quarta-feira, 22 de julho de 2015

OS FRUTOS DO ESPÍRITO

Os Frutos do Espírito


Nada demonstra isso mais do que nosso relacionamento uns com os outros. Se cobiçarmos a vangloria (se nos tornarmos jactanciosos, com ambição excessiva), provocamos e invejamos uns aos outros (Gálatas 5.26). Se formos espirituais (vivendo no Espírito, andando no Espírito, vivendo em comunhão ativa com Ele), seremos humildes. Em vez de rebaixarmos nosso próximo, de buscarmos nossa própria vontade, levemos as cargas uns dos outros e sejamos solícitos em restaurar o irmão caído (6.1,2).


Realmente, essa é uma ilustração do fruto do Espírito que começa com o amor e que se resume no amor. É chamado fruto do Espírito, porque brota do Espírito. Não cresce naturalmente do solo da nossa carne humana.(u) O amor é idêntico ao que Deus demonstrou no Calvário, quando Ele enviou seu Filho para morrer por nós, enquanto ainda éramos pecadores (Romanos 5.8). 


É descrito em 1 Coríntios 13.4-7 como sofredor (paciente com os que nos provocam e nos lesam), benigno (que paga o mal com o bem), livre de inveja (inclusive a malícia, a má vontade), humilde, sem se encher de sua própria importância, sempre cortês, nunca egoísta nem cobiçoso, nunca irritável nem facilmente provocado, nunca levando em conta os danos que sofre, nem se alegra nas falhas ou nas desgraças alheias. Suporta firme com fé e esperança todas as circunstâncias da vida. Não é de se admirar que nunca fracassará, nunca cessará!


O gozo é algo que o mundo não conhece. Muitos estão numa corrida louca atrás dos prazeres. Alguns acham certa medida de felicidade ou satisfação. Mas nem sequer poderão imaginar a experiência de ter o gozo profundo e ininterrupto que é o fruto do Espírito. Esse gozo brota em nós, à medida que o Espírito Santo torna Jesus e sua obra de salvação cada vez mais real para nosso coração. É expressado num regozijo ativo no Senhor (Filipenses 3.1). 


Mas está presente, nutrido pelo Espírito, quer sejam alegres as circunstâncias exteriores, quer não. (Ver também Romanos 14.17; 15.13; 1 Tessalonicenses 1.6; Filipenses 1.25).


A paz verdadeira somente vem do Espírito Santo. Inclui um espírito tranqüilo, mas é mais do que isso. É a consciência de que estamos num relacionamento certo com Deus; é um senso de bem-estar espiritual. Inclui a garantia de que podemos confiar em Deus, para suprir todas as nossas necessidades "segundo as suas riquezas em glória, por Cristo Jesus" (Filipenses 4.19 ARA). Além do amor e do gozo, é necessária a ajuda do Espírito para o desenvolvimento do restante do fruto.


Longanimidade é ter paciência com as pessoas que delibera-damente procuram magoar-nos ou causar-nos dano. Os incrédulos talvez façam o possível para nos lesar ou nos deixar irados. Mas o Espírito nos ajuda a agüentar tudo com amor, com o gozo no Senhor. Não há, portanto, tentação para a vingança (Efésios 4.2; Tiago 1.19; Romanos 12.19).


A benignidade é a generosidade que procura ver as pessoas da melhor maneira possível. É compassiva e dá a resposta branda que, segundo disse Salomão, desvia a ira, ou evita explosões de raiva (Provérbios 15.1).


A bondade dá a idéia do desenvolvimento de um caráter bom, reto, fidedigno, sem deixar de ser generoso e amigável com o próximo. É isso que nos transforma na nobreza de Deus. A melhor maneira de descrevê-lo é sermos semelhantes a Jesus. (Ele incorporou todo o fruto do Espírito em sua vida e seu ministério).


A fé, como fruto do Espírito, é freqüentemente distinguida da que traz a salvação e a que opera milagres.(12) A fé, tanto no Antigo Testamento como no Novo, inclui a fidelidade e a obediência. 


Aqui, posto que a palavra é um complemento e parte constituinte do amor, e está contrastada com as obras da carne, a ênfase recai sobre a fidelidade, não somente para com Deus, mas também com o próximo. Mesmo assim, esse fato não a deixa diferente da fé salvífica, pois ela envolve tanto a confiança como a obediência. O fruto do Espírito precisa crescer. A fé também deve crescer e desenvolver-se dentro de nós.


A mansidão não é auto-rebaixamento ou fazer pouco de si mesmo. Pelo contrário, é uma humildade genuína que não se considera importante demais para realizar as tarefas humildes. Não assume ares de grandeza ou imponência no sentido de deixar de ser cortês, atencioso e gentil com todas as pessoas. É modesta, mas bem disposta a dar sua contribuição quando algo precisa ser feito.


A temperança não é apenas moderação. É controle próprio. O verbo correspondente é usado para os atletas que precisam se controlar em tudo, para serem vitoriosos (1 Corintios 9.25). O Espírito nem sempre remove todos os desejos da carne, e, certamente, nem todos os impulsos e tendências da carne. Mas parte do seu fruto é que Ele nos ajuda a desenvolver o auto-controle que domina esses desejos, impulsos, paixões e apetites.


O auto-controle não aparece automaticamente. O que o Espírito faz é ajudar-nos a disciplinar a nós mesmos. O medo é outra coisa que pode surgir da carne. Mas, conforme disse Paulo a Timóteo: "Deus não nos deu o espírito de temor [covarde]; mas de [tremendo] poder, e de amor, e de moderação [auto-disciplina]" 

(2 Timóteo 1.7). 


Não é sentados diante do Sol, ou bebendo a água das chuvas, que nos livraremos desses temores que nos impedem de testemunhar do Senhor ou de praticar a sua vontade. Precisamos saber o que é certo a ser feito, e então fazê-lo. Noutras palavras, precisamos cooperar com o Espírito, ao disciplinarmos a nós mesmos, pois é assim que cresce o fruto do auto-controle.


Essa cooperação com o Espírito é necessária para o crescimento e o desenvolvimento do fruto do Espírito. Alguns supõem que pelo fato de termos vida no Espírito, ou sermos batizados com o Espírito Santo, o fruto aparecerá sozinho. Mas tudo o que cresce sozinho, na maioria dos jardins, é erva daninha. Se o fruto é desejado, deve ser cultivado. Deus faz parte dessa obra (João 15.1)


Mas temos a nossa parcela de contribuição.(13)


Pedro, tratando do mesmo fruto do Espírito, nos conclama a aplicar toda a diligência para acrescentar a virtude à nossa fé (2 Pe­dro 1.5-7). Isso significa que fornecemos, através de nossa fé, vir­tude (força moral). Ou, melhor, significa que devemos exercer a nossa fé de tal maneira que produzamos todas as demais virtudes de uma só vez: conhecimento, temperança (controle próprio), pa­ciência (perseverança diante das dificuldades), piedade (na adoração e na religião prática), na bondade fraternal e na caridade (o amor que é o fruto do Espírito). Esse é o verdadeiro andar no Espírito, e corresponde com sua orientação, através da obediência e da fé.


Paulo afirma que se essas coisas estão em nós em abundância, não seremos ociosos nem infrutíferos no conhecimento (pessoal) de nosso Senhor Jesus Cristo. Se, porém, tais coisas faltarem em nós, estamos em perigo (2 Pedro 1.8-10). Ele acrescenta que se satisfizermos nossa carne, colheremos dela a corrupção (a destruição eterna), ao passo que se vivermos no Espírito, ceifaremos dele a vida eterna (Gálatas 6.8). Em seguida, Paulo dá uma palavra de encorajamento: "A seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido". 


Com a ajuda do Espírito, o fruto crescerá e dará uma colheita abundante. E não esperaremos até o fim, para saborear o fruto. Enquanto cresce e se desenvolve, experimentemos o amor e a alegria que jorra em nós mediante o Espírito. Sintamos a realidade da paz interior, mesmo quando a morte nos ameaça. Apoiemos todo o nosso peso no Espírito Santo e recebamos sua ajuda, quando as coisas desandarem e outros se aproveitarem de nós. Sigamos o caminho da paz, quando outros procuram contendas e divisões. Assim, o fruto não será algo secreto e oculto que não evidencia sua presença. Podemos saber se ele está se desenvolvendo em nós. E os que estão ao nosso redor também o saberão (Mateus 12.33)



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