segunda-feira, 4 de maio de 2015

O JUSTO É RECOMPENSADO



O JUSTO É RECOMPENSADO
“Fui moço, e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.” (Salmos 37:25)
Este versículo tem uma beleza extraordinária em sua mensagem principal: A disposição divina em atender o justo em suas necessidades e, além dele, sua descendência.
Porém hoje, o ouvi pela enésima vez e meditei na mensagem, não diria oculta, mas intrínseca na frase do salmista. Naquilo que ele disse sem palavras. Davi, mesmo sem dizer, fala de sua mocidade e capacidade de contemplação; fala que enquanto moço sua mente ocupava-se também em perceber o trabalhar do Senhor na humanidade, no seu meio.
Ele pode perceber em sua juventude a presteza do grande SENHOR nosso DEUS em atender o justo e aqueles que descendem dele.
O mundo, suas inovações e futilidades nos tem ocupado tanto o pensamento; crianças, velhos, adultos e, numa escala maior os jovens deixam-se levar pelas distrações que lhes são oferecidas a cada dia.
E admitamos, elas parecem atraentes! As novas tecnologias, a internet, os celulares, as inovações da indústria cinematográfica, os programas televisivos nos tem fascinado mais que a contemplação das obras do Senhor e seus feitos em nosso meio e em nossa história.
Jesus, em diversas oportunidades nos convidou a olhar os “lírios do campo”, as “andorinhas”, o “aspecto do tempo”; ele sabia que veríamos muitas coisas, que aprenderíamos muito contemplando.
A palavra do Senhor, a Bíblia em sua mensagem nos convida a conhecer e se relacionar com Deus através da sua criação, fala ainda que os homens são indesculpáveis porque; vendo tudo isto não se prostram e reconhecem a existência de um Senhor soberano.
O mesmo Davi no salmo oito mostra mais uma vez seu amor pela criação e o quanto isto inspirava sua devoção e amor ao Senhor dizendo:
“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste. Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?”
Agostinho, um dos pais da igreja escreveu: “Observe, com atenção, o céu e a terra, a força das sementes, a ordem dos tempos. Fique de olho nos fatos e busque aquele que os criou. Creia naquele que você não vê, por causa daquilo que vê. […] Admiremos o Deus invisível através de suas obras visíveis.”
Temos sido omissos em perceber o Senhor e seu trabalhar em nos. Não olhamos mais para o céu, a terra, as sementes, a ordem dos tempos. Os fatos que tem algo a ver com as verdades da palavra do Senhor já não nos encantam como outrora.
Não temos a disposição que Davi tinha em ser contemplativo desde sua mocidade até sua velhice. Deixamos as coisas passarem alheias a nosso olhar. Alienamos-nos daquilo que realmente é importante para nós e acabamos vazios de Deus e cheios de futilidades.
Nossa sina é não ter o que dizer; ser insignificante; passar despercebido porque nossa fala é tão rasa quanto aquilo que nos atrai.
O salmista um dia, mesmo velhinho, parou para pensar e lembrar tudo o quanto tinha visto desde sua mocidade e entre tantas coisas disse: (grifo meu) “Desde a minha mocidade até o dia de hoje tenho estado a contemplar as obras do Senhor e suas intervenções em nossa história.
Sua perfeição tem me atraído e me seduzido ao longo de minha vida.
Tornei-me um apaixonado pelas obras do Senhor. E destes momentos de contemplação tenho extraído belas lições, uma destas é que Ele tem abraçado a causa dos justos. Nunca vi um deles desamparados e nem seus filhos e filhos de seus filhos a mendigar o pão.”
Davi viu muitas coisas; aprendeu grandes lições. O que temos aprendido que nos fará sábios aos olhos do Senhor amanhã quando formos velhos e abrirmos nossa boca?
Ev. Jean Rodrigo Batista

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