejas inteiras, sob a complacência da liderança. Mas esta um dia vai prestar contas a Deus. O dinamismo no louvor exige santidade, simplicidade, reverência, oração e amor. Infelizmente, o de que menos a maioria dos músicos gosta é de oração, de vigília ou jejum.
O DINAMISMO HUMANO
1) O bom relacionamento.
O bom relacionamento entre os crentes é fator fundamental para seu dinamismo. Não adianta só orar, ler a Bíblia, jejuar, fazer vigílias, entregar dízimos e ofertas. É necessário que os fiéis sejam amorosos, unidos e sinceros.
O Salmo 133, o texto por excelência da união entre os crentes, nos mostra que é bom e agradável que vivam unidos os irmãos, comparando esse comportamento ao frescor e ao perfume do óleo da unção, que era aspergido sobre o sacerdote santo, da cabeça até à orla dos seus vestidos.
Essa união é tão maravilhosa que, onde ela existe, Deus derrama a "bênção e a vida para sempre".
A união provoca uma sinergia espiritual e humana extraordinária. Quando os crentes se unem para evangelizar, o trabalho fica menos difícil e agradável. Há um dinamismo que produz resultados benéficos em termos de salvação de almas, de transformação de vidas. As boas relações humanas entre os crentes em Jesus são indispensáveis para o crescimento espiritual e humano.
A Bíblia diz que cada um deve considerar o outro superior a si mesmo (cf. Fp 2.3). Podemos dizer que há uma fórmula especial , para o relacionamento entre os cristãos, que se encontra em Gl 5.22. Ali, temos o Fruto do Espírito, traduzido em amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Nessas nove expressões do fruto do Espírito , vemos o excelente relacionamento que deve haver entre os servos de Deus, desde os líderes até aos novos convertidos. Onde há essas virtudes, há paz, há a mor, há força, há dinamismo, pois as atividades são lubrificadas por um agir amoroso e santo.
A partir desse relacionamento santo, as qualidades, os talentos e habilidades das pessoas, na igreja, são dinamizadas em alto nível. O conhecimento humano, técnico ou científico podem ser colocados à disposição da igreja local, sem prejuízo à espiritualidade, pois o amor e a união abrem as portas para a atuação humana legítima, sincera e abençoada. Nesse aspecto, do relacionamento humano, devemos destacar as relações humanas entre os pastores e os liderados.
Quando esses sabem cultivar a amizade e o companheirismo com as ovelhas, nota-se um clima emocional agradável. O pastor não fica num pedestal elevado, mas chega perto dos crentes, sentindo "o cheiro das ovelhas", e estas gostam de ouvir a voz do pastor. O aperto de mão, o sorriso sincero, a visita pastoral, tudo isso numa demonstração de amor e interesse pela vidas das pessoas, e não só pelo número delas ou por suas contribuições, tem um efeito dinâmico muito grande em qualquer igreja.
2) Métodos e técnicas.
Ações humanas podem ser bem aproveitadas no dinamismo da igreja local, notadamente na evangelização e no discipulado. O evangelismo pessoal, em grupo ou em massa são muito úteis, desde que estejam debaixo da unção do Espírito Santo, como vimos anteriormente. Os meios utilizados para a evangelização podem ser variados e dinâmicos.
Sem desprezar os velhos métodos de distribuição de folhetos nas ruas, nas praças, nas casas; o velho e tradicional culto ao ar livre, outros métodos e recursos podem e devem ser aproveitados, desde que haja condições humanas e financeiras para tal. Na preocupação com o crescimento numérico, há igrejas que estão copiando métodos de evangelismo e discipulado, os quais são estratégias para subverter a ordem entre igrejas locais.
É o caso já conhecido do G-12, que mistura o método com ensinos e práticas que nada têm de respaldo bíblico, apelando, inclusive para práticas hipnóticas e sincretistas, como regressão, queima de pecados, perdoar Deus (!), etc. Para dinamizar não há necessidade de se adotarem práticas de técnicas espúrias.
O uso do rádio, da TV, da Internet e outros, precisam ser sabiamente aproveitados para que a mensagem do evangelho seja levada mais rápido e mais longe. Não nos esqueçamos de que o diabo está andando de avião a jato, a 900 quilômetros por hora, ou pelas ondas da rede mundial de computadores, numa velocidade espantosa.
Enquanto isso, há igrejas que preferem levar o evangelho somente a pé ou de bicicleta ou mesmo de jumento. Nada temos contra esses métodos antigos e lentos, pois Deus os usou e usa de modo eficaz. Porém , cremos que precisamos andar mais rápido com a evangelização mundial e local, se queremos apressar a volta de Jesus.
O DINAMISMO ORGANIZACIONAL
Sem querer enveredar pela linguagem técnica, em poucas palavras, desejamos ressaltar o valor dos princípios administrativos para a parte organizacional da igreja local. Aliás, queremos dizer que esses princípios estão todos na Bíblia, desde o Pentatêuco, perpassando por praticamente todos os livros da Bíblia. Nada há novo debaixo do sol.
Planejamento.
Usando a visão mais simples das funções administrativas, cremos que as atividades da igreja podem ser planejadas. É a função de planejamento que, aplicada à vida eclesiástica, pode trazer grandes benefícios. Com ela, evitam-se improvisações de ações e providências, que só trazem prejuizo e desperdício de energia e de recursos.
A Bíblia, ninguém se engane, é o livro que mostra ao mundo o maior e mais perfeito planejamento do universo. Deus planejou tudo com perfeição divina, nos mínimos detalhes. Basta ler o primeiro capítulo de Gênesis, e ver, nos dias da Criação, uma demonstração inigualável de planejamento.
Em Lucas 14.28, vemos uma orientação de Cristo quanto ao planejamento. É lógico que não podemos planejar o que Deus quer fazer ou pode fazer. Essa área é da economia ou da administração do céu. Contudo, podemos planejar o que desejamos fazer para o Senhor, num determinado período, com os recursos escassos de que dispomos.
A organização das atividades
A a estrutura administrativa da igreja local precisa ser organizada , para que os recursos humanos, patrimoniais e financeiros sejam bem utilizados. Por falta de organização, há igrejas que não sabem o que fazer, quando fazer, com quem fazer e quando fazer. Um problema sério, que tomou conta de muitas igrejas, é o excesso de departamentos.
Se não bastasse a departamentalização por atividades (oração, evangelismo, ensino, etc.), há a departamentalização por faixa etária (crianças, jovens e adultos), e isso levado a um extremo, que , no culto de jovens, os velhos não comparecem; no culto infantil, só vai criança.
Não é errado departamentalizar, mas é preciso que haja integração entre os diversos órgãos da igreja local, sob pena de se criar estruturas estanques, que não se comunicam umas com as outras, e que em nada contribuem para o objetivo ou Missão da igreja.
A direção dinâmica.
A direção das igrejas, nesses últimos anos, têm sido alcançadas por desafios jamais pensados. As igrejas em geral têm crescido, mas chegam a um ponto em que a centralização de trabalhos não se justifica. A Bíblia dá-nos o exemplo de Moisés, que, imaginando fazer o melhor, centralizava tudo em suas mãos, cansando-se, e cansando o povo que lhe procurava. Jetro , seu sábio sogro, admoestou-o a delegar competência, escolhendo homens capazes, que o ajudassem na pesada tarefa de liderar um povo de quase três milhões de pessoas.
Os líderes das igrejas precisam entender a vontade de Deus para sua permanência à frente do trabalho. Respeitamos e honramos os velhos obreiros, que deram o melhor de si para o crescimento da obra do Senhor no Brasil e no mundo. Contudo, há um momento em que as forças físicas e mentais não respondem mais às exigências da igreja local.
E isso dificulta o dinamismo da igreja. Então, é necessário que se busque de Deus a orientação para uma transição tranqüila e segura, e a igreja possa continuar em sua marcha firme em direção ao seu objetivo maior, que é proclamar o evangelho ao mundo, e ser apresentada por Cristo ao Pai. Obreiros mais jovens precisam ser aproveitados, para que tenham oportunidade de colocar seus talentos a serviço do reino do Senhor. Controle e avaliação.
Além disso, é interessante que a igreja local tenha controle e acompanhamento de suas atividades, por parte não só do pastor, mas de pessoas honestas, que possam avaliar o desempenho eclesiástico, sob a direção do Espírito Santo.
Elinaldo Renovato de Lima
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