quinta-feira, 20 de outubro de 2022

ATÉ QUE O DINHEIRO NOS SEPARE

 

ATÉ QUE O DINHEIRO NOS SEPARE

Duas    coisas   certamente    têm      contribuído   para   o  enfraquecimento de muitos casamentos: sexo  e dinheiro.  

A       falta de qualquer um deles poderá  causar  sérios  transtornos para a vida do casai. É provável, porém,  que  a falta de di nheiro venha a causar mais males e angustia mais casais nos dias de hoje do que  qualquer  outro  componente  da vida a dois. São poucos os casais que tem tido a capacidade para administrar bem as crises que o dinheiro provoca. 

Creio, baseado nos princípios das Escrituras, que Deus quer dar a vitória ao marido e a mulher nesta área para que, livres das amarras proporcionadas por uma  vida financeira difícil, possam servir a Deus com alegria em seus  corações. Não é nada fácil concentrar-se em fazer alguma coisa para  o Reino de Deus quando a mente e o coração estão cons- tantemente       preocupados                     com                      as       promissórias,           cheque especial, cartão de crédito e tantos outros débitos.


A palavra "dinheiro" é definida no  Dicionário  Aurélio como: "Mercadoria (geralmente representada por cédulas e moedas) que tem curso oficial e cujo valor é estabelecido como o equivalente que permite a troca por outra (s) mercadoria(s),

de cujo valor comparativo é a de medida". Aprendemos nesta definição algo interessante: o dinheiro é uma mercadoria esta mercadoria pode ser trocada por outras que porventura estejamos em falta. Assim podemos entender que a principal finalidade do dinheiro é suprir o que nos falta.


Impressiona ver como a Bíblia é cuidadosa no ensino sobre o dinheiro. Muitas são as histórias que têm como pano de fundo o bom ou o mau uso do dinheiro. Talvez a mais famosa destas é a do próprio Cristo que foi traído por um de seus discípulos por  apenas  30 moedas  de prata.  Ainda que não  houvesse  dinheiro  envolvido na  transação,  Esaú  vendeu o seu  direito de primogenitura a Jacó por um  suculento prato de lentilhas. Uma  pobre  viúva foi elogiada  por  Jesus  por causa do seu desprendimento em ofertar  as  únicas  duas moedas   que          possuía.             

Quem    não  se         lembra        das               famosas palavras de Zaqueu quando afirma ao Mestre que restituiria quatro vezes se porventura houvesse  roubado  de alguém? Como podemos  ver, mesmo  a vida das  pessoas  registradas nas páginas das escrituras, está  rodeada  por  valores  que podem ser simbolizados pelo dinheiro.


ADMINISTRANDO AS FINANÇAS

 

Naturalmente que a primeira  coisa  que  o casal precisa ter em mente quando falamos em administrar as finanças trata-se exatamente de como o dinheiro do lar é adquirido. A maneira mais  tradicional é que essa renda venha  do trabalho de algum membro da família. Antigamente era mais comum pensar que o marido era o natural provedor do lar, enquanto que a esposa  tinha  como  responsabilidade o cuidado da casa e dos filhos. Com o decorrer dos anos esta mentalidade foi sendo mudada, e hoje é muito comum encontrar a mulher trabalhando fora para auxiliar ou aumentar a renda familiar.


Nós entendemos que os recursos que entram no  lar devem ser adquiridos  com honestidade  e de uma  maneira onde o nome de Deus é honrado  e glorificado. É muito  triste ver pessoas que freqüentam as nossas igrejas e que praticam negócios     escusos,         procurarem           de      diversas              maneiras "santificar"         aquele       dinheiro.       A                igreja  é                vista                 como uma agência           onde o dinheiro pode ser "lavado". Pensa-se que dando      um   pouco   para Deus,    o     "resto"        que            sobrou         está abençoado.    


Nós        cremos      que     um      lar        abençoado financeiramente é um lar onde  os recursos  são  adquiridos com o suor  do rosto,  com o trabalho  digno  de cada  membro da família. Se alguém  da família trabalha  em lugar  onde  tem que realizar falcatruas, deve rejeitar tal tipo de serviço,  ainda que isto venha a lhe custar o emprego. Lembre-se que "maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo."

Quando   falamos   do    orçamento   de    casa,   uma   das perguntas que temos que responder é esta: quanto nós pre- cisamos ganhar para manter o nível de vida que nós temos? Quanto dinheiro é necessário para passarmos o mês?  Por incrível que possa parecer, muitos  de nós, casados    pouco ou muito tempo, não temos a menor idéia de quanto gastamos  mensalmente.           Nós                      temos             uma impressão,  uma idéia mais ou menos aproximada!

Portanto, a primeira coisa a fazer é um  levantamento das despesas, as fixas e as eventuais,  para então verificarmos se o que o casal ganha  é ou não  suficiente  para  viver uma vida normal.

Na    próxima  página   você    encontrará   um   modelo  de orçamento                familiar.  Eu      sugiro  ao   casal  que  elabore  esta "planilha de custos". O bom é trabalharem juntos e quando


os ânimos estiverem  calmos.  A pior coisa  do mundo  é planejar a vida financeira no meio de brigas e crises sobre dinheiro.

A    elaboração   de uma    planilha   é    fundamental   antes   de partirmos para um trabalho realmente  sério com os outros detalhes da administração dinheiro no lar. Não   é    fácil,     não   é?    Vamos   comentar,   ainda   que rapidamente os itens acima e ver se podemos cortar algumas "gorduras" para sobrar um pouco mais de "carne"  no fim de cada mês.

 

Dízimo    - Uma   das  perguntas  mais  ouvidas sobre o dízimo é se o  mesmo é bíblico? se está no Novo Testamento? Mais adiante falaremos sobre  este  assunto.  Não tem como cortar o dízimo do orçamento, pois quando o casal faz isto, as janelas dos céus são fechadas  para  com aquela  família (Ml 3.10).  Mesmo  com      esta    advertência           da    palavra  de Deus, muitas vezes é o dízimo que é retido em situações financeiras difíceis. Afinal, Deus não vai mandar  um  cobrador  à nossa porta, não é mesmo?!

 

Missões   - Daquela parte que fica para administrarmos com sabedoria (90% ), devemos dedicar uma porcentagem fixa para as missões, seja missões no Brasil ou fora. Não somente envie a sua oferta, mas envolva-se com a vida e o trabalho do missionário; orando, enviando correspondências, etc. Quando você faz isto, você está em sintonia com o coração de Deus e une-se aos cristãos do mundo todo que têm colaborado para


com o avanço do Reino de Deus e você se enquadrará entre aquelas pessoas que estão experimentando as bênçãos de Filipenses 4.19 em suas vidas. Note que  pelo contexto  este verso se aplica primeiramente a todas as pessoas que estão envolvidas na obra missionária.

 

Aluguel ou prestação da casa própria         - Se você não tem como sair do aluguel, tem que pagá-lo, mesmo chorando,

pois é um  dinheiro  que  não volta mais.  Planejar  com cuidado a compra de um terreno para construir aos poucos é uma alternativa que todos deveriam procurar. Cuidado ao comprar casas ou apartamentos que estão financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação e optar por não transferir para o seu nome por causa do aumento que incidirá sobre o valor das prestações. Você poderá ter complicações pois em caso de morte, separação judicial ou falência  do primeiro  proprietário, o apartamento entrará como bem da família.  O mesmo  se aplica se você vender para alguém que não vai transferir. Se a pessoa parar de pagar é o seu nome que ficará no rol dos devedores junto      ao  agente                  financeiro. Além       do                    que     você também não poderá financiar outro imóvel, pois consta como sendo proprietário de um. Consulte alguém que entenda do assunto antes de decidir sobre  a compra e venda  de um imóvel financiado.

 

Consórcio   - Muitas vezes a gente compra um consórcio pensando que será fácil pagar, porque no dia da compra a prestação é razoável em relação ao salário. Se a inflação disparar é   um               problema          pagar   as      prestações.     Analise, portanto, com cuidado esta  opção para  adquirir  o carro novo. Se       você              parou     de    pagar          as          prestações,      guarde    todos os recibos, para receber o que pagou no final do grupo. Existe também uma reserva que  é cobrada mensalmente que será

devolvida a você. Se você vender o consórcio, não esqueça de negociar a reserva referente às prestações  que  você pagou. Não queremos deixar a impressão que tudo é negativo em comprar um consórcio, pois  este ainda é um dos meios mais eficientes para a compra do carro novo.

 

Escola   particular      -   Se   a    sua   opção  é por  escolas particulares, procure colocar as crianças em uma mesma

escola porque  assim  você poderá  obter  maiores  descontos.


Economizará com uniformes,  porque  poderá  passá-los  de uma criança  para  outra. O mesmo se aplica a livros didáticos e outros materiais escolares.

 

Cursos extras    - Se o seu sonho é aprender inglês e está pensando em entrar em uma escola, pelo menos leve o curso

a sério. Poucas são as pessoas que aprendem uma língua estrangeira                      indo     três   vezes    por   semana   a    uma   escola. Portanto,  faça   bom            uso  do   seu investimento. Cursos são oferecidos   pelo   SENAC   a   preços          módicos e de excelentes qualidades.

 

Água, luz e gás - São despesas que não  podem  ser cortadas, mas que podem ser racionalizadas. Passe toda a

roupa num mesmo dia,  cozinhe  alimentos  em maior quantidade e congele. Desligue a luz quando sair do aposento e ensine as crianças a procederem do mesmo modo. Se você está construindo a casa própria, pense na possibilidade de

colocar energia  solar e utilizar o gás   para os banheiros e pias e não energia elétrica.

 

Supermercado        -       Grande     devorador     do       nosso orçamento. Compras sem nenhum critério fatalmente levarão

o nosso lar à falência. Durante a semana           elaborando uma lis ta         das          mercadorias           em    falta     na    dispensa.   Se    o    seu

orçamento   está   curto,   compre   somente   o    que   escreveu naquela lista e não abra  nenhuma  exceção  para  o que  não  é tão      necessário.     Se você   pode  ir ao  supermercado  sem     as crianças, faça-o.

 

Condomínio    - Não  tem    jeito, tem que pagar. Todavia, adquira o hábito de olhar na relação das despesas, porque

muitas   delas  (se você  é   inquilino)  devem  ser  pagas  pelo proprietário             do      imóvel.        O  inquilino        não   deve  pagar   por reformas do prédio, por exemplo. Para quem mora em casa própria,  negocie  com    o proprietário as reformas da casa, afinal ela não é sua.

 

Combustível    - Racionalize. Programe a sua saída para

fazer   muitas  coisas  ao  mesmo  tempo.  Depois   de levar            as

crianças    à      escola,             ao      banco,    à     costureira,    etc. Acostumamos tanto com o carro que para um trajeto de dois


ou três quarteirões nós o utilizamos. Para distâncias curtas, experimente andar. Faz bem à saúde.

 

Jornal, revistas, TV a cabo      - Amenidades que se    você

pode ter, não pecado nenhum. Veja, porém, se este não é o dinheiro da oferta missionária  ou até  mesmo  do dízimo que você diz não  ter porque  não  sobra  nada                                                      no final do mês. Lembre-se que o dízimo não é do que sobra, mas sim a primeira parte do que recebemos.

 

Telefone   - Quem tem adolescentes sabe que a conta de telefone        não               é            brincadeira.    Uma   dica:  verifique    na   lista telefônica de sua, cidade quais são os horários mais  em conta para  ligações   interurbanas.  Escreva  num    papel  e coloque perto do telefone. Procure fazer as ligações dentro daqueles horários, quando possível.  Você vai ver que  uma  ligação feita às 13:58 minutos têm um custo bem menor do que uma feita

às 14 horas.

 

Auxílio  à família  - Se  você precisa  ajudar  a   sua família, veja is to como bênção e não como um peso a mais na

sua vida. Se está difícil para  você sustentar  a sua  família, divida a responsabilidade  com outros  parentes,  quando  isto for possível.

 

Fundo de pensão - Planejar com antecedência a aposentadoria é hoje uma necessidade, tendo em vista os

poucos recursos  da previdência  no  Brasil.  Muitas  pessoas que pagaram o INPS sobre dez salários, recebem  hoje sobre sete salários ou menos. Alguns bancos possuem planos complementares de aposentadoria. Verifique a solidez de cada plano de aposentadoria. Em  dúvida,  para  um  banco federal.

 

Seguros   - Ter seguros  não é luxo. Seguro      saúde   é de fundamental importância pois os custos dos procedimentos

médicos e hospitalares estão além das nossas possibilidades. Compare dois ou três planos antes de decidir por um deles.

Quanto ao seguro do      carro, o melhor é aquele oferecido por uma seguradora idônea, com um corretor honesto.                                  Talvez você não possa fazer o seguro total do carro, então faça pelo

menos  contra  terceiros.  Verifique ainda  a possibilidade  de


fazer o seguro de uma certa  quantia, mesmo que não seja o valor total do seu  carro.  Se algo acontecer,  você tem pelo menos um valor para ajudar na compra de outro carro. O

seguro de vida é importante para não deixar a família desprotegida.

 

Poupança   - O nome já diz tudo o que significa. Poupar para os eventuais, para uma compra maior, para a faculdade

dos filhos, etc. Se possível, resista à tentação  de sacar  o dinheiro todas as vezes em que a situação se complicar.

 

Ofertas  Voluntárias   - São  aquelas  ofertas  levantadas de vez em quando para um trabalho ou missão específica.

Não veja estas ocasiões como um peso na sua vida, mas sim como uma oportunidade de fazer algo que alegra o coração de Deus. Sempre que estas ocasiões surgirem, não  pergunte quanto você quer ofertar, mas quanto Deus quer que  você oferte.

 

Vestuário   - Seguir a moda que muda todos os anos esta fora  das         nossas        possibilidades.       Uma   conversa   com     as crianças talvez ajude na compra de um  tênis  ou uma  calça jeans. Reformar as roupas usadas também é uma boa opção

e    não   mata   ninguém.   Se    você    tem     crianças   pequenas experimente fazer um clube de amigas e trocar as roupas infantis que as suas crianças não vão mais  usar.  Com um pouco de coragem, este clube é uma opção até mesmo di- vertida        para            as mulheres     que             estão     "cansadas"      de       suas roupas.

 

Brinquedos    - No decorrer do ano, comprando os brinquedos para o natal, aniversários e presentes para as cri-

anças. Fazendo assim, você ameniza  os gastos  elevados  do final  de ano           e                pode     sobrar      mais   para   as    férias    que   se aproximam.       A               outra     vantagem é     que        você    não   precisa disputar a tapa os espaços  apertados  das lojas de brinquedos ou   ainda     ter          que       comprar somente o                         que        restou nas prateleiras.

 

Restaurantes,    cinemas,    livros         -    Alguns   procuram cortar o orçamento na categoria de lazer, todavia, o mesmo é

essencial  para  a família.  Nem sempre  o restaurante  mais


luxuoso é a melhor opção. Talvez um  simples  hambúrguer, uma pizza ou até  um  cachorro-quente pode ser  mais  divertido do que aqueles restaurantes que têm uma etiqueta rígida. O objetivo        principal     ao sair         com    a                    família         é       a         gostosa convivência entre todas as pessoas envolvidas.

 

Férias, passeios, congressos       - Sair de férias hoje em dia não é fácil. Não basta apenas emprestar um casa na praia

e tudo está resolvido. Para se ter um bom período de férias é preciso poupar durante o ano todo O mesmo se aplica aos congressos. Hoje em dia são tantos os congressos que você precisa priorizar aqueles que quer atender e poupar para os mesmos.

 Dentistas, médicos, farmácia        Não tem hora e nem dia marcado. Se você não tem uma poupança, prepare-se

para entrar no cheque especial ou vender o carro, se for algo mais grave. Por isso o seguro de saúde é                                        importante.

Estes e outros itens devem ser motivos para conversas entre  os   casais.  Muitas  vezes   um                   acha que o outro está pensando a mesma coisa sobre um  tal  assunto,  para  mais tarde descobrir surpreso que havia diferenças de opiniões que vão resultar em brigas e crises no relacionamento.



QUEM ADMINISTRA O QUE?

 

Se o dinheiro muitas vezes é uma fonte de irritação, ele pode vir a ser também uma fonte de divisão  entre  o casal. Brigas rotineiras sobre a administração  do dinheiro  podem virar brigas crônicas. Todo dia é a mesma  coisa com as mes- mas perguntas irritantes: "O que você fez com  o dinheiro que eu lhe dei ontem?" "Você gastou tudo o que eu depositei na sua conta?" "Aonde é que vai o nosso dinheiro, se a gente não faz nada extra?" "Você sabia que a conta  estava  estourada, tinha que comprar isso logo agora?"

São situações como estas que vão colaborando para que o ambiente em casa fique pesado.  Estas  discussões  muitas vezes    acontecem na      frente das            crianças ou             de           outros familiares.    É        ridículo                  quando o      casal tenta   resolver       os problemas financeiros perto do pais ou dos  sogros.  Poupem este constrangimento a vocês e aos outros. Para evitar que a situação piore, mais ainda, vejamos algumas coisas práticas. Mas antes de prosseguir, eu imagino que vocês fizeram a "planilha de custos". Se não fizeram ainda, agora é um bom momento para tal projeto. Depois, vocês continuam a leitura.

 

Honestidade     - Se vocês estão casados, vocês devem compartilhar todas as coisas referentes às finanças do lar.

Quando    eu     estou    aconselhando   casais   que    estão    se preparando  para  o casamento,  eu          geralmente pergunto à noiva, em separado, se ela sabe  o quanto o seu  noivo ganha por mês.       Normalmente a resposta      é           negativa. É     im- pressionante ver que até poucos dias antes  do casamento  o noivo ainda não contou para a sua futura esposa o quanto ele

recebe de salário. Não se tem idéia de como o casal vai sustentar o novo lar que está iniciando.

Mais trágico ainda é que mesmo depois de casados esta situação                  permanece     a    mesma.   As    esposas  não  sabem   o quanto        os                 seus         maridos  recebem,  que  cargo  ocupam   na firma, se o salário foi aumentado ou não. Muitos maridos têm vergonha de dizer para sua esposa que estão ganhando pouco e com o que estão ganhando não é possível sustentar aquele nível de vida. O primeiro passo para corrigir esta distorção é uma conversa franca sobre a atual situação financeira  do casai. Respondam a estas perguntas, em separado, e depois confiram os resultados:


Quanto o meu (minha) esposo(a) recebe por mês? Qual é o nosso saldo bancário? Qual é o valor do aluguel?

Quanto gastamos no supermercado? Quais são as nossas dívidas     hoje?

 

Quando   esta   conversa   estiver   acontecendo,   deve-se evitar as                acusações   que     são   tão costumeiras            quando   o assunto é dinheiro: "Eu não sabia disso!" "Por quê você não me falou antes?" A situação está difícil e vocês devem usar o perdão para alguma falta ou erro  cometido e fazer um  pacto de     que deste                 ponto      em        diante      vocês estarão        unidos na administração do lar. Um outro detalhe: são poucos os casais que têm a capacidade de administrar o orçamento  familiar quando cada um administra o seu próprio salário e possuem contas correntes em separado.

 

Parceria     -     A    responsabilidade   de     administrar   as finanças não deve ser somente do marido, eu digo isso princi- palmente  aos  homens  que  muitas  vezes não  querem  abrir mão  desta prerrogativa.  A esposa deve saber o que está acontecendo em todos os detalhes. Se as crianças  estão na idade em que possam entender as dificuldades que estão

sendo enfrentadas, elas também  devem fazer parte da conversa. Assim, poderão contribuir para a recuperação financeira do lar, pois saberão que por um período de tempo, terão que adiar certos projetos e compras. Veja esta instrução bíblica: "Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se  rebenta  com facilidade" Eclesiastes 4.12.

 

Decisões  em  conjunto    - Uma fonte de grande irritação no lar, é quando alguém faz uma compra elevada sem con-

sultar o outro. O marido viu um  tremendo som  para o carro e o preço estava fantástico. Ele compra  cheio  de entusiasmo para tão somente chegar em casa e receber as mais duras censuras da esposa que está adiando a compra de um vestido porque as finanças estão mal. Compras de carros, casas, consórcios, etc. devem ser discutidas em família.

As compras impulsivas devem  ser evitadas  ao máximo. Se você está  pensando em comprar alguma  coisa, e o preço está elevado, fugindo do orçamento, pense duas vezes.


Reserve  a   mercadoria  se for possível, depois, ore, reflita, consulte mais alguém e volte (ou não volte) no outro dia. Você verá que muitas vezes aquela  compra  pode  ser adiada  e que não faz tanta falta assim.


ADMINISTRANDO AS DÍVIDAS

 

Lembro-me de um ministro da República que certa vez afirmou: "Dívida não se paga,  administra-se".  O cristão  tem que fazer as duas coisas: administrar e pagar a dívida (para o cristão             dívida é       compromisso). Não   ter                 dinheiro    é                               tre- mendamente frustrante, mas muito pior é não ter dinheiro  e estar cheio de dívidas para pagar.

Vou    dar  um   exemplo  da   minha   própria experiência. Quando eu era  ainda  jovem e ganhava  Cr$800,00  cruzeiros por mês. devia aproximadamente Cr$1.100,00 cruzeiros mensais. Eu não conseguia encontrar solução para o meu dilema e também  não sabia o que fazer. O que fiz deu certo, e ao compartilhar  com  você, eu espero que  isto  também  venha a ser útil na sua vida.

A primeira coisa que eu fiz foi um compromisso de dar o meu dízimo ao Senhor. Eu não era dizimista, achava que isto era    para     os           mais        velhos, os  mais   antigos  na    igreja    e principalmente para quem ganhava bem. Eu determinei que a partir daquele momento  eu daria  os 10% na  igreja. Talvez você possa pensar: se com o que ganhava não era suficiente, quanto mais  dando  o dízimo? Pois foi exatamente  o que  eu fiz.    Todos       os                  meses, antes           de         pagar         qualquer  coisa,  eu entregava o dízimo.

Depois eu intercalei os pagamentos das dívidas. Um mês eu       pagava      uma       loja     e        deixava       outra  para  trás.  No    mês seguinte eu pagava aquela atrasada  e atrasava  a outra. Com isto eu fui levando o meu projeto adiante. Uma explicação aos credores talvez se faça necessário. Saiba que  eles preferem assim, do que as mentiras que são contadas para fugir das responsabilidades. Mentiras fazem parte do reino das trevas  e não combinam  em nada com  o reino  da luz que Cristo trouxe a nós.

Paralelamente a isto, eu cortei todas as compras.  As roupas que eu tinha eram suficientes e eu não  precisava comprar tudo o que me aparecia  pela frente.  Cheguei  a almoçar  pão  com margarina  (eu morava  em uma  república em São Paulo e minha família no interior do estado), mas isto era melhor do que ter o nome jogado na lama ou "ceprocado" como caloteiro. Sem sacrifícios não se livra das dívidas.

Deus foi me concedendo a vitória, até que finalmente eu fiquei livre de todas as dívidas. Você não imagina a grande


bênção que é receber o salário no final do mês, entregar o dízimo e não ter dívidas que vão consumir o restante do seu dinheiro!       Gostaria        de                     passar      algumas      sugestões práticas sobre dívidas.

 

Inventário    - A primeira coisa a fazer é alistar em uma folha todas as suas  dívidas,  valores e vencimentos. Não fique com vergonha de nominá-las e tenha a certeza de que tão

somente em fazer isto, você está  dando um  grande passo para a vitória. Quanto você deve, para quem, até quando? Responda a estas perguntas com exatidão.  Evite ser  vago, coisas como: "eu devo mais ou menos tanto."

 

Cheque  Especial     - O gerente do banco liga avisando que  o seu                    limite foi aumentado, você isto como  uma bênção,  porém,  tome  cuidado  para          que  esta      bênção não

venha a se tornar em maldição. É fácil escrever um  cheque porque você sabe que limite cobre  a quantia.  Pense,  porém, que os juros são altos e que  invariavelmente  você terá  que pagar o saldo devedor. Para quem tem cheque especial e está sempre negativo, o melhor remédio é o mais amargo: cubra o saldo e cancele o cheque. A outra opção  é ter um  limite pequeno para eventuais erros de cálculos  nos  talões de cheques.

 

Cartão    de    Crédito       -    Outra   amenidade   dos   dias modernos.  As lojas   incentivam  o   uso  do "dinheiro  plástico" em todas as compras. A impulsividade nos leva a comprar até

o que não queremos. O pior se quando chega o extrato do cartão. A gente se arrepende de ter ido àquele restaurante, da calça que não tinha necessidade, da bolsa que estava em grande liquidação. O melhor remédio para o uso desenfreado do cartão é a tesoura.      Corte-o bem no meio e assim você não passará mais pela tentação de usá-lo.

 

Prestações - Eu  sei  que  muitas  vezes   é   mais  fácil comprar em suaves prestações do que a vista. Veja, porém,

se no seu orçamento você pode acomodar  as  prestações mensais.   Se você têm que  cortar  alguma  coisa durante aquele período para pagar esta nova prestação, saiba exatamente de onde é que o dinheiro  virá.  As suaves prestações podem vir a ser tremendos pesadelos. Não seja


também inocente em pensar  que  os logistas  não  imbutem juros nas prestações. Uma opção é ver o preço  a vista  e depositar em poupança até que você tenha  o valor suficiente para efetuar a compra.

 

Empréstimos     - Evite ao máximo fazer empréstimos, e tome a firme posição  de nunca  Se envolver com agiotas,  pois eles farão de tudo para receber o dinheiro que lhes pertencem

e   você   não  terá  um   minuto  de   folga    até pagar o último centavo. Lembre-se de Provérbios 22.7, "O rico domina sobre

o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta.       

Se você é cristão, evite emprestar  dinheiro dos  membros da sua igreja. Creia-me que quando você fizer isto, você estará constrangendo muita gente, inclusive  a liderança  da igreja, pois se algo acontecer  e você não  puder  pagar,  a situação será bem desagradável.

Tendo   feito    o    exercício     acima,   você   deve     planejar imediatamente                      como saldar       os    seus   compromissos.   Uma conversa com os seus credores deve fazer parte deste plano.

Você tem como escapar de uma vida financeira atrapalhada, mas para  isso  você tem que ter humildade para  reconhecer que necessita da graça e do poder de Deus para a sua vida. Atitudes drásticas são melhores do que um  adiar constante e dos panos quentes que você tem colocado para remediar a situação. Inicie hoje, em sua vida, um processo de libertação deste senhor que tem lhe escravizado portanto tempo!


ADMINISTRANDO OS DÍZIMOS E AS OFERTAS

 

Não podemos pensar aqui em administração no sentido de exercer poder sobre os dízimos de tal forma que podemos determinar quanto, quando e onde dizimar. Administrar está sendo usado aqui no sentido de empregar bem os recursos do Senhor que são colocados em nossas mãos.

Um     dos   conceitos   perdidos   nesta   nova   geração   de cristãos  adeptos  da prosperidade  e escravos  do materialismo é o da mordomia cristã. Antigamente este  era um  assunto comum     nos     ensinos   da   igreja,   todavia,  ele   perdeu    a sua popularidade e conseqüentemente são poucas as pessoas que

realmente tem noção daquilo que Deus espera de cada uma delas com respeito aos bens materiais.

Uma    das    coisas    que    as    pessoas    sempre    estão questionando é a respeito do dízimo. "Ele é bíblico mesmo?" "Se eu ganho  pouco  eu tenho  que  dar  mesmo  assim?" "10% de tudo o que eu ganho é muito," dizem outros. Dízimo não é para ser questionado, mas para ser obedecido. A e a razão estão  ao  lado daqueles  que  são dizimistas  fiéis, enquanto que a descrença está ao lado daqueles que duvidam de Deus e do seu poder. Portanto, em última análise, não ser dizimista ao Senhor é ser semelhante ao ímpio  que  não  confia em Deus. Não temos como negociar esta verdade. Se você crê que Deus supre, você é dizimista. Se você não crê que Deus supre (portanto age como ímpio) você não é dizimista.

O    dízimo    não  foi   instituído  na   Bíblia    para  a    nossa chateação, ou para ficarmos irritados com a igreja ou o pastor que prega sobre o assunto. O dízimo foi instituído para a expansão do reino de Deus, para a edificação  Ha igreja, e também para que através dele recebêssemos as bênçãos do Senhor. Com o dízimo nós glorificamos o nosso Deus.

As perguntas mais ouvidas sobre o dízimo e as minhas respostas:

 

Eu dou, consagro, dedico, entrego ou pago o dízimo?

Tem gente que fica irritada  quando usamos o verbo que ela não usa em relação  à entrega  dos  dízimos. Na verdade, tanto faz o verbo que você quer  usar, o importante é que o dízimo chegue na tesouraria da igreja. O que  importa  é a atitude do seu coração. Chamar de consagração e ficar lamentando por ter entregue o dízimo é muita incoerência e


pecado.

 

O dízimo é sobre o bruto ou sobre o líquido?

Depende da sua atividade. Se você é funcionário de uma empresa, e os descontos na sua folha pagamento são para  os seus benefícios, tais como: INPS, imposto de renda, caixa da previdência, clube, seguros, etc, então você tem que  dizimar sobre o bruto. Se você é autônomo, você dízima sobre  o seu lucro. Por exemplo: você compra um carro por R$1.000,00 e vende           por               R$1.200,00,           então   o    seu   dízimo  é    sobre   os R$200,00. Você gastou  R$10.000,00  para  plantar  a sua safra e vendeu a mesma por R$15.000,00, o seu dízimo é sobre R$5.000,00. Em suma: tire o investimento e o dízimo sobre o lucro daquele investimento. Você ê dono de uma empresa e não tem rendimentos fixos, então o dízimo sobre tudo o que você gasta para a sua sobrevivência. Tenha certeza do seguinte: se você quer fugir de dizimar você achará uma desculpa, assim como se você quer ser dizimista, você saberá como fazê-lo, pois o Espírito Santo lhe orientará.

 

Eu posso dar o dízimo em outra igreja?

Normalmente a minha resposta é não, com algumas exceções. Eu creio que o dízimo deve ser dado na igreja onde você é alimentado  espiritualmente.  Quem  compra  o material da     Escola      Dominical    das     suas     crianças?      Quem    paga   as contas da igreja onde  você louva a Deus?  Quem  compra  o som da igreja? Não acho que é justo que você freqüente  uma igreja e dela receba  seu  alimento  espiritual  e então   o dízimo para uma outra Igreja. A exceção é quando você é transferido de uma  cidade  para  outra,  e comprometeu  o seu dízimo  com algum  projeto  da sua ex-igreja como reformas e    construções  e    ela    agora   depende   daquele  seu   dízimo. Todavia, quando este projeto chegar ao seu fim, você deve tornar-se      dizimista        da                     sua        nova Igreja.  Avise,  porém,   a liderança sobre o que você está fazendo.

 

Eu   posso  dar o   meu  dízimo   para   um    missionário amigo meu?

Também não! O dízimo não é para ser administrado por você.   Se   você   quer  entregar  alguma  verba  para  um                            mis- sionário, isto é chamado de oferta voluntária ou missionária e isto está além do dízimo. Eu acho estranho que os crentes


queiram fazer o bem com o dinheiro alheio. "Eu sustento um missionário na África," dizem alguns, quando na verdade isto não deveria nem  ser  mencionado,  pois está  sustentando  com o  dízimo.                    Quando alguém      afirma     que           sustenta  um missionário,  eu estou  pensando que  a pessoa faz isto e ainda é dizimista na sua  igreja local. Veja a possibilidade  da sua Igreja ajudar aquele missionário.

 

Eu    não    dou    o    meu   dízimo   na    Igreja    porque     não concordo com o pastor ou a liderança!

O problema é seu que não  faz nada  sobre  o assunto a não ser reter o seu dízimo e falar  mal  da sua  liderança.  Se você não concorda  com a liderança,  isto significa que  você pode manipular o dízimo do Senhor?  De maneira  alguma, pois as famílias carentes que são ajudadas através do dízimo precisam do                      auxílio             da    igreja,     a    congregação   necessita construir, os obreiros no campo missionário precisam de seus

salários.   Se você não concorda com a liderança, você deve conversar com ela e não chantagear com o seu dízimo. vi pessoas depositando o dízimo em caderneta de poupança

para entregá-lo em outros momentos!

 

Eu ganho muito e não acho certo dar 10% na Igreja!

A solução para o seu problema é simples: ore para que Deus diminua o seu ganho até o limite em que  você julga capaz de dizimar sem nenhuma dor no coração.  Eu  tenho certeza que Deus lhe ajudará a diminuir os seus recursos  se estes estão atrapalhando o seu desenvolvimento espiritual. Se

você ganha  muito,  louvado  seja Deus.  Leia o Salmo         67    e aplique aqueles ensinos no seu coração.

 

Não está escrito em II Co 9:7 "Cada um contribua segundo tiver proposto no coração"?

Sim, está escrito, mas para o seu conhecimento isto tem referência a uma oferta voluntária que  Paulo  estava levantando em favor dos  pobres  em Jerusalém. Se é oferta, cada um oferte o quanto o Senhor colocar no coração.

Creio que deu para perceber que eu sou um fervoroso defensor do dízimo. Eu o sou porque eu experimentei e tenho experimentado a grande benção que é ser fiel ao Senhor. Eu tenho provado as verdades  de Malaquias  3:10  e Deus  tem sido fiel em todas as minhas necessidades e mais ainda: ele


tem provido  a minha  vida com coisas  que eu nunca  pensei que um  dia viesse  a ter.  Todavia, mesmo que eu nunca venha a ter nada  extra, isto jamais  me levará  a desistir  do dízimo. Eu sou dizimista porque eu sou  obediente  a Deus  e não porque eu quero receber mais e mais do Senhor.

E quanto as ofertas voluntárias? Creio que  as  ofertas partem sempre de um  coração  generoso  e não legalista.  Mui- tos pensam que porque  cumprem  com o dízimo, não  tem mais  necessidade de ofertar  algo extra para  o reino  de Deus. O dízimo, na  verdade,  é somente o ponto  de partida, ou seja: até o dízimo (10% ) você tão somente cumpriu com o dever bíblico.  Deus agora               lhe                   concede           90%  para       que       você administre para ele, e é destes 90% que você poderá realizar alguma oferta voluntária. A oferta voluntária é sempre um ato alegre, proveniente de um coração que ama ao Senhor com grande paixão. Você irá descobrir que muitas agências mis- sionárias, grupos evangelísticos             serão    tremendamente abençoados com as suas ofertas.


CONCLUSÃO

 

Chegamos ao fim nesta  nossa conversa sobre finanças. Eu espero que de alguma maneira esta leitura tenha sido útil para você. O principal disto  tudo é que aos  poucos você tenha a consciência de que o dinheiro é um assunto tão espiritual como outro qualquer dentro da igreja, pois o dinheiro está intimamente ligado com o senhorio  de Jesus  Cristo  em nossas vidas.

Dinheiro está também intimamente ligado com a nossa

dependência de Deus. Nós temos que aprender a viver com a abundância       de               bens    materiais;          mas  também    temos que aprender a viver com a falta ou com a necessidade se este for o   caso.  Em         ambas     as  situações        não  podemos           perder      de perspectiva que tudo vem de Deus e dele somos.  Ele nos sustenta nos anos de vacas gordas bem como  nos  anos  de vacas magras. Cresçamos,  portanto,  na      nossa      completa dependência do Senhor.

"Onde  está   o   seu  tesouro,  ai  estará  também   o seu coração." Esta é uma lei implacável de natureza espiritual. O contrário disso também é verdade: onde está o seu coração, ai estará o seu tesouro.

Que as nossas vidas e os nossos bens possam  trazer honras e glórias para o Senhor da História e para a expansão do seu reino.


MEDITAR NA PALAVRA

 

Os textos abaixo deverão ser lidos e meditados.  Todos têm alguma referência com o dinheiro. Tenha também um momento de oração, permitindo que o Espírito  Santo dirija a vida de vocês e que a partir de hoje vocês vão conquistar  a vitória na área financeira.

Mateus 6.24-34 / Filipenses 4.10-20 /  Malaquias  3.8-10 I Timóteo 6.6-10
I Timóteo 6.17-19 / Lucas 12.15 / Atos 4.36 a 5.11 / Marcos 10.17-31
Lucas 19.1-10 /   Provébios 22.7 / Gênesis 14.19-20 / 
Provérbios 19.17 /   Marcos 12.41-44

Antonio Carlos Barro

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