quarta-feira, 22 de julho de 2015

COMPARTILHANDO DA VITÓRIA DE CRISTO

Compartilhando da Vitória de Cristo

O fato da Lei não ter produzido a justiça, não era falha dela, mas da nossa fraqueza humana. Deus sabe disso, e tem compaixão de nós (Salmo 103.13,14), mas nossa fraqueza não serve de desculpa. 


Deus, portanto, enviou Jesus na semelhança da carne pecaminosa (como homem genuíno, mas sem pecado), como oferta pelo pecado. Como homem, sem usar nenhum dos seus poderes divinos, Jesus derrotou a tentação nas mesmas circunstâncias em que Eva fracassou e todos nós caímos (a concupiscência da carne, dos olhos e a soberba da vida, os mesmos desejos e tendências que caracterizam o mundo: 1 João 2.16). 


Com isso, Ele condenou o pecado na carne, ou seja: Ele demonstrou que pecamos, não porque somos obrigados a pecar, mas porque optamos pelo pecado e desconsideramos a ajuda que nos é oferecida, mediante a Palavra e o Espírito Santo. Realmente somos culpados. Mas Ele removeu a nossa culpa por seu sacrifício no Calvário (Romanos 8.3). Ao andarmos no Espírito, compartilhamos dos resultados da sua vitória, e praticamos as coisas boas que a Lei realmente desejava (Romanos 8.4).


Gálatas também ressaltou o andar no Espírito e pelo Espírito. Romanos acrescenta que isso envolve uma disposição mental, a orientação certa dos nossos pensamentos e alvos. A pessoa "segundo a carne" vive na dimensão da carne e vê tudo do ponto de vista dos desejos e impulsos carnais. (Ver Mateus 5.28; 6.19-21,31,32). Mas os que vivem pelo Espírito e no Espírito olham tudo do ponto de vista do Espírito. Ele gosta muito de glorificar a Cristo e dirige nossas aspirações e nossos esforços em direção às coisas celestiais, às coisas de Cristo (Mateus 6.33; Colossenses 3.1,2).


A disposição mental que se fixa na carne leva à morte (Romanos 8.6). De fato, já é a morte no sentido da separação de Deus.(26) Pela sua própria natureza, é inimizade (hostilidade) contra Deus e não pode submeter-se à lei de Deus (segundo os princípios da vida que agradam a Ele). Mas a disposição mental que o Espírito nos dá, introduz a vida e a paz (inclusive a comunhão com Deus, em contraste com a separação que é causada quando cedemos aos desejos da carne ou, conforme diz Gálatas, às obras da carne).


A partir de Romanos 8.8, Paulo fala diretamente com o cristão. Não estamos na carne (vivendo segundo a carne ou na dimensão da carne com seus desejos), mas no Espírito (na dimensão do Espírito e na orientação e ajuda que Ele oferece). 


Há uma condição prévia, porém. O Espírito Santo deve estar habitando em nós (continuamente). Aqui, Paulo, obviamente, não está falando do batismo com o Espírito Santo, mas da presença do Espírito que vem na regeneração. 


A condição prévia, que produz essa disposição mental, segundo o Espírito, é questão de pertencer a Cristo. Se somos dele, temos o Espírito Santo. Se não temos o Espírito Santo, não somos dele.


Se temos o Espírito Santo, portanto, Cristo está em nós, e o corpo está morto por causa do pecado, mas o Espírito é vida por causa da justiça (Romanos 8.10). Muitos entendem que o "espírito" aqui se refere ao espírito humano, argumentando que o conflito entre a carne e o espírito existe somente entre os nascidos de novo.


Sendo assim, o corpo (dos desejos carnais) agora está morto por causa do pecado, mas nosso espírito humano está com vida por causa da justiça de Cristo ministrada pelo Espírito.(2?) Mas o conflito nos versículos anteriores é entre a carne e o Espírito Santo, e não entre a carne e o espírito humano.(28) Sendo assim, a morte física está neste corpo (já estamos morrendo) por causa da morte, mas, ao mesmo tempo, o Espírito ministra a vida espiritual dentro de nós por causa da justiça.


A própria razão de ser dos vv. 10 até 13 relaciona-se com a vida ressurreta de Cristo, que é nossa mediante o Espírito Santo. Nosso corpo físico é mortal, sujeito à morte por causa do pecado. Não importa o que fizermos em prol desse corpo; há uma única coisa que ele pode fazer por nós. Somente pode nos afundar na morte. 


Enquanto o tivermos, poderemos usá-lo para a glória de Deus. Reconhecemos, também, que é o templo do Espírito Santo e, por esse motivo, cuidamos dele e o mantemos moralmente limpo. Não há, porém, razão por que devamos atender os desejos e impulsos carnais e pecaminosos (tais como a inveja, o ódio, a contenda, a ira) que provêm do corpo. De fato, agir assim traz mais do que a morte física.


Paulo (1 Coríntios 9.27) reduzia o seu corpo à servidão (tornando-o seu escravo) e o subjugava (tratava-o com disciplina severa) a fim de que, depois de ter pregado aos outros, ele mesmo não fosse reprovado (desqualificado para receber sua herança eterna, ou réprobo como os falsos mestres que estavam a caminho do Inferno, arrastando outros juntamente com eles). A morte eterna, a perda total da nossa herança, é o resultado do viver na dimensão da carne, conforme já vimos em Gálatas 5.21.


Por outro lado, se o Espírito de Deus, que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, continua a habitar em nós (se mortificamos as ações pecaminosas do corpo), então o mesmo Deus que ressuscitou a Jesus também vivificará (ressuscitará) nossos corpos pelo seu Espírito que em nós habita (8.11,13).



***

 

OS FRUTOS DO ESPÍRITO

Os Frutos do Espírito


Nada demonstra isso mais do que nosso relacionamento uns com os outros. Se cobiçarmos a vangloria (se nos tornarmos jactanciosos, com ambição excessiva), provocamos e invejamos uns aos outros (Gálatas 5.26). Se formos espirituais (vivendo no Espírito, andando no Espírito, vivendo em comunhão ativa com Ele), seremos humildes. Em vez de rebaixarmos nosso próximo, de buscarmos nossa própria vontade, levemos as cargas uns dos outros e sejamos solícitos em restaurar o irmão caído (6.1,2).


Realmente, essa é uma ilustração do fruto do Espírito que começa com o amor e que se resume no amor. É chamado fruto do Espírito, porque brota do Espírito. Não cresce naturalmente do solo da nossa carne humana.(u) O amor é idêntico ao que Deus demonstrou no Calvário, quando Ele enviou seu Filho para morrer por nós, enquanto ainda éramos pecadores (Romanos 5.8). 


É descrito em 1 Coríntios 13.4-7 como sofredor (paciente com os que nos provocam e nos lesam), benigno (que paga o mal com o bem), livre de inveja (inclusive a malícia, a má vontade), humilde, sem se encher de sua própria importância, sempre cortês, nunca egoísta nem cobiçoso, nunca irritável nem facilmente provocado, nunca levando em conta os danos que sofre, nem se alegra nas falhas ou nas desgraças alheias. Suporta firme com fé e esperança todas as circunstâncias da vida. Não é de se admirar que nunca fracassará, nunca cessará!


O gozo é algo que o mundo não conhece. Muitos estão numa corrida louca atrás dos prazeres. Alguns acham certa medida de felicidade ou satisfação. Mas nem sequer poderão imaginar a experiência de ter o gozo profundo e ininterrupto que é o fruto do Espírito. Esse gozo brota em nós, à medida que o Espírito Santo torna Jesus e sua obra de salvação cada vez mais real para nosso coração. É expressado num regozijo ativo no Senhor (Filipenses 3.1). 


Mas está presente, nutrido pelo Espírito, quer sejam alegres as circunstâncias exteriores, quer não. (Ver também Romanos 14.17; 15.13; 1 Tessalonicenses 1.6; Filipenses 1.25).


A paz verdadeira somente vem do Espírito Santo. Inclui um espírito tranqüilo, mas é mais do que isso. É a consciência de que estamos num relacionamento certo com Deus; é um senso de bem-estar espiritual. Inclui a garantia de que podemos confiar em Deus, para suprir todas as nossas necessidades "segundo as suas riquezas em glória, por Cristo Jesus" (Filipenses 4.19 ARA). Além do amor e do gozo, é necessária a ajuda do Espírito para o desenvolvimento do restante do fruto.


Longanimidade é ter paciência com as pessoas que delibera-damente procuram magoar-nos ou causar-nos dano. Os incrédulos talvez façam o possível para nos lesar ou nos deixar irados. Mas o Espírito nos ajuda a agüentar tudo com amor, com o gozo no Senhor. Não há, portanto, tentação para a vingança (Efésios 4.2; Tiago 1.19; Romanos 12.19).


A benignidade é a generosidade que procura ver as pessoas da melhor maneira possível. É compassiva e dá a resposta branda que, segundo disse Salomão, desvia a ira, ou evita explosões de raiva (Provérbios 15.1).


A bondade dá a idéia do desenvolvimento de um caráter bom, reto, fidedigno, sem deixar de ser generoso e amigável com o próximo. É isso que nos transforma na nobreza de Deus. A melhor maneira de descrevê-lo é sermos semelhantes a Jesus. (Ele incorporou todo o fruto do Espírito em sua vida e seu ministério).


A fé, como fruto do Espírito, é freqüentemente distinguida da que traz a salvação e a que opera milagres.(12) A fé, tanto no Antigo Testamento como no Novo, inclui a fidelidade e a obediência. 


Aqui, posto que a palavra é um complemento e parte constituinte do amor, e está contrastada com as obras da carne, a ênfase recai sobre a fidelidade, não somente para com Deus, mas também com o próximo. Mesmo assim, esse fato não a deixa diferente da fé salvífica, pois ela envolve tanto a confiança como a obediência. O fruto do Espírito precisa crescer. A fé também deve crescer e desenvolver-se dentro de nós.


A mansidão não é auto-rebaixamento ou fazer pouco de si mesmo. Pelo contrário, é uma humildade genuína que não se considera importante demais para realizar as tarefas humildes. Não assume ares de grandeza ou imponência no sentido de deixar de ser cortês, atencioso e gentil com todas as pessoas. É modesta, mas bem disposta a dar sua contribuição quando algo precisa ser feito.


A temperança não é apenas moderação. É controle próprio. O verbo correspondente é usado para os atletas que precisam se controlar em tudo, para serem vitoriosos (1 Corintios 9.25). O Espírito nem sempre remove todos os desejos da carne, e, certamente, nem todos os impulsos e tendências da carne. Mas parte do seu fruto é que Ele nos ajuda a desenvolver o auto-controle que domina esses desejos, impulsos, paixões e apetites.


O auto-controle não aparece automaticamente. O que o Espírito faz é ajudar-nos a disciplinar a nós mesmos. O medo é outra coisa que pode surgir da carne. Mas, conforme disse Paulo a Timóteo: "Deus não nos deu o espírito de temor [covarde]; mas de [tremendo] poder, e de amor, e de moderação [auto-disciplina]" 

(2 Timóteo 1.7). 


Não é sentados diante do Sol, ou bebendo a água das chuvas, que nos livraremos desses temores que nos impedem de testemunhar do Senhor ou de praticar a sua vontade. Precisamos saber o que é certo a ser feito, e então fazê-lo. Noutras palavras, precisamos cooperar com o Espírito, ao disciplinarmos a nós mesmos, pois é assim que cresce o fruto do auto-controle.


Essa cooperação com o Espírito é necessária para o crescimento e o desenvolvimento do fruto do Espírito. Alguns supõem que pelo fato de termos vida no Espírito, ou sermos batizados com o Espírito Santo, o fruto aparecerá sozinho. Mas tudo o que cresce sozinho, na maioria dos jardins, é erva daninha. Se o fruto é desejado, deve ser cultivado. Deus faz parte dessa obra (João 15.1)


Mas temos a nossa parcela de contribuição.(13)


Pedro, tratando do mesmo fruto do Espírito, nos conclama a aplicar toda a diligência para acrescentar a virtude à nossa fé (2 Pe­dro 1.5-7). Isso significa que fornecemos, através de nossa fé, vir­tude (força moral). Ou, melhor, significa que devemos exercer a nossa fé de tal maneira que produzamos todas as demais virtudes de uma só vez: conhecimento, temperança (controle próprio), pa­ciência (perseverança diante das dificuldades), piedade (na adoração e na religião prática), na bondade fraternal e na caridade (o amor que é o fruto do Espírito). Esse é o verdadeiro andar no Espírito, e corresponde com sua orientação, através da obediência e da fé.


Paulo afirma que se essas coisas estão em nós em abundância, não seremos ociosos nem infrutíferos no conhecimento (pessoal) de nosso Senhor Jesus Cristo. Se, porém, tais coisas faltarem em nós, estamos em perigo (2 Pedro 1.8-10). Ele acrescenta que se satisfizermos nossa carne, colheremos dela a corrupção (a destruição eterna), ao passo que se vivermos no Espírito, ceifaremos dele a vida eterna (Gálatas 6.8). Em seguida, Paulo dá uma palavra de encorajamento: "A seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido". 


Com a ajuda do Espírito, o fruto crescerá e dará uma colheita abundante. E não esperaremos até o fim, para saborear o fruto. Enquanto cresce e se desenvolve, experimentemos o amor e a alegria que jorra em nós mediante o Espírito. Sintamos a realidade da paz interior, mesmo quando a morte nos ameaça. Apoiemos todo o nosso peso no Espírito Santo e recebamos sua ajuda, quando as coisas desandarem e outros se aproveitarem de nós. Sigamos o caminho da paz, quando outros procuram contendas e divisões. Assim, o fruto não será algo secreto e oculto que não evidencia sua presença. Podemos saber se ele está se desenvolvendo em nós. E os que estão ao nosso redor também o saberão (Mateus 12.33)



 ***

A BIOGRAFIA DE ELIAS



A BIOGRAFIA DE ELIAS - O PROFETA DESPRENDIDO QUE CONTINUA A DENUNCIAR O PECADO E É POUPADO DA MORTE FÍSICA

- Depois desta experiência no monte Horebe, tem início a fase final do ministério de Elias, pelo menos no que diz respeito a este período de sua vida terrena. O texto sagrado interrompe o relato da vida do profeta, no capítulo 20, para voltar a falar do rei Acabe e de sua guerra contra a Síria, quando, para confirmar a palavra que Deus havia falado a Elias, aparece um outro profeta, cujo nome não é mencionado, que faz com que o rei tenha vitória sobre os seus inimigos.

- Elias, porém, retorna ao texto sagrado, agora para trazer um duro juízo sob
re Acabe, Jezabel e sua casa, por causa da morte de Nabote, uma trama engendrada por Jezabel. Acabe creu na palavra do profeta e, por isso, foi poupado de ver a destruição de sua casa em seus dias, ainda que ele mesmo viesse a sofrer o juízo de ter seu corpo dilacerado e seu sangue lambido pelos cães nas terras que haviam sido tomadas de Nabote (I Rs.21:17-29), profecia, esta, que foi integralmente cumprida (II Rs.9:36; 10:10).

- Acabe morreu, tendo, aliás, se cumprido em relação a ele o que havia falado o profeta Elias (I Rs.19:38), sendo sucedido pelo seu filho Acazias, que adoeceu e foi, então, pedir a saúde a Baal-Zebube, deus de Ecrom, que, como vimos, era o  deus da saúde. Surge, então, novamente o profeta Elias, para anunciar a morte do rei. Acazias mandou, então, por três vezes, que soldados fossem prender o profeta, tendo as duas primeiras companhias militares sido consumidas pelo fogo do céu que foi invocado pelo profeta. Elias continuava a ser o profeta zeloso, mas que dependia exclusivamente do Senhor. Fogo do céu consumiu cem homens, mas tudo Elias fez pela direção do Espírito, tanto que, mesmo após terem sido consumidos cem homens, foi até a presença do rei quando o Senhor assim o determinou (II Rs.2:15).

 

- Elias era, então, um homem totalmente dependente nas mãos do Senhor. Vigoroso, continuava a denunciar o pecado e não compactuar com a idolatria dos seus dias. Embora se mantivesse isolado da sociedade, numa atitude que o escritor evangélico Júlio Severo bem denomina de “isolamento profético”, não deixava de denunciar o pecado e de ser usado nas mãos do Senhor para atacar os desmandos e os desvarios daqueles que estavam a desvirtuar a fé no meio do povo de Deus. Ao se apresentar ao rei Acazias, o profeta mostra toda a sua coragem e autoridade, dizendo que o rei morreria. Esta morte outro objetivo não tinha senão mostrar a todo o povo que Deus era o Senhor da vida, não Baal-Zebube. E o rei Acazias morreu, conforme a palavra do profeta (II Rs.1:17).

 

- O profeta, também, deixou uma mensagem escrita que foi anunciada somente depois de sua trasladação, mensagem destinada ao rei de Judá, Jeorão, filho de Josafá e sobrinho de Acabe, no qual lançou um juízo de dura enfermidade por causa da apostasia daquele rei, juízo este que se cumpriu integralmente (II Cr.21:12).

 

- Após mais esta atitude que fez prevalecer o nome do Senhor no meio de Israel, Elias é, então, poupado da morte, subindo ao céu, sem passar pela morte física, num redemoinho. Antes disso, porém, Elias faz um milagre, qual seja, a exemplo do que fizera Josué, atravessa o rio Jordão em seco, na companhia de Eliseu (II Rs.2:8). Ao assim agir, Elias mostrou claramente, a Eliseu e aos filhos dos profetas, que “Javé é Deus”, que tem o pleno controle da natureza.

 

- Este controle absoluto da natureza seria demonstrado no episódio da trasladação do próprio profeta. Elias havia pedido a morte, quando em seu momento de fragilidade, mas Deus não queria que Seu servo experimentasse a morte, ao menos neste instante histórico. Elias é levado aos céus em um redemoinho (II Rs.2:11), depois que um carro de fogo, com cavalos de fogo, separou Elias de Eliseu. Muitos, inadvertidamente, dizem que Elias subiu ao céu nesta “carruagem”, mas não é isto o que diz o texto bíblico.

 

- A subida de Elias ao céu num redemoinho é o coroamento de uma vida de contínua intensificação da intimidade do profeta com Deus. De experiência em experiência, Elias foi adquirindo um “status” que o fez atingir o mesmo nível de Enoque. Elias rendeu-se totalmente ao Senhor e passou a andar com Ele de modo profundo e ininterrupto e o resultado disto foi o de ter alcançado a mesma graça que Enoque, o sétimo depois de Adão, obtivera nos seus dias: o da intimidade tão estreita que fez com que Deus o tomasse de entre os viventes. Todos quantos experimentarem esta mesma intimidade também serão tomados pelo Senhor, para que habitem com Ele para todo o sempre, sendo o Seu povo e Ele, o seu Deus (Ap.21:3).

 

- Muitos, na atualidade, notadamente os chamados “teólogos liberais”, procuram contestar o texto sagrado, dizendo que Elias morreu, que o texto sagrado apenas faz uma descrição de como teria sido sua morte. No entanto, não podemos contender com o texto sagrado. Elias não morreu, não experimentou a morte física. A Bíblia é bem clara a este respeito e, se assim não fosse, como explicar a expectativa que os israelitas nutriam da sua volta, como vemos nos dias de Jesus? Contra o texto bíblico não podemos conjecturar e, por isso, não podemos admitir qualquer idéia em contrário.

 

- Muitos estudiosos da Bíblia, desde os primeiros séculos da história da Igreja, entendem que Elias será uma das duas testemunhas registradas no capítulo 11 do livro do Apocalipse, que virá pregar nos dias do Anticristo, visando o arrependimento do povo de Israel. Este pensamento está baseado em alguns pontos, a saber:

 

a) o ministério do profeta Elias não se encerrou, tanto que duas das três tarefas a ele cometidas, foram cumpridas por Eliseu. Tratar-se-ia, pois, de um ministério inacabado, que o foi propositadamente pelo Senhor, porque Elias haveria de voltar para concluí-lo, o que se dará na Grande Tribulação.

 

b) o profeta Malaquias afirma que Elias voltará antes do “grande e terrível dia do Senhor” (Ml.4:5), ou seja, antes da batalha do Armagedom, que porá fim à Grande Tribulação e instituirá o milênio. Alguns afirmam que Ml.4:5 já teria se cumprido no ministério de João Batista, conforme teria confirmado o próprio Senhor Jesus (Mt.17:12; Mc.9:13). No entanto, embora Jesus tenha dito que o Elias que haveria de vir antes de Sua primeira vinda, fosse João Batista, também afirmou que Elias viria e restauraria todas as coisas, como que indicando que o cumprimento cabal desta profecia ainda não se deu (Mt.17:11; Mc.9:12). O Elias da primeira vinda a Israel teria sido João Batista, mas o próprio Elias haveria de vir antes da segunda vinda.

 

c) a Bíblia diz que todos os homens foram destinados a morrer uma vez (Hb.9:27) e Deus não faz acepção de pessoas (Dt.10:17; At.10:34), sendo certo que Elias, como homem que era, pecou, necessitando, pois, morrer. Assim, sua volta na Grande Tribulação seria para o cumprimento desta ordem divina, já que as duas testemunhas serão mortas pelo Anticristo (Ap.11:7).

 

d) Elias encontra-se, atualmente, junto a Deus, tendo aparecido, juntamente com Moisés, no monte da Transfiguração (Mt.17:3), numa clara demonstração de que está à disposição do Senhor para realizar a Sua obra quando for o tempo.

 

- É interessante observar que os judeus, até o dia de hoje, aguardam a volta de Elias e, em suas cerimônias de circuncisão, sempre deixam vaga uma cadeira, que é denominada de “o lugar de Elias”. Como nos diz o escritor católico Francesco Spadafora: “…É do conhecimento geral que o profeta ‘arrebatado’ ao céu ocupa um lugar importante na haggada. Essa ilustra e amplia com elementos legendários, às vezes simplistas, e com considerações teológicas os textos bíblicos relativos à vida terrena de Elias; porém, se detém especialmente em seu arrebatamento e sua atividade celestial, sobre suas aparições na terra como benfeitor dos pobres e amigo dos humildes, como socorredor e libertador dos fiéis em toda situação extrema, como amigo dos sábios e estudiosos da Torah, devido o seu zelo por ela, e finalmente como precursor do Messias.…” (O profeta Elias. Trad. Wilmar Santin. Disponível em: 

 

- Vista, então, a biografia de Elias, resta-nos, dentro dos objetivos do trimestre letivo da EBD, vermos no que podemos melhorar nossos caminhos diante de Deus após analisarmos a vida deste grande profeta.

- A primeira lição que temos com Elias é o chamado “isolamento profético” de que ele é um exemplo típico. Elias sempre é apresentado no texto sagrado como alguém que se mantinha à parte da sociedade, retirado, tendo um trajar diferente, a andar pelos desertos e afastado do dia-a-dia do mundo de seu tempo. Esta característica levou, inclusive, Elias a ser um exemplo para os adeptos do movimento monástico, ou seja, para aqueles que resolveram servir a Deus isolando-se do mundo, abrindo conventos e monastérios através dos séculos.

 

OBS: “…Aos monges, o tema do aspecto profético de sua própria vida sempre inspirou o mais vivo interesse (cf. Jean Leclercq, La via parfaite. Points de vue sur l’essence de l’état religieux, Turnhout-París 1948, cap. 2, La vie prophétique, 57-81). De fato a espiritualidade da vida de perfeição já foi preparada no AT (cf. Sœur Jeanne d’Arc, Les préparations bibliques de la vie religieuse, VS, XXIV [1956], 474-494). 

 

Os grandes profetas Elias, Eliseu e João Batista foram considerados, junto com outros, como protótipos da vida religiosa. …” (Francesco Spadafora, op.cit.)

 

- No entanto, o “isolamento profético” não pode ser considerado um modelo no sentido físico, mas, sim, sob o seu aspecto espiritual. Como ensina o escrito evangélico Júlio Severo, “a característica fundamental do estilo de vida profético  de Elias, que entrará em ação nos últimos dias, é o isolamento profético. Elias se isolava completamente dos pecados da sociedade.(…) Em seu isolamento, Elias sempre buscava a Deus e se preparava para atender toda vez que Deus o chamava para ir ao meio da sociedade e confrontar seus líderes políticos e valores errados.…” (A volta do profeta Elias: o que a unção de Elias representa para as famílias e o mundo político nestes últimos dias. Disponível em: http://www.tscpulpitseries.org/portuguese/ts020213.htm Acesso em: 1 jun. 2007)

.

- A terceira lição que aprendemos tendo Elias como contra-exemplo é a de que não podemos ser individualistas, nem achar que o mundo gira em torno de nós. Deus e o Seu povo são maiores do que nós. Somos importantes para Deus, Deus nos ama, mas também ama outras pessoas e tem compromisso com a Sua Palavra, Palavra esta que é posta, inclusive, acima do Seu próprio nome (Sl.138:2). Assim, para reproduzir uma frase de um controvertido parlamentar brasileiro que ficou famosa, devemos nos reduzir à nossa insignificância.

 

- Elias deixou-se levar pelo individualismo e se apresentou como o único remanescente de Deus na terra de Israel, esquecido do mordomo Obadias e dos profetas que este havia protegido da fúria de Jezabel. Elias voltou-se única e exclusivamente para si e, portanto, não poderia exnergar a Providência Divina para com todo o povo de Israel, que era o Seu povo escolhido. Que tristeza quando esquecemos do povo de Deus e do compromisso do Senhor com este povo. Nossa mesquinhenz levar-nos-á a um completo isolamento e a uma total fraqueza. Quando pensamos só em nós mesmos, em nossos benefícios, nosso destino será o pé de zimbro no deserto, o desânimo e o fracasso e, se o Senhor não tiver misericórdia de nós, como teve com Elias, seremos um retumbante fracasso e, ante nossa inutilidade, lançados seremos nas trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes. Q            eu Deus nos guarde!

 

- A quarta lição que tem Elias como contra-exemplo é o de querermos estabelecer o tempo de nosso ministério. Ministério é serviço e, portanto, quem determina as tarefas não é o servo, mas, sim, o senhor. Na parábola já mencionada, é o Senhor quem diz o que deve, ou não, ser feito pelo servo (Lc.17:7). Quando recebemos uma incumbência do Senhor, temos de cumpri-la, sabendo que o lugar, o tempo e o modo de fazê-lo são estabelecidos pelo Senhor, não por nós. “Sabei que o Senhor é Deus, foi Ele e não nós que nos fez povo Seu e ovelhas do Seu pasto” (Sl.100:3).

 

- Elias achou que seu ministério havia findado. Provara que o Senhor era Deus e matara os profetas de Baal e Asera. Para sua surpresa, o rei Acabe não havia se  convertido e Jezabel, em vez de fugir para Sidom, mandou avisar Elias que o mataria. Elias entendeu, então, que seus objetivos haviam sido cumpridos e que nada mais restava fazer senão morrer. Considerara que Deus havia falhado no seu intento de destruir o culto a Baal e que não havia mais o que fazer pelo povo. Que presunção, que audácia de um simples vaso de barro, querendo determinar o que havia de fazer o oleiro! “Ai daquele que contende com o seu Criador, caco entre outros cacos de barro! Porventura, dirá o barro ao que o formou: Que fazes? Ou a tua obra: Não tens mãos?” (Is.45:9).

 

- Muitos estão a fazer isto na atualidade. Estabelecem o lugar, o tempo e o modo de seus ministérios, esquecidos de que são apenas servos, caco entre outros cacos de barro. Não se recordam das palavras de Paulo a Timóteo, na sua derradeira carta: “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (II Tm.4:5).

 

- Quantas igrejas locais não têm sofrido por causa destes que, se arrogando o direito de estipular lugar, tempo e modo de seus ministérios, ficam onde Deus não quer mais que fiquem, saem de onde Deus não quer que saiam, estabelecem modos e maneiras que Deus não quer que estabeleçam. São verdadeiras pedras de tropeço, obstáculos para o bom desenvolvimento da obra do Senhor. Tais pessoas são rebeldes, desobedientes e, se não se arrependerem, terão um destino triste e lamentável (I Pe.2:6-8). Que Deus nos guarde!

 

- Como já dissemos supra, o fato de Elias ter deixado seu moço antes de partir para o deserto é elucidativo desta circunstância negativa. Na verdade, ao deixar o seu moço em Berseba, Elias como que renunciava a seu ministério, deixava em Berseba não só o moço, mas o profeta. Partia para o deserto apenas como um homem, como alguém despido de espiritualidade. Quantos não têm caminhado para o deserto, abandonando seu ministério, mas ainda mantendo o título e a posição na organização. Quantos não têm deixado o corpo de Cristo, embora continuem integrando o grupo social. Quantos não têm deixado a Cristo, mas têm se mantido crentes, e até “ministros”…

 

OBS: A idéia de que o ministério profético era totalmente independente da vontade do profeta está bem delineado neste trecho de um historiador judeu-brasileiro, que ora se transcreve: “…O conceito do profeta como ‘boca de Deus’ é antigo (Ex.7:1,2), é uma função que ele não escolhe, mas para a qual se acha  designado, muitas vezes contra sua própria vontade e quase sempre para dizer o que os outros não querem ouvir. O navi [profeta em hebraico, observação nossa] é escolhido por Deus e irresistivelmente compelido a comunicar aos outros a Sua mensagem. Ele só fala quando assim mandado e, uma vez recebida a ordem, quer queira quer não, tem que falar.…” (BORGER, Uma história do povo judeu, v.1, p.94).

- A quinta e última lição negativa de Elias é a referente ao desânimo. Não podemos, em hipótese alguma, deixar que o desânimo nos atinja. Jesus mandou-nos que tivéssemos “bom ânimo” e é necessário, particularmente nos dias difíceis em que vivemos, que este ânimo seja redobrado a cada dia. O desânimo é a porta de entrada do fracasso espiritual, é a brecha para perdermos a nossa salvação. As dificuldades são crescentes, mas temos de ter ânimo, de nos esforçarmos para servir a Deus e ganhar almas para o Seu reino.

 

- Não podemos desfalecer, apesar das dificuldades dos nossos dias. O pecado aumenta e, por isso, tem de aumentar a denúncia contra o pecado. Ainda que haja trevas, ainda que muitos se envergonhem do Evangelho e da Palavra de Deus, devemos repetir as palavras do profeta Miquéias: “Mas, decerto, eu sou cheio da força do Espírito do SENHOR e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (Mq.3:8). Combatamos o bom combate até que acabemos a nossa carreira! Amém!

 


***

terça-feira, 21 de julho de 2015

FUGINDO DAS VOZES



  Madre Tereza de Calcutá ou a Miss América?

                   

      Fugindo das Vozes -  escrito por Max Lucado


Você deseja ter sucesso? Aqui está seu modelo. Deseja obter realizações na vida? Aqui está o protótipo. Quer estar sob os holofotes, sob a atenção da imprensa, deseja bajulação? 

Considere o artigo principal na primeira página do maior jornal diário dos Estados Unidos.

Era uma caricatura da "Miss América". A informação "vital" das 51 participantes foi compilada a fim de apresentar a mulher perfeita. Ela tinha cabelos e olhos castanhos, sabia cantar e tinha medidas perfeitas: 90-60-90. Era ideal para ser a Miss América.

A mensagem é ostentada na página: "Esse é o padrão para a mulher americana". A implicação é clara: faça o que for preciso para ficar como ela, enrijeça as pernas, torneie suas coxas, ajeite o cabelo, melhore a maneira como anda.

Nenhuma referência é feita em relação às suas convicções, à sua honestidade ou ao seu Deus. Mas, com certeza, disseram a você o tamanho do quadril dela.

Numa fotografia pequena, 10 centímetros para a esquerda, está outra mulher, com o rosto fino, pele enrugada, parecendo um pedaço de couro. Sem nenhuma maquiagem, pó ou batom. Leva um sorriso débil nos lábios e um lampejo no olhar. Parece pálida, talvez seja minha imaginação ou talvez seja verdade. 

A notícia diz: "Madre Teresa: em estado grave".

Você conhece a história de Madre Teresa. Quando ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1985, ela doou os 200 mil dólares para os pobres de Calcutá; quando um empresário lhe comprou um carro novo, ela o vendeu e deu o dinheiro para os menos privilegiados. Não ganhou nada e não possuiu nada.

Duas mulheres: Miss América e Madre Teresa. Uma caminha pela passarela; a outra trabalhava em becos. Duas vozes: uma promete coroas, flores e multidões; a outra serviço, redenção e alegria.

Não tenho nada contra modelos bonitas, embora eu tenha algumas reservas sobre elas, mas tenho algo contra as vozes mentirosas que atordoam nosso mundo.

Você já as ouviu. Elas dizem para trocar sua integridade por uma nova liquidação, barganhar suas convicções por um acordo fácil, trocar a devoção por uma emoção rápida.
Elas sussurram, insistem, escarnecem, atormentam, tentam conquistar, elogiam:

— Tudo bem, vá em frente!
— Espere até amanhã.
     Não se preocupe, ninguém vai saber.
     Como pode algo tão bom ser tão ruim?

As vozes da multidão.

Nossas vidas são a Wall Street do caos, são as bolsas de valores dos muitos pedidos enlouquecidos. Homens e mulheres adultos vociferam num esforço frenético de conquistar tudo o que podem antes que o tempo se acabe. Compre, venda, comercialize, troque, faça qualquer coisa, mas faça rápido e para que todos possam ver.

Um carnaval de ternos cinzas flanelados onde ninguém sorri, mas todos fazem suas investidas.

Um coral infindável de vozes explosivas: algumas oferecendo, outras tomando para si e todas gritando.

O que fazemos com essas vozes?

Enquanto trabalho neste manuscrito, estou usando uma escrivaninha no quarto do hotel. Estou longe de casa, longe das pessoas que me conhecem, longe dos membros da família que me amam.

As vozes que encorajam e afirmam estão distantes.

Porém, as vozes que atormentam e seduzem estão muito próximas. Embora no quarto esteja tudo quieto, se eu escutar, essas vozes são bem claras. Um folheto no criado-mudo me convida para um passeio no saguão do hotel, onde posso "fazer novos amigos em um ambiente relaxante". Uma propaganda no topo da televisão promete que o pedido de um filme pay-per-view para maiores de idade transformará todas as minhas "fantasias em realidade". 

Na lista telefônica, várias colunas de serviços de acompanhantes oferecem "amor longe de casa". Um volume atraente, em letras douradas, na gaveta do criado-mudo, acena: O Livro de Mórmom – O Outro Testamento de Jesus Cristo. Na televisão, um apresentador de programa de entrevistas discute o tópico do dia: "Como se dar bem fazendo sexo no escritório".

Vozes, algumas por prazer, outras por poder.

Algumas prometem aceitação, outras prometem carinho. Todas têm algo para oferecer.
Mesmo as vozes que Jesus ouviu prometiam algo.
"Quando a multidão viu o milagre que Jesus tinha feito, começou a dizer: `Com certeza este é o Profeta que devia vir ao mundo'. " [2]

Para um observador distante, essas são as vozes da vitória. Para o ouvido mal treinado, esses são sons do triunfo. O que poderia ser melhor? Cinco mil pessoas, mais mulheres e crianças proclamando ser Cristo "o Profeta". Milhares de vozes avolumando-se em um ruído de avivamento, em uma aclamação de adoração.

As pessoas tinham tudo que precisavam para uma revolução.

Tinham um inimigo: Herodes. Tinham um mártir: João Batista. Tinham liderança: os discípulos. Tinham muitos suprimentos: o multiplicador de pães. E eles tinham um rei: Jesus de Nazaré.

Por que esperar? A hora havia chegado. O reino de Israel seria restaurado. As pessoas tinham ouvido a voz de Deus.

— Rei Jesus — alguém proclamou. E a multidão repetia, concordando.

Um coro, aclamando poder, contagiava. Não precisavam de cruz, nem de sacrifício. Um exército de discípulos seguindo as pegadas de Jesus. Poder para mudar o mundo sem ter de morrer fazendo isso.

A vingança seria doce. Aquele que tomou a cabeça de João Batista está a apenas alguns metros de distância. Pergunto-me se ele alguma vez já sentiu uma lâmina fria roçar seu pescoço.

Sim, Jesus ouviu essas vozes. Ele ouviu a sedução. Entretanto, também ouviu mais alguém.

E quando Jesus o ouviu, ele o buscou:

"Sabendo Jesus que a multidão estava com a idéia de pegá-lo à força para fazê-lo rei, voltou sozinho para o monte. " [3]

Jesus preferiu estar sozinho com o verdadeiro Deus a ficar junto à multidão de pessoas equivocadas.

A lógica não disse a ele para despedir a multidão. A sabedoria convencional não lhe disse para virar as costas ao exército desejoso. Não, não era uma voz de fora que Jesus ouviu, era uma voz interior.

A marca de ovelha era o que lhe tornava capaz de ouvir a voz do Pastor.

"O vigia abre a porta para ele e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. " [4]

A marca de um discípulo é a sua capacidade de ouvir a voz do Mestre.

"Escutem, eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e comerei com ele e ele comerá comigo. " [5]

O mundo soca a mão na sua porta; Jesus apenas bate. As vozes gritam por sua adesão; Jesus mansamente pede. O mundo promete prazer rápido; Jesus promete um jantar tranqüilo... com Deus. "Entrarei em sua casa e comerei com ele e ele comerá comigo".

Qual voz você escuta?

Deixe-me dizer algo importante. Não há um momento em que Jesus não esteja falando. Nenhum sequer. Não existe um lugar em que Jesus não esteja presente, nenhum sequer. Nunca haverá um quarto muito escuro... um saguão muito envolvente... um escritório muito sofisticado... que o terno Amigo, sempre marcando presença e que sempre nos acompanha, implacavelmente não esteja lá, batendo à porta dos nossos corações, com toda gentileza, esperando ser convidado a entrar.

Poucos ouvem essa voz. Um número ainda menor abre a porta.

Todavia, não interprete nossa insensibilidade como a ausência dele. Cercada de promessas evanescentes de prazer, está a promessa eterna de sua presença.

"E eu estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. " [6]"Eu nunca o deixarei; eu jamais o abandonarei." [7]
'
Não há qualquer outro coro que soe tão alto a ponto de não permitir que a voz de Deus seja ouvida... se decidirmos ouvi-la. É o que acontece nesse hotel.

Demorei alguns minutos para encontrá-la, mas encontrei. Não estava tão visível como o folheto do saguão ou o aviso do filme. Mas estava lá. Não era tão ornamentada como a bíblia dos Mórmons ou tão atraente como a propaganda de acompanhantes. Mas eu desistiria de todas essas mentiras de uma vez por todas, para ficar com a paz que encontrei nesse tesouro.

Uma Bíblia. Uma simples Bíblia deixada ali pelos Gideões. Gastei alguns minutos para encontrá-la, mas finalmente encontrei. E quando a vi, abri em uma das minhas passagens favoritas:

"Não se admirem disso, porque está chegando a hora em que todos os mortos ouvirão a sua voz e sairão dos túmulos. Aqueles que fizeram o bem, vão ressuscitar para a vida eterna. Mas aqueles que fizeram o mal, vão ressuscitar para ser condenados. " [8]

Interessante. Um dia virá em que todos ouvirão a voz dele. Haverá um dia em que todas as outras vozes serão silenciadas, e somente a voz dele será ouvida.

Alguns escutarão sua voz desde o primeiro instante. Não é que ele nunca tenha se pronunciado, mas é que eles nunca a ouviram. Para esses, a voz de Deus será a voz de um estranho. Eles a ouvirão uma vez e nunca mais. Vão passar a eternidade fugindo das vozes que seguiram na terra.

Mas os outros serão chamados de seus túmulos por uma voz familiar, pois são ovelhas que conhecem seu pastor, são servos que abriram a porta quando Jesus bateu.

Nesse dia, a porta se abrirá novamente. Somente dessa vez. E não será Jesus que entrará em nossa casa; seremos nós que entraremos na casa dele.