sábado, 5 de abril de 2014

ARREPENDIMENTO




Arrependimento Sincero ou Falso?
Deus está nos chamando para nos arrependermos da nature­za que nutre o pecado. "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetiza­do em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (Mt 7.21-23).
Note que Jesus disse: "Eu nunca vos conheci, apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade!" A palavra-chave nessa declaração é praticar. O apóstolo João disse: "Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei... Filhinhos, não vos deixeis enganar por nin­guém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo..." (1 Jo 3.4, 7, 8)
            Agora leia cuidadosamente os versos seguintes sobre o que as obras das trevas são. Note a palavra "praticar".  "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: pros­tituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimiza­des, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a es­tas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam" (Gl 5.19-21).
Vamos definir a palavra "praticar". Algu­mas das definições são: "fazer frequentemente ou como regra; fa­zer sempre para aprender; ensinar através de constante repetição; fazer algo habitualmente".
A pessoa que "pratica o pecado" é aquela que peca sem deixar que seja convencida do erro, mesmo que seja uma vez por semana ou poucas vezes num mês. Diz algo assim para justificar: "Ah, é apenas uma fraqueza minha. Eu sou melhor do que muitos irmãos em minha igreja. Se Deus perdoou aquelas pessoas, Ele certamente vai me perdoar porque, afinal de contas, ninguém é perfeito, e eu sou muito melhor do que elas". Não há um arrependimento genuíno. Ele não está sentido por ter ferido o coração de Deus.
            Na igreja nós classificamos o pecado. Colocamos pecados como embriaguês, adultério e homossexualidade numa categoria, e pecados como ódio, fofoca, contenda e outros numa categoria diferente.   Decidimos que as pessoas que estão na primeira cate­goria de pecados estão em perigo infernal, mas aquelas que estão na segunda são apenas fracas. Essa é uma mentira religiosa de auto-justificação. Deus não classifica os pecados, mas coloca-os numa mesma categoria. Ele declara que todos que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus!
            Deus coloca os pecados como ódio, ira, inveja, ambição egoísta e ciúmes junto com adultério e assassinato. Se as pessoas soubessem que Deus vê o ódio e o egoísmo na mesma base que adultério e assassinato, elas não seriam tão rápidas em se rende­rem ao pecado e se desculparem deles.
Essa tolerância e prática de pecado por homens e mulheres que professam ser cristãos traz uma decepção amarga.
            Essa forma de pensar tem feito a Igreja se tornar dura e judicial. Eles olham para aqueles que estão amarrados pelo homossexualismo e pelos vícios de álcool e de drogas julgando-os, enquanto fazem vista grossas para os pecados de falta de per­dão, contenda, fofoca e orgulho. Seus corações têm-se tornado in­sensíveis à voz do Espírito Santo.
            O problema é que nossa sociedade, encorajada pela reli­gião, classifica os pecados. Então, aqueles considerados "bons" estão debaixo do engano de que precisam apenas de pouca graça.    Precisamos perceber que pecado é pecado, não importa o tipo. Aqueles que tolerarem qualquer pecado estarão em perigo de ouvir o Mestre dizer-lhes: "Afastai-vos de Mim..."
Tristeza do mundo, ou tristeza segundo Deus?
"Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte" (2 Co 7.9, 10).
            Paulo escreveu isso para a Igreja, não para o mundo. Arre­pendimento é para o mundo tanto quanto o é para a Igreja. Nessa passagem, "arrependimento" significa "mudança da mente". Deus não está procurando somente arrependimento de pecados, mas uma mudança de mente e de coração através do processo de pensamento que tolera essa maneira de viver. Ele quer que nos arrependamos do caráter que alimenta o pecado.
Quando Saul pecou e percebeu que não havia ninguém mais para ele culpar, respondeu: "Pequei; honra-me, porém, agora, diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel; e volta comigo, para que adore o Senhor, teu Deus" (1 Sm 15.30).
Ele reconheceu seus pecados como muitos fazem quando são apanhados em flagrante. Entretanto, era uma tristeza do mundo, pois ele estava preocupado com a exposição de seu pecado diante dos líderes e dos homens de Israel, não porque ele havia pecado contra Deus. Sua resposta era para guardar sua reputação e o seu reino, e seu motivo era a ambição egoísta. Como resultado, o reino que ele tentou proteger duramente da sua própria maneira foi tirado dele. Ele temeu o homem mais do que temia a Deus. Essa é a motivação daqueles que buscam seus próprios interesses!
            Agora veja o rei Davi. Ele cometeu um adultério com Bate-Seba, esposa de Urias, o heteu, o servo fiel de Davi. Quando Davi menos esperava, ela estava grávida como resultado de seu pecado; mas seu esposo não quis dormir com ela enquanto os seus homens estavam no campo de batalha. Davi, então, colocou Urias na linha de frente da batalha e deu ordens a Joabe, o capitão, para retirar os homens de detrás dele para que os inimigos o matassem. Davi cometeu um adultério e premeditou um assassinato para cobrir o seu pecado. Então, ele foi confrontado pelo profeta Natã e, quan­do seu pecado foi exposto, "disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor" (2 Sm 12.13).
Saul e Davi confessaram que haviam pe­cado, mas Davi compreendeu sobre contra quem ele havia pecado e caiu com a face no chão em arrependimento.
Davi não estava preocupado com o que seus líderes ou os homens de Israel poderiam pensar dele; ele se preocupou apenas com o que Deus pensava sobre ele, pois sabia que havia machucado o coração de Deus. Ele clamou, dizendo: "Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos..." (Sl 51.4) Davi era um homem segundo o coração de Deus, enquanto Saul tinha seu coração em seu próprio reino. Davi foi sustentado pelo seu amor a Deus; Saul foi destruído pelo seu amor próprio.

                                                    Arrependimento é o pré-requisito para libertação
Na Igreja, muitos querem ser libertos sem perceber que o arrependimento é um pré-requisito. Analise estas palavras de Je­sus ao enviar os doze discípulos: "Chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois, dando-lhes autoridade sobre os espíritos imundos, Ordenou-lhes que nada levassem para o cami­nho, exceto um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro... Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse; expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos" (Mc 6.7, 8 e 12, 13).
                   Jesus enfatizou o arrependimento demonstrando que este cria uma atmosfera para a libertação. Há muitos que vêm ao pastor nas filas nas igrejas, e até em particular, para receberem oração, desejosos de serem livres do tormento de alguns pecados particulares, mas não estão desejosos de mudar sua atitude com respeito ao pecado. Eles têm prazer com o pecado, mas não gostam das consequências ou da culpa que experimentam depois. Se eles pudessem continuar sendo cristãos, permanecendo envolvidos com seus pecados, eles o fariam, pois têm prazer nisso!
            Enquanto você gostar de seu pecado, você não será liberto dele. Precisará aprender a odiar o pecado como Deus odeia. Como posso aprender a odiar algo de que minha carne gosta?"  
Primeiro, compreenda que foi o pecado que pregou Jesus na cruz: "Carregando ele mesmo em seu corpo, so­bre o madeiro...'' (1 Pe 2.24) A segunda coisa que precisamos compreender é que o pecado nos separa de Deus: "Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vos­sos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça " (Is 59.2). A terceira coisa que precisamos compreender é que o pecado é um veneno revestido com mel: "Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte..." (Rm 8.12, 13)

Note que Paulo está escrevendo para os "irmãos", não para os incrédulos. Ele adverte sobre o trá­gico resultado de alguém viver na carne e tolerando o pecado. O pecado pode ser agradável por algum tempo, mas no final sempre produz morte. O pecado é agradável à carne, mas esse prazer dura apenas um período curto.
                                                      O fruto do arrependimento
"Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento... " (Lc 3.8, 9)
            Quantas vezes temos visto homens e mulheres ouvirem uma mensagem de Deus e, sob a convicção do Espírito Santo, responderem ao apelo do pregador e fazerem a oração de arrependimento no altar, mas a obra do arrependimento não é completada porque nenhum fruto é apresentado?

Eles são libertos temporariamente pela oração, mas logo voltam ao estilo de vida original. Arrependimento não é uma oração de libertação feita uma única vez, é uma maneira de viver! É uma decisão do coração para mudança. A obra de arrependimento não é completa até que o fruto da justiça apareça. A oração de arrependimento é apenas um começo.
As pessoas ficam imaginando por que alguns cren­tes são tão zelosos e diligentes. A razão é que eles não têm nada no coração que os distraia de seu propósito. Quase sempre tentamos viver em dois mundos. O mundo da carne esfria o fogo do mundo do espírito. Vamos estudar brevemente os sete frutos:
            1.  Diligência - Quando o coração está focalizado, você será diligente. Nós somos ensinados que "quem se aproxima de Deus precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam (Hb 11.6 - NVI). Se alguém vacilar para frente e para trás, vivendo no mundo natural e no mundo do espírito, será preguiçoso espiritualmente. Somos ordenados a "não sermos remissos, mas fervorosos de espírito, servindo ao Senhor" (Rm 12.11).
            2. Ansiedade para estarem ausentes de culpa - Muitos vi­vem debaixo do peso da culpa. Jesus veio para nos libertar da culpa do pecado. Se o arrependimento é genuíno isso produz uma limpeza da consciência que não pode ser produzida de outra forma.
            3.  Indignação - O arrependimento vai produzir um ódio pelo pecado. Deus Pai disse a Jesus: "Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros" (Hb 1.9). Muitos amam a justiça, mas não odeiam o pecado. A unção é, portanto, fraca. Quando alguém odeia o pecado, percebe um acréscimo de unção na sua vida.
            4.  Temor - Um livro inteiro poderia ser escrito sobre esse assunto. Somos ensinados que devemos "aperfeiçoar a nossa santidade no temor de Deus" (2 Co 7.1), porque o "temor do Senhor consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho... O temor do Senhor é o princípio da sabedoria..." (Pv 8.13 e 9.10)
            5.  Desejo veemente - Desejo é a vida de oração, criando um clima para receber de Deus o que você quer. Jesus disse: "Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que re­cebestes, e será assim convosco" (Mc 11.24). Se a sua vida de oração é sem vida, é porque o seu desejo não é forte. O arrependi­mento vai produzir um desejo veemente.
            6. Zelo - O dicionário define esta palavra como "estar ávido ou entusiasmado". Quando Jesus expulsou os cambistas do templo, seus discípulos se lembraram do que estava escrito: "O zelo da tua casa me consumirá" (Jo 2.13-17). Jesus exortou a Igreja morna a que se arrependesse (Ap 3.19).
            7. Vindicação — O dicionário define essa palavra como "defesa, justificação". A Bíblia diz: "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). A maneira de resistir ao Diabo é submeter-se a Deus! Esta é uma vindicação perfeita. Sua maior arma contra o Diabo não é sua boca, mas a sua humildade e seu estilo de vida santo!             O arrependimento produzirá essas qualidades piedosas, que são o fruto que Jesus nos ordenou produzir. Deus está chamando seus filhos para uma vida santa. As pessoas que toleram o pecado não verão a Deus, porque Ele disse que devemos seguir "a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14).
            A santidade é obra de sua graça e não da carne. Essa obra inicia-se em nosso coração através da avenida do arrependimento.Muitos têm tentado viver um estilo de vida santo nas suas próprias forças e terminaram amarrados pelo legalismo. O caminho para a santidade é através da auto-humilhação em arrependimento. Porque ele dá graça ao humilde, e graça é o que nos capacita a andar na verdade.  
                        

                              * John Bevere

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