Pastores tiranos, tiranos do bem!
"Ai dos pastores que destroem e
dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR."
C.S. Lewis disse: “De todas as tiranias,
aquelas exercidas sinceramente para “o bem” de suas vítimas podem ser as mais
opressivas. Seria melhor viver sob barões ladrões do que sob “onipotentes”
metidos à moralidade. A crueldade do barão pode, por vezes, adormecer, e a sua
cobiça pode em algum momento ser saciada; mas aqueles que atormentam-nos para
“o nosso próprio bem” vão nos atormentar sem fim, pois fazem isso com a
aprovação da própria consciência.”
É certo que nem toda a ditadura nasce de boas
intenções, mas a maioria sim. Todo tirano quer transformar o mundo em “um novo
mundo”, transformar o homem em “um novo homem”. Todo líder totalitário é
salvador, libertador e transformador.
Cuidado com o pastor que quer
determinar até sobre quem você irá casar, seu horário de trabalho, com quem
você conversa, e sobre tudo que você faz .
Todo homem com complexo de salvador,
transformador, seja político ou pastor, certamente será um pequeno ou grande
opressor.
Um fenômeno que tenho observado ultimamente nas igrejas evangélicas é
que existem pastores e líderes religiosos que tem uma verdadeira obsessão para
que sejam obedecidos cegamente.
Alegam, frequentemente, serem representantes de Deus, existem alguns que
usam Deus como castigador: “Quem não me obedece eu entrego nas mãos de Deus”.
Para fazerem com que sejam obedecidos utilizam guerras psicológicas e
empregam doutrinas de autoritarismo até que provocam uma espécie de “lavagem
cerebral” em seus ouvintes. Estes tipos de pastores frequentemente se negam a
ser questionados quanto às suas condutas pessoais e impõem aos outros estritas
regras morais a sua revelia.
Se mostram agressivos quanto são desobedecidos e falam mais com a emoção
do que com a razão. Ainda para nossa infelicidade muitos destes líderes são
encontrados em pequenas igrejas e em grandes catedrais também.
Para melhor ser entendido vou fazer lhes mostrar através de algumas
perguntas e respostas como identificar se seu líder, seu Pastor é um tirano.
1 Que tipo de pessoa é
um Pastor autoritário, em outras palavras: como podemos reconhecer?
Bem, se queremos reconhecer e identificar os pastores tiranos temos que
aprender a seguinte lição: Não nos guiemos pela aparência externa, pois pode
tratar-se de qualquer pessoa (você só vai saber quando o poder estiver com
ela), mas especialmente aqueles que parecem ser muito bons por fora,
sorridentes, brincalhões.
A característica inconfundível dos pastores tiranos, independente de
denominação, é que exercem forte controle sobre sua membresia para tirar
proveito pessoal. Em outras palavras, eles tem uma mentalidade que tende a
dominar e manipular a consciência das pessoas para obter algo de seu interesse
delas.
Qual é o perfil dos tiranos disfarçados
de Pastores?
Há um perfil definido para reconhecer estes “pastores”. A fim de
controlar as pessoas eles usam vários truques, isso mesmo truques. O principal
é o de oferecer e negar cargos de liderança e confiança a fim de controlar as
pessoas por seus brios, seus desejos de liderar e de estar a frente de outros.
Para isso manipulam a consciência, as expectativas, as necessidades e em
especial usam a Bíblia, através de suas particulares interpretações, a fim de
deturpar e dar a orientação errada. Manipulam os sentimentos, as emoções e o
respeito da membresia. Este espírito ou mentalidade de controle não é um
pequeno defeito de caráter ou algo que se herda ou que se adquire por contagio
ou acidente. Com certeza é consequência de uma vida de egocentrismo
perverso.
A Bíblia nos mostra exemplos desta obsessão por controlar as pessoas
através da vida de líderes como o rei Saul e Jeroboão. Saul, um dirigente do
povo de Israel, tinha completa obsessão de ser sempre o mais importante
(1Samuel 15 v.12, 30 e 1Samuel 18 vv. 6-8).
Tinha tanto medo de perder sua posição que vivia em uma constante
preocupação. Isso o levou a implantar um opressivo sistema de governo sobre o
povo de Deus para vigiar que ninguém fosse chegar a ser tão popular como ele
(1Samuel 18 vv. 9-12, 19 v.1, 20 vv. 30-33; 22 vv.17-18).
Jeroboão, por sua vez, criou um sistema religioso para controlar as
multidões e continuar tendo uma posição cômoda e próspera de um rei. Sua
tirania levou a exercer um autoritarismo tão forte que ele agrediu e perseguiu
gente justa e inocente (2 Crônicas 13 vv. 8-9). Este tipo de controle
autoritário é egoísmo em sua máxima expressão.
São homens querendo se fazer como Deus, ao exigir obediência absoluta.
Ouvi um testemunho absurdo de uma irmã em que o Pastor a colocou as seguintes
opções: Ou você rege o grupo feminino de louvor ou você trabalha, as duas
coisas você não pode fazer. Em contraste com tudo isto vemos que Jesus Cristo,
sendo o filho de Deus, não teve um espírito de controle; nem quando alguns de
seus discípulos se foram, não os perseguiu, nem os ameaçou.
Nem tão pouco montou uma campanha de difamação a fim de os oprimir e
fazê-los voltar ao redil. E mais, ainda perguntou a Pedro e aos outros que
ficaram, se eles também queriam ir. Desde então muitos de seus discípulos
voltaram atrás e já não andaram com ele. Disse então Jesus Cristo aos doze:
“Quereis vós também retirar-vos?” (João 6 vv. 66-67).
Jesus Cristo tão pouco atuava como tirano, nem manipulava os sentimentos
das pessoas para extarir benefícios pessoais (dinheiro, conforto e fama). Não
usava os púlpitos para lembrar a cada oportunidade que ele era a autoridade.
Ele não tinha esta necessidade pois os discípulos já sabiam disso. A autoridade
de Jesus Cristo vinha do servir, do amor desinteressado, da unção que havia
sobre a sua vida (Mateus 20 vv. 25-28; João 15 vv. 12-13).
Ainda que Jesus Cristo instruísse, corrigisse e mantivesse
uma disciplina entre os discípulos, sempre ensinos que as escrituras e o Pai
eram e são a autoridade espiritual máxima (Mateus 16 v.23). è fácil ver porque
os pastores tiranos ou líderes autoritários tem que estar “doutrinando” quase
até o ponto da exaustão nos púlpitos dizendo que tem seus membros que estarem
sujeitos a eles pois são ungidos de Deus, são os anjos da igreja.
Isso prova que não tem nenhuma autoridade espiritual e é isso que se nota.
Que razões pode ter um líder espiritual para querer controlar as
pessoas?
São muitas as razões, mas todas se resumem em uma só: satisfazer algum
desejo egoísta. A perseguição aos “rebeldes” tem duas finalidades
uma psicológica e outra pragmática. Por um lado “satanizar” os rebeldes, o
pastor tirano intenta aliviar o peso da consciência tratando de pensar de
alguma maneira os rebeldes eram maus aos olhos do Senhor e por isso
sofreram e que eram joio e Deus os arrancou, pois estavam impedindo o
crescimento da obra. A perseguição aos rebeldes visa intimidar aqueles que já
estão hipnotizados e assim seguem com suas reputações intactas e continuam a
explorar outros impunemente.
O Novo Testamento, em 3 João VV. 9-11, nos narra a história de um líder
da igreja, chamado Diótrofes, um sujeito que expulsava os membros que não se
submetiam aos seus caprichos. Ele também difamava os que se opunham às suas
maldades diante da igreja. Por que agia assim? O apóstolo João disse no
versículo 9 que Diótrofes gostava de “ter o primeiro lugar” na igreja. Seu
pecado motivacional era a vaidade. Também existem pastores que o orgulho os
movem a querem controlar os outros. Querem ser considerados “exitosos” pela
sociedade e isso implica em terem uma congregação muito grande, mesmo que digam
em alta voz: “ Não importa que sejamos poucos, importa que Deus está conosco”,
somente da boca para fora.
Se por alguma razão uma pessoa ou família decide se rebelar contra ele e
sair da igreja para outra, isso por si só já significa menos gente e o que é
pior pode esta pessoa ou família ser exemplo para outros e provocar uma
rebelião. Por isso as rédeas curtas. Afinal menos gente, menos êxito.
Resta reconhecermos e escaparmos destes pastores tiranos.
Não estou lançando para o alto carapuças, nem distribuindo sapatos de
cristal, mas espero que os pastores que lerem e se enquadrarem neste perfil
mudem em nome de Jesus Cristo e lembrem-se que o Senhor é o nosso Pastor e que
o rebanho é dele, só nos é dado o "dever" de cuidar para ele. Além
disso, espero que este texto seja muito útil a todos. Que o amor de Deus que
excede todo o nosso entendimento seja derramado sobre a sua vida e de sua
família em nome de Jesus Cristo. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário