quarta-feira, 20 de abril de 2022

O MAIOR JULGAMENTO DA HISTÓRIA – PARTE 02

 

A OMISSÃO DE PILATOS

 

Logo no início procurei deixar claro que o julgamento não existiu; na verdade foi uma farsa. Estou dizendo que o que se entende por julgamento, que é analisar justa e imparcialmente uma causa e defendê-la com justiça, transparência e integridade, não aconteceu. É lógico que como evento histórico ele existiu e a Bíblia atesta isto. Ele também se repete em nossas vidas num perfeito paralelo espiritual e cada um de nós tem de decidir o que fazer de Jesus chamado Cristo.

Mas o governador romano não agiu como deveria, e quero alertá-lo para que não siga seu exemplo e possa decidir bem. Fora isto, ele tinha quase tudo o que cada tribunal num julgamento tem: o juiz, o réu, os acusadores, platéia, só não teve quem o defendesse. E o único que poderia ter feito isto - Pilatos - não fez.

Mas Jesus poderia ter feito sua própria defesa, e não fez. E hoje o paralelo continua se repetindo. Ele não vai aparecer para você em nenhum sonho ou visão para tentar convencê-lo de que é Rei e deve ser seguido. Cristo apenas afirmou a Pilatos que para isto nasceu e veio ao mundo: para ser rei.

Também disse que seu reino não é daqui mostrando a natureza espiritual e não física do reino (embora haja claras promessas na Bíblia de que Jesus virá novamente a este mundo para estabelecer seu reino numa dimensão física); mas em momento nenhum tentou convencer Pilatos a nada. Ele não se defendeu naquela ocasião há dois mil anos atrás e não vai defender-se hoje. No livro do profeta Isaías, no velho Testamento, encontramos centenas de anos antes da manifestação do Cristo, uma profecia que já mostrava esta característica em Jesus:

"Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca."

Isaías 53:7.

Sua decisão também não contará com a autodefesa de Cristo. Você deve analisar muito bem esta questão, e decidir prá valer. Mas decida amigo, decida por você mesmo!

Permita-me mostrar-lhe neste capítulo que o grande erro de Pilatos foi sua omissão na decisão. Ele deixou que decidissem por ele e não fez O QUE SÓ ELE DEVERIA FAZER: tomar sua própria decisão e emitir seu próprio juízo! E é importantíssimo entender o que o levou a isto para que nós não sejamos igualmente induzidos a transferir a responsabilidade de julgar e decidir.

Existe um ensino enganoso por aí que diz que é Deus quem decide quem vai e quem não vai ser salvo, e que nada podemos fazer a respeito. Isto é distorção da Bíblia, pois Deus nunca escolheu uma pessoa para salvação e outra para perdição; as Escrituras são claras quando afirmam que "Deus deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (I Tm.2:5). Quem decide o que fazer com a salvação que Deus oferece por meio de Jesus, somos nós. E tudo começa com uma decisão: o que fazer de Jesus chamado Cristo. Foi Jesus mesmo quem ensinou isto:

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.".

João 3:16

A expressão "todo o que nele crê" mostra que é quem crê em Jesus que recebe a vida eterna. E crer no Senhor Jesus é uma decisão que pertence a cada um.

 

A NECESSIDADE DE DECISÃO

 

Há vários textos na Palavra de Deus que mostram que ao homem é facultado o direito de escolha. É o que chamamos de auto-determinação ou livre arbítrio.

O Pai celestial não nos criou como se fôssemos robôs programados para fazer só a sua vontade. Deu-nos o direito de escolha e, ainda que isto nos pudesse fazer voltar-se contra ele, capacitou-nos com o poder de escolha e decisão, o que valoriza a atitude de amor e obediência de nossa parte porque não é imposta.

Desde o início da relação Deus-homem apresentada na Bíblia, no jardim do Éden, o homem é visto com o direito de escolha. O Senhor lhe disse o que deveria fazer: lavrar e guardar o jardim (Gn.2:15); e também a única coisa que não poderia fazer: comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn.2:16,17). E por favor, não diga que era um pé de maçã, pois não suporto ouvir isto!

A Bíblia diz que era uma árvore espiritual, com o poder de afetar espiritualmente a vida do homem. Até ser separado de Deus pelo pecado o homem convivia livremente com as duas dimensões: o reino natural e o espiritual. Enfim, Deus disse o que não podia e porque não podia, mas não impediu o homem de desobedecer. Boas escolhas trariam boas conseqüências, e más escolhas trariam más conseqüências, mas quem tinha que pesar as coisas e decidir era o homem, e isto nunca foi inibido por Deus.

Um texto que mostra nitidamente que o Senhor nos faculta a escolha, encontra-se no Pentateuco, uma das primeiras porções escritas da Bíblia:

"Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la.

Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires, então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres."

Deuteronômio 30:15-18.

Note que o Senhor Deus não apenas diz que há dois caminhos, mas é justo em advertir quais as conseqüências de cada caminho. Depois, na continuação da mesma palavra, Ele enfatiza a escolha e opina qual a escolha correta:

"Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó."

Deuteronômio 30:19,20.

Durante a história de Israel (o primeiro povo a quem Deus se revelou, fazendo uma aliança com os patriarcas da nação), muitas vezes esse povo misturava suas crenças com as dos outros povos que não temiam a Deus, e em vez de escolhas, faziam misturas. Ainda hoje isto acontece muito; em vez de escolherem entre Deus e o pecado, as pessoas tentam misturar os dois e ficar com um pouco de cada.

Um exemplo vivo disto é o carnaval, onde depois de vários dias de festa, imoralidade, bebedeira, drogas e tantas outras coisas nocivas ao ser humano, a religião ainda sustenta que tudo deve terminar numa quarta-feira de cinzas e "arrependimento"! Planeja-se o pecado e seu posterior arrependimento antes de tudo acontecer. Isto é uma forma de não ter que escolher, mas poder misturar as duas coisas... Só que o detalhe é que Deus não aceita isto. Nunca aceitou e jamais aceitará! Cada vez que isto aconteceu com o seu povo, o Senhor exigiu uma postura, uma decisão. Quero mostrar isto em dois textos que refletem esta exigência em duas ocasiões distintas:

"Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR.

Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR."

Josué 24:14,15.

Estas palavras são de Josué, o sucessor de Moisés e quem fez o povo entrar na terra prometida. Note que ele usa a palavra "escolhei". As seguintes são de Elias, profeta que confrontou muito sua geração por seus pecados:

"Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu."

I Reis 18:21.

Inicialmente o povo nada respondeu, embora depois de terem visto uma grande manifestação de Deus tenham se prostrado e declarado que o Senhor era Deus e não Baal. Mas este silêncio mostra que as pessoas não somente tem uma tendência às misturas (em vez de escolhas), como teimam em permanecer nelas! Precisamos aprender a decidir, e decidir bem.

 

A OMISSÃO DE PILATOS

 

A grande e principal falha de Pilatos foi não ter usado seu direito e também dever de decisão. Ele não culpou nem absolveu Cristo, deixou o povo fazer isto.

Mencionamos a pressão política na qual ele se encontrava. Os judeus o pressionaram publicamente com estas palavras: "Se soltares a este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César" (Jo.19:12). Mas não era apenas o temor de se indispor com Roma, mas também o de perder a influência sobre os judeus; ele precisava agradar, manter sua popularidade e um confronto e desgaste tinha que ter uma razão muito séria, o que ele não via no julgamento de Jesus. Além disto havia o lado pessoal; inocentar Jesus publicamente implicava em parecer-se com um seguidor dele; implicava em estar admitindo que Jesus era rei, e isto lhe custaria caro, não só politicamente como também para seu próprio orgulho.

No meio de toda esta pressão, parecia-lhe mais sábio não decidir. Mas uma decisão tinha que ser tomada, afinal de contas era um julgamento! Que fazer, então? E aí que ele toma a atitude de decidir sem ter que decidir. Ou seja, apenas administrar a decisão coletiva, transferindo a responsabilidade ao povo e deixando que eles conduzissem a situação.

O governador queria fazer isto sem parecer que estava fazendo. Ele sabia que o povo estava contra Cristo, e não o entregou assim abertamente aos acusadores. Pilatos tentou uma saída mais clássica, soltar Jesus sem parecer que o soltava por achá-lo inocente. Era comum perdoar e soltar um preso (culpado e julgado como tal) na páscoa, uma data religiosa no calendário judeu. Então, em vez de defender a inocência de Jesus, o que não seria aceito pelos judeus, ele propõe soltar Jesus como se fosse um preso sendo perdoado.

Com isto ele estaria condenando Jesus e ao mesmo tempo aplacava sua consciência ao soltá-lo. Só que Pilatos não queria fazer isto tendo a decisão sobre si. Ele faz o povo escolher entre o que lhe parecia ruim e o pior. O ruim era ter Jesus tão perto da prisão e vê-lo solto, mas aos olhos de Pilatos, o que ele lhes propõe em seguida parecia ser pior: soltar Barrabás, um preso notório da época condenado à pena de morte por sedição e homicídio.

O governador achou que o povo morderia a isca, e preferiria soltar Jesus em vez de Barrabás, mas não deu certo! O povo escolheu o homicida e pediu a morte de Jesus. Pilatos tentou contra- argumentar, mas somente tentando mudar a opinião da multidão, sem tomar sua própria decisão. Foi em vão. Vendo que não conseguia manipular o povo, entregou-se à vontade da maioria e condenou Jesus, fazendo um teatro para sua própria consciência – lavar as mãos e dizer com isto: eu sou inocente e vocês culpados. Mas o que ele não parecia perceber era que sua omissão significava CUMPLICIDADE; ou seja, o governador lavou as mãos, mas elas permaneceram sujas com sangue inocente.

O grande erro de Pilatos foi não decidir. Ele deixou que os outros fizessem isto por ele. Deus espera que você decida, mas não pense que você está assim tão distante de sofrer a pressão que sofreu o governador romano, só pelo fato de não ser um político. O problema de Pilatos não era a política, mas um sentimento que vive na carne de todo ser humano, e que eu chamo de transferência de responsabilidade. A humanidade é assim desde o princípio. A Bíblia relata que desde que o primeiro casal pecou já passou a existir este comportamento:

"Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.

E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.

Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?

Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.

Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi."

Gênesis 3:8-13.

Observe que quando Deus pergunta a Adão o que ele fez, não há uma admissão de culpa, mas uma transferência de responsabilidade. Ele diz: "A mulher que o Senhor me deu foi quem me deu de comer". Com isto ele está praticamente dizendo duas coisas: 1) Se o Senhor não tivesse me arrumado a mulher, nada teria acontecido; 2) Se alguém tem que ser punido não sou eu, é ela. Com isto ele transferiu parte da culpa (de modo indireto) a Deus e o resto à sua esposa. E ela, por sua vez, ao ser questionada, também nada admitiu, mas transferiu a responsabilidade para a serpente: "A serpente me enganou, e eu comi"; com isto ela estava dizendo que errou não porque quis, mas porque foi enganada e pressionada a isto.

Todo ser humano sofre disto e ainda tem que lutar com sua necessidade de aceitação, porque é um ser social e não consegue viver isolado, o que leva a ceder muitas vezes à pressão da maioria. Pilatos ouviu dois tipos de vozes: a advertência divina que veio pelo sonho de sua esposa e a voz do povo, da maioria.

A primeira voz, a advertência divina, veio sem pressão e sem cobrança, apenas como um aviso, como um conselho. É assim que Deus muitas vezes tem falado ao seu coração de muitas maneiras. Pode ser por uma pregação, pelo testemunho de alguém que já tem se decidido quanto ao senhorio de Jesus, pode ser por leituras bíblicas, e creio que nesta hora Ele está usando esta literatura como um canal para que a advertência divina chegue ao seu coração... São muitos os meios e maneiras que Deus usa, mas o fato é que Ele continuamente está enviando sua advertência a cada um de nós: "Veja bem o que você vai decidir; decida bem".

A segunda voz que o governador ouviu, a voz da maioria, também chega a nós constantemente; mas, diferente da advertência divina, ela vem fazendo pressão, vem com cobranças e até com deboches: "Se o soltares não és amigo de César... você está reconhecendo-o como rei?" Esta voz se manifesta todos os dias, nas casas, lugares de trabalho, salas de aula, entre os amigos, em todo lugar! Cada vez que alguém tentar ouvir a advertência divina, ela estará lá dando contra. Ela não dá sossego a ninguém e confronta continuamente. A mentalidade da maioria das pessoas está contra o verdadeiro evangelho. Até aceitam um pouco de religião, mas ao evangelho em sua essência e pureza, com seu alto nível de compromisso chamam de fanatismo, exagero, e coisas assim. Cristo nos advertiu que seria assim:

"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia."

João 15:18,19.

Pôncio Pilatos fraquejou e não teve coragem de encarar a maioria. E se você decidir corretamente e aceitar o senhorio de Cristo, estará nadando contra a correnteza, estará andando na contra-mão do sistema. Terá de enfrentar a oposição de muita gente, e isto não acontece quando alguém se emociona com Jesus, mas quando se DECIDE por Ele. A decisão é algo racional e envolve fé e determinação; precisa de perseverança para não se ficar no meio do caminho. Mas temos uma promessa: "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo." (Mt.24:14).

Muita gente deixa de decidir e acaba permitindo que outros decidam por elas. Querem seguir a Cristo, mas não sabem lidar com a zombaria dos amigos que vão intitulá-lo como "careta" e "crente". Não conseguem encarar a pressão e cobrança dos familiares por ferir a tradição. Mesmo que a maioria nem pratique o que herdou dos ancestrais vivem dizendo: "Eu nasci assim e vou morrer assim". E se alguém levar muito a sério a fé em Jesus vai parecer fora do normal!

Mas você não pode se espelhar em Pilatos, tem que fazer a diferença, tem que confrontar se for necessário, mas tem que decidir. Quase ninguém rejeita Cristo porque pondera a respeito e acha de fato melhor ficar sem ele; a verdade é que quem não se submete ao senhorio de Cristo está deixando os outros decidirem em seu lugar; a pessoa pode até estar querendo, mas não tem coragem de se decidir por Jesus!

Não vá no embalo da maioria, tome sua própria decisão e deixe que os outros tomem as deles. E não se esqueça: no que diz respeito à salvação de sua alma eterna, a omissão é seu pior inimigo. Foi o de Pilatos e será o seu.

Podemos cair no engano de pensar que a omissão é mais amena do que ir contra, mas é a mesma coisa; é cumplicidade. E o Senhor Jesus posicionou-se acerca disto, ensinando um princípio para o qual devemos atentar:

"Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha."

Mateus 12:30.

Se você não se posiciona decidindo-se por Jesus, ainda que esteja apenas deixando que outros escolham em seu lugar, você está em falta. Se não está defendendo ao Senhor Jesus como rei que é, então você está contra. Se não está ajuntando, então está espalhando. E se você acha radical, eu concordo, mas é assim, e quem decidiu que fosse assim foi o próprio Cristo. Se alguém tentar amenizar esta mensagem estará indo contra Cristo e a autoridade de sua Palavra. Não há desculpas, não há justificativas, temos que decidir o que fazer de Jesus chamado Cristo. E uma vez tomada a decisão, sustentá-la.

Já nos dias de Jesus havia aqueles que criam nele mas não tinham coragem de enfrentar a maioria para não perderem sua aceitação no meio dos judeus. A psicologia de grupo falava mais alto do que a fé do coração:

"Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus."

João 12:42,43.

Não me admira que isto tenha ocorrido entre as autoridades! O orgulho sempre leva o homem a esforçar-se para parecer o que não é. Quanta pose, quanto fingimento, quanta falsidade! Que falta de caráter, de identidade! Crer e fingir que não se crê a fim de não perder privilégios. Deus não aceita isto. Jesus disse que se alguém não quiser experimentar AS RENÚNCIAS, não pode ser seu discípulo.

Omissão – este foi o erro de Pilatos. Ele tinha uma decisão pessoal no coração, mas não teve coragem de sustentá-la. O mesmo ocorreu com estas autoridades em Israel. Criam em Jesus mas não tinham coragem de sustentar sua fé para não sofrer perda de privilégios.

Precisamos aprender não com estes, mas com os que fizeram as escolhas certas, ainda que custosas, como Moisés, por exemplo:

"Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.

Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível."

Hebreus 11:24-27.

Este homem de Deus trocou o palácio em que crescera e fora educado, para estar entre os escravos de seu povo. Depois abandonou o Egito, passando anos no deserto. E sabe por que Ele fez estas trocas? O texto diz que foi porque contemplava o galardão. Há uma recompensa para todo o que crê e sustenta sua fé, e é isto que tornava para Moisés a vergonha de Cristo (da perseguição por causa da fé) mais valiosa que os prazeres do palácio. A Bíblia ainda diz que ele ficou firme "como quem vê o invisível". Ninguém via o que ele via, mas ele não se importava e nem ligava para o que os outros achavam ou deixavam de achar; o que interessava é que ele sabia o que tinha escolhido. Isto é decisão e não omissão!

Pilatos figura a omissão que se deriva da falta de conhecimento e Moisés figura a decisão firme daquele que decide conhecendo o motivo e a recompensa de sua decisão. O conselho divino é que nos espelhemos na atitude de Moisés e procedamos de igual maneira.

 

 

 

 

 

 

 

 

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