COMO DINAMIZAR A
IGREJA
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Nesta virada do milênio, há um enorme desafio aos pastores e outros
líderes
de igrejas locais em relação ao seu desempenho. Há uma
preocupação com o
crescimento, com os resultados, de tal forma, que
existem os que fazem de
tudo, utilizando-se de todo o tipo de "marketing"
para conseguir o
crescimento, buscando um dinamismo a todo custo.
Enfatizamos
a igreja local, visto que a Igreja com "I" maiúsculo, a Igreja
de
Cristo, esta já é dinâmica, pela sua própria natureza. Haja vista que,
ao
longo de dois milênios, as "portas do inferno" não conseguiram
prevalecer contra Ela, conforme profetizou Jesus Cristo. Desejamos
contribuir
para a reflexão sobre o tema, sem a pretensão de esgotar
o assunto.
O QUE É DINAMIZAR
Se olharmos o significado da palavra dinamizar, verificamos que quer
dizer
"Tornar dinâmico", ou seja, fazer com que algo tenha muita
atividade
e movimento, enérgico ou diligente.
Vem
de dínamo, que corresponde a uma "máquina dínamo elétrica; gerador
que
transforma a energia mecânica em elétrica".
Aplicando
essas definições à vida cristã, entende-se que dinamizar uma
igreja significa
emprestar-lhe um caráter ativo, cheio de energia, de
vitalidade, de
movimento, em suas atividades espirituais e administrativas.
Esses conceitos, adquiridos da visão moderna de organização, faz com
que
muitos considerem a igreja local como se fosse uma empresa,
e seus pastores
como se fossem administradores de organizações que
têm que mostrar
resultados.
Já
vimos o caso de uma congregação que quase foi fechada porque não
dava
"retorno". É que o número de congregados, em um ano, era tão
pequeno, que as contribuições não davam para pagar o aluguel, a luz e
a água
do prédio, e alguém, com mentalidade imediatista, sugeriu seu fechamento e a
mudança dos bancos para outro lugar.
Só
não deixou de funcionar porque alguém lembrou que igreja não é
mercearia ou
firma, que tem que dar "lucro". E graças a Deus, hoje, é um grande
e próspero trabalho. Não devemos esquecer que "nem o que planta é alguma
coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento" (1 Co 3.7).
O DINAMISMO ESPIRITUAL
Em termos espirituais, a igreja é um organismo vivo, um corpo místico,
do
qual Cristo é a cabeça.
Está
escrito: "Porque assim como em um corpo temos muitos membros,
e nem
todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um
só corpo em Cristo, mas individualmente somos
membros uns dos outros"
(Rm 12.4,5); "Ora, vós sois o corpo de Cristo
e seus membros em
particular" (1 Co 12.27). Não podemos perder
essa visão.
Tudo
tem que começar pelo espiritual, e terminar pelo espiritual.
A parte humana é
meio e não fim.
Em
termos humanos, não obstante a igreja não ser uma empresa, no
sentido estrito
do termo, e sim, uma organização, necessário se faz que a mesma tenha
dinamismo, dentro das condições em que ela se situe.
Uma igreja, num país
muçulmano, não pode ter o mesmo desempenho que
uma igreja no Brasil, onde,
pela graça de Deus, existe liberdade religiosa.
Na
Europa, onde se verifica um grande esfriamento espiritual, uma igreja
local
com 50 membros é um sucesso. No Brasil, é uma pequena congregação.
O dínamo do Espírito Santo
O dinamismo mais importante que uma igreja precisa experimentar é o dinamismo
espiritual. O espírito Santo é o dínamo, que movimenta a igreja. Sem Sua ação
é impossível movimentá-la de acordo com a vontade de Deus.
Nos
dias em que vivemos, na transição do milênio, nota-se que, em grande parte
das igrejas, há uma grande carência do poder movimentador do Espirito Santo.
Parece que a influência do mundo tem amortecido ou dificultado a presença do
Espírito em muitas igrejas locais.
Certo obreiro utilizou-se de Jeremias 6.29 para ilustrar o que está
acontecendo com muitas igrejas evangélicas. Ali, está escrito: "Já o
fole se queimou, o chumbo se consumiu com o fogo; em vão vai fundindo o
fundidor tão diligentemente, pois os maus não são arrancados".
Sem
a integridade do fole, é impossível soprar as brasas, no fogo que funde o
metal. Assim, quando a igreja não tem mais a integridade do "fole"
do Espírito, com seu sopro de poder renovador e moldador de vidas, que são a
sua matéria prima, em vão se trabalha na obra.
Com
isso, prevalecem os maus, os que não têm interesse em ver a obra do Senhor
crescer de modo dinâmico e pujante.
Nota-se que existe uma movimentação enérgica, quase frenética, em termos da
eventos movidos pela técnica , e até pela pirotecnia. Haja vista os chamados
"shows", em que igrejas, salões ou estádios ficam cheios de gente
em busca de movimento humano. Mas o dinamismo espiritual não passa por tais
movimentos, em que o homem, o pastor, o pregador e muito menos "o
artista" crente são o centro das atenções.
A finalidade do Espirito Santo é glorificar a Cristo (cf. Jo 16.14). Ele
jamais atua ou dinamiza uma igreja em que o homem é o centro, a exemplo da
igreja de Laodicéia, que se caracterizava pelo "governo do homem",
pela afirmação dos "direitos do povo", ou "direitos
humanos", em que o homem era o centro de tudo. O humanismo, de mãos
dadas com o liberalismo, tem promovido um falso avivamento em muitas igrejas.
O Espírito Santo é o dinamizador por excelência
Quando Jesus estava para partir de volta aos céus, Ele ordenou aos discípulos
que permanecessem em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos de poder
(Lc 24.49). Já haviam estado com Cristo, já haviam presenciado milagres e
sinais, já haviam tido a experiência de demonstrar o poder de Deus, a ponto
de , retornando de uma jornada evangelística, dizerem admirados a Cristo:
"Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam" (Lc
10.17). Mesmo assim, precisavam esperar o derramamento do Espírito Santo, que
ocorreu dias depois, conforme o relato de Atos 2.
O batismo com o Espírito Santo foi o diferencial entre a igreja deixada por
Cristo e as velhas estruturas do judaísmo e de outras religiões e movimentos filosóficos
conhecidos, que não tinham poder para a transformação das vidas e da
sociedade.
Ação do Espírito Santo, na igreja primitiva, fez-se sentir de modo
tão marcante, que podemos encontrar nas páginas do NT o efeito dinâmico do
poder de Deus.
Em Atos 2.41-47, vemos o modelo eclesiástico ideal para todos
os tempos, com as devidas adaptações. Houve decisões de almas e não apenas o
levantar de mãos, de modo que "quase três mil almas" se agregaram à
igreja. Havia doutrina, comunhão, orações.
Havia temor de Deus , e o povo podia ver os milagres acontecerem com
maravilhas e sinais que se faziam pelos apóstolos.
A cura de um homem coxo
(Atos 3) fez o povo reconhecer que algo novo havia surgido naqueles dias,
através de homens simples e desprovidos de grande cultura. O poder era tão
grande que abalou as estruturas religiosas enferrujadas dos líderes do
sinédrio, e o inferno se levantou contra a novel igreja.
Mas a mão de Deus os
libertou, "E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam
reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a
palavra de Deus" (Atos 4.31).
Diante disso, não temos dúvida de que, se uma igreja local precisa de
dinamismo, é necessário que seus líderes, juntamente com os crentes, procurem
seguir o modelo deixado por Cristo, bucando o poder dinâmico do Espírito
Santo em seu meio, não se deixando dominar pelo vírus do modernismo
liberalista.
Elinaldo Renovato de Lima
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sábado, 11 de abril de 2015
COMO DINAMIZAR UMA IGREJA
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