O PURGATÓRIO E O SANGUE DE JESUS
Nenhuma
doutrina ou tradição pode subsistir sem o respaldo da inerrante Palavra de
Deus. O discurso do Purgatório parece haver perdido nos últimos tempos seu
colorido, sua preferência no púlpito romano. Todavia, esse esdrúxulo ensino
está vigente, como veremos a seguir na palavra oficial do Vaticano:
* "Os que
morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados,
embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma
purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do
Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é
completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina
da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento.
Fazendo referência a certos textos da Escritura (1 Coríntios 3.15), a tradição
da Igreja fala de um fogo purificador. No que concerne a certas faltas leves,
deve se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que
afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma
blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século
nem no século futuro (Mateus 12.32). Desta afirmação podemos deduzir que certas
faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século
futuro. Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos,
da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu]
mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de
que fossem absolvidos de seu pecado" (2 Macabeus 12.46). Desde os
primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios
em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados,
eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as
esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram
purificados pelo sacrifício de seu pai (Jó 1.5), por que deveríamos duvidar de
que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não
hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por
eles" (Catecismo da Igreja Católica, pg. 290).
O presente
estudo objetiva dirimir dúvidas dos recém-convertidos ao Senhor Jesus, os
quais, provindos da Igreja de Roma, ficam, certamente, a meditar na
conveniência ou não de orar ou oferecer qualquer tipo de sacrifício em favor de
seus familiares falecidos. Sem o propósito de fazer proselitismo, serve também
à reflexão dos romanos, principalmente dos que, por falta de recursos
financeiros ou por esquecimento, não providenciaram a celebração de praxe, com
vistas a socorrer as almas sofredoras.
ANÁLISE DO DOGMA
* Lemos acima
os argumentos apresentados pelo catolicismo em defesa do dogma do Purgatório. A
Igreja de Roma admite que, "embora tenham garantida sua salvação
eterna" passam por uma purificação aqueles que "não estão
completamente purificados". A essência desse dogma está definida nessas
palavras: a salvação está garantida, mas os crentes em Jesus, responsáveis por
"faltas leves", precisam sofrer algum tipo de ajuste. Noutras
palavras, estão salvos do fogo eterno, mas não salvos do fogo do purgatório. O
Dicionário Aurélio assim define o Purgatório: "Lugar de purificação das
almas dos justos antes de admitidas na bem-aventurança". A Igreja de Roma
cita três textos bíblicos na exposição do seu dogma: 1 Coríntios 3.15; Mateus
12.32, e 2 Macabeus 12.46. Analisemos:
* 1 Coríntios
3.15:"Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será
salvo, todavia como pelo fogo". Nem no texto, nem no contexto, tal
passagem sugere a existência do purgatório. Se a obra de algum obreiro não
passar conveniente pela justa avaliação de Deus, tal obra será considerada
queimada, insuficiente, indigna. Em razão disso, o obreiro negligente, sofrerá
perdas (vergonha, perda de galardão, perda de glória e de honra diante de Deus)
por ocasião do tribunal de Cristo (Romanos 14.10; 1 João 4.17; Hebreus 10.30b).
Vejam: "A obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará,
porque pelo fogo será descoberta" (1 Coríntios 3.13). A expressão
"todavia como pelo fogo" pode ser entendida como escapando por um
triz, escapando com perdas e danos, tal como se escapa de uma casa pegando
fogo. Note-se: "como pelo fogo", ou seja: de forma semelhante a quem
escapa do fogo. O ministério vai abaixo porque não suportou o fogo da Palavra;
a obra se perde, não prospera, "mas o tal será salvo". Nada que
indique que iremos para o fogo.
* Mateus
12.32: "E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem,
ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será
perdoado, nem neste século nem no futuro"(ARC). Na tradução Revista
Atualizado (RA) diz "... nem neste mundo nem no porvir". Na Bíblia
Linguagem de Hoje: "... nem agora nem no futuro". A Igreja de Roma vê
aqui a possibilidade de pecados serem perdoados após a morte, e se vale de 2
Macabeus 12.46, que sugere expiação pelos mortos. O versículo nos diz que
rejeitar de forma contínua e deliberada a salvação que Cristo nos oferece, pelo
testemunho do Espírito Santo, resulta numa situação irreparável. O versículo
enfatiza que blasfêmia contra o Espírito Santo nunca será perdoada, em nenhuma
época. Marcos 3.28 esclarece melhor: "Na verdade vos digo que todos os
pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de blasfêmias, com
que blasfemarem. Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca
obterá perdão, mas será réu do eterno juízo". Nada indica sobre a
possibilidade de, no Purgatório, as almas serem perdoadas. Ademais, o texto
fala que TODOS OS PECADOS serão perdoados (qualquer tipo de pecado), não
havendo chance de os arrependidos levarem consigo "faltas leves" para
serem queimadas.
* 2 Macabeu
12.46: "É logo um santo e saudável pensamento orar pelos mortos, para que
sejam livres dos seus pecados"((Bíblia, edição católico-romana, tradução
do padre Antônio Pereira de Figueiredo, 1964). Macabeu e mais seis livros e
quatro acréscimos apócrifos (não genuíno, espúrio) foram aprovados em 18 de
abril de 1546 pela Igreja Romana, depois de acirrados debates, "para
combater o movimento da reforma Protestante", pois esses livros sem valor
doutrinário davam sustentação à idéia do Purgatório, da oração pelos mortos e
da salvação mediante obras. Macabeu, como os demais apócrifos, nunca foi citado
por Jesus, nem por qualquer livro canônico. Como diz Antonio Gilberto, "a
aprovação dos apócrifos pela Igreja Romana foi uma intromissão dos católicos em
assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do Antigo Testamento, o direito é
dos judeus e não de outros. Além disso, o cânon do Antigo Testamento estava
completo e fixado há muitos séculos". Noutras palavras, o livro de Macabeu
não é considerado de inspiração divina, não servindo, portanto, para o
conhecimento da verdade e crescimento espiritual. Ademais, os apócrifos foram
escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo Testamento e o Novo
Testamento, período em que cessou a revelação de Deus.
* O dogma do
Purgatório não explica com nitidez qual o objetivo das rezas em favor das almas
em estado de purificação. Ora, se houvesse Deus estabelecido um período para
purificação dos que cometeram "faltas "leves" (o que podemos
entender por "faltas leves? Quais?), antes de ingressarem no Céu, vale
dizer que esse estágio seria pra valer e deveria ser totalmente cumprido. Se
não cumprido, se não cumprida a etapa, não haveria expiação nem purificação. Se
a intenção é abreviar a permanência da alma no estágio ou amenizar seu
sofrimento, a atitude, embora com as melhores intenções, estaria contrariando
os planos divinos e dificultando, quem sabe, a rápida recuperação das almas ali
confinadas. Raciocínio idêntico se aplica à situação dos espíritos desencarnados
que, segundo ensino kardecista, necessitam viver outras vidas e morrer outras
mortes para obterem purificação. Assim, não se deveria amenizar ou suspender o
sofrimento desses espíritos porque estaríamos interrompendo o processo de sua
purificação.
* De outra
parte, a intercessão dos vivos em favor das almas no Purgatório não objetiva abrir-lhes
as portas do céu, porque, como o próprio dogma define, a salvação delas está
garantida. Ora, se estão salvas, estão na paz do Senhor. Se a passagem pelo
fogo é indispensável, o Purgatório não é uma maldição, mas uma bênção. O
Purgatório seria a porta de entrada do céu, a sala de espera. O Purgatório
seria certeza de salvação! O dogma diz isso. Então, fica a pergunta: faz alguma
diferença rezar ou não rezar pelos entes queridos que padecem no Purgatório?
Com reza ou sem reza não irão para o céu? Com ou sem reza, esmolas, penitências
ou velas não estão salvos? Tem algum cabimento orarmos por almas que já estão
com passagem comprada para o céu? Os fiéis economizariam milhões de dólares
diariamente se as rezas do sétimo dia fossem suspensas.
* A Igreja
Romana diz: "No que concerne a certas faltas leves, deve se crer que
existe antes do juízo um fogo purificador". Perguntamos qual o juízo a que
está sujeito o salvo? Os salvos comparecerão ao tribunal de Cristo (Romanos
14.10), após o arrebatamento da Sua Igreja, para avaliação/julgamento de nossas
boas obras (Efésios 6.8), atos (Marcos 4.22). "Todas as coisas estão nuas
e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas (Hebreus 4.13).
* Ainda que
admitida a hipótese de que a Igreja de Roma esteja se referindo ao tribunal de
Cristo (2 Coríntios 5.10), ficam mais frágeis os argumentos em defesa do
Purgatório diante da seguinte situação: Cristo virá "arrebatar" a
Igreja (1 Tessalonicenses 4.16-17); os salvos irão se encontrar com Cristo,
irão diretamente para o céu; os que forem arrebatados não passarão por nenhum
estágio, por nenhuma purificação, por nenhum fogo purificador. Vejam:
"Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles [os mortos em Cristo] nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4.17). A Bíblia não fala
da existência de qualquer estágio entre o arrebatamento e o céu. Pergunta-se:
Por que esses serão arrebatados sem a obrigação de passar pelo fogo, enquanto
os mortos em todos os séculos passam, necessariamente, pelo estágio da
purificação, segundo a crença romanista? Dois pesos e duas medidas no plano de
Deus?
O QUE DIZ A BÍBLIA SAGRADA
*
"Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam
segundo a carne, mas segundo o espírito" (Romanos 8.1). O apóstolo Paulo
aqui nos fala da vitória sobre o pecado. O Espírito Santo que em nós habita nos
liberta do poder do pecado. Quem anda em pecado não está liberto; não
experimentou o novo nascimento, não se converteu; continua andando conforme o
mundo. Para estes não há Purgatório que dê jeito. Para se libertar precisa
conhecer a Verdade, e a Verdade é Jesus Cristo (João 8.32, 36). Para quem morre
em Cristo não será condenado a estagiar no sofrimento do Purgatório.
* "Mas,
se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus Cristo seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João
1.7). "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1.9). Se
estivermos em Cristo, na fé e na obediência, não sobram pecados
"leves" para nos levar ao fogo do Purgatório. O sangue de Jesus nos
purifica de TODO pecado, de qualquer pecado. TODOS os pecados ser-nos-ão
perdoados.
* "Quem
nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no
unigênito Filho de Deus" (Palavras de Jesus, João 3.18). Quem ama, crê e
obedece a Jesus não será condenado ao fogo purificador.
* "Em
verdade vos digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43). Esta
foi a resposta que Jesus deu ao ladrão que se mostrou arrependido e clamou por
salvação. Ora, aquele ladrão com certeza carregava o peso de muitos pecados,
pecados leves e pesados. Se houvesse um estágio, como um terminal rodoviário em
que os passageiros ficassem a espera de prosseguir a viagem, a resposta de
Jesus talvez fosse diferente. A entrada daquele recém-convertido no céu estaria
condicionada a uma temporada no Purgatório. Não foi assim porque não há
condenação para os que morrem em Cristo Jesus.
* Jesus contou
a história de um homem que era rico, e de outro, chamado Lázaro, que era pobre.
O homem rico morreu e foi para um lugar de tormentos. Lázaro, pobre e temente a
Deus, foi para o Seio de Abraão (Paraíso), e não para o Purgatório. Se naquela
época existisse o dogma do Purgatório, e por Lázaro seus familiares tivessem
rezado, seria o mesmo que chover no molhado. Por outro lado, Abraão não esboçou
qualquer possibilidade de mudar a situação do rico. Indagado, Abraão disse que
os irmãos do rico poderiam livrar-se do tormento se dessem ouvidos a Moisés e
aos Profetas, ou seja, se dessem crédito à Palavra de Deus iriam para o
Paraíso, viver na Paz do Senhor; iriam para o mesmo lugar onde estava Lázaro.
Não se fala em Purgatório (Lucas 16.20-31).
* "Mas de
ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor" (Filipenses 1.23; 2 Coríntios 5.8).
Paulo foi um severo e cruel perseguidor de cristãos. Ao encontrar-se com ele,
Jesus perguntou: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" E adiante:
"Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (Atos 9.1-8). Esse homem teria
razões de sobra para imaginar que, antes de estar com Cristo, passaria por um
fogo purificador, e bota fogo nisso. O apóstolo Paulo nem desconfiava que cinco
séculos mais tarde a Igreja Romana iniciaria o ensino do dogma do Purgatório!
* "Sou o
que apago as tuas transgressões e de teus pecados não mais me lembro"
(Isaías 43.25). "Ainda que vossos pecados sejam vermelhos como o carmesim
se tornarão brancos com a lã" (Isaías 1.18). Se Deus mandasse alguém para
o fogo purificador estaria se lembrando dos pecados que foram perdoados. Deus
estaria indo de encontro à sua Palavra Ora, se Ele perdoa os pecados mais
pesados ("vermelhos como carmesim"), não perdoaria os mais leves?
Deus passa uma esponja no quadro negro de nossos pecados, quando buscamos a Sua
face com sincero arrependimento. Deus apaga as nossas transgressões. Apagar
significa extinguir. Não há como, portanto, carregarmos faltas leves após
morrermos em Cristo Jesus. O perdão de Deus não é condicional.
*
"Perdoa-nos as nossas dívidas" (Mateus 6.12). A oração do Pai Nosso
foi ensinada por Jesus. Deus perdoaria, mas ficaríamos devendo? Não oramos a um
Deus surdo, mudo e paralítico. Oramos a Deus Todo-poderoso, que ouve, vê,
sente, ama, cura, perdoa e salva. E vejam o que Ele afirmou: "Se o meu
povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e
se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e PERDOAREI OS
SEUS PECADOS, e sararei a sua terra"(2 Crônicas 7.14).
* "Pois
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é Dom de
Deus" (Efésios 2.8) "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23).
Dar-se-ia o caso de Deus prometer vida eterna como um dom gratuito, mas depois
exigir alguma espécie de pagamento? Se temos a fé em Cristo, temos a graça e a
salvação. Junto viria o Purgatório? Ora, o sacrifício de Jesus foi exatamente
para levar consigo nossas dores, pecados e sofrimentos. A Sua morte expiatória
nos proporcionou vida eterna. Jesus nos prometeu "vida com
abundância" (João 10.10), isto é, vida plena de paz; vida com certeza da
salvação; uma vida que anseia encontrar-se com Ele. Uma vida cheia de incertezas,
de lembranças do fogo purificador; uma vida que sabe da existência de um
sofrimento no além, não é uma vida abundante.
* "Se,
pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres" (João 8.36).
Estaríamos livres apenas dos pecados maiores, mas não totalmente livres das
faltas leves? E por essas leves faltas iríamos para o fogo do Purgatório?
Verdadeiramente livres da escravidão do pecado, porém não livres das labaredas
purificadoras? É evidente que os salvos não sofrerão as penas do Purgatório. Jesus
sofreu esse "Purgatório" por nós; carregou sobre si as nossas dores,
sofreu nossos sofrimentos, "para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna" (João 3.16). O diabo adoraria ver um filho de
Deus no fogo brando do Purgatório!
* "Mas
este [Jesus], havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está
assentado para sempre à destra de Deus" (Hebreus 10.12). O sacrifício de
Jesus foi único e suficiente para nos conceder graça, perdão, justificação e
salvação. Nada mais precisamos fazer. O pecado foi vencido no Calvário, e
"em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos
amou" (Romanos 8.37).
É importante
registrar que à página 351 do seu Catecismo a Igreja de Roma declara que
"pelo Batismo todos os pecados são perdoados: o pecado original e todos os
pecados pessoais, bem como todas as penas do pecado. Com efeito, naqueles que
foram regenerados não resta nada que os impeça de entrar no Reino de Deus: nem
o pecado de Adão, nem o pecado pessoal, nem as seqüelas do pecado, das quais a
mais grave é a separação de Deus". E adiante declara: "O Batismo não
somente purifica todos os pecados, mas também faz do neófito uma criatura
nova..." Com relação às criancinhas fica difícil imaginar que já carreguem
pecados pessoais. Mas o que desejamos dizer é que, na doutrina do batismo, a
Igreja de Roma concorda que Deus perdoa TODOS os pecados, e as penas
resultantes. Já na doutrina do Purgatório os pecados não são totalmente perdoados.
Uma incongruência!
Como vimos, o
dogma do Purgatório não encontra qualquer amparo nas Sagradas Escrituras. Se
Deus não criou o Purgatório, quem o inventou? Eis a resposta: "A Igreja
formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de
Florença e de Trento" (Igreja de Roma, Catecismo, pg. 290). Então, o lugar
chamado Purgatório foi invenção de homens. "SEMPRE SEJA DEUS VERDADEIRO, E
TODO HOMEM MENTIROSO" (Romanos 3.4). Ainda bem que Jesus derramou seu
sangue por nós, e o Seu sangue nos lava e purifica de todo pecado.