ATÉ QUE O DINHEIRO NOS SEPARE
Duas coisas certamente têm contribuído para o enfraquecimento de muitos casamentos: sexo e dinheiro.
A falta de qualquer um deles poderá causar sérios transtornos para a vida do casai. É provável, porém, que a falta de di nheiro venha a causar mais males e angustia mais casais nos dias de hoje do que qualquer outro componente da vida a dois. São poucos os casais que tem tido a capacidade para administrar bem as crises que o dinheiro provoca.
Creio, baseado nos princípios das Escrituras, que Deus quer dar a vitória ao marido e a mulher nesta área para que, livres das amarras proporcionadas por uma vida financeira difícil, possam servir a Deus com alegria em seus corações. Não é nada fácil concentrar-se em fazer alguma coisa para o Reino de Deus quando a mente e o coração estão cons- tantemente preocupados com as promissórias, cheque especial, cartão de crédito e tantos outros débitos.
A palavra "dinheiro" é definida no Dicionário
Aurélio como: "Mercadoria (geralmente representada por cédulas e moedas) que tem curso oficial e cujo valor é estabelecido como o equivalente que permite
a troca por outra (s) mercadoria(s),
de cujo valor comparativo é a de medida". Aprendemos nesta definição algo interessante: o dinheiro é uma mercadoria e esta mercadoria pode ser trocada por outras que porventura estejamos em falta. Assim podemos entender que a principal finalidade do dinheiro é suprir o que nos falta.
Impressiona ver como a Bíblia é cuidadosa no ensino sobre o dinheiro. Muitas são as histórias que têm como pano de fundo o bom ou o mau uso do dinheiro. Talvez a mais famosa destas é a do próprio Cristo que foi traído por um de seus discípulos por apenas 30 moedas de prata. Ainda que não houvesse dinheiro envolvido na transação, Esaú vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó por um suculento prato de lentilhas. Uma pobre viúva foi elogiada por Jesus por causa do seu desprendimento em ofertar as únicas duas moedas que possuía.
Quem não se lembra das famosas palavras de Zaqueu quando afirma ao Mestre que restituiria quatro vezes se porventura houvesse roubado de alguém? Como podemos ver, mesmo a vida das pessoas registradas nas páginas das escrituras, está rodeada por valores que podem ser simbolizados pelo dinheiro.
ADMINISTRANDO AS FINANÇAS
Naturalmente que a primeira coisa que o casal precisa ter em mente quando falamos em administrar as finanças trata-se exatamente de como o dinheiro do lar é adquirido. A maneira mais tradicional é que essa renda venha do trabalho de algum membro da família. Antigamente era mais comum pensar que o marido era o natural provedor do lar, enquanto que a esposa tinha como responsabilidade o cuidado da casa e dos filhos. Com o decorrer dos anos esta mentalidade foi sendo mudada, e hoje é muito comum encontrar a mulher trabalhando fora para auxiliar ou aumentar a renda familiar.
Nós entendemos que os recursos que entram no lar devem ser adquiridos com honestidade e de uma maneira onde o nome de Deus é honrado e glorificado. É muito triste ver pessoas que freqüentam as nossas igrejas e que praticam negócios escusos, procurarem de diversas maneiras "santificar" aquele dinheiro. A igreja é vista como uma agência onde o dinheiro pode ser "lavado". Pensa-se que dando um pouco para Deus, o "resto" que sobrou está abençoado.
Nós cremos que um lar abençoado financeiramente é um lar onde os recursos são adquiridos com o suor do rosto, com o trabalho digno de cada membro da família. Se alguém da família trabalha em lugar onde tem que realizar falcatruas, deve rejeitar tal tipo de serviço, ainda que isto venha a lhe custar o emprego. Lembre-se que "maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo."
Quando falamos do orçamento de casa, uma das
perguntas que temos que responder é esta: quanto nós pre- cisamos ganhar para manter
o nível de vida que nós temos? Quanto dinheiro é necessário
para passarmos o mês? Por incrível
que possa parecer,
muitos de nós, casados há pouco ou há muito tempo, não temos a menor idéia de quanto gastamos mensalmente. Nós temos uma impressão, uma idéia mais ou menos aproximada!
Portanto, a primeira coisa a fazer é um levantamento das despesas,
as fixas e as eventuais, para
então verificarmos se o que o casal
ganha é ou não suficiente para viver uma vida normal.
Na próxima página você encontrará um modelo de orçamento familiar. Eu sugiro ao casal que elabore esta "planilha de custos". O bom é trabalharem juntos e quando
os ânimos estiverem calmos.
A pior coisa do mundo é planejar a vida financeira
no meio de brigas e crises sobre
dinheiro.
A elaboração de uma planilha é fundamental antes de partirmos para um trabalho realmente sério com os outros detalhes da administração dinheiro no lar. Não é fácil, não é? Vamos comentar, ainda que rapidamente os itens acima e ver se podemos cortar algumas "gorduras" para sobrar um pouco mais de "carne" no fim de cada mês.
Dízimo - Uma das perguntas mais ouvidas sobre o dízimo
é se o mesmo é bíblico? se está no Novo Testamento? Mais adiante falaremos
sobre
este assunto. Não tem como
cortar o dízimo do orçamento,
pois quando o casal faz
isto, as janelas dos céus são fechadas
para com aquela família (Ml 3.10). Mesmo
com esta advertência da palavra de
Deus, muitas vezes é o dízimo que é retido em
situações financeiras difíceis.
Afinal, Deus não vai mandar um cobrador
à nossa porta, não é mesmo?!
Missões - Daquela parte que fica para administrarmos com sabedoria (90% ),
devemos dedicar uma porcentagem fixa para as missões,
seja missões no Brasil ou
fora. Não somente envie a sua oferta, mas envolva-se
com a vida e o trabalho
do missionário; orando, enviando correspondências,
etc. Quando você faz isto, você está em sintonia com o coração
de Deus e une-se aos cristãos do mundo todo que têm colaborado para
com o avanço do Reino de Deus e você se enquadrará entre aquelas
pessoas que estão experimentando as bênçãos de Filipenses
4.19 em suas vidas. Note que pelo
contexto este verso se aplica primeiramente
a todas as pessoas que estão envolvidas
na obra missionária.
Aluguel ou
prestação da casa própria - Se você não tem como sair do aluguel,
tem que pagá-lo,
mesmo chorando,
pois é um dinheiro que não volta mais. Planejar com
cuidado a compra de um terreno para construir
aos poucos é uma alternativa que todos deveriam procurar. Cuidado
ao comprar casas ou apartamentos que estão financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação e optar por não transferir
para o seu nome por causa do aumento que incidirá sobre o valor das prestações. Você poderá ter complicações pois em caso de morte, separação judicial
ou falência do primeiro proprietário, o apartamento
entrará como bem da família. O mesmo se aplica se você vender para alguém que não vai transferir.
Se a pessoa parar de pagar é o seu nome que ficará no rol dos devedores junto ao agente financeiro. Além do que você também não poderá financiar
outro imóvel, pois consta como sendo proprietário de um. Consulte alguém que entenda do assunto antes de decidir sobre a compra e venda de um imóvel
financiado.
Consórcio - Muitas vezes a gente compra um consórcio
pensando que será fácil pagar, porque no dia da compra a prestação
é razoável em relação ao salário.
Se a inflação disparar é um problema pagar as prestações. Analise, portanto, com cuidado esta opção para adquirir o carro novo. Se você parou de pagar as prestações, guarde todos os recibos, para receber o que pagou no final do grupo. Existe também uma reserva que é cobrada mensalmente que será
devolvida a você. Se você vender o consórcio, não esqueça de negociar
a reserva referente
às prestações que você
pagou. Não queremos deixar a impressão
que tudo é negativo em comprar um consórcio, pois
este ainda é um dos meios mais eficientes
para a compra do carro novo.
Escola particular - Se a sua opção é por escolas particulares, procure colocar as crianças em uma mesma
escola porque assim você poderá obter
maiores
descontos.
Economizará com uniformes, porque
poderá passá-los de uma criança para outra. O
mesmo se aplica a livros
didáticos e outros materiais
escolares.
Cursos extras - Se o seu sonho
é aprender inglês e está pensando em entrar em uma escola, pelo menos leve o curso
a sério. Poucas são as pessoas que aprendem uma língua estrangeira indo três vezes por semana a uma escola. Portanto, faça
bom uso do
seu investimento. Cursos são oferecidos pelo
SENAC
a
preços módicos e de excelentes qualidades.
Água, luz e gás - São despesas que não podem ser
cortadas, mas que podem ser racionalizadas. Passe toda a
roupa num mesmo dia, cozinhe alimentos em maior quantidade e congele.
Desligue a luz quando sair do aposento e ensine as crianças a
procederem do mesmo modo. Se
você está construindo
a casa própria,
pense na possibilidade de
colocar energia solar e utilizar
o gás para os banheiros e pias e não energia elétrica.
Supermercado - Grande devorador do nosso orçamento.
Compras sem nenhum critério fatalmente levarão
o nosso lar à falência.
Durante a semana vá elaborando
uma lis ta das mercadorias em falta na dispensa. Se o seu
orçamento está curto, compre somente o que escreveu naquela lista e não abra nenhuma exceção para o que não é tão necessário. Se você pode ir ao supermercado
sem as
crianças, faça-o.
Condomínio - Não tem jeito, tem que pagar. Todavia, adquira o hábito de olhar na relação das despesas, porque
muitas delas (se você é
inquilino)
devem ser pagas pelo
proprietário do imóvel. O inquilino não deve pagar por reformas do prédio, por exemplo. Para quem mora em casa própria,
negocie
com o proprietário as reformas
da casa, afinal ela não é sua.
Combustível - Racionalize. Programe a sua saída para
fazer muitas
coisas
ao mesmo tempo.
Depois
de levar as
crianças à escola, vá ao banco, à costureira, etc. Acostumamos tanto com o carro que para um trajeto de dois
ou três
quarteirões nós o utilizamos.
Para distâncias curtas, experimente andar. Faz bem à saúde.
Jornal,
revistas, TV a cabo - Amenidades que se você
pode ter, não há
pecado nenhum. Veja, porém, se este não é o dinheiro da oferta missionária ou até mesmo do dízimo
que você diz não ter porque não sobra
nada no final do mês. Lembre-se que o dízimo não é do que sobra, mas sim a primeira parte do que recebemos.
Telefone - Quem tem adolescentes sabe que a conta de telefone não é brincadeira. Uma dica: verifique na lista telefônica
de sua, cidade quais são os horários mais em
conta para ligações interurbanas.
Escreva
num papel
e coloque
perto do telefone. Procure fazer as ligações dentro daqueles horários,
quando possível. Você vai ver que uma ligação feita às 13:58 minutos têm um custo bem menor do que uma feita
às 14 horas.
Auxílio à família - Se você precisa ajudar a
sua família, veja is to como bênção e não como um peso a mais na
sua vida. Se está difícil para você
sustentar a sua família, divida a responsabilidade com
outros
parentes, quando isto for possível.
Fundo de pensão - Planejar com antecedência a aposentadoria é hoje uma necessidade, tendo em vista os
poucos recursos da previdência no Brasil.
Muitas pessoas que pagaram o INPS sobre dez
salários, recebem hoje sobre sete salários ou menos. Alguns bancos possuem planos complementares de aposentadoria. Verifique a solidez
de cada plano de aposentadoria. Em dúvida,
vá para um banco federal.
Seguros - Ter seguros não é luxo. Seguro saúde é de fundamental
importância pois os custos dos procedimentos
médicos e hospitalares estão além das nossas possibilidades. Compare dois ou três planos antes de decidir por um deles.
Quanto ao seguro do carro, o melhor é aquele oferecido
por uma seguradora
idônea, com um corretor
honesto. Talvez você não possa fazer o seguro total do carro, então faça pelo
menos contra terceiros. Verifique ainda a possibilidade de
fazer o seguro de uma certa quantia, mesmo
que não seja o valor total do seu carro. Se
algo acontecer, você tem pelo menos um valor para ajudar na compra de outro carro. O
seguro de vida é importante
para não deixar a família
desprotegida.
Poupança - O nome já
diz tudo o que significa. Poupar para os eventuais, para uma compra maior, para a faculdade
dos filhos, etc. Se possível,
resista à tentação de sacar o dinheiro
todas as vezes em que a situação se complicar.
Ofertas Voluntárias
- São aquelas ofertas levantadas de vez em quando para um trabalho ou missão específica.
Não veja estas ocasiões como um peso na
sua vida, mas sim como uma oportunidade
de fazer algo que alegra o coração
de Deus. Sempre que estas ocasiões surgirem, não pergunte quanto você quer ofertar, mas quanto Deus quer que você oferte.
Vestuário - Seguir a moda que muda todos os anos esta fora das nossas possibilidades. Uma conversa com as crianças talvez ajude na compra de um tênis ou uma calça jeans. Reformar
as roupas usadas também é uma boa opção
e não mata ninguém. Se você tem crianças pequenas experimente fazer um clube de amigas e trocar as roupas infantis que as suas crianças não vão mais usar. Com um pouco de coragem, este clube é uma opção até mesmo di- vertida para as mulheres que estão "cansadas" de suas roupas.
Brinquedos - No decorrer
do ano, vá comprando os brinquedos
para o natal, aniversários e presentes
para as cri-
anças. Fazendo assim, você ameniza os gastos elevados do
final de ano e pode sobrar mais para as férias que se aproximam. A outra vantagem é que você não precisa disputar
a tapa os espaços
apertados das lojas
de brinquedos ou ainda ter que comprar somente o que restou nas prateleiras.
Restaurantes, cinemas, livros - Alguns procuram cortar o orçamento
na categoria de lazer, todavia,
o mesmo é
essencial para a família. Nem sempre
o restaurante mais
luxuoso é a melhor opção. Talvez um simples hambúrguer, uma pizza ou até um cachorro-quente pode ser mais divertido do que
aqueles restaurantes que têm uma etiqueta rígida. O objetivo principal ao sair com a família é a gostosa convivência entre todas as pessoas envolvidas.
Férias, passeios, congressos - Sair de férias hoje em dia não é fácil. Não basta apenas emprestar
um casa na praia
e tudo está resolvido.
Para se ter um bom
período de férias é preciso poupar durante o ano todo O mesmo se aplica aos congressos. Hoje em dia são tantos os congressos que você precisa priorizar
aqueles que quer atender e poupar para os mesmos.
para entrar no cheque especial ou vender o carro, se for algo mais grave. Por isso o seguro de saúde é importante.
Estes e outros itens devem ser motivos para conversas entre os casais. Muitas vezes um acha que o outro está pensando a mesma coisa sobre um tal assunto, para mais tarde descobrir surpreso que havia diferenças de opiniões que vão resultar em brigas e crises no relacionamento.
QUEM ADMINISTRA O QUE?
Se o dinheiro muitas vezes é uma fonte de irritação,
ele pode vir a ser também
uma fonte de divisão entre o casal. Brigas rotineiras
sobre a administração
do dinheiro
podem virar brigas crônicas. Todo dia é a mesma coisa com as mes- mas perguntas irritantes:
"O que você
fez com o dinheiro
que eu lhe dei ontem?" "Você já gastou
tudo o que eu depositei na sua conta?" "Aonde é que vai o nosso dinheiro, se a gente não faz nada extra?" "Você sabia que a conta
estava estourada,
tinha que comprar isso logo agora?"
São situações como estas que vão colaborando para que o ambiente em casa fique pesado. Estas discussões
muitas vezes acontecem na frente das crianças ou de outros familiares. É ridículo quando o casal tenta resolver os problemas financeiros perto do pais ou dos sogros.
Poupem este constrangimento a vocês e aos outros.
Para evitar que a situação
piore, mais ainda, vejamos algumas coisas práticas.
Mas antes de prosseguir,
eu imagino que vocês já fizeram a "planilha de custos". Se não fizeram ainda, agora é um bom momento para tal projeto.
Depois, vocês continuam
a leitura.
Honestidade - Se vocês estão casados,
vocês devem compartilhar todas as coisas referentes às finanças do lar.
Quando eu estou aconselhando casais que estão se preparando
para o casamento, eu geralmente pergunto à noiva, em separado, se ela sabe o quanto
o seu noivo ganha por mês. Normalmente a resposta é negativa. É im- pressionante ver que até poucos dias antes do casamento o noivo ainda não contou para a sua futura esposa o quanto ele
recebe de salário. Não se tem idéia de como o casal vai sustentar o novo lar que está iniciando.
Mais trágico ainda é que mesmo depois de casados esta situação permanece a mesma. As esposas não sabem o quanto os seus maridos recebem, que cargo ocupam na firma, se o salário
foi aumentado ou não. Muitos maridos têm vergonha
de dizer para sua esposa que estão ganhando pouco e com o que estão ganhando
não é possível sustentar
aquele nível de vida. O primeiro passo para corrigir
esta distorção é uma conversa franca sobre a atual situação financeira
do casai. Respondam
a estas perguntas,
em separado, e depois confiram os resultados:
Quanto o meu (minha) esposo(a) recebe por mês? Qual é o nosso saldo bancário? Qual é o valor do aluguel?
Quanto gastamos
no supermercado? Quais são as nossas dívidas hoje?
Quando esta conversa estiver acontecendo, deve-se evitar as acusações que são tão costumeiras quando o assunto é dinheiro:
"Eu não sabia disso!" "Por quê você não me falou antes?" A situação
já está difícil e vocês devem usar o perdão
para alguma falta ou erro cometido
e fazer um pacto
de que deste ponto em diante vocês estarão unidos na administração do lar. Um outro detalhe:
são poucos os casais que têm a capacidade de administrar
o orçamento familiar quando cada um administra
o seu próprio salário e possuem contas correntes em separado.
Parceria - A responsabilidade de administrar as finanças não deve ser somente do
marido, eu digo isso princi- palmente aos homens que muitas vezes
não
querem abrir mão desta prerrogativa.
A esposa deve saber o que está acontecendo em todos os detalhes. Se as crianças já
estão na idade em que possam entender as dificuldades que estão
sendo enfrentadas, elas também devem
fazer parte da conversa. Assim, poderão contribuir para a recuperação
financeira do lar, pois saberão
que por um período de tempo, terão que adiar certos
projetos e compras. Veja esta instrução bíblica:
"Se alguém
quiser prevalecer contra um,
os dois lhe resistirão;
o cordão de três dobras não se rebenta com
facilidade" Eclesiastes 4.12.
Decisões em conjunto - Uma fonte de
grande irritação no lar, é quando alguém faz uma compra elevada sem con-
sultar o outro. O marido viu um tremendo
som
para o carro e o preço estava
fantástico. Ele compra cheio de
entusiasmo para tão somente
chegar em casa e receber as mais duras censuras
da esposa que está adiando a compra
de um vestido porque as finanças estão mal. Compras de carros,
casas, consórcios, etc. devem ser discutidas em família.
As compras impulsivas
devem
ser evitadas ao máximo. Se você está pensando
em comprar alguma coisa, e
o preço está elevado, fugindo do orçamento,
pense duas vezes.
Reserve a mercadoria se for possível, depois, ore, reflita,
consulte mais
alguém e volte (ou não volte)
no outro dia.
Você verá que muitas vezes aquela compra pode ser adiada e que não faz tanta falta
assim.
ADMINISTRANDO AS DÍVIDAS
Lembro-me de um ministro da República
que certa vez afirmou: "Dívida não se paga, administra-se". O cristão tem que fazer as duas coisas: administrar
e pagar a dívida (para o cristão dívida é compromisso). Não ter dinheiro é tre- mendamente
frustrante, mas muito pior é não ter dinheiro e estar cheio de dívidas para pagar.
Vou dar um exemplo da minha própria
experiência. Quando eu era ainda jovem e ganhava Cr$800,00 cruzeiros
por mês. já devia aproximadamente Cr$1.100,00 cruzeiros mensais. Eu não conseguia encontrar solução para o meu dilema e também não
sabia o que fazer. O que fiz deu certo, e ao compartilhar
com você,
eu espero que isto também venha a ser útil na sua vida.
A primeira coisa que eu fiz foi um compromisso de dar o meu dízimo
ao Senhor. Eu não era dizimista, achava que isto era para os mais velhos, os mais antigos na igreja e principalmente para quem ganhava bem. Eu determinei que
a partir daquele momento eu daria os 10% na igreja. Talvez
você possa pensar: se com o que ganhava
não era suficiente, quanto mais dando o dízimo?
Pois foi exatamente o que eu fiz. Todos os meses, antes de pagar qualquer coisa, eu entregava
o dízimo.
Depois eu intercalei os pagamentos
das dívidas. Um mês eu pagava uma loja e deixava outra para trás.
No mês seguinte eu pagava aquela atrasada e atrasava a outra. Com
isto eu fui levando
o meu projeto adiante.
Uma explicação aos credores talvez se faça necessário.
Saiba que eles preferem assim, do que as mentiras que são contadas para fugir das responsabilidades.
Mentiras fazem parte do
reino das trevas e não combinam em
nada com o reino da
luz que Cristo trouxe a nós.
Paralelamente
a isto, eu cortei todas as compras. As roupas que eu tinha eram suficientes e eu não precisava comprar tudo o que me aparecia pela frente. Cheguei a almoçar pão com margarina (eu
morava
em uma república
em São Paulo e minha família no interior do
estado), mas isto era melhor do que ter o nome jogado na
lama ou "ceprocado" como caloteiro.
Sem sacrifícios não se livra
das dívidas.
Deus foi me concedendo a vitória, até
que finalmente eu fiquei livre de todas as dívidas. Você não imagina a grande
bênção que é receber o salário
no final do mês, entregar o dízimo
e não ter dívidas
que vão consumir o restante do seu dinheiro! Gostaria de passar algumas sugestões práticas sobre dívidas.
Inventário - A primeira coisa a fazer é alistar em uma folha todas as suas dívidas, valores e vencimentos. Não fique com vergonha de nominá-las
e tenha a certeza de que tão
somente em fazer isto, você já está dando
um
grande passo para a vitória. Quanto você deve, para quem, até quando? Responda a estas perguntas
com exatidão. Evite ser vago, coisas como: "eu
devo mais ou menos tanto."
Cheque Especial - O gerente do banco liga avisando
que o seu limite foi aumentado, você vê isto como uma bênção, porém, tome
cuidado
para que esta bênção não
venha a se tornar em
maldição. É fácil escrever um cheque porque você sabe que limite cobre a quantia. Pense,
porém, que os juros são altos e que invariavelmente você
terá
que pagar o saldo
devedor. Para quem tem cheque
especial e está sempre negativo,
o melhor remédio é o mais amargo: cubra o saldo e cancele o cheque. A outra opção é ter um limite pequeno para eventuais erros de cálculos nos talões de cheques.
Cartão de Crédito - Outra amenidade dos dias modernos. As lojas incentivam o
uso
do "dinheiro
plástico" em todas as compras. A impulsividade nos leva a comprar até
o que não
queremos. O pior se dá quando chega o extrato do cartão. A gente se arrepende
de ter ido àquele restaurante, da calça que não tinha necessidade, da bolsa que estava em grande liquidação. O melhor remédio para o uso desenfreado do cartão é a tesoura. Corte-o bem no meio e assim você não passará mais pela tentação de usá-lo.
Prestações - Eu sei
que muitas vezes é mais fácil comprar em suaves prestações
do que a vista. Veja,
porém,
se no seu orçamento você pode acomodar as prestações mensais. Se você têm que cortar alguma coisa durante aquele período para pagar esta nova prestação, saiba exatamente de onde é que o dinheiro virá.
As suaves prestações
podem vir a ser tremendos pesadelos. Não seja
também inocente em pensar que os logistas
não imbutem juros nas prestações. Uma opção é ver o preço a vista e depositar em poupança até que você tenha o valor suficiente para efetuar a compra.
Empréstimos - Evite ao máximo fazer empréstimos, e tome a firme posição de
nunca
Se envolver com agiotas, pois eles farão de tudo para receber o dinheiro que lhes pertencem
e você não terá um minuto
de
folga até pagar o último
centavo. Lembre-se de Provérbios
22.7, "O rico domina sobre
o pobre, e o que toma emprestado
é servo do que empresta. ”
Se você é cristão, evite emprestar dinheiro
dos
membros da sua igreja. Creia-me que quando você fizer isto, você estará constrangendo muita gente, inclusive a liderança da igreja, pois se algo acontecer e você não puder pagar, a situação será bem desagradável.
Tendo feito o exercício acima, você deve planejar imediatamente como saldar os seus compromissos. Uma
conversa com os seus credores deve fazer parte deste plano.
Você tem como escapar de
uma vida financeira atrapalhada, mas para isso você tem que ter humildade para reconhecer que
necessita da graça e do poder de Deus para a sua vida. Atitudes drásticas
são melhores do que um adiar
constante e dos panos quentes que você tem colocado para remediar a situação. Inicie hoje, em sua vida,
um processo de libertação
deste senhor que tem lhe escravizado portanto tempo!
ADMINISTRANDO OS DÍZIMOS E AS OFERTAS
Não podemos pensar aqui em administração no sentido de exercer poder sobre os dízimos de tal forma que podemos determinar quanto, quando
e onde dizimar. Administrar
está sendo usado aqui no sentido de empregar bem os recursos
do Senhor que são colocados
em nossas mãos.
Um dos conceitos perdidos nesta nova geração de cristãos adeptos da
prosperidade e escravos do materialismo é o da mordomia cristã. Antigamente
este
era um assunto comum nos ensinos da igreja,
todavia,
ele
perdeu a sua popularidade e conseqüentemente são poucas as pessoas que
realmente tem noção daquilo que Deus espera de cada uma delas com respeito aos bens materiais.
Uma das coisas que as pessoas sempre estão questionando é a respeito
do dízimo. "Ele é bíblico mesmo?" "Se
eu ganho pouco eu tenho que dar mesmo assim?"
"10% de tudo o que eu ganho é muito," dizem outros. Dízimo não é para ser questionado, mas para ser obedecido. A fé e a razão estão ao lado daqueles que são dizimistas fiéis, enquanto que a descrença está ao lado daqueles que duvidam de Deus e do seu poder. Portanto,
em última análise, não ser dizimista ao Senhor é ser semelhante ao ímpio que não confia em Deus. Não temos como negociar
esta verdade. Se você crê que Deus supre, você é dizimista. Se você não crê que Deus supre (portanto age como ímpio) você não é dizimista.
O dízimo não foi instituído na Bíblia para a nossa chateação, ou para ficarmos irritados com a igreja ou o pastor que prega sobre o assunto. O dízimo foi instituído
para a expansão do reino de Deus, para a edificação Ha igreja,
e também para que através dele recebêssemos as bênçãos do Senhor. Com o dízimo nós glorificamos o nosso Deus.
As perguntas
mais ouvidas sobre o dízimo e as minhas respostas:
Eu dou, consagro, dedico, entrego ou pago o dízimo?
Tem gente que fica irritada quando
usamos o verbo que ela não usa em relação à entrega dos dízimos. Na
verdade, tanto faz o verbo que você quer usar, o importante é que o dízimo chegue na tesouraria
da igreja. O que
importa é a atitude do seu coração. Chamar de consagração
e ficar lamentando por ter entregue
o dízimo é muita incoerência
e
pecado.
O dízimo é sobre o bruto ou sobre o líquido?
Depende da sua atividade.
Se você é funcionário de uma empresa,
e os descontos na sua folha pagamento são
para
os seus benefícios, tais como: INPS, imposto de renda, caixa da previdência, clube, seguros, etc, então você tem que dizimar sobre o bruto. Se você é autônomo,
você dízima sobre o seu lucro. Por exemplo: você compra um carro por R$1.000,00 e vende por R$1.200,00, então o seu dízimo é sobre os R$200,00.
Você gastou R$10.000,00
para plantar a sua safra e vendeu a mesma por R$15.000,00, o seu dízimo é sobre R$5.000,00. Em suma: tire o investimento e dê o dízimo sobre o lucro daquele investimento. Você ê dono de uma empresa e não tem rendimentos fixos,
então dê o dízimo sobre tudo o que você gasta para a sua sobrevivência. Tenha certeza do seguinte: se
você quer fugir de dizimar você achará uma desculpa, assim como se você quer ser dizimista, você saberá como fazê-lo, pois o Espírito Santo lhe orientará.
Eu posso dar o dízimo em outra igreja?
Normalmente a minha resposta é não, com algumas exceções. Eu creio que o dízimo deve ser dado na igreja onde você é alimentado espiritualmente. Quem compra o material
da Escola Dominical das suas crianças? Quem paga as contas da igreja onde você louva a Deus? Quem compra o som da igreja?
Não acho que é justo que você freqüente uma igreja e dela receba seu alimento
espiritual e então dê o dízimo para uma outra Igreja.
A exceção é quando você é transferido de uma cidade para
outra, e já comprometeu
o seu dízimo com
algum
projeto da
sua ex-igreja como reformas e construções e ela agora depende daquele seu dízimo.
Todavia, quando este projeto chegar ao seu fim, você deve tornar-se dizimista da sua nova Igreja. Avise, porém, a liderança
sobre o que você está fazendo.
Eu posso dar
o meu dízimo para
um missionário amigo meu?
Também não! O dízimo não é para ser administrado
por você. Se você quer
entregar
alguma
verba
para
um mis- sionário, isto é chamado de oferta voluntária ou missionária
e isto está além do dízimo. Eu acho estranho que os crentes
queiram fazer o bem com o dinheiro alheio. "Eu
sustento um missionário
na África," dizem alguns, quando na verdade isto não deveria
nem
ser mencionado, pois
está
sustentando com
o dízimo. Quando alguém afirma que sustenta um missionário, eu
estou
pensando que a pessoa
faz isto e ainda é dizimista na sua igreja local.
Veja a possibilidade da sua Igreja ajudar aquele missionário.
Eu não dou o meu dízimo na Igreja porque não concordo com o pastor ou a liderança!
O problema é seu que não faz
nada
sobre o assunto a
não ser reter o seu dízimo e falar mal da
sua
liderança. Se
você não concorda com a liderança, isto significa
que
você pode manipular
o dízimo do Senhor?
De maneira alguma, pois as famílias carentes que são ajudadas através do dízimo precisam do auxílio da igreja, a congregação necessita construir, os obreiros
no campo missionário precisam de seus
salários. Se você não concorda
com a liderança, você deve conversar com ela e não chantagear com o seu dízimo. Já vi pessoas depositando o dízimo em caderneta
de poupança
para entregá-lo em outros momentos!
Eu ganho muito e não acho certo dar 10% na Igreja!
A solução
para o seu problema
é simples: ore para que Deus diminua o seu ganho até o limite em que você
julga capaz de dizimar sem nenhuma dor no coração. Eu tenho certeza que Deus lhe ajudará a diminuir
os seus recursos se estes estão atrapalhando o seu desenvolvimento espiritual. Se
você ganha muito, louvado
seja
Deus. Leia o Salmo 67 e aplique aqueles ensinos
no seu coração.
Não está escrito em II Co 9:7 "Cada um contribua
segundo tiver proposto no coração"?
Sim, está escrito, mas para o seu conhecimento isto tem referência a uma oferta voluntária que Paulo estava levantando em favor dos pobres em
Jerusalém. Se é oferta, cada um oferte o quanto o Senhor colocar no coração.
Creio que deu para perceber que eu sou um fervoroso
defensor do dízimo. Eu o sou porque eu
experimentei e tenho experimentado a grande benção que é ser fiel ao Senhor. Eu tenho provado as verdades de Malaquias 3:10 e Deus tem sido fiel em todas as minhas necessidades e mais ainda: ele
tem provido a minha vida
com coisas que eu nunca pensei que um dia viesse a ter.
Todavia, mesmo que eu nunca venha a ter nada extra,
isto jamais me levará a desistir do dízimo. Eu sou dizimista porque eu sou obediente a Deus e não porque eu quero receber mais e mais do Senhor.
E quanto as ofertas voluntárias? Creio que as ofertas partem sempre de um coração
generoso e não legalista. Mui- tos pensam que
porque cumprem com o dízimo, já não tem mais necessidade
de ofertar algo extra
para
o reino de Deus. O dízimo, na verdade,
é somente o
ponto
de partida, ou seja: até o dízimo (10% ) você tão somente cumpriu com o dever bíblico. Deus agora lhe concede 90% para que você administre para ele, e é destes 90% que você
poderá realizar alguma oferta voluntária. A oferta voluntária
é sempre um ato alegre, proveniente de um coração que ama ao Senhor com grande paixão. Você irá descobrir
que muitas agências mis-
sionárias, grupos evangelísticos serão tremendamente abençoados com as suas ofertas.
CONCLUSÃO
Chegamos ao fim nesta nossa conversa
sobre finanças. Eu espero
que de alguma maneira esta leitura
tenha sido útil para você. O principal disto
tudo é que aos poucos você
tenha a consciência de que o dinheiro
é um assunto tão espiritual como outro
qualquer dentro da igreja, pois o dinheiro está intimamente ligado com o senhorio de Jesus Cristo em nossas vidas.
Dinheiro está também intimamente ligado com a nossa
dependência de Deus. Nós temos que aprender a
viver com a abundância de bens materiais; mas também temos que
aprender a viver
com a falta ou com a necessidade se este for o caso.
Em ambas as situações não
podemos perder de perspectiva que tudo vem de Deus e dele somos. Ele
nos sustenta nos anos de vacas gordas bem como nos
anos
de vacas magras. Cresçamos, portanto, na nossa completa dependência do Senhor.
"Onde está o seu tesouro, ai estará também o seu coração." Esta é uma lei implacável de natureza
espiritual. O contrário
disso também é verdade:
onde está o seu coração, ai estará o seu tesouro.
Que as nossas vidas e os nossos bens possam trazer honras e
glórias para o Senhor da
História e para a expansão do seu reino.
MEDITAR NA PALAVRA
Os textos abaixo deverão ser lidos e meditados.
Todos
têm alguma referência
com o dinheiro.
Tenha também um momento de oração, permitindo que o Espírito Santo dirija a vida de vocês e que a partir de hoje vocês vão conquistar a vitória na área financeira.
I Timóteo 6.17-19 / Lucas 12.15 / Atos 4.36 a 5.11 / Marcos 10.17-31
Lucas 19.1-10 / Provébios 22.7 / Gênesis 14.19-20 /
Provérbios 19.17 / Marcos 12.41-44