quarta-feira, 22 de julho de 2015

COMPARTILHANDO DA VITÓRIA DE CRISTO

Compartilhando da Vitória de Cristo

O fato da Lei não ter produzido a justiça, não era falha dela, mas da nossa fraqueza humana. Deus sabe disso, e tem compaixão de nós (Salmo 103.13,14), mas nossa fraqueza não serve de desculpa. 


Deus, portanto, enviou Jesus na semelhança da carne pecaminosa (como homem genuíno, mas sem pecado), como oferta pelo pecado. Como homem, sem usar nenhum dos seus poderes divinos, Jesus derrotou a tentação nas mesmas circunstâncias em que Eva fracassou e todos nós caímos (a concupiscência da carne, dos olhos e a soberba da vida, os mesmos desejos e tendências que caracterizam o mundo: 1 João 2.16). 


Com isso, Ele condenou o pecado na carne, ou seja: Ele demonstrou que pecamos, não porque somos obrigados a pecar, mas porque optamos pelo pecado e desconsideramos a ajuda que nos é oferecida, mediante a Palavra e o Espírito Santo. Realmente somos culpados. Mas Ele removeu a nossa culpa por seu sacrifício no Calvário (Romanos 8.3). Ao andarmos no Espírito, compartilhamos dos resultados da sua vitória, e praticamos as coisas boas que a Lei realmente desejava (Romanos 8.4).


Gálatas também ressaltou o andar no Espírito e pelo Espírito. Romanos acrescenta que isso envolve uma disposição mental, a orientação certa dos nossos pensamentos e alvos. A pessoa "segundo a carne" vive na dimensão da carne e vê tudo do ponto de vista dos desejos e impulsos carnais. (Ver Mateus 5.28; 6.19-21,31,32). Mas os que vivem pelo Espírito e no Espírito olham tudo do ponto de vista do Espírito. Ele gosta muito de glorificar a Cristo e dirige nossas aspirações e nossos esforços em direção às coisas celestiais, às coisas de Cristo (Mateus 6.33; Colossenses 3.1,2).


A disposição mental que se fixa na carne leva à morte (Romanos 8.6). De fato, já é a morte no sentido da separação de Deus.(26) Pela sua própria natureza, é inimizade (hostilidade) contra Deus e não pode submeter-se à lei de Deus (segundo os princípios da vida que agradam a Ele). Mas a disposição mental que o Espírito nos dá, introduz a vida e a paz (inclusive a comunhão com Deus, em contraste com a separação que é causada quando cedemos aos desejos da carne ou, conforme diz Gálatas, às obras da carne).


A partir de Romanos 8.8, Paulo fala diretamente com o cristão. Não estamos na carne (vivendo segundo a carne ou na dimensão da carne com seus desejos), mas no Espírito (na dimensão do Espírito e na orientação e ajuda que Ele oferece). 


Há uma condição prévia, porém. O Espírito Santo deve estar habitando em nós (continuamente). Aqui, Paulo, obviamente, não está falando do batismo com o Espírito Santo, mas da presença do Espírito que vem na regeneração. 


A condição prévia, que produz essa disposição mental, segundo o Espírito, é questão de pertencer a Cristo. Se somos dele, temos o Espírito Santo. Se não temos o Espírito Santo, não somos dele.


Se temos o Espírito Santo, portanto, Cristo está em nós, e o corpo está morto por causa do pecado, mas o Espírito é vida por causa da justiça (Romanos 8.10). Muitos entendem que o "espírito" aqui se refere ao espírito humano, argumentando que o conflito entre a carne e o espírito existe somente entre os nascidos de novo.


Sendo assim, o corpo (dos desejos carnais) agora está morto por causa do pecado, mas nosso espírito humano está com vida por causa da justiça de Cristo ministrada pelo Espírito.(2?) Mas o conflito nos versículos anteriores é entre a carne e o Espírito Santo, e não entre a carne e o espírito humano.(28) Sendo assim, a morte física está neste corpo (já estamos morrendo) por causa da morte, mas, ao mesmo tempo, o Espírito ministra a vida espiritual dentro de nós por causa da justiça.


A própria razão de ser dos vv. 10 até 13 relaciona-se com a vida ressurreta de Cristo, que é nossa mediante o Espírito Santo. Nosso corpo físico é mortal, sujeito à morte por causa do pecado. Não importa o que fizermos em prol desse corpo; há uma única coisa que ele pode fazer por nós. Somente pode nos afundar na morte. 


Enquanto o tivermos, poderemos usá-lo para a glória de Deus. Reconhecemos, também, que é o templo do Espírito Santo e, por esse motivo, cuidamos dele e o mantemos moralmente limpo. Não há, porém, razão por que devamos atender os desejos e impulsos carnais e pecaminosos (tais como a inveja, o ódio, a contenda, a ira) que provêm do corpo. De fato, agir assim traz mais do que a morte física.


Paulo (1 Coríntios 9.27) reduzia o seu corpo à servidão (tornando-o seu escravo) e o subjugava (tratava-o com disciplina severa) a fim de que, depois de ter pregado aos outros, ele mesmo não fosse reprovado (desqualificado para receber sua herança eterna, ou réprobo como os falsos mestres que estavam a caminho do Inferno, arrastando outros juntamente com eles). A morte eterna, a perda total da nossa herança, é o resultado do viver na dimensão da carne, conforme já vimos em Gálatas 5.21.


Por outro lado, se o Espírito de Deus, que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, continua a habitar em nós (se mortificamos as ações pecaminosas do corpo), então o mesmo Deus que ressuscitou a Jesus também vivificará (ressuscitará) nossos corpos pelo seu Espírito que em nós habita (8.11,13).



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