A Transfiguração
de Cristo
Quando Deus veio à terra, na pessoa de Jesus, adotou uma
forma humana. Fisicamente, Jesus se parecia como qualquer outro homem. Ele teve
fome, sede, cansaço, etc. Sua divindade foi vista apenas indiretamente, em suas
ações e suas palavras. Mas, numa ocasião, a glória divina interior de Jesus
resplandeceu e se tornou visível. A história é contada em Mateus 17:1-8: Seis
dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou,
em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto
resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis
que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro a Jesus:
Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua,
outra para Moisés, outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem
luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu
Filho amado, em quem me compra-zo; a ele ouvi. Ouvindo-a os discípulos, caíram
de bruços, tomados de grande medo. Aproximando-se deles, tocou- lhes Jesus,
dizendo: Erguei-vos e não temais! Então, eles, levantando os olhos, a ninguém
viram, senão Jesus.
A Glória de
Cristo
A Bíblia revela um Deus unido, composto de
três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. João 1:1-2 diz: "No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".
Jesus estava com o Pai desde o princípio, compartilhando de sua natureza
divina. Então, Jesus deixou o céu e veio à terra. "E o Verbo se fez
carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
glória como do unigênito do Pai" (João 1:14). Fisicamente, Jesus tinha
todas as características de um homem; espiritualmente, ele compartilhava da
natureza de Deus. Na transfiguração, sua glória interna tornou-se visível
externamente. Temos que chegar a ver em Jesus a glória de Deus. Uma razão por
que Jesus se tornou um homem foi para manifestar a natureza de Deus. Jesus é
"o resplendor da glória" de Deus e "a expressão exata do seu
Ser" (Hebreus 1:3). Ele reflete perfeitamente a natureza e o caráter
de Deus. Quando olhamos para Jesus, podemos ver "a glória do
Senhor" (2 Coríntios 3:18 - 4:6). A conversa de Jesus com Filipe
ilustra estes pontos: "Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis
também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe
Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há
tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem vê a mim vê o Pai;
como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está
em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que
permanece em mim, faz as suas obras" (João 14:7-10). Jesus é a
revelação, a manifestação do Pai (João 1:18). Você já pensou no que Deus faria,
diria ou pensaria se fosse um homem? Olhe para Jesus. Tudo o que Jesus disse e
fez foi exatamente o que o Pai diria e faria se viesse à terra como um homem.
Que pensamento espantoso: Deus se revelou a nós em forma humana. O reconhecimento
da glória do Pai, em Jesus, torna o estudo da vida de Cristo uma experiência
profundamente comovente.
A Autoridade de
Cristo
As religiões são, freqüentemente, baseadas
em ensinamentos, filosofias, visões, etc. A religião de Cristo é baseada na
História. Pedro, um dos três que testemunharam a transfiguração, indicaram-na
como evidência de que o evangelho não era uma fábula ou lenda: "Porque
não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo
seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas
oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e
glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu
Filho amado, em quem me comprazo. Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos
quando estávamos com ele no monte santo" (2 Pedro 1:16-18). Este
exemplo coloca Jesus numa categoria totalmente diferente da dos líderes de
outras religiões do mundo. Qual deles foi transfigurado? A fé em Cristo não é
um salto no escuro, mas um passo razoável baseado em evidência histórica
concreta.
Jesus está acima
de tudo. Ele possui toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18). Ele
está "acima de todo o principado, e potestade, e poder, e domínio, e de
todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no
vindouro" (Efésios 1:21). Jesus merece nossa honra, respeito, adoração
e obediência. O Cristo que é soberano sobre o universo inteiro, deverá reinar
também sobre minha vida. Muitos há que reagem como Pedro. Quando viu Jesus,
Moisés e Elias, juntos na montanha, ele recomendou a construção de três tendas.
Que Pedro sugerisse três tendas já era admirável. Moisés era o grande
legislador e libertador do Velho Testamento. Elias estava entre os maiores dos
profetas do Velho Testamento, arrebatado da terra sem morrer. Quão maravilhoso
estar na presença deles! Podemos entender o desejo de Pedro de construir uma
tenda para Moisés e outra para Elias. Mas, por que três tendas? Ah, ele
estava elevando Jesus à mesma posição: Vamos dar para ele uma tenda também!
Para Pedro, em vista da sua herança judia, ter posto Jesus a par com os grandes
Moisés e Elias era algo admirável. A resposta de Deus mostrou que não deveria
haver três tendas, nem duas, mas uma só. "Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo; a ele ouvi". Moisés desvaneceu. Elias desapareceu.
Somente Jesus permaneceu. Devemos construir somente uma tenda. Muitos constroem
mais. Muitos constroem tendas para Moisés e Elias, não reconhecendo que não
estamos mais sob a lei do Velho Testamento. Muitos constroem tendas para
grandes líderes religiosos: Buda, Kardec, Joseph Smith, Ellen G. White, Edir
Macedo, etc. Muitos levantam tendas para os pais, bem junto da tenda para
Jesus. Outros armam uma tenda para sua igreja ou tradição religiosa.
Colossenses 2 diz, vigorosamente, que toda a sabedoria, todo o conhecimento e a
plenitude da divindade estão em Cristo. Portanto, "Cuidado que ninguém
vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos
homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo" (v. 8).
Temos que aceitar nada mais, nada menos do que Cristo. Ele tem toda a
autoridade no céu como na terra.
A Transfiguração
dos Seguidores de Cristo
"E todos nós, com o rosto desvendado,
contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de
glória em Glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (2
Coríntios 3:18). Temos que permitir que nossas vidas sejam transformadas pela
glória de Cristo. Deus quer que compartilhemos de sua natureza divina (2 Pedro
1:4), e que Cristo habite em nós (Colossenses 1:26-28; Gálatas 4:19; Efésios
2:19-22). Paulo escreveu: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou
eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne,
vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por
mim" (Gálatas 2:19-20). Imagine-se acordando uma noite, com Jesus ao lado
de seu leito. Você deixa seu corpo e Cristo entra nele. Agora, seu corpo ainda
pareceria exatamente o mesmo. Mas de agora em diante é Cristo quem realmente
habita em seu corpo. É claro que este evento não ocorrerá exatamente assim, mas
seu resultado tem que ser assim. Tenho que permitir que minha vida, minhas
ações, minhas palavras e até meus pensamentos sejam moldados como a imagem de
Cristo. Mas como podemos realizar esta transformação? Depois que Moisés esteve
na presença de Deus, sua face mostrou-se tão brilhante que ele teve que
cobrí-la com véu para que as pessoas pudessem olhar para ele. Paulo usa isto
como uma ilustração de nossa transfiguração por Cristo (2 Coríntios 3). Temos
que olhar para Cristo e deixar sua imagem nos transformar. Esta mudança ocorre
através do conhecimento de Cristo (2 Pedro 1:2-8; Colossenses 1:26-28). Em
nosso estudo das Escrituras, temos que olhar para Cristo e começar a agir como
ele agia, falar como ele falava e pensar como ele pensava. Temos que chegar a
conhecer Cristo tão intimamente (por meio das Escrituras) e admirá-lo tão
profundamente que o imitamos em cada pormenor. Muitas pessoas religiosas acabam
fazendo umas poucas mudanças externas e chamam a isso cristianismo. Mas a
glória de Cristo era interna. Temos, não somente, que vestir uma máscara
religiosa, mas temos que deixar a vida de Cristo renovar nossas vidas de dentro
para fora. Somente então Cristo terá terminado sua obra em nossas vidas.
- por Gary Fisher
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