FALAR VOCÊ FALA, MAS
CONVENCE?
Convencer. Esta é a grande vitória, mas
também o grande desafio para quem fala
em público. Não basta ir à frente, retirar o papel-roteiro, ler ou
discursar. E preciso convencer. Falar todos falam. Falar em público, alguns
falam. O problema é exatamente Convencer. E para convencer é necessário ter
associados: argumentos, astúcia, criatividade, voz definida e bem flexionada,
postura, indução, ritmo de idéias e coerência na temática desenvolvida.
Porque a maioria dos oradores não
convencer falando? Falta de carisma? Falta de inspiração? Falta de dons ou
talentos? Não! Apenas falta de técnica. É lamentável que professores, políticos, oradores,
conferencistas, cientistas não estejam muito preocupados em convencer. Preferem
apenas falar por falar. Na prática tem sido assim. São férteis quanto ao conteúdo, mas estéreis quanto ao
resultado na prática da oratória. É patético ver um orador falar com muito preparo e
ver uma platéia inteira dormir de improviso; enquanto o orador está falando ( o tema é de interesse
geral ) as
pessoas vão se desligando sistematicamente: olham para cima, para os lados,
desenham na agenda, fazem cálculos do imposto a pagar, cochilam, bocejam, estão
mais ligadas na situação familiar do que no tempo presente... distantes,
distantes, longe. E o orador falando. Será que ele não percebeu que já perdeu o crédito há
muito tempo? É autoridade e permanecerá sendo, no assunto que domina. Apenas não sabe passar isto à frente. Não
se comunica, apesar de falar bem sobre o assunto.
Que fatores levam um orador a não
convencer, falando?
1. Antipatia - Há um sentimento de repulsa espontânea
quando o orador se apresenta rígido, formal e extremamente sério. O público não
perdoa oradores descorteses e de aspecto pouco feliz ( rosto franzido, olhar severo, semblante
fechado). A ausência de um sorriso sincero estabelece a ruptura entre o orador
e o público.
2. Defeitos na emissão da voz IJá tipos vocais que
causam apreensão e afastamento das atençôes quando iniciam suas falas. A) Voz
estridente - A estridência é a consequência da falta de controle sobre o volume da voz.
E um grave defeito porque está relacionado á perda de controle emocional.
Estridência e grito são sínônimos e ambos devem estar fora do acervo de técnicas
de um bom orador.B) Voz fanhosa - Este tipo de som está relacionado à emissão errada do som,
produto da falta de controle do ar expelido:
o ar sai tanto pela boca como pelo
nariz. Pode estar relacionado ao descontrole muscular naso-faríngeo e precisa ser
investigada. C) Voz monótona - É resultado de um desconhecimento total sobre o uso da voz em público. E uma voz que não estimula,
mas, ao contrário, acalenta o sono porque leva a um relaxamento gradual. Muitos
oradores falam todo o tempo no mesmo tom, intensidade e ritmo. Alguns fazem
pausas irritantes e prolongadas. Isto desmotíva, afasta e retira as pessoas do
cenário dos acontecimentos. E as pessoas distanciadas, não são convencidas.
3. Uso moderado de clichês - Clichês são palavras ou grupo de palavras muito
desgastadas pelo uso. Vulgariza uma mensagem e torna medíocre o orador que faz questão de usar em
demasia. São clichês: “entusiasmo indescritível”, “Lauto banquet6, “odor inebriante”, “ Notável jovem”, “mar de
rosas~~, ~‘insidiosa moléstia”, “silêncio sepulcral”, “distinta platéia”,
“louco de alegria”... E outros. Após ouvir uma saraiva de clíchês, é
compreensível a fuga da atenção.
4. Fraca imagem própria - Antes de um orador começar a falar, a primeira
observação é para a sua imagem: postura, vestimenta, aspecto facial, forma de olhar. Um
orador com postura corpórea fletída dá idéia de peso, cansaço, excessiva
humildade; assim como ombros alteados e corpo ereto demais passa a imagem de
arrogância. Vestimenta simplória, rústica, ausência de estética nas cores; face
de sofrimento e olhar perdido ao longe, além de uma voz tênue e eivada de uma
imagem sofrida... Imagem de derrota.
5 Inadequação Temática O
que se espera de alguém que assume a tribuna ( púlpito, tablado, palanque) para
falar? Que domine o tema! Resposta fácil. Mas nem sempre é assim. Oradores há
que tomam um tempo enorme falando de um tema de que não tem vivência, nem
domínio, nem o seu estilo está adequado. Então inicia falando sobre violência
social e descamba para as pesquisas no polo Sul. Não há roteiro, não há
estímulos, não há evidências de conhecimento de causa. Fala e não convence. O
que poderia se esperar além disto?
Mas é possível melhorar. Mudar. Transformar o mero falante em orador que
pode magnetizar seu público ( o treinamento com especialista é que torna isto
possível). Então é preciso, para isto, levar em consideração alguns princípios:
A) Melhore o som da sua voz - Pronuncie
corretamente as palavras, evitar falar com a boca fechada, falar no tom
adequado ao recinto, as pessoas e ao tema.
B) Antes de falar, procure olhar. Cumprimente
silenciosamente as pessoas com “um sorriso nos olhos”, procurando identificar
cada pessoa, em lances rápidos de olhar.
C) Descontração é atração - Em vez de abordar o
assunto diretamente, conte urna historieta, descreva o que vê, relate seu
trajeto até o local. Aborde urna situação alegre. Lembre-se: até os grandes
oradores tremem em uma tribuna. O temor e tremor é natural. Encare isto com
tranquilidade. É uma questão de tempo.
D) Atualize-se, Investir em livros pode dar um
bom lucro. São caros é verdade, mas são essenciais à cultura. Quem lê mais,
sabe mais. É prudente ouvir noticiários e estar cm dia com os jornais. Assim
ninguém vai pegar você de surpresa.
E Salomão é enfático quando afirma: “Favo de mel são palavras suaves, doces
para a alma e saúde para os ossos”. Prov. 16:24.
Este é um tempo de falar. Mas falar para convencer!
CONSIDERAÇÕEs SOBRE O MEDO DE FALAR
EM PÚBLICO
Noélio Duarte
Uma escritora de nome Eleanor Roosevelt disse: “Acredito que qualquer um
possa vencer o medo fazendo as coisas que teme fazer, contanto que as continue
fazendo até montar um arquivo de experiências bem-sucedidas”.
Falar em público não é nenhum
mistério. Basta abrir a boca e ter alguém ouvindo. Pronto: você é um orador.
Embora o medo do palco, do púlpito, da tribuna, seja o maior responsável pela
repulsa a falar em público, não se deve usá-lo como desculpa para ficar sentado
na platéia quando deveria estar lá na frente, falando. Mas por que tanto medo?
Recentemente foi divulgada uma pesquisa feita na Inglaterra, dando informações de
que 47% dos empresários ingleses dizem ter mais medo de falar em público do que
morrer (18%) (Folha de São Paulo, 13/5/96).
O medo de falar em público é considerado o medo que pode transformar um
homem enorme num bebê chorão. Uma mulher diz: “É como uma jibóia invisível que se enrosca em torno
do meu cérebro, deixando-me tão paralisada que mal consigo falar”. Neste
momento, informam alguns, o pensamento foge e as idéias se perdem e não se
encontra argumentos... Um vazio se instala, de repente e isto provoca pânico...
O que dizer? Como argumentar? Como continuar falando?
Certa vez alguém disse: “O cérebro humano é uma coisa fantástica. Começa a
funcionar no momento em que nascemos e não pára até que precisamos falar em
público... “E falar em público não é uma coisa que se faça em pé numa tribuna
ou no palanque do orador. É o que se faz sempre que diz uma palavra fora do
ambiente da casa da gente. Quando se pensa que falar em público deveria ser uma
conversa em público, a metade do medo terá sido vencido.
As origens deste grave problema pode se reportar à impaciência devido à
impaciência de alguns adultos em não permitir que crianças participem da
conversa ( “isto
não é conversa para criança...”) e até mesmo a rejeição de crianças em ambiente de adultos
(“enquanto tivermos criança no recinto a conversa não terá tom de
seriedade...’). Quando uma criança sofre um processo de rejeição por parte de
adultos por quem tem grande admiração, uma enorme decepção se instala e até
mesmo traumas se configuram o que, com certeza, irão marcar. Outras vezes a
critica ácida, a zombaria, o deboche, a não valorização daquilo que se falou
podem ser raiz de tão profundo mal. As marcas são reais no presente, mas a sua origem podem estar
no passado. E se isto não é superado, dificilmente o adulto de agora poderá ser
um orador vitorioso. Mas, ao contrário, se houve estímulo, valorização,
atenção, cuidado e mais informações positivas o problema tende a não existir no
futuro adulto.
Algumas causas sobre o medo de falar merecem ser
analisadas com cuidado:
1. Desconhecimento
sobre o potencial. Quando um orador não conhece seu arsenal disponível para
falar em público, a tendência normal é o fracasso. E potencial pode ter relação
com a aquisição de informações arquivadas. A leitura, normalmente, é o
mecanismo que abastece a memória; quando a leitura é limitada, as informações
também serão limitadas. Quando o que se lê é descartável, aquilo que se fala não
prende a atenção de alguém. Entretanto, potencial também tem relação com a voz,
ritmo e ênfases rio processo de uma apresentação. Uma exposição de idéias de forma límpida,
segura e atraente causa grande impacto e costuma deixar marcas positivas.
2. Desconhecimento sobre a própria
capacidade de de controlar. Algumas pessoas quando começam a falar, tem o
momento certo de início, mas não sabem como chegar ao fim da apresentação, daí
a grande confusão com o desenvolvimento do tema. Quando o discurso
( aula, palestra, sermão, conferência, etc.)
não é roteirizado, a probabilidade de se ficar à deriva é muito grande. Mas
além do controle do medo, tensão, ansiedade, manifestações corpóreas (
sudorese, taquicardia, falta de saliva, etc ), há também o descontrole do auditório. E
este controle é feito geralmente através do olhar. É olhando que nos identificamos com as
pessoas presentes no auditório. Quando o orador começa a falar e olhar para a
janela, portas, chão, luzes ou o papel preso à sua mão, a tendência normal do
auditório é a fuga do foco
( foco em questão é a presença do orador).
3. Desconhecimento ou falta de previsão de
prováveis reações. Por parte de quem? Pode ser por parte do orador ou do
auditório. Do orador é provável que surja ao longo da sua fala: cansaço,
necessidade de informações novas, mal-estar orgânico e até mesmo confusão
mental. Por parte do auditório: barulho, agitação, agressividade como reações a
um mal-entendido
( conceitos
errados, preconceitos, palavras agressivas, etc). Quando se vai falar em
público é preciso fazer algumas previsões. Isto pode começar com o próprio
ambiente onde se vai falar. E se está faltando energia ou durante a exposição
faltar? E se o tom estiver muito alto ou baixo? E se a iluminação for
insuficiente? São situações em que vai haver provocação e a isto sempre se terá
uma contra-ação. Previsão é algo benéfico na vida de um orador.
4
4. Falta de informação. Informação é a
palavra chave na vida de um orador. Para se construir a idéia é preciso muita
informação. Para se desenvolver as idéias, mais informações se fazem
necessárias. E para expô-las, são necessárias milhares de informações. Mas além
daquelas informações pessoais, existem as informações ambientais. Quando se
aceita um convite para falar em algum evento, toma-se necessário o pedido de, pelo menos 5 dados muito importantes: 1) Qual o
tamanho do meu auditório; 2) Qual é a
constituição do auditório ( crianças, adultos, idosos, adolescentes, senhoras,
etc); 3) Qual o motivo do evento? 4) Quanto tempo se terá para falar ? 5) Que recursos audio-visuais
efetivamente se tem? De posse destas informações, o orador pode montar seu
esquema de atuação e, com certeza, ao chegar ao local o fator surpresa não
acontecerá.
Quando um orador fica muito
preocupado com o seu desempenho, perde a
segurança. Sua proposta como orador não é impressionar a platéia com as suas
idéias, mas estabelecer uma efetiva comunicação com ela. A comunicação ocorre
quando as idéias de sua mente são transferidas para as demais pessoas presentes
sem serem deformadas ou perdidas ao longo do período de exposição.
Como orador o único propósito é falar com seus ouvintes e a seus ouvintes
sobre suas idéias. E quando um orador aceita falar a um grupo, deve também
perguntar-se: “Por que estou dando esta palestra ou aula?” “Qual é o meu
propósito?” E os propósitos ou objetivos de uma exposição são vários: INFORMAR,
ENTRETER, INSPIRAR, CONVENCER, MOTIVAR, ENSINAR. Quase tudo que fala em público
está contido num desses propósitos. Um orador não pode falar para uma platéia
que não sabe por que o orador está Já. Até mesmo levantar-se para dizer algumas
palavras requer que o orador saiba alguma coisa sobre o que pretende dizer.
A intenção soluciona metade do problema do propósito. O propósito soluciona
a maior parte do medo do palco.
Uma das formas mais inteligente de controlar o medo e conseqüentemente o
auditório é manter um permanente contato visual. Perder isto é provavelmente o
primeiro passo para perder o controle geral. Os oradores segures sabem como compreender
os indícios de reação negativa e usá-los para reconquistar a atenção da
platéia. Entre os indícios de reação negativa incluem-se: olhar o relógio
sempre, fazer movimentos inquietos, suspirar, enrolar o cabelo, folhear jornais
ou livros e outros maneirismos.
Se um orador reage com nervosismo a esses sinais, pode perder o controle e
entrar na sindrome do pânico de falar... E uma situação de medo. E os bons
oradores não permitem que a platéia perceba qualquer sinal de preocupação. E as
melhores estratégias são: fazer uma pausa que não estava prevista, caminhar
pelo palco, falar de forma mais suave ou lenta, parar, fazer perguntas de
repente... ou até mesmo deixar cair um livro, pedir água ou chamar alguém no
palco, abrir ou fechar uma janela. Estratégias. São muitas e convém o orador
descobrir qual a mais útil par aquele instante.
Vale lembrar: a maioria das platéias são muito simpáticas e amigas. As
pessoas querem ver o orador bem-sucedido e esperam que acrescente algo de novo
e então compete-lhe dar o que há de melhor.
A IMPORTÂNCIA DA POSTURA CORPORAL
CORRETA
Você já notou que todos os cantores tem uma postura diferente quando estão
cantando? Algumas pessoas acham que a postura não é algo assim tão importante. Elas
acham que o importante é você estar muito “relaxadamente”, o mais solto
possível. Outras já dão muita importância a um certo tipo de postura. Afinal, é importante, aliás, muito
importante a forma como nos colocamos para cantar ou falar.
Uma boa postura deve ser praticada até que se torne algo natural para você; até que seja como colocar uma parte do seu mais
confortável sapato ou usar a sua roupa predileta. Deve-se ter cuidado para que
a postura usada quando está praticando seja a mesma de quando se está cantando
em público. Tem um efeito psicológico muito positivo você não ter que mudar a postura quando vai cantar
à frente de algum auditório.
A atitude mental do cantor ou conferencista, somada a postura, é muito
positiva.
• Para
conseguir uma boa
postura, você deve estabelecer algumas atitudes positivas, tente imaginar que as
palavras seguintes servirão para descrever a sua postura: ERETO, EQUILIBRADO, ANIMADO, EXPANSIVO, ALERTA,
ELEVADO, VERSÁTiL, FLEXÍVEL, SOLTO, VIBRANTE, FELIZ... Pelo menos algumas destas
palavras terão uru significado marcante para você, concentre-se nelas. Elimine
qualquer sensação de rigidez ou de estar preso a uma determinada posição.
Crie o hábito de praticar em frente a um espelho: este é um ótimo meio de
cortar os maneirismos que vamos criando com o tempo ( por exemplo, inclinar a cabeça para um
lado e para o outro; abaixar e balançar a cabeça enquanto cantamos ou falamos,
etc). Confira vendo-se no espelho, se o que você canta está refletindo o que
você está pensando; tente conseguir isto. Alguns cantores ou conferencistas não
tem esta prática com o espelho e são tantas vezes levadas ao ridÍculo
pelos vícios adquiridos. Se
você está satisfeito com a sua aparência, você satisfará também aqueles que estarão assistindo.
Você deve adotar uma boa postura pelas seguintes razões:
1. Uma boa postura é bem menos cansativo do que uma postura má ou relaxada,
isto porque desta forma ela permite que os ossos sustentem melhor o corpo e
também que os músculos o posicionem de forma que haja o mínimo de esforço e
tensão.
2. Uma boa postura automaticamente facilita ao aparelho respiratório um desempenho muito
melhor, tornando mais fácil para você respirar bem, satisfatoriamente.
3. Uma boa postura lhe dá um aspecto melhor para quem está vendo, por causa
da pose que você adquire, e da vitalidade que você demonstra, e isso nunca será
possível com uma má postura.
4. Uma boa postura automaticamente coloca o mecanismo vocal tia melhor
posição para o seu bom funcionamento, tornando mais fácil a produção de uma
sonoridade de qualidade.
5. Uma boa postura faz você sentir-se melhor
tanto física como psicologicamente e muito mais confiante. A boa postura
proporciona apenas bem estar a todo organismo.
6. Uma boa postura
lhe será benéfica para a saúde e bem estar da voz
e fala. As várias partes do corpo podem funcionar melhor quando bem posicionadas.
Quando se faz a opção cm adquirir melhor postura, os lucros no corpo todo serão percebidos quase
que imediatamente. Tome como meta posicionar-se melhor tanto para cantar como para falar. Dê adeus, de uma vez por todas, àqueles maneirismos que apenas estragam a sua boa
imagem. Vale a pena.
Mas qual é a melhor postura?
Veja a seguir.
POSTURAS CORRETAS
Qualquer instrumentista
sabe que para tocar correto é preciso saber segurar o seu instrumento de forma
precisa. Assim é o Violonista, o pianista, clarinetista, trompetista, etc.
Isso parece não tão evidentemente para o cantor, mas o sucesso pode começar por aí. Uma boa
postura para cantar nunca acontece de forma acidental; deve ser aprendida e
praticada até que se tome um bom hábito. Analisaremos: PÉS, PERNAS, QUADRIS,
ABDOMENS, COSTAS, TÓRAX, OMBROS, BRAÇOS, MÃOS, CABEÇA, BOCA, LINGUA, OLHOS.
1. OS PÉS.
O melhor ponto de partida para
iniciarmos é pelos pés. Uma boa base dá muito maior segurança, firmeza.
Se a base está fixa, é fácil vermos como o restante do corpo se conduzirá. Inicialmente, eles
deverão estar pouco afastados. Não se deve exagerar na abertura das pernas:
além de ser mal visto, é ridículo. Quando se usa saltos altos ficará melhor
se colocar de forma que o calcanhar de um dos pés esteja encostado ao lado do
outro pé ( forma de apoiar e dar maior
equilíbrio). Não é importante
de todo estabelecer qual o pé que deverá estar mais à
frente do outro, entretanto alguns cantores e oradores tem uma forte
preferência pela perna ou pé de maior dominância ( quase sempre o direito). Na realidade, se a apresentação durar muito tempo, o ideal é
trocar permanentemente os pés para evitar a fadiga e tensão. Procure distribuir
o seu peso pelos dois pés de modo que possa ser bem equilibrado nas plantas.
Não coloque o peso nos calcanhares.
2. AS
PERNAS. Desde o momento que as suas pernas estão ajudando
a fixar o seu corpo, é impossível para elas ficar totalmente relaxadas, mesmo em
uma postura adequada. E ideal que elas estejam flexíveis e nunca rígidas,
prontas para o movimento. Nunca coloque peso em urna só perna. Se qualquer músculo
estiver sob tensão durante muito tempo, haverá uma forte tendência a tremer, de
forma até mesmo violenta. Faça exercícios de alongamento dos pés. Pode ser que
isto ajude a romper essa forte tensão.
3. OS QUADRIS. Também devem estar na
conformidade daquela linha de postura:
equilibrados, evitando que um lado esteja mais
alto do que o outro. Mas não é bom mantê-los rígidos enquanto se faz uma apresentação
cantada ou falada. Se possível, faça alternância de movimentos, lentamente.
Isto pode ajudar.
4. O ABDOMEM. Ao
colocar o corpo em posição
ereta, esteja atento para que o abdomem não esteja projetado
exageradamente par dentro ou para fora. Quando se fica ereto, a própria coluna
se encarrega de distender a parede do abdomem, evitando assim a sua projeção.
Evite tensôes excessivas na parede da “barriga”. Cuide disto. Apenas durante o
respiratório ( inspiração e expiração ) é permitido exercer pressões sobre a parede do abdomem
para ajudar assim a manutenção do chamado “fluxo” respiratório para a fala. E
válido, enquanto estamos cantando, mantermos temporariamente as paredes do
abdomem dilatadas ( válido também para a fala).
Entretanto, só pratique isto se você estiver sob orientação técnica. Um
profissional da fala ou canto pode ajudar a dominar também esta técnica. Para
efeito de apoio, falaremos disto no capítulo da RESPIRAÇÃO.
5. AS COSTAS. Imagine que você está de pé na forma mais ereta que você consiga;
Você começará a sentir uma sensação a percorrer pela espinha, algo parecido com
formigamento ou no sentido em suspensão. Essas sensações ocorrem porque você está mais atento. De
certa forma é bom que isto aconteça porque
é sinal de que você está vIvenciando aquilo que chamamos de postura adequada à
fala ou canto: coluna em semi-extensão ( estirada),
porém não rígida. Manter a coluna ereta é algo determinante para o bem estar do
som. Mantendo-a assim, você dará mais chance para que seu tórax se
dilate, permitindo uma maior entrada de ar na cavidade. É bom estar atentos também
ao fato de que durante o ato fonatórío, a
posição do tórax, deve permanecer estável, isto é, nem inclinações, flexões ou
hiper-extensões.
6. O TÓRAX.
Este deve estar permanentemente em posição suspensa; Esta postura é útil antes
de você iniciar uma atividade de canto ou fala intensa. A caixa torácica
funciona melhor quando está estabilizada, não subindo nem descendo - exageradamente. As costelas, essas sim é que devem ser agilizadas, principalmente as chamadas
inferiores. Portanto é saudável enquanto estiver falando ou cantando, manter
todo tórax na suspensão mas de uma forma bem natural, evitando exageros. Evite, portanto
toda e qualquer forma de contração exagerada dos músculos do tórax. Ao respirar
sinta o seu tórax expandindo sempre. “Visualize” toda a caixa torácica trabalhando em
conjunto, harmônica, num todo.
7.OS OMBROS. Devem estar totalmente
descontraídos, sem nenhuma tensão nas articulações do ombro. Eles
não devem mover-se para
frente, para trás,
para cima
ou para baixo, durante o ato de cantar ou falar. Devem estar em
“comum acordo” com o abdomem,
o tórax e as costas. Qualquer forma de rigidez nessa região pode comprometer os músculos do próprio tórax e muito mais os
músculos do pescoço. Quando os ombros estão estáveis, se torna muito mais fácil manter um equilíbrio
torácico. Ombros arriados é
prova bem clara de que todo o tórax, abdomem e pescoço estão comprometidos. Ao cantar
ou falar, tenha sempre
a sensação de que um grande peso saiu das suas costas.
Evite a incômoda sensação de
rigidez: pode complicar sua postura.
8. OS BRAÇOS E AS MÃOS. Devem estar caídos
livremente de uma forma bem naturalmente em ambos os lados
do corpo.. As mãos são a
continuidade dos braços, e como tal, devem ficar caídas
naturalmente e o mais livre
de tensão possível. É bom evitar maneirismos como por exemplo ficar apertando as mãos tanto à frente como na parte
posterior do corpo, ou mesmo se estivesse torcendo um pedaço de pano - isto causa uma
tremenda tensão muscular nos braços e no tórax. Além de consistir em algo anti-estético é também um fator
que modifica os outros músculos. Mas chamo atenção para o fato de que alguns cantores famosos
usarem suas mãos tinidas durante suas apresentações. Esta posição é aceitável desde que não comprometa os
músculos vizinhos ( somente com muita técnica você pode ter este domínio). Outros, cantam com as mãos ( ou com uma delas ) sobre o piano. Também é válido mas somente se não significarem ponto para
ficar apoiado ( escorar
), pois caso contrário os músculos
do pescoço começarão a ficar sobrecarregados atingindo assim a voz. Mas atenção: Se durante a sua apresentação
você tiver que segurar um livro ou partitura, segure-o com uma mão e vire a
página com a
outra. Não
deixe o braço tenso e contraído. E bom trocar de mão de vez em quando,
possibilitando uma redução da fadiga.
9. A CABEÇA. Deve estar
bem alinhada com o restante do corpo, bem centralizada entre os ombros. Manter a coluna
bem estirada ( sem contrações exageradas ), os ombros alinhados e o abdomem com contrações
excessivas, ajudam a manter a cabeça na posição ideal. Os
olhos devem estar sempre num plano horizontal;
o queixo não pode estar muito abaixado ou elevado: em ambos os casos
atrapalharão os músculos do pescoço que trabalhem em função da cabeça. Ao
cantar ou falar, pense sempre em olhar para frente (como se buscasse alguma coisa no horizonte). Ao emitir notas agudas, não levante o queixo; abaixe bem os maxilares ( abrir) pode ajudar mais. Durante uma apresentação, os olhos devem ter total
liberdade mas não
podem comprometer a cabeça ( por exemplo, olhar para baixo não quer dizer que
você pode mover livremente a cabeça sem comprometer o som que você está
emitindo.
10. POSIÇÃO
SENTADO. Quando se está sentado, o principal apoio para seu peso está no
assento da cadeira ou banco. Assim sendo, é muito bom lembrar daquelas idéias
descritas anteriormente quanto a estar de pé. O tronco e a cabeça devem estar
alinhados, dando a sensação de que a coluna está estirada, mas
isenta de contração. É bom sentar-se com os quadris bem
apoiados no encosto, mantendo uma certa pressão para trás. O fato
de, as vezes, inclinar-se
para frente ou lados não afetará a habilidade do cantor. Mas atente, também para que a sua região
lombar não esteja excessivamente projetada para frente ( fenômeno chamado de Hiperlordose ), o que
fará uma compressão exagerada nas costelas inferiores, e isto modificará sua respiração fazendo você se cansar mais facilmente. Descanse as mãos sobre o colo.
Se estiver sentado em uma cadeira de braços, não apoie os seus braços sobre os da cadeira: haverá
maior sobrecarga nos ombros e interferirá na coluna. Prefira cantar de pé, pois
além de ser menos cansativo, você pode desenvolver melhor os padrões posturais
e respiratórios.
Noélio Duarte
Nenhum comentário:
Postar um comentário