sábado, 11 de abril de 2015

COMO DINAMIZAR UMA IGREJA




COMO DINAMIZAR A IGREJA



Nesta virada do milênio, há um enorme desafio aos pastores e outros
líderes de igrejas locais em relação ao seu desempenho. Há uma 
preocupação com o crescimento, com os resultados, de tal forma, que 
existem os que fazem de tudo, utilizando-se de todo o tipo de "marketing" 
para conseguir o crescimento, buscando um dinamismo a todo custo.

Enfatizamos a igreja local, visto que a Igreja com "I" maiúsculo, a Igreja 
de Cristo, esta já é dinâmica, pela sua própria natureza. Haja vista que, 
ao longo de dois milênios, as "portas do inferno" não conseguiram 
 prevalecer contra Ela, conforme profetizou Jesus Cristo. Desejamos 
contribuir para a reflexão sobre o tema, sem a pretensão de esgotar 

o assunto.

O QUE É DINAMIZAR 

Se olharmos o significado da palavra dinamizar, verificamos que quer 

dizer "Tornar dinâmico", ou seja, fazer com que algo tenha muita atividade 
e movimento, enérgico ou diligente.

Vem de dínamo, que corresponde a uma "máquina dínamo elétrica; gerador 
que transforma a energia mecânica em elétrica".

Aplicando essas definições à vida cristã, entende-se que dinamizar uma 
igreja significa emprestar-lhe um caráter ativo, cheio de energia, de 

vitalidade, de movimento, em suas atividades espirituais e administrativas.

Esses conceitos, adquiridos da visão moderna de organização, faz com 

que muitos considerem a igreja local como se fosse uma empresa, 
e seus pastores como se fossem administradores de organizações que 
têm que mostrar resultados.

Já vimos o caso de uma congregação que quase foi fechada porque não
 dava "retorno". É que o número de congregados, em um ano, era tão 
 pequeno, que as contribuições não davam para pagar o aluguel, a luz e
 a água do prédio, e alguém, com mentalidade imediatista, sugeriu seu fechamento e a mudança dos bancos para outro lugar.

Só não deixou de funcionar porque alguém lembrou que igreja não é 

mercearia ou firma, que tem que dar "lucro". E graças a Deus, hoje, é um grande e próspero trabalho. Não devemos esquecer que "nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento" (1 Co 3.7).

O DINAMISMO ESPIRITUAL 



Em termos espirituais, a igreja é um organismo vivo, um corpo místico, 

do qual Cristo é a cabeça.

Está escrito: "Porque assim como em um corpo temos muitos membros, 
e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos
 membros uns dos outros" (Rm 12.4,5); "Ora, vós sois o corpo de Cristo
 e seus membros em particular" (1 Co 12.27). Não podemos perder 

essa visão. 

Tudo tem que começar pelo espiritual, e terminar pelo espiritual. 
A parte humana é meio e não fim.

Em termos humanos, não obstante a igreja não ser uma empresa, no
 sentido estrito do termo, e sim, uma organização, necessário se faz que a mesma tenha dinamismo, dentro das condições em que ela se situe. 


Uma igreja, num país muçulmano, não pode ter o mesmo desempenho que 

uma igreja no Brasil, onde, pela graça de Deus, existe liberdade religiosa.

Na Europa, onde se verifica um grande esfriamento espiritual, uma igreja

 local com 50 membros é um sucesso. No Brasil, é uma pequena congregação. 

O dínamo do Espírito Santo

O dinamismo mais importante que uma igreja precisa experimentar é o dinamismo espiritual. O espírito Santo é o dínamo, que movimenta a igreja. Sem Sua ação é impossível movimentá-la de acordo com a vontade de Deus.


Nos dias em que vivemos, na transição do milênio, nota-se que, em grande parte das igrejas, há uma grande carência do poder movimentador do Espirito Santo. Parece que a influência do mundo tem amortecido ou dificultado a presença do Espírito em muitas igrejas locais. 

Certo obreiro utilizou-se de Jeremias 6.29 para ilustrar o que está acontecendo com muitas igrejas evangélicas. Ali, está escrito: "Já o fole se queimou, o chumbo se consumiu com o fogo; em vão vai fundindo o fundidor tão diligentemente, pois os maus não são arrancados".

Sem a integridade do fole, é impossível soprar as brasas, no fogo que funde o metal. Assim, quando a igreja não tem mais a integridade do "fole" do Espírito, com seu sopro de poder renovador e moldador de vidas, que são a sua matéria prima, em vão se trabalha na obra.


Com isso, prevalecem os maus, os que não têm interesse em ver a obra do Senhor crescer de modo dinâmico e pujante. 

Nota-se que existe uma movimentação enérgica, quase frenética, em termos da eventos movidos pela técnica , e até pela pirotecnia. Haja vista os chamados "shows", em que igrejas, salões ou estádios ficam cheios de gente em busca de movimento humano. Mas o dinamismo espiritual não passa por tais movimentos, em que o homem, o pastor, o pregador e muito menos "o artista" crente são o centro das atenções. 

A finalidade do Espirito Santo é glorificar a Cristo (cf. Jo 16.14). Ele jamais atua ou dinamiza uma igreja em que o homem é o centro, a exemplo da igreja de Laodicéia, que se caracterizava pelo "governo do homem", pela afirmação dos "direitos do povo", ou "direitos humanos", em que o homem era o centro de tudo. O humanismo, de mãos dadas com o liberalismo, tem promovido um falso avivamento em muitas igrejas. 

O Espírito Santo é o dinamizador por excelência 

Quando Jesus estava para partir de volta aos céus, Ele ordenou aos discípulos que permanecessem em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49). Já haviam estado com Cristo, já haviam presenciado milagres e sinais, já haviam tido a experiência de demonstrar o poder de Deus, a ponto de , retornando de uma jornada evangelística, dizerem admirados a Cristo: "Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam" (Lc 10.17). Mesmo assim, precisavam esperar o derramamento do Espírito Santo, que ocorreu dias depois, conforme o relato de Atos 2. 

O batismo com o Espírito Santo foi o diferencial entre a igreja deixada por Cristo e as velhas estruturas do judaísmo e de outras religiões e movimentos filosóficos conhecidos, que não tinham poder para a transformação das vidas e da sociedade. 

Ação do Espírito Santo, na igreja primitiva, fez-se sentir de modo tão marcante, que podemos encontrar nas páginas do NT o efeito dinâmico do poder de Deus. 


Em Atos 2.41-47, vemos o modelo eclesiástico ideal para todos os tempos, com as devidas adaptações. Houve decisões de almas e não apenas o levantar de mãos, de modo que "quase três mil almas" se agregaram à igreja. Havia doutrina, comunhão, orações. 

Havia temor de Deus , e o povo podia ver os milagres acontecerem com maravilhas e sinais que se faziam pelos apóstolos. 

A cura de um homem coxo (Atos 3) fez o povo reconhecer que algo novo havia surgido naqueles dias, através de homens simples e desprovidos de grande cultura. O poder era tão grande que abalou as estruturas religiosas enferrujadas dos líderes do sinédrio, e o inferno se levantou contra a novel igreja. 


Mas a mão de Deus os libertou, "E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus" (Atos 4.31)

Diante disso, não temos dúvida de que, se uma igreja local precisa de dinamismo, é necessário que seus líderes, juntamente com os crentes, procurem seguir o modelo deixado por Cristo, bucando o poder dinâmico do Espírito Santo em seu meio, não se deixando dominar pelo vírus do modernismo liberalista.

Elinaldo Renovato de Lima

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