MUNDANISMO: MOEDA VIL
Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos. (APOCALIPSE 18.4)
A Aliança de Evangélicos Confessionais, reunida em Cambridge, Massachusetts, em 1996, fez um pedido clamoroso a todos os crentes para que se arrependessem do mundanismo infiltrado na vida da igreja.
Disse: “Convocamos a igreja, em meio a nossa cultura moribunda, para que se arrependa do seu mundanismo, para que recupere e confesse a verdade da Palavra de Deus como fizeram os Reformadores, e para que veja essa verdade incorporada na doutrina, no culto e na vida”.
De lá para cá, essa voz está cada vez mais fraca e abafada pela Babel de vozes. As igrejas evangélicas se multiplicam feito praga de gafanhotos. O que explica esse crescimento geométrico? Será que estamos vivendo época de genuíno avivamento?
Não. Não há avivamento sem fé na verdade e arrependimento genuíno! O que vemos multiplicar-se não são igrejas, mas sinagogas de Satanás. Há uma seção na Confissão de Westminster que diz: “algumas [igrejas] tem se degenerado tanto que deixam de ser igrejas de Cristo, tornando-se sinagogas de Satanás” (XXV,§V). As referências são: Ap 18.2 e Rm 11.18-22. –
Muitas igrejas históricas já perderam totalmente seu caráter de verdadeira igreja de Cristo. Ou você acha que não há degeneração?
Contudo, o mundanismo é tão arraigado que as antigas doutrinas da graça estão sendo condenadas como heresia diabólica pela maioria do povo que se diz cristão! E nós ainda não vimos nada!
A igreja contemporânea transformou-se, em grande parte, em uma filosofia de entretenimento e boas atitudes mentais, um evento para espectadores. O mundanismo tem muitas facetas e é demasiadamente flexível e relativista. A história da igreja e das doutrinas cristãs está sendo deletada num clique.
Justificação, Santificação, Soberania de Deus, Graça, etc, estão sendo apagadas e substituídas por um evangelho diluído em psicologia, hermenêutica alegórica, sociologia, auto-ajuda, pluralismo, antiintelectualismo, enfim, todas as vilezas do mundanismo.
Pessoas que não oram como pecadores na presença invocada do Deus Santo, mas como financiadores que querem retorno líquido e certo, tornam-se um alvo fácil para as influências essencialmente mundanas. E muita gente está sendo possuída, não pelos demônios, mas pelo sentimentalismo manipulado por “neuropastores”. Enquanto o povo chora em toda a sua sensibilidade, os lobos carniceiros viajam para Israel.
O mundanismo está no “controle” (temporário), pois tem influenciado a perspectiva ética da igreja, e conseqüentemente as atitudes religiosas também são controladas por ele.
Quantos crentes não estão sendo levados pela “síndrome de Demas?”, - não se sabe bem quem foi Demas, mas escreveu o apóstolo Paulo assim: “Porque Demas se apaixonou por este mundo e me abandonou...”
Em outra linguagem: “Tendo amado o presente século” (2Tm 4:10). Ele simplesmente abandonou o serviço cristão. - Diz o Senhor Jesus: “Acautelai-vos... para que nunca vos suceda que os vossos corações fiquem sobrecarregados com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele Dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço...” (Lc 21:34-36). –
A moeda do mundanismo possui um valor ordinário; reles, mas para os Demas e os Judas são moedas de pratas valiosas.
O mundo exige devoção, porém Deus não divide sua glória. Ambos os lados (Deus e o mundanismo) impõe-nos uma exigência totalitária. As coisas deste mundo realmente nos impõem uma exigência totalitária.
Ambas afeta-nos em todos os aspectos da vida. Elas requerem a nossa devoção; requerem que vivamos para elas. As exigências divinas não são menos totalitárias: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc 12:30).
Trata-se de uma questão de “ou um ou outro” – “porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro ... ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6:24). Esta é uma questão tão sutil que perdemos de vista nesses nossos dias.
A quem servimos? Viver para as coisas terrenas, ser controlado por atitudes materialistas e mundanizadas é não servir a Deus. A quem servimos? Essa é a pergunta que se impõe. Essas coisas tendem por interpor-se entre nós e o Senhor, e a nossa resposta é que, afinal de contas, determina a qualidade de nosso relacionamento com Deus.
Não poucos evangélicos se dizem cristãos remidos e ao mesmo tempo lavados com lavagem (comida para porcos) do mundo. Certamente, os cuidados deste mundo, uma vez arraigados, são nocivos. O mundanismo não somente tenta conquistar o coração e mente, mas afeta a vontade das sinagogas de Satanás. É perfeitamente lógico isso. O que fazemos é o resultado do que pensamos; isso é o que determina nossa vida.
Penso que muitos eleitos estão misturado na Babel do mundanismo, pois muitos de nós saímos de lá. Acredito que há muita gente desejosa por mudança, por reforma, por mais espiritualidade e menos carnalidade na igreja, mas são como a fábula da rã na chaleira; estão mais acomodadas do que incomodadas. Bom e reto é o SENHOR, por isso, aponta o caminho aos pecadores. Salmos 25:8. – Os eleitos virão!
Se olharmos para o nosso passado pessoal, não tão distante, havia um tempo em que não nos preocupávamos com o fato de que nossas atitudes eram pecaminosas ou não, um tempo em que não nos entristecia após fazermos o mal. Não havia qualquer luta dentro de nós. Agora lamentamos quando somos influenciados pelo mundo.
Em síntese: o pecado não nos causa mais “satisfação” como antes, tampouco é algo que podemos como crentes regenerados ficar indiferentes. Sei que “todos tropeçamos em muitas coisas” (Tiago 3:2), podemos afirmar com sinceridade, diante de Deus, que tais coisas causam tristeza e aflição diariamente em nós, pois a nova natureza não aprova tais coisas.
Quando estamos em pecado nos vem um sentimento que Agostinho transformou em palavras, e é comum a todos os cristãos: “Longe de Deus só há destruição e miséria”.
Temos nossas dúvidas e temores, pequena fé e muitas vezes manifestamos sentimentos egoístas, absolutamente carnais, como gente que não possui fé. Mas temos esperança na vida eterna e não podemos colocar nossa confiança em qualquer outro caminho. Embora estejamos fracos, em muitas ocasiões, o mundanismo não tem valor de troca, é moeda vil.
CRISTO É INCOMPARAVELMENTE VALIOSO.
Sem dúvida não somos perfeitos, lamentamos o peso da corrupção que ainda nos aflige. Mas a trancos e barrancos, apesar de todos os balanços e viradas, Deus tem permanecido em Seu povo eleito como uma seta de bússola – sempre apontando para o norte, para cima -.
Há uma frase que resume tudo: “Não sou o que deveria ser; não sou o que espero ser no mundo por vir, mas, apesar disso, não sou mais o que costumava ser e, pela graça de Deus, sou o que sou”. (John Newton).
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