O CRIADOR DO HOMEM
O CRIADOR DO HOMEM “ONDE ESTÁS?” - (Genesis1-3)
“Também disse Deus: ‘Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra’. Criou Deus, pois, o homem á sua imagem, á imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeita-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra’
E
Deus disse ainda: ‘Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se
acham na superfície de toda terra, e todas as árvores em que há fruto que dê
semente; isso vos será por mantimento’. E assim se fez. Viu Deus tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia. Gn.1:26-31
O
sentido real de imagem é fornecido
na instrução sobre o domínio da terra que vem imediatamente a seguir. Por que
da á humanidade essa versão do domínio divino? Porque a humanidade se transforma,
assim numa melhor imagem do “nós”
que comanda a criação. E por que fecundidade e multiplicação? Porque, quando os
seres humanos se reproduzem, são a imagem de seu criador em seu ato criativo. A
reprodução produz reproduções, imagens:
os filhos não se parecem com os pais? O motivo para tudo aquilo que precede a
criação da humanidade é, em última análise, prover o ato culminante com o qual
Deus cria outro tipo de criador.
Repetindo:
Deus faz o mundo porque quer a humanidade, e quer a humanidade porque quer uma
imagem. Outros motivos podiam estar igualmente em jogo. Para citar um
relacionado ao antigo Oriente Próximo, ele podia querer um servo. Para escolher
outro, posterior em sua própria história, ele podia querer uma amante. Podia
querer até um adorador. Mas neste ponte ele não é __ a julgar por tudo o que
diz __ um Deus que deseje amor ou adoração ou qualquer outra coisa que se possa
citar com facilidade. Ele que uma imagem: mas por que haveria de querer isso?
Neste ponto, só podemos “adivinhar”.
Deus é reservado em sua maneiras, mas o que ele está escondendo? Ouvimos que fala o plural “nós”, que diz “nossa” imagem e queremos saber mais. Se “nossa” imagem é macho e fêmea, será que “nós” também é macho e fêmea? Essa inferência seria a mais lógica e imediata, mas nada do que vem em seguida parece corroborar isso. O texto fala de Deus no masculino e no singular. E se esse Deus tem uma vida privada ou mesmo, por assim dizer, uma vida social entre outros deuses, ele não nos admite nela.
Ele parece estar inteiramente sozinho, não apenas sem esposa, mas também sem irmão, sem amigo, sem servo, sem nem mesmo um animal místico. Sua vida está a ponto de enredar-se definitivamente na determinação de sua imagem de produzir imagens próprias. Porém, se faltavam á vida de Deus laços humanos, que tipo de vida levava? Só podemos “adivinhar”. Não existe nenhum indício, humano, de esforço em sua atividade.
Os Seis Dias da Criação não têm nenhuma semelhança com os Doze
Trabalhos de Hércules, cheios de músculos em ação e suor escorrendo. Soberania
inquestionável e sem esforço é o seu traço característico, portanto, sua VIDA
nada tem a haver com os mitos gregos. E, no entanto, no sétimo dia, ele
descansa “de toda obra que, como
Criador, fizera”. Será que custou-lhe mais esforço do que percebemos de
momento? Será mais fraco do que demonstra?
O sexto dia da criação tem um resultado ligeiramente ambivalente. Seu mandamento ao macho e á fêmea que acabou de criar é: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a”, e o texto diz: “E assim se fez”. Mas ainda não se fez. O macho e a fêmea ainda não se mostraram, nesse momento, fecundos, ainda não se multiplicaram.
E deles Deus não diz diretamente, como diz de todas as suas
outras criações: “E Deus viu que era
bom”. O julgamento final, expresso pelo narrador, que misteriosamente lê a
mente de Deus, diz respeito apenas á criação como um todo: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”. “Muito” ocorre pela primeira e única
vez aqui, mas só depois de uma elisão ligeiramente perturbadora no que tange á
humanidade. E então, repentinamente, esse mergulho num dia inteiro de descanso.
Deus já é, nesse primeiro momento de sua história, uma mistura de fraqueza, de
determinação e “arrependimento.”
Um segundo relato da criação, de fonte original independente, começa em Gênesis 2:4. Aqui, “Deus” elohim, é substituído por “Senhor Deus”, yahwer elohim. A divindade é chamada por seu nome próprio, yahwer, com o substantivo comum (em vez de seu nome próprio alternativo) elohim acrescentado como adorno. A expressão “o Senhor”, que se usa por convenção para traduzir yahwer em todas as Bíblias em português, é de fato uma tradução da palavra hebraica edonay, literalmente, “meu Senhor”.
A
palavra edonay, que não se encontra
no texto, era usada pelos judeus piedosos de outrora como forma de referir-se a
Deus sem desrespeitar o sagrado nome próprio de Deus pronunciando-o Mais
adiante, em certos pontos de sua longa história, Deus será algumas vezes elohim, como mito maior freqüência yahwer, e algumas vezes será chamado
por algum de seus nomes ou epítetos menos freqüentes. Embora o texto considere
claramente todos esses nomes como referentes a um mesmo e único ser, esse ser,
como vemos, se conduz de maneira um tanto diversa quando sob seus diferentes
nomes no LIVRO do GÊNESIS.
O
segundo da criação __ que, numa leitura contínua, constitui mais uma seqüência
do primeiro relato do que uma alternativa a ele __ tem um foco mais delimitado,
aumentando a tensão entre o criador e a criatura humana. A humanidade não é
mais situada “na terra”, concebida
como um gigantesco paraíso natural no qual deve ser fecunda e multiplicar-se,
mas sim em “um jardim no Éden, na bando
do Oriente”, que Deus plantou e deu ao “homem”
para que plantasse e cuidasse. E o domínio que a humanidade deveria exercer
como imagem de Deus é também restringido: “De
toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem
e do mal não comerás; porque, no dia que dela comeres, certamente morrerás”
(Gn.2:17).
No
primeiro relato da criação algo é ordenado, mas nada é proibido. Agora, pela
primeira vez, existe uma proibição. Parece imposta no interesse do homem, mas
podemos conjeturar: se o homem deve dominar a terra (relembrando o primeiro
relato da criação), por que não lhe é permitido o conhecimento do bem e do mal?
Não é oferecida ao homem nenhuma razão para que obedeça, a não ser uma que não
faz nenhum sentido. E o Senhor Deus desta Segunda história da criação parece
notavelmente mais ansioso no confronto com sua criatura do que parecia o Deus
da primeira e porque?
O tom de ansiedade fica mais agudo quando o Senhor Deus cria a mulher. No contexto, este segundo relato pode ser lido como a história do que realmente aconteceu no sexto dia da criação, uma explicação de por que Deus, ao contrário de Deus, não vê o homem como bom nem mesmo por extensão.
Não, há algo errado como o homem, e sobre essa falho o Senhor Deus são pode dizer: “Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Mas todos os esforços do Senhor Deus para fabricar uma auxiliadora adequada acabam falhando. Ele traz para diante do homem “todos os animais do campo, e todas as aves dos céus”, num cortejo excepcional, e atribui ao homem o poderoso privilégio de dar nome a eles, mas “não achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea”. A implicação clara é que o homem rejeita todo o esforço divino de criar outras criaturas viventes: elas podem ser “boas”, mas não são boas para ele.
Não adianta fabricarmos pessoas para nós, só as nascida em
Deus, ou melhor dizendo, as nascida de Deus se torna importante para o homem. O
Senhor Deus, agora trabalhando de fato, é levado a um expediente extremo e cria
a mulher a partir de uma costela do homem.
O
homem, nas primeiras palavras faladas por um ser humano na Bíblia, celebra-a
com alegria, mas sem expressar nenhuma gratidão ou nenhum outro reconhecimento
pelo Senhor Deus:
“Esta, afinal,
é osso dos meus ossos e carne da minha
carne;
chamar-se-á Mulher,
porque do homem foi tomada”.
(Gn.2:23)
No primeiro relato da criação, o macho e a fêmea também nada dizem em resposta ao Deus que o criou, mas de sua parte Deus não parece esperar nada. Sua única expectativa é que sejam fecundante eles próprios, dominando a terra e servindo, assim, como sua imagem.
A primeira história da criação não contém, portanto,
nenhuma narrativa de transgressão humana e isto vem dizer que alguém
transgrediu e sabemos que o culpado foi Lúcifer e que, nos primórdios, antes de
Adão houve alguém responsável pelo pecado e que de alguma maneira passou para o
homem, através da alma pois Deus busca almas perdidas, daí o pecado já
existente no Éden e no mesmo a Árvore da Ciência do Bem e do Mal, aliás
composição do homem, duas leis que se guerreias, como disse Paulo. O homem
portanto é, no seu espírito propriedade
de Deus e na sua alma propriedade de
Lúcifer. Se o mundo está no maligno a alma da mesma forma, está mais não é
dele. Jesus veio tirar este direito luciférico e isto é claro em Cl.214.
Paulo
fala que devemos ser imitadores dele como ele foi de Cristo Jesus, só que Paulo
teve um encontro real com o Senhor. Paulo conhecia bem o Senhor pois só podemos
imitar o que conhecemos. Todo este material já escrito em cima é uma tentativa
pálida de passar a realidade de Deus para podermos imita-lo. Todo o material
que virá adiante nos dará melhor esclarecimento sobre a natureza do homem, o
mesmo ser que foi feito a imagem e semelhança de Deus e que a perdeu.
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