O Espírito Santo
no Antigo Testamento
Gênesis
1: 1-31
Os estudiosos da Bíblia
Sagrada dividem os fatos a respeito da doutrina do Espírito Santo em dois
períodos que são chamados de pré-pentecoste e pós-pentecoste. No primeiro, o
Espírito pré-existia como terceira pessoa da Trindade, Gn 1: 2. Ele descia
sobre os homens temporariamente, a fim de capacitá-los para algum serviço
especial e deixava-os assim que a tarefa fosse cumprida. O segundo período
teve início com a descida do Espírito Santo no dia de pentecoste, At 2: 2. Estudaremos neste artigo, o
Espírito Santo no Antigo Testamento. Embora muitos achem que o Espírito tenha
começado a agir apenas depois da ascensão de Jesus, na verdade ele sempre
atuou de forma poderosa em toda a história bíblica, inclusive nos dias do
Antigo Testamento. I - NO PERÍODO DA
CRIAÇÃO
Quando a Bíblia diz que no
princípio criou Deus os céus e a terra, não quer dizer que neste ato agiu
apenas uma das pessoas da divindade. Pai, Filho e Espírito estavam envolvidos
na obra da criação. Colossenses 1: 16 afirma que todas as coisas foram criadas
em Jesus, “por meio dele e para ele”. O próprio Jó reconhece que o Espírito
de Deus dá vida, 33: 4. “O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”,
Gn 1: 2. a)
Deus, o Pai -
A palavra criar aparece três vezes no primeiro capítulo de Gênesis, vv. 1, 21
e 27. Deus criou o mundo do nada, pelo poder de sua palavra, Sl 33: 6. “Disse
Deus: haja luz, e houve luz”, v. 3. b)
Deus, o Filho -
O Evangelista João (1: 1-4), falando sobre a criação, diz que o Deus Filho
estava com o Deus Pai na criação do mundo. c)
Deus, o Espírito
- De acordo com o texto de Gênesis 1: 2, a terra era sem forma e vazia; havia
trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.
Aqui está a ação do Espírito na criação. “Com o sopro de sua boca Deus
estabeleceu tudo”, Sl 33: 6. Na sua profunda sabedoria, Jó afirmou: “Pelo seu
sopro os céus se aclararam”, 26: 13. Gênesis 1: 2 afirma: “E o Espírito de Deus pairava sobre a face
das águas”. Este texto indica a atuação do Espírito do Senhor na criação do
universo. A expressão “pairava sobre a face das águas” poderia ser literalmente
traduzida “continuava cobrindo-a”, como faz a ave ao chocar seus ovos. O
Espírito traz ordem onde há o vazio,
abrindo caminho para a poderosa atuação do Deus Criador. Vemos então que no
início Ele estava ao lado de Deus Pai e de Cristo, Jó 26: 13; Jo 1: 1-3. II - NO PERÍODO
ANTEDILUVIANO
Primeiro houve a criação do
universo e dos seres viventes. Só depois Deus criou o homem à sua imagem e
semelhança, 1: 26. Mais tarde Ele deu ao homem uma auxiliadora, 2: 22. Deus
os colocou no Jardim do Éden, dando-lhes uma ordem que deveria ser obedecida,
2: 16 e 17. Vencidos pelo golpe do diabo, Adão e Eva desobedeceram a Deus e
foram expulsos do Jardim, 3: 23. A raça humana se multiplica a cada dia, e
com isso também a maldade do seu coração, 6: 5. Então Deus se arrepende de
ter criado o homem e decide consumi-lo da face da terra, enviando sobre ela
um dilúvio, 6: 7 e 17. O espaço de tempo entre a
criação e o dilúvio é chamado de
período antediluviano. Nesse período, vemos claramente o Espírito agindo para
que o plano de Deus se realizasse, da seguinte forma: a)
Avisando, Gn 6: 13 -
A palavra “Deus” neste versículo, no original hebraico, está no plural
(Elohim). Isso mostra que a Trindade estava presente quando Deus avisava Noé
sobre o dilúvio; b)
Contendendo, Gn 6: 3 -
Aqui está uma referência ao ministério do Espírito Santo no Antigo Testamento
semelhante ao que Ele realiza no Novo. A geração daqueles dias estava
pervertida, e somente Noé e sua família permaneciam fiéis a Deus. O Espírito
Santo continuou agindo nos corações durante 120 anos, e só então Deus
pronunciou a sentença de destruição de toda a raça humana; c)
Orientando, Gn 6: 13-22 -
Novamente a pessoa do Espírito está presente na forma hebraica Elohim,
orientando Noé na construção da arca. III - NO PERÍODO
PÓS-DILUVIANO
Este período vai desde o
dilúvio até a descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste, At 2: 2. O
Espírito continuou operando ativamente, habilitando temporariamente os servos
de Deus na execução de algumas tarefas importantes. Vejamos alguns exemplos: a)
José, Gn 41: 38 -
Somente pela habilitação do Espírito de Deus José pôde interpretar os sonhos
de Faraó e chegar à posição privilegiada de governador do Egito; b)
Bezalel, Êx 31: 3-5 -
Deus o encheu do Espírito, dando-lhe talentos, habilidade, inteligência,
conhecimento em todo o artifício, para inventar obras artísticas, e trabalhar
em ouro, prata e bronze, para lapidação de pedras preciosas, para entalho de
madeira, para todo tipo de lavores; c)
Moisés e os 70 anciãos, Nm 11: 17-25 - Ele foi o homem mais manso (humilde) de sua
época, 12: 3. Isto nos ensina que o Espírito de Deus habitava sua vida e lhe
concedia esta virtude que é tão importante para nós, Gl 5: 23. O Espírito
também repousou sobre os 70 anciãos; d)
Sansão, Jz 14: 6 -
A presença do Espírito do Senhor na vida de Sansão fez com que ele realizasse
grandes prodígios, 14: 19 e 15: 14. O Espírito Santo concede poder, At 1: 8; e)
Saul e Davi, I Sm 16: 13,14 -
Deus confirmou o chamado de Davi para assumir o reinado no lugar de Saul, não
somente pela unção recebida de Samuel, mas pela habitação do Espírito em sua
vida. Percebe-se no verso 14 que o Espírito se retirou de Saul depois que ele
insistiu em desobedecer a Deus; f)
Os profetas, 2 Pe 1: 21.
Foram homens que falaram inspirados pelo Espírito do Senhor. É o caso de
Natã, II Sm 12: 1, Elias e Eliseu, I Rs 17: 1, 2, II Rs 2: 15, Jaaziel, II Cr
20: 14, etc. Ezequiel, pelo Espírito do Senhor, teve a visão do vale dos
ossos, cap. 37, que fala com tanta clareza sobre a ação do Espírito na
renovação de vidas. A
SOBERANIA DO ESPÍRITO
Como pessoa
da divindade, o Espírito tem os atributos de Deus. Ele é onipresente. O
salmista, como que num grande espanto, exclama: “Para onde fugirei do teu
Espírito?”, Sl. 139: 7. Além disso, Ele também é soberano, agindo como quer e
quando quer: “Quem guiou o Espírito do Senhor?”, Is 44: 13. Outra evidência
bíblica da divindade do Espírito é que pode ocorrer de o homem pecar contra Ele, Sl 106: 33. O salmista
fala da rebeldia do povo na travessia do deserto e da precipitação de Moisés. |
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