terça-feira, 3 de março de 2020

A SEDUÇÃO DA SUPERSTIÇÃO


A SEDUÇÃO DA SUPERSTIÇÃO 

                                         
Por volta de 1910, a Encyclopœdia Britannica afirmou que o futuro traria "uma civilização isenta da      última sombra de superstição". Tal declaração originou-se pelo fato de a ciência e a civilização exporem a      insensatez de crenças ou conceitos aceitos cegamente durante os séculos passados. Esta exposição do erro faria      com que muitas pessoas se tornassem menos supersticiosas. Diante desse fato, esperava-se um futuro onde as      crenças supersticiosas ficassem no passado, na Idade Média, onde, segundo alguns, muitas teriam surgido por      influência do Catolicismo Romano; embora, evidentemente, as práticas supersticiosas sejam anteriores ao      próprio Catolicismo.

Ao contrário do que muitos intelectuais esperavam, a superstição não findou com o avanço da tecnologia      nem com o avanço das ciências físicas. Muitos achavam que o homem moderno não mais difundiria estórias      como as da cegonha, fadas etc.; que aposentaria suas patas de coelho, figas, fitas vermelhas, ferraduras, arrudas      ou as imagens de buda; que o mês de agosto deixaria de ser azarado (como se Deus não tivesse poder nesse      mês); criam que até o temido "mau-olhado" ficaria cego.

Contudo, para a decepção geral desses otimistas tem ocorrido o inverso. Milhares de pessoas      "intelectualizadas" se envolvem com alguma forma de superstição. Por exemplo, o jornal O Estado de São      Paulo (14 de fevereiro de 1993) publicou a uma matéria sobre operadores de bolsa de valores que não tomam      uma decisão sem antes realizarem alguma prática supersticiosa. Há o caso de Herald McCardell, 42 anos, que      "não dá um passo sem antes segurar um pequeno saco de pano. Dentro dele, há de tudo: dente de leite de um      dos dois filhos, uma moeda inglesa dada pelo pai, um pedaço de espinha de peixe. (...) Alguns operadores      especiais chegam ao requinte de não se sentar em cadeiras de colegas comprovadamente "azarados". (...) Outros      andam somente com uma única gravata para dar sorte ou nem lavam a camisa que usam quando um negócio      lucrativo é fechado." Vê-se, pois, que a superstição atinge a todas as camadas sociais.                    Outro engano era achar que superstições eram coisas de terceiro mundo, de países subdesenvolvidos.

Porém, o jornal O Globo (19 de novembro de 1987) trouxe a seguinte notícia: "Japonesas lançam uma nova      moda. Moças usam esparadrapo no braço esquerdo para atrair o rapaz que amam. (...) Esta simpatia funciona      da seguinte forma: a moça deve escrever o nome do rapaz de quem gosta no braço esquerdo e cobri-lo com      esparadrapo durante três dias. Ao fim de uma semana, o "milagre" acontece e o rapaz visado começa a sentir      pela moça mais do que amizade".

Assim, nem o avanço tecnológico foi capaz de deter a superstição. Os grandes jornais — que são      formadores de opinião — trazem todos os dias uma sessão de horóscopos, sem se falar dos programas de rádio      e de televisão que dão ampla cobertura à indústria do irracional. Pessoas moldam suas vidas por aquilo que os      "astros" supostamente dizem ou deixam de dizer. As pessoas anseiam por coisas que determinem o rumo de suas      vidas. Essa é a razão da proliferação de disques-0900. Tem de tudo: disque-tarô, disque-búzios, disque-anjo, e      até os que oferecem o "serviço completo", como o brasileiro Omar Cardoso Filho e o porto-riquenho Walter      Mercado, que apresentam tudo em matéria de artes divinatórias, um mercado mais do que lucrativo.

SUPERSTIÇÃO – O QUE É?


Talvez alguém esteja se perguntando: "Afinal de contas, que é superstição?" Como ponto de partida,      tomemos duas definições do Aurélio: "Sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao      conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; crendice;      apego exagerado e/ou infundado a qualquer coisa".    Essas definições mostram um elemento fundamental envolvido em quase todas as práticas supersticiosas:      a emoção do indivíduo. Declarou o doutor Edward Hornick (professor de psiquiatria em Nova Iorque): "As      superstições estão entre os melhores sustentáculos contra a dúvida, a ansiedade a insegurança da vida". Assim,      podemos afirmar que a superstição seria uma tentativa do desejo humano de solucionar seus problemas, através      de práticas que possam manipular forças sobrenaturais para o seu próprio proveito. A idéia inclui fazer com que      Deus, os anjos ou até mesmo demônios possam estar ao seu serviço. Eles seriam uma espécie de  gênio-da-lâmpada-de-Aladim.

Percebemos que o xis da questão está no fato de a pessoa achar que ela mesma poderá resolver todos      os seus problemas, independente de Deus. "Na proporção em que o homem se desvia do Deus verdadeiro, ele      se inclinará à superstição". A superstição é a fé desviada de seu curso natural, Deus. A raiz da superstição está      no fato de o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, feito para sua glória, recorrer a objetos e fórmulas      aparentemente mágicas a fim de resolver seus próprios problemas, sem levar em conta seu Criador. Tal desejo      de independência de Deus é um pecado, um desvio da verdadeira fé, que é direcionada para coisas, como rezas,      talismãs, cristais, pêndulos, pirâmides etc.

A Bíblia tem muito a dizer sobre essa questão. Veja: "A ira de Deus se revela do céu contra toda      impiedade e perversão dos homens que detém a verdade pela justiça, porquanto o que de Deus se pode      conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos de Deus, assim o seu eterno      poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo      percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis, porquanto, tendo      conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes se tornaram nulos em seus      próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos,      e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves,      quadrúpedes e répteis. Por isso Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seus próprios      corações, para desonrarem os seus corpos entre si, pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando      e servindo a criatura, me lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém" (Romanos 1:18-25).


POR QUE É TÃO SEDUTORA


Várias coisas tornam a superstição altamente sedutora. A principal, sem sombra de dúvidas, é a      curiosidade, sobretudo em relação ao que o futuro reserva. Isso mostra que as pessoas estão em busca de      segurança, devido ao medo em relação ao porvir. Aproveitando-se dessa situação, a mais destacada das      práticas supersticiosas, a astrologia, tenta fornecer as respostas a curto, médio e longo prazos. Porém, se alguém      fizer uma busca pelos jornais, revistas, rádios e televisões buscando orientação dos astros, e resolvesse      compará-las, certamente encontraria, no mínimo, respostas de duplo sentido e conflitantes entre si, revelando,      portanto, que é a interpretação subjetiva do astrólogo que determina o provável futuro. Será esta a maneira      correta de saber o que o futura trará? Vale a pena traçar o rumo de sua vida baseado em interpretações      particulares? E onde fica Deus nessa história? Em quem devemos confiar: no Criador infalível ou em seres      humanos falíveis? Pense nisso!

Uma outra razão que leva alguém a se aproximar das superstições é a necessidade de proteção contra      possíveis "forças ocultas" que possam trazer perigos à sua vida. Assim, o excesso de credulidade leva pessoas a      temerem o mau-olhado, a macumba, a feitiçaria etc. E para combater tais malefícios (que em si já são      supersticiosos), as pessoas se entregam a outras práticas da mesma natureza. Esse ciclo vicioso faz do indivíduo      uma presa fácil da superstição.                 

Além de proteção pessoal, há os que "acendem uma vela para Deus e outra para o Diabo", buscando      dominar outros; sua sede de poder irá envolvê-los não com Deus, mas com os poderes da trevas, o mundo de      Satanás, fazendo aliança com as trevas. Enganam-se ao achar que podem controlar os demônios, ao contrário,      são estes que controlam os desavisados e sedentos de poder. Jesus chamou o Diabo de "o pai da mentira" (João      8:44). Por que fazer aliança com quem não é confiável? Na intenção de dominar, não subjugados.

Para finalizar (embora esses tópicos não tenham esgotado o tema), vale a pena lembrar que a      humanidade jura poder conquistar a divindade ou tornar-se um deus. Isso leva muitos ao submundo do      ocultismo, do esoterismo, achando que estes lhes conferirão a fórmula da divindade. Esquecem-se, contudo, de      duas verdades fundamentais. Primeira: Só existe um Deus. Segunda: Você não é Ele! E nem poderá ser. Há um      grande abismo que separa o Criador da criatura, o Infinito do finito, o Absoluto do relativo.

POR QUE É TÃO PERIGOSA


Toda e qualquer superstição é perigosa, pois desagrada a Deus. Isso não é mero passatempo inofensivo.

Por vezes, o primeiro povo com quem Deus lidou, Israel, foi severamente punido pelo próprio Deus por se      envolverem com práticas supersticiosas. E não foi por falta de avisos. Mesmo antes de entrarem na Terra      Prometida, Deus lhes havia dito: "Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a      fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará em ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou      a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem      necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao      SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o      SENHOR teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores;      porém a ti o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa" (Deuteronômio 18:9-14).
Algumas dessas práticas podem parecer inocentes, mas não são. Segundo a Bíblia o próprio Satanás, o      príncipe dos demônios, transforma-se em "anjo de luz" (2ª Coríntios 11:14, 15). Por meio dessa sutil tática      muitas pessoas são postas em contato com o poder das trevas sem o saber. A intenção de Satã não é apenas      eliminar a fé das pessoas (é algo difícil até mesmo para ele); porém, ele tenta e continuará tentando para que as      pessoas ponham sua fé em si mesmas ou em objetos, fórmulas mágicas, mandingas, feitiçarias, astrologia etc.                  

Em suma, a intenção do Diabo é que as pessoas se apoiem em tudo, menos em Deus e, mesmo que      falem em Deus, não se submetam ao seu domínio exclusivo, não dêem importância à sua Palavra, a Bíblia, que      deverá ser o guia completo para suas vidas e, sobretudo, não se sujeitem a Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo,      pois somente ele é quem poderá satisfazer todos os anseios humanos de paz, alegria, segurança; somente ele      poderá assegurar um futuro melhor, no céu, para todos aqueles que crerem nele, demonstrando isso por meio de      suas vidas. Até lá, é verdade, a vida não será necessariamente um mar de rosas, mas a Bíblia diz que Deus não      nos abandonará em nenhum momento. Seja qual for a situação, Deus será sempre nosso socorro e auxílio. Diz a      Bíblia: "Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações" (Salmo 46:1). Tudo isso revela o      amor e o carinho desse Deus maravilhoso, que nenhuma prática supersticiosa poderá substituir.

LIBERTANDO-SE DA SEDUÇÃO


Alguém talvez pergunte: "É possível libertar-me da sedução ou do poder da superstição?" Claro que sim!

Jesus mesmo garantiu: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. (...) Se, pois, o Filho vos libertar,      verdadeiramente sereis livres" (João :32, 36). Aqueles que reconhecem a suficiência de Cristo abandonarão tais      práticas antibíblicas que desagradam a Deus. A Bíblia relata que certa vez um grupo de pessoas supersticiosas,      envolvidas com artes mágicas, após ntregarem suas vidas a Jesus Cristo, reuniram seus livros de fórmulas      mágicas (que eram caríssimos) e os queimaram diante de todo o povo (Atos 19:19). Servir a Jesus Cristo implica      em renunciar também às práticas supersticiosas. Você só tem a ganhar.

Acredite, nenhum mal poderá nos separar do amor de Deus. O apóstolo Paulo pergunta: "Se Deus é por      nós, quem será contra nós?" (Romanos 8:31). Assim, não há feitiço, macumba, vodu ou seja lá o que for, que      nos fará dano algum. Deus é maior do que tudo isso. Entregue sua vida ao senhorio absoluto de Jesus, aquele      que é o "caminho, a verdade e a vida" (João 14:6). Estado nas mãos do Salvador, Jesus Cristo, você      experimentará a força destas palavras: "Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem      principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer      outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 8:38,   39).

Por Aldo Menezes

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