terça-feira, 11 de agosto de 2020

CRESCIMENTO ESPIRITUAL


Primeiros Passos Para o Crescimento Espiritual
Como ter um momento significativo com Deus

Uma vez que você estiver convencido que um momento devocional diário é necessário para seu crescimento espiritual, como transformar isso em realidade? Pode ser que você esteja motivado a fazê-lo mas não sabe como.

Você necessita considerar os quatro elementos essenciais de um bom momento devocional:


  • Comece com a atitude correta.
  • Escolha uma hora específica
  • Escolha um local especial
  • Siga um plano simples de executar

COMECE COM A ATITUDE CORRETA


Aos olhos de Deus, a motivação com que você faz algo é muito mais importante do que a coisa em si.

Em uma ocasião Deus falou a Samuel assim: “O SENHOR, contudo, disse a Samuel: "Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O SENHOR não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o SENHOR vê o coração.” (1 Samuel 16:7 NVI). È bem possível fazer a coisa certa mas com a atitude errada.

Esse foi o problema de Amazias porque “Ele fez o que o SENHOR aprova, mas não de todo o coração.” (2 Crônicas 25:2).

Quando se vai ao encontro de Deus, durante o momento devocional, deve se ter as seguintes atitudes corretas:

  1. Expectativa – Achegue-se diante de Deus com expectativa e entusiasmo. Espere ter um bom momento de comunhão com Ele e receba a benção desse tempo que passarão juntos. Foi isso que Davi aguardava: “Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente” (Salmo 63.1).

  2. Reverência – Não se afobe para entrar na presença de Deus; pelo contrário, prepare seu coração para aquietar-se diante dEle e deixar a quietude limpá-lo dos pensamentos do mundo. Escute o profeta Habacuque: “O SENHOR, porém, está em seu santo templo; diante dele fique em silêncio toda a terra” (Habacuque 2.20; veja também Salmo 89.7). Achegar-se à presença de Deus não é como ir a um jogo de futebol ou a algum outro tipo de entretenimento.

  3. Estar Alerta – Em primeiro lugar, esteja totalmente desperto. Lembre-se que você está se encontrando com o Criador, que fez a terra e os céus, o Redentor dos homens. Esteja totalmente descansado e alerta. A melhor preparação para um momento devocional de manhã começa na noite anterior. Vá para a cama cedo a fim de que, pela manhã, possa se estar bem disposto para ter um encontro com Deus: Ele merece toda a sua atenção.

  4. Desejo de obedecer – Essa atitude é crucial: não venha para seu momento devocional escolhendo que vai fazer ou não, mas, com o propósito de fazer qualquer coisa ou tudo aquilo que Deus queira que você faça. Jesus disse: “Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por mim mesmo.” (João 7.17). Dessa forma, venha encontrar-se com o Senhor já tendo decidido realizar Sua vontade, não importa o quê.

SELECIONE UM MOMENTO ESPECÍFICO

O momento específico diz respeito à hora e a duração de seu devocional. A regra geral é essa: O melhor momento é quando se está em sua melhor hora do dia! Dedique a Deus as melhores horas do seu dia – quando estiver mais bem-disposto e mais desperto. Não tente servir a Deus com suas sobras (o tempo que sobra). Lembre-se também que sua melhor hora pode ser diferente da hora de outra pessoa.

Para a maioria, contudo, cedo de manhã parece ser a melhor hora. Jesus mesmo tinha essa prática de se levantar cedo para orar e ter um encontro com o Pai: “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando.” (Marcos 1.35).

Na Bíblia, muitos homens e mulheres de Deus se levantavam cedo para ter um encontro com Deus. Alguns deles eram:

  • Abraão – Gênesis 19.27
  • 1.5
  • Jacó – Gênesis 28.18
  • Moisés – Êxodo 34.4
  • Ana e Elcana – 1 Samuel 1.19
  • Davi – Salmos 5.3, 57.7-8
(veja também Salmo 143.8; Isaías 26.9 e Ezequiel 12.8)

Através da história da igreja, muitos dos cristãos que mais foram usados por Deus encontravam-se com Ele cedo de manhã. Hudson Taylor diz: “Não se afinam os instrumentos depois que o concerto acabou. Isso é tolice. O lógico é afiná-los antes de começar”.

O grande reavivamento entre os universitários ingleses no final do século XIX começou com essa frase histórica: “Lembre-se da Vigília da Manhã!” Assim, você precisa estar afinado no início de cada dia ao nos lembrarmos da Vigília da Manhã.

Se Jesus realmente está em primeiro lugar nas nossas vidas, devemos dar a Ele a primeira porção de nosso dia. Devemos buscar em primeiro lugar o Seu Reino (vide Mateus 6.33). Os médicos nos dizem que a refeição mais importante do dia é o café da manhã. Isso freqüentemente determina nossos níveis de energia, prontidão e mesmo qual será nosso humor no dia. Da mesma forma, precisamos de um “café da manhã espiritual” para começarmos nosso dia bem.

E por final, pela manhã nossas mentes não estão cheias das atividades do dia. Nossos pensamentos estão renovados, estamos descansados, as tensões ainda não nos atingiram e, normalmente, é a hora mais calma. Uma certa mãe de família faz o seguinte: ajusta o alarme para as 4 horas da manhã, faz seu devocional, volta para a cama e depois acorda novamente juntamente com todos da casa. Sua explicação para isso é que com as crianças ao redor da casa o dia todo, cedo de manhã é o único momento quando tudo está quieto e ela pode estar a sós com Deus. Isso funciona para ela e você também precisa escolher uma hora que vai funcionar para você.

Você pode até mesmo levar em consideração fazer dois devocionais (manhã e noite). Dawson Trotman, fundador do ministério Navegadores, costumava ter códigos de letras para seu devocional noturno: HWLW. Toda vez que ele estava com um grupo de pessoas de noite, ou em casa com sua esposa, e a conversa parecia estar no final, ele dizia: “Tudo bem, HWLW”. HWLW quer dizer “His Word the Last Word” (Sua Palavra, a Última Palavra), e ele praticava isso através dos anos como uma maneira de terminar o dia com os pensamentos fixos no Senhor (Betty Lee Skinner, Daws, Zondervan, 1974, p. 103).

Stephen Olford, um grande cristão e ministro na cidade de Nova York por muitos anos, disse: “Quero escutar a voz do Senhor antes da voz de qualquer pessoa de manhã e a dEle é a última que desejo escutar de noite”.

Davi e Daniel até mesmo se encontravam com o Senhor três vezes ao dia (vide Salmo 55.17; Daniel 6.10).

Seja qual for a hora que você escolher, seja consistente. Programe isso no seu calendário: agende um encontro com o Senhor assim como o faria com qualquer pessoa. Marque um encontro com Jesus! Depois disso, espere ansiosamente por esse encontro e não deixe que Ele fique esperando. Ficar plantado, esperando pelo encontro que não aconteceu, não é uma experiência agradável para nós e nem Jesus gosta de ficar plantado esperando. Assim, marque um encontro com Ele e o cumpra a todo custo.

Freqüentemente, a pergunta feita é: “Quanto tempo devo passar com o Senhor?”. Se você nunca teve um momento consistente de devocional antes, comece com sete minutos (Robert D.Foster, Seven Minutes With God, NavPress, 1997) e deixe que ele aumente naturalmente. No final, você deve almejar não gastar menos de 15 minutos por dia com o Senhor. Das 168 horas que todos temos numa dada semana, 1 hora e 45 minutos parece terrivelmente pouco quando se considera que você foi criado para ter comunhão com Deus. Aqui estão mais algumas diretrizes:

  • Não tente fazer um devocional de 2 horas no começo. Você só vai ficar desanimado. Como em qualquer outro relacionamento, você também deve crescer nesse. Assim, comece sendo consistente com os sete minutos e deixe isso se desenvolver. É melhor ser consistente com um período curto do que ter uma hora a cada duas semanas.
  • Não fique olhando o relógio. Ficar olhando para o relógio pode arruinar seu período devocional mais rapidamente do que, praticamente, qualquer outra coisa. Decida-se sobre o que pode fazer na Palavra e oração durante a hora que escolheu e então o faça. Às vezes isso vai levar mais tempo do que aquele que você planejou, e às vezes menos tempo. Mas, não fique olhando para o relógio.
  • Não tenha ênfase na quantidade, enfatize a qualidade. Não há nada super-espiritual em fazer um devocional de 2 horas: é o que você faz nesse momento – seja 15 minutos, 2 horas ou qualquer período entre esses- que é importante. Busque um relacionamento de qualidade com o Senhor.


ESCOLHA UM LOCAL ESPECIAL


O local onde você faz seu devocional também é importante. A Bíblia mostra que Abraão  tinha um lugar certo para se encontrar com Deus (Gênesis 19.27). Jesus tinha o costume de orar no Jardim do Getsêmane, no Monte das Oliveiras: Como de costume, Jesus foi para o monte das Oliveiras, e os seus discípulos o seguiram.” (Lucas 22.39, com ênfase acrescentada).

Esse deve ser um local isolado, onde você possa estar a sós, quieto e onde não será perturbado ou interrompido. No barulhento mundo ocidental de hoje, pode ser necessário alguma criatividade, mas, é algo necessário. Deve ser um local...

  • Onde você possa orar em voz alta sem perturbar os outros;
  • Bem iluminado, para leitura (talvez com uma mesa);
  • Onde se sinta confortável. (ADVERTÊNCIA: Não faça seu devocional na cama. Isso seria confortável demais!)

Seu local deve ser especial. Seja onde for o local que você decida se encontrar com o Senhor, faça dele um local especial para você e para Ele. Conforme os dias passarem, esse local vai ter um significado muito importante para você por causa dos momentos maravilhosos que lá teve com Jesus Cristo.

Seu local deve ser sagrado. Lá é onde você se encontra com o Deus vivo. O local onde você se encontra com o Senhor pode ser tão santo quanto aquele onde Abraão se encontrava com Deus. Não é necessário estar num templo. Algumas pessoas faziam seus devocionais em carros estacionados em um local tranqüilo, em um closet vazio, no quintal e mesmo no abrigo de um campo de baseball. Cada um desses lugares se tornou sagrado para essas pessoas.



SIGA UM PLANO SIMPLES DE EXECUTAR

Alguém disse: “Se você apontar para o nada, com certeza vai acertar!”. Para ter um momento devocional significativo, vai precisar de um plano ou algum tipo de diretriz geral para seguir. A regra principal é essa: Mantenha seu plano simples.

Você vai precisar dos três itens a seguir para seu planejamento devocional:

  • Uma Bíblia – uma tradução contemporânea (não é uma paráfrase) bem impressa e de preferência sem comentários.
  • Um caderno de anotações para escrever aquilo que o Senhor lhe mostrar e para uma lista de oração.
  • Um livro de cânticos – às vezes você vai desejar cantar em seu momento de louvor (vide Colossenses 3.16).


1.                                          Espere em Deus (Relaxe). Fique quieto por um minuto; não venha afobado à presença de Deus para imediatamente começar a falar. Siga o conselho de Deus: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Salmo 46.10 ARA; veja também Isaías 30.15; 40.31). Aquiete-se por um momento enquanto se coloca em atitude de reverência.

2.                                          Ore de maneira breve (Pedidos). Esse não é seu momento de oração, mas, uma curta oração de abertura para pedir a Deus que limpe seu coração e o guie durante esse momento que passarão juntos. Dois versículos bons para memorizar são:
      • “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.” (Salmo 139.23-24; vide também 1 João 1.9).
      • “Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei [a Palavra].” (Salmo 119.18; vide também João 16.;13).

Você precisa estar afinado com o Autor antes de poder compreender Seu livro!

3. Leia um trecho das Escrituras (Leitura). Aqui é onde começa sua conversa com Deus. Ele fala com você através da Sua Palavra, e você fala com Ele em oração.

Leia Sua Bíblia...

Devagar. Não tenha pressa; não tente ler uma porção muito extensa; não corra na leitura.

Repetidamente. Leia a passagem muitas vezes até que comece a visualizá-la na mente. A razão porque muitas pessoas não extraem muito de suas leituras Bíblicas é que não lêem as Escrituras repetidamente.

Sem parar. Não pare no meio de uma sentença para sair pela tangente e fazer um estudo doutrinário. Leia aquele trecho pelo puro prazer de lê-lo, permitindo que Deus fale com você. Lembre-se que o alvo aqui não é obter informação mas se alimentar da Palavra e conhecer melhor a Cristo.

Pronunciando as palavras em voz baixa. Ler em voz alta vai aumentar a sua concentração, se for esse o seu problema. Isso também vai ajudá-lo a compreender melhor aquilo que está lendo porque vai ver e escutar ao mesmo tempo. Contudo, leia de maneira suave para não perturbar ninguém.

Sistematicamente. Leia um livro de cada vez, em ordem. Não use o método aleatório de escolha de passagens: uma passagem aqui, outro capítulo lá, o que você gosta aqui, uma passagem interessante lá. Vai compreender melhor a Bíblia se lê-la da maneira como foi escrita – um livro ou carta de cada vez.

Dar uma passada rápida em um livro. Em algumas ocasiões você pode desejar pesquisar um livro inteiro. Nesse caso você vai lê-lo rapidamente para dar uma varrida em todo o trecho. Depois, precisa lê-lo devagar ou repetidamente.

4. Medite e decore (Reflita e relembre). A fim de que as Escrituras falem com você de maneira significativa, precisa meditar naquilo que está lendo e memorizar versículos que falaram com você de maneira particular. Meditação é “contemplar seriamente um pensamento muitas vezes em sua mente”. Da sua meditação você pode selecionar e memorizar um versículo que tenha um significado particular.

5. Escreva aquilo que Deus lhe mostrou (Registrar). Quando Deus fala com você através da Sua Palavra, registre aquilo que você descobriu. Anotar isso vai possibilitá-lo a lembrar-se daquilo que Deus lhe revelou e também para examinar suas descobertas bíblicas. Registrar aquilo que Deus lhe mostrou é uma maneira de aplicar aquilo que você leu nas Escrituras e que dizem respeito à sua vida.

6. Faça seu momento de oração (Pedidos). Depois de Deus ter falado com você através de Sua Palavra, fale com Ele em oração. Essa é a sua parte da conversa com o Senhor.



CONCLUSÃO

E se eu pular um dia? Não se preocupe se isso acontecer ocasionalmente. Não se sinta culpado. “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1).

Não seja legalista pelo fato de ter pulado um dia. Isso não quer dizer que tenha fracassado. Mas, não desista. Se você pular uma refeição não significa que deve desistir de comer por causa de sua inconsistência. Você pode simplesmente comer um pouco mais na próxima refeição e seguir adiante. Esse mesmo princípio é verdadeiro com seu devocional.

Os psicólogos nos contam que normalmente são necessárias 3 semanas para que nos acostumemos com um uma nova tarefa ou hábito; e leva mais três semanas para que isso se torne um hábito. A razão porque muitas pessoas não são bem sucedidas em seus momentos devocionais é  porque nunca quebraram a barreira das seis semanas. Para que seu momento devocional se torne um hábito, é preciso que você o tenha feito diariamente nos últimos seis meses.

William James tinha uma fórmula famosa para desenvolver um hábito (Selected Papers on Philosophy , E. P. Dutton & Co., 2000, páginas 60-62).

  1. Tome uma resolução firme (faça um voto). Deve-se sempre começar com uma iniciativa firme. Se você não começar totalmente motivado, nunca vai conseguir. Faça uma declaração pública, contando aos outros sobre suas decisões.

  1. Nunca permita que uma exceção ocorra até que o novo hábito esteja seguramente enraizado na sua vida. Um hábito é como uma bola de barbante. Toda vez que você a derruba, muitos fios são desenrolados. Assim, nunca permita que “só dessa vez” ocorra. O ato de complacência enfraquece a vontade e fortalece a falta de domínio próprio.

  1. Aproveite toda oportunidade e inclinação para praticar seu novo hábito. Toda vez que você sentir o menor anseio de praticar seu novo hábito, faça-o naquele exato momento. Não espere, ao contrário, use cada oportunidade para reforçar seu hábito. Não faz mal exagerar no novo hábito quando se está começando.

Além dessas sugestões, acrescentaria mais uma:

  1. Dependa do Poder de Deus. Quando tudo for dito e feito, precisa perceber que se está em uma batalha espiritual e que só se pode ter sucesso pelo poder do Espírito Santo de Deus. Assim, ore para que Deus o fortaleça e dependa dEle para lhe ajudar a desenvolver esse hábito para Sua glória.

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Se você foi convencido que é isso que necessita fazer, ore assim:


ORAÇÃO DE COMPROMISSO


“Senhor, eu me comprometo a investir um tempo específico contigo diariamente; seja o que custar. Estou dependente da Sua força para me ajudar a ser consistente.”


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Você pode usar esse estudo para você mesmo ou compartilhar com amigos, mas, por favor, mantenha a informação de direitos autorais dentro do documento e não venda.


Por Rick Warren

AS QUALIDADES DE UM EVANGELISTA


As Qualidades de um Evangelista

TEXTO Mateus 28: 16-20

INTRODUÇÃO:

Irmãos havia dois amigos João e José e estes eram amigos por muito tempo, e João era evangélico mas ele não falava de Jesus para José, eles almoçava juntos, jogava futebol saiam juntos e faziam muitas coisas juntos mas João nunca falou de Jesus para José. Houve um dia que José chegou muito alegre para o seu amigo dizendo que tinha conhecido a Jesus Cristo e tinha aceitado no seu coração, mas quando João falou para José que ele já tinha conhecido Jesus e o aceitado, José ficou totalmente surpreso com ele e decepcionado.

O evangelho é para todos é para a sua família, para os seus amigos, para os seus parentes para todos que você conhece e não conhece, por isto irmãos temos que estar procurando passar este evangelho a outras pessoas.

Depois que Jesus foi crucificado, morto, sepultado, Maria Madalena e a outra Maria foi ao sepulcro ali elas encontraram um anjo. Ele respondeu-lhes que sabia o que elas estavam procurando e ele disse que Jesus tinha ressuscitado como Ele tinha dito aos Seus discípulos. E o anjo pediu para que elas falassem para todos os discípulos e ali Jesus veio ao encontro delas e elas os Adoraram e o beijou. Jesus pediu para ir todos os discípulos a Galiléia para vê-lo. E ali Jesus o apareceu para eles e deu uma ordem a eles, para que todos fossem e pregassem o evangelho a toda criatura e batizassem em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo.

TEMA: As Qualidades de um Evangelista

Irmãos para uma pessoa proclamar ou pregar o evangelho de Cristo tem que haver algumas qualidades.

I- Temos que ter a conversão.

Se quisermos levar outras pessoas para Cristo teremos que Renunciar muitas coisas e seguir a Jesus, teremos que ter transformação de nossas mentes. Romanos 12:2 E não conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa , agradável e perfeita vontade de Deus.

Salmos 51:12-13 Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustem-me com um Espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti converterão.

Davi aqui estava pedindo perdão pelo seu pecado pelo adultério e o homícidio que ele causou. Neste vemos claramente a conversão de Davi.

A conversão para o ser humano é muito importante por que a conversão é a volta do homem para Deus e aí ele vai entender as coisas de Deus. E aí o homem vai ouvir a voz de Deus.

Tiago 5:20 Sabei que aquele que Fizer converter um pecador do erro do seu caminho salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecado.

II– A Santidade leva a uma evangelização eficaz.

 A santificação é importante para as nossas vidas porque o pecado faz separação entre Deus e o Homem. Em Isaías 59:2 Diz "Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.

Irmãos o pecado nos traz a morte a desgraça nós temos vários exemplos podemos citar: Dentro do de Israel no Velho Testamento domo no Novo Testamento também temos vários exemplos vamos citar alguns:

 No V.T.

Quando o povo de Israel foi guerrear contra Jericó Deus ordena ao povo de Israel que não pegasse nada daquela guerra, mas Acã vendo uma capa e alguns siclos de ouro e prata ele vai e pega estes objetos.

Mas a ordem de Deus foi esta.

Josué 6:17-19 diz Porém a cidade será condenada, ela e tudo o que houver nela. Somente a Prostituta Raabe viverá, ela e todos os que estiverem em casa, porque escondeu os mensageiros que enviamos.

Tão somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não tomeis delas coisa alguma, e não façais maldito o arraial de Israel e o perturbeis.

Porém toda a Prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de ferro, são consagrados ao Senhor, e irão para o tesouro do Senhor.

Esta foi a ordem que Deus deu ao povo de Israel mas o que Acã fez:

Josué 8: 20-21 Respondeu Acã a Josué: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel eis o que eu fiz: Quando eu vi entre os despojo uma boa capa babilônica, e duzentos ciclos de prata e uma cunha de ouro de peso de cinqüenta ciclos, cobicei-os e tomei-os. E estão escondido no meio da minha tenda, e a prata debaixo da capa.

E foi assim que aconteceu irmãos tudo que Acã havia como propriedade e a sua família inteira foi apedrejado e queimado.

No N.T.

houve também pecado por parte de Ananias e Safira. Eles venderam uma propriedade deles mesmo e daria tudo para a Igreja mas eles pegaram uma parte para eles e disse que estava dando tudo a igreja quando eles chegaram a igreja Pedro confrontaram e ali mesmos caíram e morreram. Atos 5:1-11.

Nestes dois exemplos que citamos vemos que o pecado não compensa por que ele nos traz a separação entre Deus e o homem e também nos traz morte.

Para pregarmos temos que Ter e estar em comunhão com Deus e ser convertido de verdade Deus não é brincadeira e não podemos brincar com Ele. Se nós estivermos em pecado não podemos pregar o evangelho porque perdemos a autoridade e o nosso testemunho devemos procurar a santificação por que o nosso Deus é santo. I Pedro 1:15-16 Pelo contrário, Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo vosso procedimento, porque está: sede santos porque eu sou santo.

Irmãos a santidade é muito importante para as nossas vidas e no nosso evangelismo porque o nosso inimigo nos acusa se estivermos sem santificação.




III- A obediência também é muito importante para o nosso evangelismo.

 Irmãos a obediência no Aurélio quer dizer: submissão à vontade de alguém, sujeição, dependência, submissão extrema.

A obediência é um ato muito importante para o homem com Deus em I Samuel 15:22 Tem porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua Palavra? Eis que o obedecer é melhor do que a gordura de carneiros.

Deus é importante para você? Se a resposta para você For importante então obedeça a Ele.

Deut 26:16 diz ao povo: Hoje, o Senhor, teu Deus, te manda cumprir estes estatutos e Juízos; guarda-os, pois, e cumpre-os de todo o teu coração e toda a tua alma.

Aqui neste versículo Deus está falando a nós que devemos cumprir todos os estatutos Dele, Não somente em uma parte mas todos em geral e fazermos com todo amor e de toda a nossa alma Ele está dizendo que se for para nós cumprirmos devemos cumprir com todo coração e t6oad a alma.

Mateus 7:24 e 26 diz: Todo aquele, pois, que ouve estas minhas Palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa na rocha. E toda aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia.

A palavra de deus irmãos ela é claríssima se nós ouvimos e não cumprimos temos as nossas conseqüências por isto vamos praticar esta palavra maravilhosa de Deus.

 CONCLUSÃO:

Neste texto que lemos no começo está dizendo que temos que sair para pregar o Evangelho de Cristo e isto é muito importante a nós e a Deus devemos estar andando na ordem de Deus por isto não deixamos de pregar o evangelho a outras pessoas como devemos ir para longe para pregar não podemos pregar para as pessoas do nosso lado tenhamos também praticando estas três qualidade que acabamos de falar se não conseguiremos falar de Jesus e a ninguém, e que Deus abençoe a todos e que Ele esteja conosco até o fim dos nossos dias, AMÉM.

COMO FAZER PARTE DA IGREJA


Junto com Cristo e Seus Seguidores:

Como Fazer Parte da Igreja do Senhor

Rebanho. Corpo. Igreja. Estas e outras palavras usadas na Bíblia para descrever o povo de Deus são termos coletivos. Um rebanho é um grupo de ovelhas. Um corpo é uma junção de membros: braços, pernas, olhos, ouvidos, etc. Uma igreja é uma assembléia de pessoas. Pelas próprias palavras que Deus usa para descrever seu povo, ele mostra que as pessoas não estão sozinhos. O Novo Testamento freqüentemente se refere à igreja do Senhor, seja no sentido de uma coleção universal de todas as pessoas que pertencem a Deus (veja Hebreus 12:22-23), ou no sentido de um grupo funcional de discípulos, num determinado local (veja Coríntios 1:1-2). Enquanto a Bíblia fala freqüentemente de nossas responsabilidades em obedecer a Deus, não podemos descrever a vida e serviço de um cristão sem ver sua relação com outros discípulos. Como posso fazer parte da igreja do Senhor?

Membros do Corpo de Cristo

Paulo fala da exaltada posição de Cristo, como cabeça do corpo que é a igreja (Colossenses 1:17-18). Na mesma carta, ele adverte contra o perigo de se tornar desligado da cabeça: "... e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus" (Colossenses 2:19). Os membros do corpo de Cristo estão sujeitos à cabeça (Efésios 5:23, 24,30).
Como os membros do corpo se tornam ligados uns aos outros e a Cristo? Aqueles que demonstram sua fé obediente no arrependimento e no batismo entram em comunhão com Cristo. "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados..." (Atos 2:38). "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes ... porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3:26-28). Deus continua a fazer como fez quando os apóstolos começaram a pregar o evangelho: "Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos" (Atos 2:47). Quando nos submetemos verdadeiramente a Cristo em obediência ao evangelho, ele nos acrescenta ao seu corpo espiritual, que é a igreja.
Quando pertencemos a Cristo, gozamos de privilégios especiais. O Pai, o Filho e o Espírito Santo habitam em nós (João 14:23; 1 Coríntios 6:19-20; Mateus 28:18-20). Esta é uma relação especial, que é impossível quando estamos em pecado. No Velho Testamento, Deus recusava habitar com os israelitas quando eles abandonavam sua palavra (Êxodo 33:3; Ezequiel 8:6; 9:9; 10:18). Hoje, ele habita com aqueles que estão apartados do pecado (2 Coríntios 6:16 - 7:1), e recusa permanecer com aqueles que não respeitam Sua palavra (2 João 1:5-10; 2:3-6).
Discípulos Servindo Juntos numa Igreja Local
Já observamos que aqueles que obedecem ao Senhor e entram em comunhão com Cristo são membros de seu corpo. A Bíblia também mostra que aqueles seguidores têm que cooperar com outros cristãos numa igreja local. Consideremos alguns exemplos do que o Novo Testamento ensina sobre nossa relação com outros numa igreja local.
Temos que nos reunir em assembléia com outros seguidores de Cristo. Hebreus 10:24-25 diz: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima." Estes versículos mostram que a reunião em assembléia é necessária para nosso crescimento espiritual e para a edificação de outros.
Exemplos do crescimento das igrejas locais no livro de Atos destaca a sabedoria do plano perfeito de Deus. Aqueles que foram chamados para deixar as práticas pecaminosas do mundo associaram-se para servir ao Senhor e fortalecer uns aos outros. Os primeiros cristãos "... perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações ... Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum ... Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus ..." (Atos 2:42-47). Estes cristãos primitivos oravam juntos (Atos 4:23-31). Eles compartilhavam seus bens materiais para ajudar os pobres entre eles ( Atos 4:32-37). Eles cantavam para adorar a Deus e para edificarem-se uns aos outros (Colossenses 3:16; Efésios 5:19). Discípulos numa igreja local juntaram-se para discutirem seu trabalho (Atos 6:1-7; 15:22) e para participar da ceia do Senhor (Atos 20:7). Nestas ocasiões, pregavam o evangelho para edificação dos irmãos (Atos 20:7) e davam voluntariamente de sua prosperidade financeira para cumprir a obra de Deus atribuída a eles (1 Coríntios 16:1-2; 2 Coríntios 9:6-7).
Quando o evangelho se espalhou e mais pessoas obedeceram a Jesus, tais igrejas locais começaram a adorar e a trabalhar em conjunto para o Senhor em muitos lugares. Lemos na Bíblia sobre igrejas em Jerusalém, Samaria, Antioquia, Corinto, Éfeso, Filipos, etc. Conforme cresciam, estas congregações escolhiam presbíteros para guiá-las e diáconos para auxiliá-las (Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5-9; 1 Timóteo 3:1-13). Evangelistas ajudavam na edificação dos discípulos (2 Timóteo 4:1-5; Tito 1:5; Efésios 4:11-12). Esperava-se que cada pessoa fizesse sua parte para ajudar outras a crescerem (Efésios 4:15-16).
Continuando em Comunhão com a Igreja Local
A relação entre os cristãos é baseada na fidelidade de cada um a Deus (1 João 1:5-10). Uma pessoa pode perder esta comunhão ao retornar ao pecado. Simão tropeçou logo depois de sua conversão, mas arrependeu-se quando Pedro o repreendeu (Atos 8:18-24). Pessoas que retornam à Lei do Velho Testamento negam o valor do sacrifício de Cristo e decaem da graça (Gálatas 5:4). Pedro nos conta que um cristão que retorna ao pecado está em pior estado do que aquele que nunca conheceu Cristo (2 Pedro 2:21-22).
Quando outros cristãos vêem que um irmão caiu no pecado, eles deverão recuperá-lo (Gálatas 6:1; Tiago 5:19-20). Se ele recusar a se arrepender, pode ser rejeitado pela igreja (Mateus 18:15-18; 1 Coríntios 5:1-13; 2 Tessalonicenses 3:6-15). Quando seguimos estes princípios revelados por Deus, as igrejas locais serão grupos de pessoas verdadeiramente santificadas do pecado e dedicadas ao Senhor. Para glorificar a Deus, precisamos construir sobre a fundação que ele escolheu de acordo com o plano que ele revelou (1 Coríntios 3:10-11).
Evitando Erros Comuns
A falta de entendimento destes princípios bíblicos tem como resultado muitas idéias e práticas erradas. Considere alguns erros comuns:
Cristãos sem uma igreja. Muitas pessoas afirmam que mantêm sozinhas uma relação harmoniosa com Deus, e que não necessitam de servir numa igreja local para agradarem a Deus. Tal atitude reflete um desrespeito arrogante do que a Bíblia ensina. Somos mandados a congregar (Hebreus 10:24-25). Desobedecer este mandamento é pecar contra o Senhor.
Todas as igrejas são iguais. Algumas pessoas entendem que deveriam estar juntas com outras pessoas na igreja, mas dizem que não importa qual igreja. Elas toleram falsas doutrinas e práticas não autorizadas na Bíblia, pensando que Deus não as responsabilizará por tais erros. Mas isto não é o que as Escrituras ensinam. Paulo escreveu: "Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro" (1 Timóteo 5:22). Algumas vezes, uma pessoa defenderá sua participação numa igreja que pratica o erro comentando que "não há igreja perfeita." Uma vez que a igreja é um conjunto de seres humanos imperfeitos, é óbvio que não encontraremos uma igreja perfeita em nenhum lugar da terra. Temos que edificar-nos uns aos outros para superarmos nossas faltas pessoais. Isto não significa, contudo, que podemos participar do pecado continuando numa igreja que ensine erro ou pratica, coletivamente, coisas que Deus não aprovou. "E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as" (Efésios 5:11).
Comunhão com Pessoas não Salvas. Muitas igrejas hoje em dia negligenciam o ensino da Bíblia sobre a salvação. A Bíblia mostra claramente a necessidade da fé e do arrependimento, seguidos pela imersão em água para remissão dos pecados (Marcos 16:6; Atos 2:38; 22:16; etc.). Uma pessoa que não tem obedecido estas instruções não está em ligação com Cristo, nem com os verdadeiros seguidores de Cristo. Não é possível a um cristão estar em comunhão com pessoas não salvas. Os verdadeiros discípulos de Cristo não permanecerão em igrejas que ensinem o erro em matéria de salvação.
Não é Problema Meu! A Bíblia diz: "Julgai todas as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22). Algumas pessoas ignoram esta responsabilidade pessoal dizendo que um pastor, ou outro "líder" da igreja, é o responsável pelo que a igreja faz. É verdade que os pastores prestarão contas (Hebreus 13:17) e que professores receberão "maior juízo" (Tiago 3:1). Mas Jesus também advertiu contra o perigo de seguir falsos professores: "Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco" (Mateus 15:14).
Conclusão
Se você verdadeiramente deseja servir a Cristo, você precisa primeiro certificar-se de que tem obedecido plenamente seus mandamentos para entrar em comunhão com ele. Então você precisa procurar servir junto com outros que seguem cuidadosamente sua palavra. "E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" (Colossenses 3:17).


Dennis Allan


LUZ PARA O CAMINHO


Atos dos Apóstolos: Luz para o caminho da Igreja hoje

A nossa tarefa: O nosso objetivo, nesse texto, é responder à pergunta: Os Atos dos Apóstolos podem realmente trazer luz para os cristãos e as comunidades eclesiais HOJE? Faz sentido comparar a experiência dos primeiros cristãos, de quase dois mil anos atrás, com os desafios de hoje, no início do terceiro milênio?
Pressupomos um conhecimento mínimo dos Atos: a leitura do próprio livro na Bíblia ou de um breve comentário, como aquele do encarte do "Jornal de Opinião" (Os pilares da Igreja segundo os Atos dos Apóstolos ou de um dos livros lá indicados).
Também não procuraremos fazer uma leitura ingênua e superficial, que pretenda "copiar" hoje os "atos" dos Apóstolos. Procuraremos mostrar como, num contexto diverso (o nosso, o de hoje) continuam valendo princípios, critérios e orientações que o Espírito inspirou à Igreja das origens e ao redator dos Atos.

O nosso roteiro de trabalho:O nosso roteiro de trabalho incluirá uma breve reflexão sobre a influência exercida pelo Atos no passado e duas partes:

I - OS DESAFIOS ATUAIS DO CRISTIANISMO

Nesta parte, faremos alusão a quatro desafios:
1) discernir a nova religiosidade;
2) respeitar a diversidade na Igreja;
3) falar uma nova linguagem;
4) manter viva a esperança dos pobres.
II) AS RESPOSTAS DOS ATOS DOS APÓSTOLOS
Nesta II parte, procuraremos mostrar a atualidade dos Atos quanto a:
1) o fundamento da missão;
2) um critério para distinguir.
3) uma condição para ser fiel: a perseverança;
4) o discernimento comunitário da vontade de Deus;
5) falar a língua de todos;
6) atenção aos sinais dos tempos;
7) construir a Igreja em cada cidade, em cada lugar;
8) uma miríade de protagonistas;
9) edificar a comunhão eclesial;
10) comunhão fraterna, semente de uma nova sociedade.

Conclusão

Uma rápida olhada sobre o passado

Uma das formas mais importante de entender plenamente um texto antigo é procurar reconstruir os efeitos que ele produziu na história. Uma reconstrução do que os Atos produziram seria muito interessante. Nós não temos espaço aqui para tanto. Mas é bom lembrar que os Atos já tiveram muita influência na vida da Igreja, praticamente em todas as épocas. Não é este um sinal de que os Atos podem produzir mais alguma novidade?
O livro dos Atos dos Apóstolos, desde muito cedo, influenciou o calendário litúrgico, fixando festas do Senhor como Natal, Ascensão e Pentecostes, festas de Nossa Senhora como a Anunciação, festas de Santos como João Batista, Estêvão, Paulo (conversão e martírio), Matias e Barnabé...
Sobretudo o livro dos Atos foi, muitas vezes, o inspirador de movimentos de reforma ou renovação na Igreja. Inspirou as primeiras experiências comunitárias monásticas (no início, os monges viviam sozinhos). Inspirou novas experiências de vida comunitária fora do monacato, como a dos cônegos regulares (séc. XI). Inspirou os movimentos evangélicos do séculos XIII e as propostas de reforma da Igreja no século XVI. Guiou a revolução inglesa no século XVII (tão importante na formação da modernidade!) e, no século passado, inspirou o "socialismo religioso". No século XX, inspirou um amplo movimento comunitário, que procurou renovar interiormente a Igreja e aproximá-la mais da Igreja das origens, do evangelho.

PRIMEIRA PARTE:

OS DESAFIOS ATUAIS DO CRISTIANISMO

É impossível descrever em poucas linhas os desafios - na realidade, grandes, imensos - que o cristianismo enfrenta no limiar do III milênio. Podemos apenas acenar a alguns dos mais relevantes.
Ajudar-nos-á a Carta que o Santo Padre João Paulo II, concluindo a magnífica celebração do Jubileu dos 2000 anos do nascimento de Jesus, dirigiu a todos nós com o título: "Iniciando o novo milênio" . Sua mensagem fundamental é tirada daquela frase de Jesus a Pedro: "Avança para águas mais profundas" (em latim: duc in altum, vai para o alto-mar!) (Lc 5,4). A partir daí o Papa traça um programa de ação, depois de tê-lo fundamentado na pessoa de Jesus e na oração, porque considera que o Jubileu é apenas um início daquilo para que Jesus enviou seus discípulos: a pesca em "alto-mar", o apostolado no mundo, o serviço do Evangelho e do reino de Deus.
Para o Papa o Jubileu foi uma oportunidade para "a Igreja... interrogar-se sobre a sua renovação para assumir com novo impulso a sua missão evangelizadora"(NMI, 2). E logo depois acrescenta: "Há muito trabalho à nossa espera; por isso, devemos pôr mãos a uma eficaz programação pastoral pós-jubilar" (NMI 15). "Espera-nos uma entusiasmante obra de relançamento pastoral; uma obra que nos toca a todos" (NMI 29). Pede um "confiante otimismo", mas adverte: "Certamente não nos move a esperança ingênua de que possa haver uma fórmula mágica para os grandes desafios do nosso tempo" (NMI 29).
Portanto, considerando esta última exortação do Papa e outros documentos da Igreja (o Papa menciona mais vezes o Concílio Vaticano II e os recentes Sínodos continentais), vamos brevemente lembrar alguns desses "grandes desafios" e, um pouco mais detidamente, vamos procurar as respostas que o livro dos Atos nos sugere. Veremos como muitas destas sugestões estão presentes também na Carta do Papa João Paulo II.

1º - Um primeiro desafio: discernir a nova religiosidade

Um fato novo está atingindo um pouco o mundo todo, mas em particular o Brasil e os Países que se encontram numa situação semelhante. Há trinta anos, mesmo na Igreja Católica, não eram poucos os pensadores que previam um enfraquecimento ou um esfriamento da religião, talvez até uma ampla difusão do ateísmo. (O que não deixou de acontecer, em parte, em alguns Países europeus). Mas, em geral, aconteceu o contrário! As religiões se reforçaram e atraíram as massas, passaram a oferecer uma resposta à sede dos indivíduos de certeza e solidariedade, chegando até a reencontrar um importante peso social e político.
A nova onda de religiosidade, porém, está longe de ser uma busca de cristianismo autêntico e, principalmente, de adesão à Igreja. A nova religiosidade, muitas vezes, nem parece muito preocupada com Deus, e sim com a satisfação, o entusiasmo ou a paz interior de cada pessoa. A nova religiosidade busca a festa, a emoção, a alegria de viver, e descoberta de algo diferente e melhor que a vida dura da sociedade competitiva e cheia de riscos em que vivemos. A nova religiosidade procura mais o próprio Eu do que Deus. As pessoas não aceitam uma doutrina, uma disciplina, uma igreja. Escolhem atos, expressões, eventos, assembléias onde se sentem à vontade, que respondem ao seu sentimento ou ao seu gosto. O Papa fala que "estamos entrando num milênio que se anuncia caracterizado por uma profunda amálgama de culturas e religiões mesmo nos países de antiga cristianização. Em muitas regiões, os cristãos são - ou vão-se tornando - um " pequenino rebanho " (Lc 12,32)" (NMI 36). E conclui que isto coloca os cristãos "perante o desafio de testemunharem com mais força, muitas vezes em condições de solidão e hostilidade, os aspectos específicos que os identificam".
No caso do Brasil, os católicos não são um "pequenino rebanho", nem sofrem perseguições como os cristãos em certos Países muçulmanos ou comunistas. Mas na periferia de nossas grandes cidades, às vezes até em comunidades do interior, o número das pessoas que freqüenta templos, centros ou terreiros de outras religiões é igual ou até superior ao número dos católicos que vão regularmente à Missa ou ao culto todo domingo. E grande é no Brasil a "amálgama (mistura) de religiões.
Então o desafio hoje não é aproximar as pessoas da religião, mas levá-las a seguir o Evangelho e a praticar a autêntica religião cristã. É distinguir com clareza o que faz a identidade do cristão e do católico.

2º - Um segundo desafio: respeitar a diversidade na Igreja

Um outro desafio pode passar despercebido aos católicos, mas não deixa de ser muito sério e de requerer até maior atenção. A mudança na religiosidade em geral penetra também na Igreja Católica, mesmo se as aparências externas podem continuar as mesmas. Na realidade, mesmo entre os católicos a concepção da religião está mudando ou mudou. Por isso surgem divergências e conflitos a respeito das novidades, que alguns acolhem com entusiasmo (até desmedido, às vezes) e outros rechaçam com rigor e talvez sem compreensão.
O Papa, na recente Carta "Iniciando o novo milênio", não trata disso diretamente.Mas indiretamente insiste no apelo à comunhão, ao diálogo, ao entendimento entre os católicos, no seio de nossas comunidades. Não faria isso, se não fosse necessário, ou pelo menos oportuno!
O que muitos observadores reparam é que o catolicismo mudou muito nos últimos quarenta nos, desde o tempo do Papa Pio XII (U1958). Até então, a Igreja era respeitada como "instituição", quer dizer como uma sociedade com sua tradição e suas regras, uma autoridade que ninguém discutia, a não ser que quisesse se opor ou se colocar fora da Igreja. Dizem que o próprio Papa Pio XII perdeu o sono, angustiado, quando se tratou de mudar os horários da Semana Santa (1955) e da Missa dominical (1957). Aliás, deixava-se uma tradição secular, medieval e moderna, para voltar à tradição mais antiga! Mexer nas "tradições" parecia um sacrilégio!
Nos anos '60, porém, espalhou-se na Igreja uma nova sensibilidade, que já tinha emergido antes em alguns lugares, inclusive a partir do desejo de imitar a Igreja antiga, a dos primeiros cristãos. A Igreja era vista agora como "comunidade", como lugar em que as pessoas se encontram e se amam, partilham a fé e a Eucaristia. O critério da vida cristã não é mais a tradição ou a disciplina, mas a intensidade da vida comunitária, fraterna. O Concílio Vaticano II, mesmo não assumindo plenamente esta concepção, favoreceu de fato a multiplicação das pequenas comunidades ou comunidades de base. Também a paróquia foi pensada como "comunidade missionária". No Brasil, houve uma imensa repercussão dessa visão e se multiplicaram as CEBs, especialmente no mundo rural e na periferia de grandes cidades.
Mas nos anos '90 tornou-se sempre mais evidente que uma outra mentalidade penetrou profundamente na vida cristã, mesmo se alguns ainda não se dão conta. Trata-se do individualismo, conseqüência do esgarçamento da vida comunitária nas cidades e da nova mentalidade criada na sociedade de consumo, com a ajuda da televisão e da comunicação de massa. Também entre os católicos se espalha aquela tendência ao subjetivismo, pela qual a religião é praticada segundo o gosto pessoal, escolhendo as experiências e expressões religiosas que agradam e rejeitando outras exigências da doutrina ou da disciplina da Igreja.
Mas nem tudo vai no sentido de desgastar a tradição. As pessoas reagem às tendências da época e continuam procurando formas novas de associar-se e partilhar suas experiências. O catolicismo dos últimos quarenta anos mostrou assim uma vitalidade que poucos imaginavam. Produziu muitas novidades que poucos esperavam. O resultado, porém, é que hoje é muito variado. Encontramos - não apenas na mesma diocese, mas até na mesma paróquia ou comunidade - católicos apegados às tradições religiosas populares, veneráveis pela idade e pela autenticidade; encontramos os que fizeram experiências comunitárias, de formação bíblica e de pastoral social, bastante preocupados porque vêem minguar o número dos que compreendem e apóiam suas iniciativas; encontramos gente entusiasmada com os novos movimentos, onde acharam um ambiente "quente" e acolhedor, mas que não assumem grandes compromissos e às vezes nem aparecem na Missa dominical; encontramos pessoas meio desorientadas no meio de tudo isso e outras que se esforçam para manter viva a comunicação, o diálogo, o entendimento o e intercâmbio entre os vários grupos.
O desafio, então, como diz o Papa, é o de promover a "comunhão", o diálogo, a união fraterna na Igreja. "O outro vasto campo, em que se torna necessário um decidido empenho programático a nível da Igreja universal e das Igrejas particulares, é o da comunhão (koinonia), que encarna e manifesta a própria essência do mistério da Igreja. A comunhão é o fruto e a expressão daquele amor que, brotando do coração do Pai eterno, se derrama em nós através do Espírito que Jesus nos dá, para fazer de todos nós " um só coração e uma só alma " (Act 4,32). Ao realizar esta comunhão de amor, a Igreja manifesta-se como " sacramento, ou sinal, e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano " (LG 1)" (NMI 41).

O 3º desafio: falar uma nova linguagem

O terceiro desafio não é menos urgente, mas é mais difícil imaginá-lo ou descrevê-lo, porque avançamos muito pouco em nossa busca de uma resposta. Como descrever concretamente algo que ainda não experimentamos?
Mas a palavra do Papa pode nos ajudar. O Papa tem consciência de que a Igreja - até hoje demasiadamente presa à sua tradição ocidental ou simplesmente latina - está diante do desafio de comunicar melhor a mensagem do Evangelho em novas linguagens, em diálogo com as muitas e diversas culturas não européias e com a nova cultura mundial, tecnológica e globalizada. De fato, o catolicismo está pouco presente na Ásia (menos de 3% da população) ou na África (cerca de 15% da população) ou, no Brasil, até recentemente pouco valorizou (quando não desprezou ou destruiu) as culturas indígenas e negras. Mas ouçamos o Papa: "O cristianismo do terceiro milênio deverá responder cada vez melhor a esta exigência de inculturação. Permanecendo o que é, na fidelidade total ao anúncio evangélico e à tradição eclesial, o cristianismo assumirá também o rosto das diversas culturas e dos vários povos onde for acolhido e se radicar. Ao longo do ano jubilar, pudemos saborear de modo especial a beleza deste rosto pluriforme da Igreja. Talvez seja só um início, um ícone apenas esboçado do futuro que o Espírito de Deus nos prepara"(NMI 40).
É claro que o Papa não pensa em mudar nada do conteúdo essencial da proposta evangélica. Quando fala de um novo programa missionário, evangelizador e pastoral, logo ressalta que "não se trata de inventar um "programa novo". O programa já existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva. Concentra-se, em última análise, no próprio Cristo, que temos de conhecer, amar, imitar, para n'Ele viver a vida trinitária e com Ele transformar a história até à sua plenitude na Jerusalém celeste. É um programa que não muda com a variação dos tempos e das culturas, embora se tenha em conta o tempo e a cultura para um diálogo verdadeiro e uma comunicação eficaz. Este programa de sempre é o nosso programa para o terceiro milênio" (NMI 29).
Então o desafio é claro: na fidelidade a Cristo, à sua Palavra viva, devemos comunicar a mensagem evangélica como Jesus fez, a partir da experiência de vida e da visão do mundo do povo a quem dirigimos a mensagem, não como uma pedra caída do céu, mas como a interpretação do desígnio de Deus já de algum modo inscrito em nossa história.

Um 4º desafio: manter viva a esperança dos pobres

Às vezes esquecemos que Jesus veio "evangelizar os pobres", não apenas "evangelizar" (cf. Mt 11,5; Lc 4,18). Jesus veio trazer uma boa notícia e uma esperança para os pobres. Deus se lembrou deles e o sinal de que seu Reino está se aproximando está na obra de Jesus e daqueles que O seguem. Como Jesus respondeu aos enviados de João Batista: "Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo:cegos recuperam a vista, para líticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e pobres recebem a Boa Nova!" (Mt 11,4-5).
O mundo de hoje ainda tem muitos pobres. Metade da população mundial só usufrui de 6% da renda total e vive com menos de 2 dólares USA por dia. Uma parte deles, os 20% mais pobres do mundo, têm 1% da renda e menos de 1 dólar por dia. O Brasil não é um dos Países pobres. No conjunto, é um País de desenvolvimento médio, entre os primeiros do seu grupo. Sua renda por pessoa é dez vezes maior que a de muitos Países realmente pobres da África e da Ásia. Mas, no Brasil, a desigualdade é das maiores do mundo. A renda média dos 20% mais ricos (cerca de 21.134 dólares em 1999) é 25,5 vezes superior à renda média dos 20% mais pobres (828 dólares). Ou, em outros termos, o 1º grupo desfruta de 63,8% da renda nacional; o 2º, dispõe de 2,5% do total. Em conseqüência, numa população de quase 170 milhões de habitantes, os pobres são 35% ou quase 60 milhões! (Pobre é considerada a pessoa que conta com uma renda inferior a meio salário mínimo).
O Papa comenta: "No nosso tempo, de fato, são muitas as necessidades que interpelam a sensibilidade cristã. O nosso mundo começa o novo milênio, carregado com as contradições dum crescimento econômico, cultural e tecnológico que oferece a poucos afortunados grandes possibilidades e deixa milhões e milhões de pessoas não só à margem do progresso, mas a braços com condições de vida muito inferiores ao mínimo que é devido à dignidade humana. Como é possível que ainda haja, no nosso tempo, quem morra de fome, quem esteja condenado ao analfabetismo, quem viva privado dos cuidados médicos mais elementares, quem não tenha uma casa onde abrigar-se?" (NMI 50).
E aponta o desafio para os cristãos: "Por isso, devemos procurar que os pobres se sintam, em cada comunidade cristã, como "em sua casa". Não seria, este estilo, a maior e mais eficaz apresentação da boa nova do Reino? Sem esta forma de evangelização, realizada através da caridade e do testemunho da pobreza cristã, o anúncio do Evangelho - e este anúncio é a primeira caridade - corre o risco de não ser compreendido ou de afogar-se naquele mar de palavras que a atual sociedade da comunicação diariamente nos apresenta. A caridade das obras garante uma força inequívoca à caridade das palavras".

SEGUNDA PARTE:

AS RESPOSTAS DOS ATOS DOS APÓSTOLOS

Seria muita presunção querer antecipar todas as respostas que os Atos poderão oferecer-nos como luz para a missão da Igreja hoje ao longo de um estudo cuidado e aprofundado, que deverá se estender por dois anos.
Mas é possível sugerir que tipo de respostas os Atos podem nos apresentar. O estudo posterior nos ajudará a compreendê-las melhor.

1º - O fundamento da missão

O Papa diz com clareza que não adianta "fazer por fazer" e, antes de propor linhas de ação pastoral, procura "partilhar algum tópico de meditação sobre o mistério de Cristo, fundamento absoluto de toda a nossa ação pastoral" (NMI 15).
Os Atos dos Apóstolos também nos apresentam a ação missionária da Igreja como continuação fiel da ação de Jesus. Não apenas os discípulos fazem as mesmas coisas que Jesus faz, mas o mesmo Espírito de Deus que conduzia Jesus guia agora a Igreja . O Espírito remete continuamente à Palavra, ou seja, à vida e às palavras de Jesus testemunhadas pelos discípulos. O Espírito Santo é quem nos faz compreender e interpretar retamente a mensagem do Evangelho.
Como diz muito bem o Papa: "A contemplação do rosto de Cristo não pode inspirar-se senão àquilo que se diz d'Ele na Sagrada Escritura, que está, do princípio ao fim, permeada pelo seu mistério. Este aparece obscuramente esboçado no Antigo Testamento e revelado plenamente no Novo, de tal maneira que S. Jerônimo afirma sem hesitar: "A ignorância das Escrituras é ignorância do próprio Cristo". Permanecendo ancorados na Sagrada Escritura, abrimo-nos à ação do Espírito, que está na origem dos seus livros, e simultaneamente ao testemunho dos Apóstolos, que fizeram a experiência viva de Cristo, o Verbo da vida: viram-No com os seus olhos, escutaram-No com os seus ouvidos, tocaram-No com as suas mãos (cf. 1 Jo 1,1)" (NMI 17).




2º - Um critério para distinguir

Com base neste fundamento, poderemos construir a comunidade dos discípulos de Jesus, a Igreja de Deus. Os Atos dos Apóstolos não oferecem um "modelo" de Igreja (como se poderia construir o modelo de um automóvel ou de uma casa), mas oferecem o critério - o Evangelho, a Palavra, compreendida com a ajuda do Espírito! - para distinguir o que é bom e autêntico e o que não o é.
Muitas vezes os Atos mostram exemplos de religiosidade, de pessoas que se interessam - mais ou menos sinceramente - pela mensagem de Jesus. Mas não todas as suas atitudes são aprovadas pelo Espírito e pelos apóstolos, porque não são conformes à vontade de Deus (cf. por ex. At 8,18-24; At 14, 13-18; na própria vida de Paulo, os Atos distinguem o zelo desordenado pela Lei e a fé ardorosa em Cristo). A verdadeira fé e a religiosidade ainda ambígua e mal orientada são distintas com clareza. Os Atos respondem a um dos interrogativos de hoje: O que é ser cristão? Qual é a religião verdadeira, a que Deus quer e abençoa?

3º - A condição para ser fiel: a perseverança

Desde o início, os Atos explicitam a condição para que a comunidade eclesial, que recebeu o dom do Espírito, possa se manter fiel à mensagem e à obra de Jesus. O texto mais explícito (e justamente famoso) é o "retrato da comunidade" de At 2, 42-47. Na realidade, não é apenas um retrato. Melhor seria dizer que estamos diante de uma descrição, em linhas essenciais, do "genoma" (ou do DNA) da comunidade. Onde há uma célula deste tipo, lá pode se desenvolver uma verdadeira comunidade de discípulos de Jesus. A condição é formulada em quatro tópicos: perseverança em 1) o ensinamento dos apóstolos (ou seja, na memória da Palavra); 2) a eucaristia ou partilha do pão (síntese do exemplo de doação que Cristo deu e lugar da sua presença permanente na comunidade); 3) a comunhão fraterna, de bens espirituais e materiais (a própria Eucaristia, que une no corpo de Cristo, inspira que também o pão de cada dia seja repartido igualmente entre os irmãos); 4) a oração, que é sobretudo oração de louvor, realizada comunitária e publicamente no Templo. Veremos que esta comunidade não pode deixar de exercer a diakonia, o serviço aos pobres, começando pelos órfãos e as viúvas da comunidade, inspirando um modelo alternativo à sociedade desigual e egoísta que a circunda.
Também é importante frisar que a comunidade será autêntica somente se perseverar. Numa sociedade pluralista e cheia de outros caminhos, religiosos e não, há um perigo real (denunciado também na explicação da parábola do semeador - cf. Mc 4, 13-20) que um cristão ou uma comunidade deixe "que a Palavra seja arrancada por Satanás" ou "desista logo por causa da perseguição ou tribulação" ou permita que a Palavra seja sufocada, "quando surgem as preocupações mundanas, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos".

4º - O discernimento comunitário da vontade de Deus

Nas situações concretas, nem sempre é fácil discernir a vontade de Deus, mesmo numa comunidade fiel. No centro do livro dos Atos (cap. 15) emerge dramaticamente o maior de todos os questionamentos do cristianismo primitivo, o que decidirá o destino da Igreja. Depois que a comunidade de Antioquia decidiu (julgando-se movida pelo Espírito Santo - cf. At 13,2) acolher pagãos convertidos e batizá-los, sem exigir deles a circuncisão e a observância de toda a Lei de Moisés, outros cristãos, vindos de Jerusalém, questionaram a iniciativa, afirmando "Se não fordes circuncidados, não podereis ser salvos" (At 15,1b).
Como discernir a verdade? Como reconhecer com certeza a vontade de Deus? A solução está na busca de um discernimento espiritual, numa reflexão iluminada pelo Espírito, num diálogo sereno sobre fatos e razões. O cap. 15 dos Atos relata sobretudo a palavra dos líderes: Pedro, Paulo e Barnabé, Tiago, mas deixa entender que outros falaram, simples discípulos ou anciãos.
Faz parte da tradição da Igreja ouvir a todos, pois o Espírito pode falar pela boca dos simples e dos pequenos. Como lembra o Papa: "Devem-se valorizar cada vez mais os organismos de participação previstos no direito canônico, tais como os Conselhos Presbiterais e Pastorais. (...) Com tal finalidade, é preciso assumir aquela antiga sabedoria que, sem prejudicar em nada o papel categorizado dos Pastores, procurava incentivá-los à mais ampla escuta de todo o povo de Deus. É significativo o que S. Bento lembra ao abade do mosteiro, ao convidá-lo a consultar também os mais novos: "É freqüente o Senhor inspirar a um mais jovem um parecer melhor". E S. Paulino de Nola exorta: "Dependemos dos lábios de todos os fiéis, porque, em cada fiel, sopra o Espírito de Deus" (NMI 45).
Preciosa orientação, dos Atos e do Papa, para as nossas comunidades hoje muitas vezes divididas por dúvidas ou divergências e que devem procurar no diálogo e no respeito mútuo a comunhão, o discernimento - afinal! - da vontade do próprio Deus, acima de opiniões e ambições pessoais e mesmo do zelo sincero, mas excessivo ou menos esclarecido.
E ainda talvez mais precioso o princípio que resolve o debate: "Deus não faz discriminação entre as pessoas" (cf. At 10,34; 15,9). Nossas comunidades estão sempre lembradas de que o nosso Deus "não faz discriminação"?

5º - Falar a língua de todos

Reconhecer que Deus não faz discriminação significa admitir que a mensagem dele é dirigida a todos. Para o livro dos Atos, isto é claro desde o início, desde Pentecostes. A lista de povos aí citada (cf. At 2,9-11), um pouco estranha para nós, quer dizer concretamente que a mensagem de Cristo é destinada a todos os povos e que cada um deve escutá-la em sua própria língua. O Evangelho deve ser proposto a todas as culturas e a tidas as etnias.
Esta preocupação de "inculturação" aparece também nos discursos "querigmáticos", aqueles em que os apóstolos anunciam o Cristo. Eles não são a repetição de uma mesma fórmula. Eles são a tentativa de um diálogo, que leva em conta a cultura e a história do ouvinte. Cf. o discurso aos judeus, baseado sobre o Antigo Testamento (At 13, 16-41); o discurso aos camponeses da Licaônia, baseado sobre sol e chuva (At 14, 15-18); o discurso aos intelectuais de Atenas, com citações de poetas e filósofos (At 17,19-31).
Maior ainda aparece a adaptação às diversas culturas e situações humanas quando o discurso é o da didaqué, ou seja, da "doutrina" que explica a fé e a moral cristãs. Há exemplos deles nos Atos e, sobretudo, nas Cartas do Novo Testamento.

6º - Atenção aos sinais dos tempos

Os Atos nos mostram uma Igreja voltada não somente para a diversificação geográfica e cultural, que busca todos os povos (ou, pelo menos, muitos daqueles então conhecidos). A Igreja está atenta também aos "sinais dos tempos". A expressão vem de Jesus e chama a atenção para os sinais daquilo que Deus está fazendo ou está por fazer na história. Nos Atos, o Espírito Santo muitas vezes revela o que exige ou o que acontecerá através de profetas. A profecia é um dos dons do Espírito. mas muito mais importante do que uma ou outra indicação particular é a vontade do Espírito de que a Igreja avance. O Papa também enfatiza isso na NMI: "Tudo o o que aconteceu sob os nossos olhos merece ser ponderado e de certo modo decifrado, para ouvir aquilo que [ao longo do ano do Jubileu], o Espírito disse à Igreja" e cita como exemplo as cartas do profeta às igrejas da Ásia (cf. Ap 2,7.11.17 etc.).
Paulo interpretou bem esse impulso do Espírito quando escreveu aos Filipenses: "Irmãos, uma coisa eu faço: esquecendo o que fica para trás, lanço-me para o que está à frente. Lanço-me em direção à meta" (Fl 3,13-14a). Também o Papa João Paulo II cita esse texto na conclusão (nº 59) da sua Exortação para o início do Novo Milênio. E, como já lembramos, dá a ela como eixo e como lema outra palavra semelhante de Jesus: "Avança para o largo, para o alto-mar!" (Lc 5,4). Os cristãos consideram que pouco ainda foi "pescado", que a colheita ainda é pequena. O cristianismo ainda não revelou em plenitude tudo o que pode dar. Esse é o nosso desafio: mostrar sempre mais à humanidade a riqueza do mistério de Cristo!

7º - Construir a Igreja em cada cidade, em cada lugar

Os discípulos que "perseveram" na comunhão com a fé dos apóstolos e na celebração da Eucaristia, repartindo o pão com quem tem fome, formam - em cada lugar em que se encontram - a Igreja de Deus. Não se trata de um pedaço da Igreja, mas da Igreja inteira, porque Cristo está presente, mesmo se o grupo for muito pequeno (cf. Mt 18, 20: "Onde dois ou três estiverem reunidos...") . Não se trata também de uma mera repetição da comunidade de Jerusalém, porque cada comunidade tem sua fisionomia própria; é uma realidade viva, edificada pela participação dos fiéis daquele lugar. Mas é ao mesmo tempo a única Igreja de Deus que "está" presente e se manifesta em Antioquia, Damasco, Tarso, Lista e Derbe, Tessalônica ou Filipos, Atenas ou Corinto, Roma...
O Papa diz algo semelhante quando lembra a necessidade de traduzir o único programa essencial - trazer presente o mistério de Cristo - em cada realidade local. "É necessário traduzi-lo em orientações pastorais ajustadas às condições de cada comunidade. O Jubileu proporcionou-nos a oportunidade extraordinária de nos empenharmos, durante alguns anos, num caminho comum da Igreja inteira, um caminho de catequese articulada sobre o tema trinitário e acompanhada por específicos compromissos pastorais... Agora, já não é uma meta imediata que se apresenta diante de nós, mas o horizonte mais vasto e exigente da pastoral ordinária. No respeito das coordenadas universais e irrenunciáveis, é necessário fazer com que o único programa do Evangelho continue a penetrar, como sempre aconteceu, na história de cada realidade eclesial. É nas Igrejas locais que se podem estabelecer as linhas programáticas concretas - objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes, busca dos meios necessários - que permitam levar o anúncio de Cristo às pessoas, plasmar as comunidades, permear em profundidade a sociedade e a cultura através do testemunho dos valores evangélicos" (NMI 29).

8º - O que devo fazer? Uma miríade de protagonistas

No livro dos Atos, cada pessoa ou grupo que acolheu a vocação cristã é chamado a perguntar: "E agora, o que devo (devemos) fazer?" (cf. At 2,37; 9,6; 16,30; 22,10). De fato, todos os discípulos são chamados a evangelizar, a testemunhar. Todos são chamados a ser missionários. "Quem verdadeiramente encontrou Cristo, não pode guardá-Lo para si; tem de O anunciar. É preciso um novo ímpeto apostólico, vivido como compromisso diário das comunidades e grupos cristãos. Que isso se faça, porém, no devido respeito pelo caminho próprio de cada pessoa e com atenção pelas diferentes culturas em que deve ser semeada a mensagem cristã, para que os valores específicos de cada povo não sejam renegados, mas purificados e levados à sua plenitude", conclui o Papa (NMI 40).
Da evangelização e da edificação da Igreja local todos os discípulos são chamados a participar, cada um segundo seu carisma, que posto a serviço da comunidade pode ser reconhecido como um "ministério" estável, permanente". (Sobre a instituição de ministros segundo as necessidades locais, cf. At 6, 1-6; 14,23; 20,28; etc.). Não há ainda, na Igreja do tempo dos Atos, um único modelo de ministério para todos. Mas há uma indicação de como proceder no discernimento do que é necessário e na escolha das pessoas. Assim os Atos apresentam uma grande variedade de personagens protagonistas da evangelização: além dos Doze (apóstolos), são citados os Sete líderes dos helenistas, os presbíteros de Jerusalém e de outras comunidades, os "apóstolos" Paulo e Barnabé, os colaboradores de Paulo, como Silas, Timóteo e Tito... Mas também nos dão o nome e, às vezes, alguma notícia de simples cristãos, homens e mulheres, que contribuem para a difusão da Palavra ou colocam sua casa e seus recursos à disposição da comunidade; Maria mãe de Marcos, Lídia, Dionísio e Dámaris, Áquila e Priscila, Sópatros, Aristarco e Segundo... Entre estes, destacam-se pessoas ou casais que colocam à disposição a própria casa para as reuniões comunitárias. (At 2,42-47 lembrava que os primeiros cristãos rezavam juntos no Templo, mas depois "partiam o pão pelas casas e tomavam refeição com alegria e simplicidade"). Em outros casos, Atos fala da conversão de fulano e "de toda a sua casa" (isto é, familiares e, às vezes, amigos) (cf. At 10,24; 16,33).
Podemos lembrar aqui a grave responsabilidade das famílias cristãs hoje na educação dos filhos, que crescem num ambiente (escola, TV, sociedade...) com poucas ou nenhuma referência cristã (cf. também NMI 43).



9º - Edificar a comunhão eclesial

A variedade das vocações e dos ministérios, assim como as diferenças de origem (os cristãos aceitam a todos: judeus e gregos, livres e escravos, homens e mulheres...), pode trazer alguma desordem na comunidade eclesial. Os Atos não insistem sobre isso. Poucas vezes acenam ao perigo de divisões, inclusive mais no futuro do que no presente (cf. o discurso de Paulo aos anciãos de Éfeso: "Sei que, depois que eu for embora, surgirão entre vós lobos ferozes, homens com doutrinas perversas que arrastarão discípulos atrás de si..." - At 20,29-30). De fato, o próprio Paulo, na I Carta aos Coríntios, lamenta profundamente as divisões naquela comunidade (cf. 1Cor 1, 10-17).
Por isso, os Atos mostram o caminho da comunhão, ",especialmente daquele "espírito de comunhão" que deve fundamentar as práticas da solidariedade e fraternidade. O Papa insiste que "espiritualidade da comunhão é saber "criar espaço" para o irmão, levando "os fardos uns dos outros" (Gl 6,2) e rejeitando as tentações egoístas que sempre nos insidiam e geram competição, carreirismo, suspeitas, ciúmes. Não haja ilusões! Sem esta caminhada espiritual, de pouco servirão os instrumentos exteriores da comunhão. Revelar-se-iam mais como estruturas sem alma, máscaras de comunhão, do que como vias para a sua expressão e crescimento" (NMI 43).
Com esta advertência, o Papa prossegue: "Os espaços da comunhão hão-de ser aproveitados e promovidos dia-a-dia, a todos os níveis, no tecido da vida de cada Igreja. Nesta, a comunhão deve resplandecer nas relações entre Bispos, presbíteros e diáconos, entre Pastores e o conjunto do povo de Deus, entre clero e religiosos, entre associações e movimentos eclesiais" (NMI 45).

10º - Comunhão fraterna, semente de uma nova sociedade

Uma comunidade eclesial que realmente viva a comunhão fraterna não deixa de constituir um exemplo que chama atenção, numa sociedade competitiva, desigual, onde a força e o egoísmo parecem ter a última palavra.
As primeiras comunidades cristãs, guiadas pelos Apóstolos, parecem ter chamado atenção pelos "sinais e prodígios", que eles realizavam à semelhança de Jesus (cf. At 2,22.43; 4,16.22;.30; 5,12; etc.). Mas a função desses sinais e prodígios não termina numa ou outra cura isolada. Eles querem mostrar o poder de Deus contra o mal, o poder de devolver à humanidade sua integridade e sua santidade. Querem chamar para a conversão e a vida de comunhão. Eles não teriam sentido (ou não teriam o sentido que Deus quer) se não gerassem comunhão. E a comunhão verdadeira, radical, de homens e mulheres que põem a serviço uns dos outros seus bens espirituais e materiais, que "não consideravam suas as coisas que possuíam", é o grande testemunho do reino de Deus, até a sua antecipação ou começo.
Esta comunhão fraterna, na sociedade pagã, aparece como uma alternativa, uma nova possível forma de sociedade, que não abandona órfãos e viúvas, que não explora a escravatura e o trabalho, que não atribui todo o poder a poucos, os quais muitas vezes tudo esbanjam numa vida depravada ou alienada enquanto outros morrem de fome à porta da sua casa (cf. Lc 16, 19-31).
Somente no IV século os cristãos deram uma amostra - às vezes pequena, mas significativa - de como podiam transformar a sociedade pagã ou, ao menos, aliviar o sofrimento de muitos. Mas a "comunhão fraterna" dos Atos permanece até hoje como uma semente que quer brotar e crescer, estabelecendo no mundo a solidariedade e eliminando a pobreza, pois "ninguém entre eles passava necessidade" (At . 4,34; cf. Dt 15,4).

Conclusão

A riqueza de sugestões e critérios que os Atos oferecem para a ação pastoral e missionária hoje bem merece um estudo prolongado, como aquele proposto pelo Projeto "Ser Igreja no Novo Milênio".
Quanto ao espírito que deve nos mover nessa ação é aquele mesmo dom que só o Espírito Santo nos pode dar: o amor. "A tal respeito, as palavras do Senhor são tão precisas que não é possível reduzir o seu alcance" - diz o Papa João Paulo II. "A Igreja terá necessidade de muitas coisas para a sua caminhada histórica, também no novo século; mas, se faltar a caridade (agape), tudo será inútil. O apóstolo Paulo recorda-o no hino à caridade: Ainda que falássemos as línguas dos homens e dos anjos e tivéssemos uma fé capaz "de transportar montanhas", mas faltasse a caridade, de "nada" nos serviria (cf. 1 Cor 13,2). A caridade é verdadeiramente o "coração" da Igreja, como bem intuiu S. Teresa de Lisieux que eu quis proclamar Doutora da Igreja precisamente como perita da ciência do amor: "Compreendi que a Igreja tem um coração, um coração ardente de amor; compreendi que só o amor fazia atuar os membros da Igreja [...]; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo"" (NMI 42).