sexta-feira, 16 de setembro de 2022

DEUS E A NOSSA INDIVIDUALIDADE

 

Deus age no individual

 

 

O que Deus tem falado, cobrado, pedido, si­nalizado para você? Não finja que não compreende.

Atente para o que o Todo-Poderoso disse a Isaias: A quem enviarei, e quem há de ir por mim? Observe que o sujeito parece indeterminado: quem. Mas Isaías sabia que o Senhor falava com ele, e prontificou-se: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então, Deus falou diretamente com o profeta.

Essa passagem deixa claro que o Senhor se dirige do coletivo para o particular; do geral, para o individual.

Eu prego para todos indistintamente. No entanto, quando a mensagem penetra no coração de uma pessoa, ela diz: "Senhor, sou eu, ajuda-me, eu preciso!" Então Deus trata pessoalmente com ela.

O Pai sempre se manifesta de maneira ge­ral; mas, quando alguém se prontifica, Ele age no individual. Quando o cristão se dispõe, o Criador opera na vida dele.

Lembro-me de que, aos 15 anos, eu, filho de pastor, vivia com um grupo de amigos, fazen­do bagunça na igreja. Eu gostava de sentar no final do templo com eles. Mas um dia, num congres­so da juventude da minha igreja, o pastor Elizeu Menezes, da Assembléia de Deus na Ilha do Go­vernador, Rio de Janeiro (RJ), estava pregando a mensagem Avivados para Evangelizar. Deus usou aquele homem para falar comigo. Eu disse: "Sou eu! Preciso acertar-me, servir a Deus".

O pastor Elizeu falava de maneira geral. Meus amigos estavam próximos a mim. Entretan­to, na hora em que ouvi aquela palavra, afirmei: "E comigo, aviva-me, muda-me, Senhor! Preci­so servir-te melhor". E a partir daquele dia, Deus mudou a minha história, porque atendi à Sua voz, ao Seu chamado.

Ao fim do congresso, um grupo de garotos foi impactado pela mensagem; outros, não. De­pois, eu e o primeiro grupo iniciamos um trabalho de madrugada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Durante anos, toda sexta-feira, passávamos das 22 horas às 4 horas da manhã pregando nas portas das boates. Foi um laboratório, uma escola fantás­tica, para a minha vida ministerial.

Você pode estar dizendo: "Jesus, sou eu, preciso ter um relacionamento contigo. Necessi­to acertar a minha vida, consertar-me. Deus, eis-me aqui!" Sabe o que acontecerá? Atente para o que o Senhor disse a Isaías quando viu a sua dis­ponibilidade. Deus disse, vai e dize a este povo... (Isaías 6.9a). E Isaías se tornou o maior profeta messiânico da Bíblia. Nenhum outro falou tanto acerca do Cristo.

 

 

No centro da vontade de Deus

Com isso, é possível aprender que o me­lhor lugar para se estar é no centro da vontade de Deus.

O que o Senhor deseja para a sua vida? O que você precisa renunciar? O que é necessário deixar, abandonar? Para onde você deve ir? Não é o lugar que faz a diferença, nem o emprego ou o dinheiro, é a presença de Deus em nossa vida.

O lugar mais terrível por onde já passei pelo menos umas onze vezes foi o deserto na Península do Sinai. Lá é tão seco, que é essencial beber água mesmo sem vontade, para evitar a desidratação. De manhã faz 45 graus! De noi­te, 1 grau. O sol é escaldante pela manhã; e, à noite, o frio é de rachar. Mas foi no deserto que houve a Shekinah, a manifestação da glória de Deus, para Israel.

 

Assim partiram de Sucote, e acamparam em Etã, à entrada do deserto. E o Senhor ia adian­te deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite.

Êxodo 13.20-22

 

Para aquele povo que caminhou no deser­to, o que fez a diferença foi a presença de Deus, que garantiu comida e água todos os dias; nuvem para amenizar a fúria do sol durante o dia; e a coluna de fogo à noite, para aquecer e espantar os animais selvagens. Além disso as roupas e as sandálias dos israelitas não apodreceram e nada faltou, porque Deus garantiu o sustento deles.

A presença e a vontade do Criador na nos­sa vida fazem toda a diferença!

 

Buscando um encontro com Deus

O que Deus tem falado e tratado com você? Não diga que não entende a determinação do Senhor. E hora de tomar uma decisão. O Cria­dor tem o melhor para a sua vida. Eu não tenho, mas o Pai celestial tem.

Há pessoas que conhecem o Evangelho, mas hoje estão completamente caídas e arrasadas. Se você é uma dessas pessoas, se está distante de Deus, volte! Não foi o Senhor que se afastou de você. Ele não se distancia de ninguém. Leia o que Jesus prometeu em Mateus 28.20b: Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Ainda há tempo! Reconcilie-se com o Senhor.

Se você ainda não teve um encontro com Deus, mas deseja isto, a única maneira é arrepen­der-se dos seus pecados, confessá-los e reconhecer a soberania do Senhor. Peça a Ele para ir ao seu encontro, para falar ao seu coração, convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo. Peça para Jesus ser o seu Salvador e Senhor, e mudar a sua história. Ele terá prazer em atender ao seu pedido.

Confie em Deus! Lance sobre Ele todas as suas necessidades, os seus questionamentos, as suas tristezas, os seus sonhos, os seus pecados, e desfrute do cuidado e do amor do Salvador.

O melhor de Deus está por vir. No entan­to, isso só acontecerá se você reconhecer o seu estado carente da misericórdia divina e clamar ao Senhor pela manifestação do Seu poder, que lim­pa, perdoa e purifica você.

Em Jeremias 1 7.7.8, está escrito:

 

Bendito o varão que confia no Senhor; e cuja esperança é o Senhor. Porque será como árvore plantada junto às águas, que estende as suas raí­zes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.

 

Para que eu e você, independente das circunstâncias, fiquemos firmes na presença de Deus, dando bons "frutos", é necessário um en­contro verdadeiro e real com o Senhor. É preciso ter experiências com Deus.

O que nos manterá seguros na Rocha não é a religião, a igreja ou o pastor fulano de tal, e sim as nossas experiências pessoais com nosso Criador, que gerarão a certeza de que só o Senhor é Deus e que Sua Palavra é a verdade; o guia que Ele providenciou para nos revelar um pouco sobre Sua pessoa e sobre os princípios que estabeleceu para uma vida abundante.

Atente para o que o Senhor diz em Isaías 43.11-13:

 

Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador. Eu anunciei, e eu salvei, e eu fiz ouvir; e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, eu sou Deus. Ainda antes que houvesse dia, eu sou, e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos: operan­do eu, quem impedirá?

 

Agora, ore: "Senhor, eu quero ter uma ex­periência contigo. Muda a minha vida, a minha história. Perdoa os meus pecados. Manifesta o Teu poder e a Tua graça. Liberta-me, restaura-me. Creio que o Espírito Santo fará uma nova obra poderosa em minha vida. Que sejam quebradas, pelo poder do nome de Jesus, todas as correntes que me assolam. Pai, eu entrego a minha vida em tuas mãos. Amém".

COMO DEUS ESTÁ FALANDO?

 

Deus fala conosco

 

 

Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que di­zia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? En­tão, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.

Isaías 6.8

 

Aprenda, guarde e, se possível, anote as três características quando o Criador fala: de ma­neira que o homem possa entender, com objetivi­dade e manifestando a Sua vontade.

Tenho visto inúmeras pessoas afirmar que Deus está falando isto e aquilo, quando na rea­lidade são "profetadas", "visagens", "revelamentos"; coisas da cabeça dela.

Um dia, ao final de um culto em minha igreja, a Assembléia de Deus na Penha, Rio de Janeiro (RJ), uma irmã perguntou: "Pastor, posso dar um recado de Deus para o irmão?" Eu respon­di: "Pois não! Fale!" Ela disse: "Pastor, eu vi um negócio..." Indaguei: "Que negócio?" Ela pros­seguiu: "Um negócio..." Brinquei: "Um negócio, negócio? Business?..." Ela confirmou: "Era um ne­gócio assim, pastor!"

É claro que não era Deus falando! O Senhor não é igual ao homem que, muitas ve­zes, para pedir algo, faz um monte de rodeios, e não tem objetividade. Deus é claro, direto, objetivo!

Vemos isso no episódio em que Jesus se aproximou do cego Bartimeu (Marcos 10.47-52). Este estava clamando: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! (v. 47) O Mestre perguntou: Que queres que te faça? (v. 51) O cego automati­camente respondeu: "Eu quero ver". Então Jesus disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho (v. 52).

A Bíblia revela em 1 Coríntios 14.33, que Deus não é de confusão. Logo, Ele não se expres­sa de maneira que o homem não o compreenda. Pelo contrário! Ele se comunica de modo claro e objetivo! Ele manifesta a Sua vontade de forma in­confundível! E o Espírito Santo que em nós habita testifica na hora sobre a verdade! (ver João 5.32; 15.26; Romanos 8.16; 1 João 5.6).

Além do Espírito Santo, Deus pode usar Sua Palavra, fatos, milagres e outras pessoas para confirmarem o que Ele nos disse e alimentar a nossa fé (ver João 5.39; 10.25; Hebreus 2.4; 1 Pe­dro 5.12; 1 João 5.7).

 

O perigo de buscar profecias

Apesar disso, muitas pessoas andam de casa em casa para ouvir certos "profetas", que fazem "revelamentos" no quarto, na cozinha, no banheiro, na sala. Por que eles não profeti­zam na igreja? Por que não contam a revelação no culto? Eles não gostam de expor suas "vi­sões" na Casa de Deus porque lá tem um pas­tor com cajado na mão, prestes a corrigi-los, se preciso for.

Não estou generalizando. Conheço pes­soas que são servas de Deus; são usadas por Ele com dons de visão, revelação e profecia. Estou afirmando que está havendo uma busca desenfre­ada por profecias! É lamentável que muitos cren­tes corram apenas atrás desse tipo de revelação, desprezando a Palavra de Deus, que é a maior revelação que recebemos dEle, e negligenciem o culto em sua igreja, para ir atrás de "visagens", "profetadas" e "revelamentos".

Alguns crentes fazem desses "profetas" seus "gurus espirituais", e perguntam-lhes coisas do tipo: "Posso sair de casa hoje, irmão? Deus fa­lou alguma coisa com você se devo ou não sair?"; "irmã, farei uma viagem. O que a senhora me diz, faço ou não? Fecho o negócio ou não?"

Acredito em profecias e nos dons espirituais. No entanto, lamento que muitas pessoas deixem de acreditar nisso por causa de algumas aberrações!

 

Cuidado com falsos profetas!

O Espírito Santo fala por intermédio de pro­fetas. Tenho experiência disso na minha vida! Não desacredito das coisas de Deus! Mas deixo um alerta de Deus em Sua Palavra para examinarmos se o profeta é confiável e a profecia provém ou não do Senhor.

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas inte­riormente são lobos devoradores.

Mateus 7.15

 

.. .porque surgirão falsos cristos e falsos pro­fetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Mateus 24.24

 

Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda aparência do mal.

1 Tessalonicenses 5.19-22.

 

E também houve entre o povo falsos profe­tas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdi­ção e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.

2 Pedro 2.1

 

Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.

1 João 4.1

 

Uma vez, eu e um obreiro de minha igre­ja fomos convidados para ir a um culto numa big cobertura na Zona Sul do Rio de Janeiro. Que­riam que eu pregasse a Palavra. Quando entrei na sala, uma irmã estava terminando de "profe­tizar". Ela dizia: "E agora, eis que volto para o seio de meu pai". Ela queria dar ênfase ao fato de Jesus estar falando por intermédio dela. Mas isso não tem fundamento! Cristo não incorpora em ninguém!

Quando acabou a reunião, aquela irmã revelou coisas para vários dos presentes. Depois virou para o obreiro que estava comigo, e disse: "Eu tive uma visão do irmão saindo. O irmão vai mudar de casa?" Este respondeu: "Não!" "O irmão vai para outro emprego?" Ele negou. Ela insistiu: "O irmão vai realizar uma viagem?" Novamente a resposta dele foi não. Então, ela finalizou: "Entenda esse mistério!"

Como pode uma pessoa anunciar uma re­velação e esta virar mistério? Mistério não é para mim nem para você, é para Deus. Está na Bíblia em Deuteronômio 29.29:

 

As coisas encobertas são para o SENHOR, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei.

 

As coisas são misteriosas para nós enquanto Deus não as revela a nós. Mas quando o faz, Ele fala de maneira que possamos entender; fala com objetividade e clareza! Sendo assim, não pode­mos ficar perguntando a ninguém o que Deus tem para nós, porque temos acesso direto ao trono da graça. O véu que nos separava do lugar santo foi rasgado quando Jesus morreu na cruz, e abriu ca­minho para termos acesso ao Pai, por seu sangue.

Agora, eu e você possuímos comunicação direta com o Senhor!

 

Várias manifestações de Deus

Além disso, não podemos determinar a ma­neira como o Pai deseja falar conosco, que pode ser pela Palavra, pelo Espírito de Deus tocando ao nosso espírito, por intermédio de alguém usado em profecia, por uma revelação em um sonho.

Para José, filho de Jacó e Raquel, o Senhor revelou por meio de sonhos que ele seria um gran­de líder:

 

E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levan­tava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho. E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.

Gênesis 37.6,7,9

 

Não podemos determinar para Deus como Ele deve manifestar-se. O Senhor é soberano e se comunica da maneira que preferir. Se Ele desejar usar uma pessoa para me entregar uma mensagem, eu aceito. Se escolher usar alguém com uma palavra profética, como já usou para abençoar minha vida, eu recebo. Se Ele quiser me dar um sonho, uma revelação, eu concordo. A maioria das vezes que Deus fala conosco, o Espírito de Deus testifica ao nosso espírito.

Ele pode comunicar-se de forma sobrenatural conforme fez com Moisés em Êxodo 3.2-4, usan­do uma sarça. E quem somos nós para impedir?

 

E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma cha­ma de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E vendo o Senhor que se virava pra lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moi­sés. E ele disse: Eis-me aqui.

 

A maneira mais usual de Deus falar é por meio das Sagradas Escrituras. No entanto, muitos não querem ler a Bíblia. Têm preguiça. Estão acos­tumados com a cultura da facilidade. É mais rápido ouvir alguém dizer o que Deus está falando do que buscá-lo com o joelho no chão e a cara no pó.

Mas quero destacar a história de Ana (1 Sa­muel 1.9), esposa de Elcana, mulher de oração. Em meio à decadência espiritual de Israel, ela despontou como uma mulher de fé.

A vida de Ana era marcada pelo desespe­ro. Apesar de ser valorizada e amada pelo mari­do, ela não podia ser mãe; e isso era algo terrível na sociedade judaica da época. Que achava que a esterilidade era uma maldição.

Mas Ana conhecia o Senhor profundamen­te. Tinha intimidade com Ele. Por isso, além das lá­grimas e das orações, ela fez um voto a Deus, pro­metendo dar o próprio filho para servir ao Senhor, se Ele permitisse que ela concebesse um menino. Deus honrou a fé ousada de Ana. Ela gerou Sa­muel, e cumpriu seu compromisso com o Senhor.

Mesmo com o coração apertado de mãe, ela não hesitou em cumprir o que prometera, pois tinha convicção sobre o Deus a quem servia. E Samuel foi um líder espiritual de grande importância, que levou a nação de Israel a voltar-se para o Senhor.

Somente aqueles que possuem uma vida com Deus de entrega e renúncia têm coragem de firmar um compromisso com Ele assim como fez Ana, pois sabem que o Senhor tem o poder de mover o céu e a terra para atender a um clamor, segundo a Sua vontade e ao Seu tempo.

 

A voz do Senhor

Relacionamento com Deus não é unilate­ral; nem a oração é um monólogo, é diálogo. Tem gente que imagina Deus com um punhal na mão, pronto para cravar em quem lhe aborrecer. Outros imaginam que se falarem com Ele num momento inconveniente, Ele vai exasperar-se e dizer: "Cale a boca! Não quero nem ouvir sua voz! Se falar mais uma vez, arrebento você! Não quero, não quero, não quero! Só eu que falo!"

Mas no episódio com Isaías, vemos como Deus é educado. Ele perguntou: A quem enviarei? Quem há de ir por nós? (Isaías 6.8a). Antes de reve­lar Sua vontade, Isaías precisou dizer: Eis-me aqui. Envia-me a mim (v. 8b). Só então Deus revelou Sua vontade a Isaías: Então dize a este povo (Isaías 6.9a).

Sabe qual é a lição aqui? Para Deus se co­municar conosco, Ele deseja ouvir-nos primeiro. Aí está o segredo da oração: Ele fala, mas quer ouvir-nos também.

O diabo trabalha para que eu e você não utilizemos a oração. Satanás sabe que quan­do conversamos com Deus, o Senhor responde e move o mundo espiritual. Sabe que o Criador deseja dialogar conosco. O Todo-Poderoso quer ouvir a nossa voz, e manifestar-se.

Além disso, quanto mais nos aproximar­mos do Pai, maior será o grau de intimidade que teremos com Ele, e conseqüentemente Sua voz soará mais alto aos nossos ouvidos.

Isaías entendia perfeitamente a mensagem que Deus estava transmitindo-lhe. E você? Também compreende a vontade do Senhor para a sua vida?

Não diga que não percebe o que o Todo-Poderoso está mandando você renunciar, porque, com certeza, é compreensível. Deus não fala truncado, de maneira torcida. Ele se apresenta de modo que o homem o entenda.

E impossível fugir da vontade de Deus. Re­belar-se contra Ele, fingindo que não o compre­ende é pedir para sentir a mão disciplinadora do Pai. Não faça isso. Quando Ele ordenar-lhe algo, obedeça-lhe prontamente.

 

E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha.

Lucas 6.46-48

 

A desobediência não é uma opção. O Pai é glorificado quando fazemos Sua vontade e obedecemos-lhe de coração.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Discernimento espiritual

 

Discernimento espiritual

 

 

Isaías não percebeu apenas a sua condi­ção pecaminosa diante da santidade de Deus. O profeta também se deu conta de que habitava no meio dum povo de impuros lábios (Isaías 6.5b).

Quem está à sua volta? Você aceitou Cris­to, possui experiências com Ele, mas não sabe discernir as pessoas? Se você não conhece ver­dadeiramente os seus amigos e aqueles que com­partilham o dia-a-dia com você, é porque lhe falta discernimento espiritual.

Só aqueles que têm intimidade com o Todo-Poderoso conseguem discernir bem pessoas, situa­ções e lugares. O discernimento, a capacidade de perceber e avaliar as coisas clara e sensatamente, é um dom concedido pelo próprio Deus (2 Coríntios 12.8-10).

Não é possível ter um amigo há anos e não conhecer de fato a sua personalidade! O cristão precisa ter discernimento espiritual, ver o que ninguém mais percebe!

Por exemplo, imagine que você tenha um colega bagunceiro, que transpareça muita ale­gria, e todos achem que ele é muito feliz. Mas você, que tem experiência com Deus e discer­nimento espiritual, logo percebe que ele escon­de algo com esse comportamento. Um dia, a sós com ele, você diz: "Amigo, sei que sua alegria encobre algo", e ele desaba. Isto porque, com discernimento espiritual, é possível ver além; ver o que os outros não conseguem enxergar, e aju­dar outros.

Quando Isaías teve uma experiência com Deus, discerniu quem era, o seu estado miserá­vel e o seu ambiente social. Isto porque uma pessoa que tem experiência com Deus nunca mais é a mesma. Ela adquire discernimento es­piritual.

O apóstolo Paulo escreveu à Igreja em Corinto a respeito da diferença entre o homem na­tural e o espiritual. Está registrado em 1 Coríntios 2.14-16:

 

Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem lou­cura; e não pode entendê-las, porque elas se discer­nem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.

 

Em nosso meio, há muitas pessoas que afir­mam ver anjos e ter inúmeras revelações de Deus. Contudo, isto não muda nada seu jeito de ser. Elas não têm discernimento espiritual. Continuam com a mesma língua afiada. São perversas, vingativas. Experiências espirituais que não geram mudanças de vida, não transformam, não libertam, não mu­dam comportamento, não podem ser experiências com o Senhor.

 

Experiências reais e concretas

Há muitos crentes vivendo no engano. Há pessoas que passam a vida inteira tendo visões, sonhos, que nunca acontecem. Estão vivendo de utopia, de fantasia. Deus não é utópico!

Se o sonho foi gerado pelo Todo-Poderoso, acontecerá. Se a revelação foi feita pelo Senhor, será confirmada. Se a profecia proveio de Deus, vai realizar-se. Experiências com Deus são reais; concretizam-se! Não são coisas abstratas.

Isaías viu o Senhor assentado num alto e sublime trono e Sua presença encher o templo. Ouviu os serafins clamando uns para os outros: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos. Sen­tiu os umbrais da porta se moverem ao som da voz celestial e os seus lábios serem tocados pela brasa viva levada pelo serafim. Isaías respondeu ao chamado de Deus. Ele teve uma experiência real, concreta, foi impactado por ela, e teve sua vida mudada. O Todo-Poderoso operou onde era necessário em Isaías.

Experiências com o Senhor não ficam no abstrato, refletem no mundo concreto. Se Isaías tivesse apenas contemplado a glória de Deus e reconhecido que era um pecador, talvez isto não gerasse uma grande mudança, mas depois que um dos serafins tocou os lábios impuros do pro­feta com uma brasa viva do altar, o pecado foi re­movido, e Isaías se viu em condições de anunciar a Palavra do Deus Santíssimo.

O Serafim tocou no problema de Isaías: os lábios impuros. Deus age em nossa vida da forma e na área certa. Ele não erra. O Senhor vai ao en­contro das nossas necessidades e remove todas as coisas que impedem a manifestação da Sua glória. Deus é preciso! Mas é fundamental reconhecer o pecado, o problema.

Você está surpreso? Pois saiba que Deus faz isso ainda hoje. Você pode ser o maior peca­dor, mas, se confessar a Ele suas falhas e suas ne­cessidades; se reconhecer o seu estado precário, será tocado pelo Senhor. A sua libertação acon­tecerá, porque experiência com Deus é algo real, que muda nossa condição para melhor.

Uma pessoa que tem experiência com Deus não pode manter a mesma velha vida de pecado. O Senhor irá tocar onde é necessário re­tirar o erro, o engano, o vício, o mal, e purificar a pessoa. Foi exatamente isso que Jesus fez com a mulher adúltera.

E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério E, como insistis­sem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o pri­meiro que atire pedra contra ela. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acu­sadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Nin­guém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais.

João 8.3,7,10,11

Sendo pega em flagrante adultério — o que naquela época era considerado pecado de morte e hoje continua sendo visto pela sociedade como uma transgressão vergonhosa —, a mulher foi levada pelos religiosos até Jesus, mas o Mestre a perdoou diante de todo o povo derramando a Sua graça e a Sua misericórdia sobre ela. A partir daquele momento, a mulher foi liberta, purifica­da, e teve uma vida nova em Cristo.

 

Depois, tem mais...

Preste atenção ao versículo 8 de Isaías 6: Depois disso, ouvi a voz do Senhor... Após Isaías ver a glória de Deus, reconhecer sua carência da mi­sericórdia divina e ser tocado pela brasa viva do altar, Deus ainda falou com o profeta, revelou-lhe coisas tremendas e comissionou-o a anunciar as novas ao povo da promessa.

Depois de uma experiência com Deus, ain­da tem mais! Isso significa que também não aca­bou para mim e para você!

O apóstolo Paulo disse em 2 Coríntios 3.18: Mas todos nós, com rosto descoberto, refle­tindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória. É uma glória hoje; outra, amanhã. Semana que vem tem mais glória! No mês seguinte, a glória continua au­mentando.

Em Deus, há muitos "depois". Ele tem muita coisa para manifestar e revelar a você! Tem inúmeros planos para a sua vida, porque Ele é um Deus de coisas novas!

Por que tem gente que não crê? E crente há anos e anos, e nada tem de novo para contar das maravilhas do Senhor. Diz: "Irmão, há 40 anos tive um encontro ma-ra-vi-lho-so com o Senhor! Há 39 anos fui batizado com o Espírito Santo". A gente pergunta: "E depois, irmão? O que mais aconteceu?" Ele responde: "E...bem ... vamos fi­car por aqui mesmo".

No entanto, um novo convertido, com três anos de vida cristã, pode ter quase um livro de mi­lagres para contar. Ele diz: "Está com tempo? Há três anos, aceitei a Cristo. Há dois anos e meio, Je­sus me batizou com o Espírito Santo. Há dois anos e três meses, Ele salvou a minha família. E há dois anos, Deus operou um milagre em um colega de trabalho meu...". E não pára mais.

Com Deus tem que ter "depois"! Ele dese­ja manifestar-se ainda mais a você! Quer propor­cionar-lhe novas experiências em sua vida assim como fez com a mulher que padecia com o con­tínuo fluxo de sangue há 12 anos.

Mas atente para um detalhe que modificou toda a história da mulher: ela acreditava que o Messias a curaria daquela doença, que a deprimia e a deixava completamente debilitada há tantos anos. E recebeu o milagre conforme sua fé. Confi­ra o texto bíblico:

 

E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada, che­gando por detrás dele, tocou na orla da sua veste, e logo estancou o fluxo do seu sangue. E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que lhe havia tocado e como logo sarara. E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.

Lucas 8.43,44,46-48

 

Se você crer, também verá a glória de Deus ser manifesta dia após dia em sua vida!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deus Deseja Revelar-se a Nós

 

Deus deseja revelar-se

 

 

O Senhor quer revelar o Seu caráter, o Seu amor, a Sua vontade a você, a fim de ser tratado como o seu Deus. No entanto, convém lembrar que, embora Seus atributos e Sua pessoa sejam imutáveis, Ele pode não se revelar a você da mes­ma maneira como faz a outros.

Por exemplo, Isaías viu a glória de Deus em seu trono (Isaías 6). O profeta Ezequiel teve visões do Senhor no meio de uma tempestade com raios (Ezequiel 1.4,5). Jeremias ouviu a voz do Todo-Poderoso falando pessoalmente com ele (Jeremias 1.4,5); Daniel, antes de ter visões celes­tiais, conheceu o Senhor por meio das Escrituras Sagradas, do jejum, da oração e de experiências que revelaram o caráter, a onisciência e o poder de Deus (ver Daniel 2.21-23,28,47; 6.26,27; 7.1 3; 8.16-19; 9.21,22; 10—12).

Nas Sagradas Escrituras há vários exem­plos da manifestação do Senhor. Para Elias, Deus se manifestou com uma voz mansa e delicada (1 Reis 19.1 2,1 3). Era dessa maneira que este profeta entenderia e corresponderia ao chamado divino. Entretanto, o Criador pode revelar-se a você de modo distinto, porque Ele sempre o fará de ma­neira que o homem entenda e da forma como este precisa ser tratado.

As experiências que cada um de nós tem com Deus não são iguais. A minha pode ser dife­rente da sua e da de outros irmãos. Mas a fonte da revelação é a mesma: Deus. Ele se manifesta aqueles que o temem e guardam os Seus ensina­mentos. Ele deseja que o conheçamos como o Se­nhor absoluto sobre todas as coisas.

 

Olhando para si mesmo

Quando Isaías contemplou a glória e a san­tidade de Deus, automaticamente percebeu sua condição, e disse: Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios (Isaías 6.5).

Geralmente contemplar a própria fraqueza é algo que não agrada ao ser humano. A maioria não gosta de admitir as suas mazelas, os seus er­ros, e adora apontar as falhas alheias e possíveis soluções para os problemas dos outros.

Contudo, nossa experiência com Deus faz com que olhemos para dentro de nós, e não para a vida alheia.

O homem sem Deus é que persiste em ter uma vida de escapismo. No entanto, quando a pessoa tem um encontro com Deus, é confronta­da por Ele, reconhece o seu estado pecaminoso e sua necessidade de Deus, sendo desafiada a mu­dar de vida.

Saulo, antes de ter um encontro com Cris­to na estrada de Damasco, perseguia os cristãos mesmo tendo ouvido falar das maravilhas do mi­nistério de Jesus. Saulo ainda não havia experi­mentado o poder do Senhor. Entretanto, após seu encontro com Ele mudou seu pensamento e seu estilo de vida:

 

E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atô­nito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.

Atos 9.3-6

 

Saulo teve um encontro pessoal com o Senhor Jesus e, diante da grandeza do Filho de Deus, percebeu que era errado perseguir os cris­tãos e que sua visão sobre Deus era distorcida.

Após seu encontro com Cristo, Saulo to­mou conhecimento sobre a vontade divina e sub­meteu-se a ela, indo anunciar a outros as boas novas de salvação. Saulo poderia ter ficado ca­lado, não se sujeitar ao Senhor e seguir em outra direção, mas não o fez, porque aquele encontro mudou radicalmente sua maneira de pensar, de sentir e de agir.

E uma vez que Saulo reconheceu sua con­dição e submeteu-se à vontade de Deus, disposto a mudar seu comportamento, o próprio Senhor disse a Ananias: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel (Atos 9.15). Saulo tornou-se um discípulo de Jesus e foi anun­ciar a todos que este era o esperado Messias.

 

Confissão de pecados

Quando Isaías disse: Ai de mim, que vou pe­recendo! Porque eu sou um homem de lábios impu­ros e habito no meio de um povo de impuros lábios (Isaías 6.5), fica subentendido que ele fez uma auto-analise da sua existência, e constatou que era um homem de lábios impuros.

O pecado separa o homem de Deus. Quando pecamos, a comunhão com o Criador é quebrada. A iniqüidade é motivo de vergonha e de afastamen­to, como foi para Adão e Eva no jardim do Éden.

O Altíssimo abomina o pecado, mas ama o pecador. Por isso, quando as transgressões são confessadas, o Pai as joga nas profundezas do mar, conforme está escrito em Miquéias 7.1 8,1 9:

 

Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdo­as a iniqüidade e que te esqueces da rebelião do res­tante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniqüidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.

 

O que você entende por essa passagem que acabou de ler? O Senhor está afirmando que esquece, lança mão dos nossos pecados, e não fará mais menção a eles. Mas primeiro é preciso a confissão arrependida.

Quando você reconhece quem é e o seu estado, está fazendo algo magnífico no mundo espiritual: está confessando, reconhecendo seu erro, sua culpa, sua necessidade de Deus e sua dependência dEle. A confissão produz duas coisas em nós: purificação e triunfo. Purificar significa tornar puro moralmente; santificar; tirar máculas; expurgar substâncias que alteram, corrompem a pureza de algo. Triunfar é subjugar as dificulda­des, transpor obstáculos, e obter a vitória.

Em 1 João 1.7-9, está escrito:

 

Mas, se andarmos na luz, como ele [Deus] na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

 

Quando você reconhece quem é e o seu estilo de vida para Deus, está confessando-se. O poder do Senhor Jesus entra em ação para purifi­cá-lo do seu pecado, restaurar sua comunhão com

Deus e levá-lo ao triunfo. Em Provérbios 28.13, está registrado: O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que confessa e deixa, al­cançará misericórdia.

Você será vencedor se confessar a Deus tudo que está em seu coração. Não tenha medo ou vergonha. O Todo-Poderoso vai perdoá-lo, pu­rificá-lo e esquecer-se de suas iniqüidades, quan­do você se confessar a Ele com o coração sincero e arrependido.

O Senhor prometeu em Isaías 43.25: Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro. Creia na Palavra do Senhor, obedeça-lhe, e será vitorioso.