segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

COMO DEUS NOS VÊ?

 

COMO DEUS NOS VÊ?

"Porém o Senhor disse a Sa­muel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua al­tura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração." (1 Samuel 16.7.)

 

Como Deus nos vê.

 

Qual a visão que Deus tem de nós, não o que en­xergamos em nossa vida.

 

O apóstolo Paulo diz:

 

"Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, co­nheço em parte; então, conhece­rei como também sou conhecido." (1 Coríntios 13.12.)

 

Nós precisamos ter a visão de Deus. Temos de nos enxergar como pessoas preciosas ao Senhor.

 

Contudo, para que passemos a nos ver como Deus nos vê, é neces­sário que tomemos algumas atitu­des.

 

Despertar do Sono do Auto-desprezo

 

"E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono..." (Ro­manos 13.11.)

 

Será que realmente tem importân­cia aquilo que pensamos de nós mes­mos?

Sim, tem.

Se pensamos que somos lixo, nos­sa tendência será a agir como lixo.

Algumas pessoas não conseguem ter amigos, porque estão convencidas de que não têm nada a oferecer-lhes.

Enquanto acharmos que não pres­tamos para nada, enquanto estiver­mos preocupados com o que os ou­tros pensam de nós, teremos muita dificuldade em amar o nosso próxi­mo e até mesmo a Deus.

Quando ficamos no quarto, nos lamentando, com pena de nós mes­mos, nos aproximamos do nível pe­rigoso de achar que não temos valor nenhum.

Mas não somos "um joão-ninguém", sem lugar no mundo. Deus nos criou e fez de nós, em algum lu­gar, um ser muito precioso.

 

Crer que Somos a Menina dos Olhos de Deus

Davi nos deixou um importante li­ção no versículo 8 do Salmo 17. Ele se expôs aos olhos de Deus. O salmista desejava ser visto como real­mente era. Depois disso estava pronto para ver Deus face a face. Davi orou:

"Guarda-me como a menina dos olhos, esconde-me à sombra das tuas asas."

 

A expressão menina dos olhos é muitas vezes usada nas Escrituras. No hebraico, significa "o homenzinho dos olhos" ou "a filha dos olhos".

Uma interpretação para essa ex­pressão tem como base o que vemos quando olhamos bem de perto nos olhos de alguém. Vemos a nossa pró­pria imagem. Se estamos bem perto da pessoa, vemos o nosso próprio re­flexo. Se aplicarmos esse fato ao nos­so relacionamento íntimo com Deus, o significado é que ele está olhando para nós. Então entendemos que so­mos o centro da atenção divina e que podemos ver a nós mesmos como somos quando virmos a nós mesmos através dos olhos de Deus.

Outra interpretação de "menina dos olhos" é que Deus nos ama e nos dá tanto valor como o damos à nos­sa própria vista. Nesse caso, a meni­na dos olhos é a pupila.

Charles Spurgeon faz o seguinte comentário sobre essa expressão:

"Parte alguma do corpo é mais preciosa, mais delicada e mais cuidadosamente guardada do que os olhos; e a parte dos olhos que deve ser guardada com maior cui­dado é a central, a pupila, ou a 'menina dos olhos'.

"O sábio Criador colocou os olhos num lugar bem protegido; estão cercados por ossos que se projetam como os montes ao re­dor de Jerusalém.

"Além disso, seu grande Autor os circundou com muitas túnicas interiores, além do cercado que são as sobrancelhas, a cortina que são as pestanas e a cerca que são as pálpebras; além disso tudo, ele deu aos homens um valor tão grande para com seus olhos e uma apreensão de perigo tão instantânea, que parte alguma do corpo é mais fielmente cuidada do que o órgão da visão."

Assim como damos valor às pupi­las e ao maravilhoso dom da visão, da mesma forma o Senhor cuida de cada um de nós.

O Senhor nos vê, nos conhece, cui­da de nós e jamais nos abandonará. Seu amor ilimitado cura as nossas mágoas. Quando percebemos que somos a menina dos olhos de Deus, sentimos a divina graça que é infini­ta.

Vemos o nosso reflexo em seus olhos não como a pessoa que temos sido, mas como o milagre que pode­mos vir a ser.

 

Endireitar Nossos Conceitos Teológicos Errados

Temos de permitir que Deus e sua Palavra consertem nossas falsas idéias. É impossível uma pessoa vi­ver de maneira certa, se seus conceitos são errados. Não podemos praticar a verdade, quando acredi­tamos num erro.

É falso o conceito de que Deus se agrada de uma atitude de auto-depreciação, que ela é parte da humil­dade cristã e necessária à nossa santificação e desenvolvimento es­piritual.

A verdade, porém, é que a auto-depreciação não é a verdadeira humil­dade cristã. Essa atitude acha-se em oposição a alguns dos ensinos bási­cos da fé cristã.

O maior mandamento é que ame­mos a Deus com todo o nosso ser. O segundo é que amemos ao nosso próximo como a nós mesmos. Não temos aqui dois, mas três manda­mentos: amar a Deus, amar a nós mesmos e amar aos outros.

Se você amar a Deus, a si mesmo e aos outros estará cumprindo toda a lei de Deus (Mateus 5.43-48). Esse é o eterno princípio do triângulo - um amor correto para com Deus, por nós mesmos e por outras pes­soas.

A pessoa que possui uma imagem própria baseada no que Deus diz, é mais saudável, em todos os sentidos, do que aquelas que têm uma ima­gem própria negativa. Foi assim que Deus nos criou, e se agirmos de modo contrário, não apenas estare­mos seguindo um conceito teológico errado, como também correremos o risco de ser destruídos.

 

"Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um." (Romanos 12.3.)

 

Pensando com moderação, não iremos nem nos subestimar nem nos superestimar. É Satanás quem nos confunde e nos cega nessas questões, pois nos faz acusações:

- Olhe aí, você está ficando muito orgulhoso...

Contudo a verdade é justamente o contrário. A pessoa que tem uma imagem própria negativa está sem­pre tentando se mostrar. Ela tem de provar que está certa, em todas as situações, tem de mostrar seu valor. E geralmente fica tão envolvida em si mesma, que se esquece do Se­nhor.

Ninguém pode amar aos outros incondicionalmente, quando precisa ficar o tempo todo tentando provar seu valor próprio.

A autonegação não tem nada a ver com a humildade cristã, nem com a santidade. A crucificação do eu e a entrega pessoal a Deus não exigem uma auto-imagem inferior, que é di­ferente do que o Senhor pensa de nós.

 

"Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos, pela tua vida." (Isaías 43.4.)

 

Entender que Nosso Senso de Valor Próprio Deve Vir de Deus

Temos de formar nosso senso de valor próprio a partir do que Deus diz, e não dos falsos reflexos que vêm das outras pessoas, do diabo e, até mesmo, do nosso passado.

Temos de fazer uma escolha que definirá a nossa vida:

• vamos dar ouvidos a Satanás e a todas as mentiras que ele nos diz, às distorções e às mágoas do passa­do que nos mantêm aprisionados por certos sentimentos e conceitos acer­ca de nós mesmos, que não são cris­tãos nem saudáveis?

• ou buscaremos nosso senso de valor próprio em Deus e em sua Pa­lavra?

Meditemos em algumas verdades divinas. Não temos o direito de menosprezar ou depreciar uma pessoa (nós) aquém...

 

Deus ama tanto.

Não devemos nos dizer:

"Bom, sei que Deus me ama, mas não gosto de mim mesmo."

Isso é um insulto a Deus e ao seu ilimitado amor. Quando despreza­mos um ser que é criação de Deus, estamos, na verdade, dizendo que não gostamos da "criatura" e não apreciamos muito o "Criador". Na verdade, não estamos vendo o quan­to Deus nos ama e o quanto signifi­camos para ele.

 

  Deus honrou tanto.

"Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de Jato, somos filhos de Deus..." (1 João 3.1.)

Quando nos consideramos despre­zíveis e sem valor, sendo filhos de

Deus, essa falsa humildade fere o coração do Senhor.

 

Deus dá tanto valor.

Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer.

 

"Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo Jato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." (Romanos 5.7,8.)

 

Deus deixou bem claro o valor que temos para ele. Ele nos atri­bui um valor tão elevado, que en­tregou a vida de seu Filho para nos salvar.

De onde tiraremos a base para formar nossa imagem própria? Das distorções de nossa infância? Das mágoas do passado e das falsas idéi­as que foram colocadas em você? Ou será que preferiremos dizer:

"Não; não darei mais ouvidos a essas mentiras do passado. Não es­cutarei o que Satanás diz, já que ele é o acusador, e me envia men­sagens confusas e falsas. O diabo nos cega e quer distorcer tudo. Vou escutar a opinião que Deus tem de mim, vou deixar que ele me progra­me, até que o bom conceito que ele tem de mim passe a ser o meu, atin­gindo até o mais íntimo dos meus sentimentos."

Permitamos que Deus nos ame, e deixemos que ele nos ensine a nos amar a nós mesmos, e a amar aos outros. Desejamos ser amados. Que­remos que Deus nos dê segurança, que nos aceite. E, aleluia, ele faz isso. Contudo, por causa da programação nociva que recebemos de outras fon­tes, temos dificuldade em aceitar esse amor. Aliás, isso é tão difícil, que tal­vez prefiramos continuar a ser como éramos.

Querido leitor, eu o desafio neste momento a iniciar esse processo de restauração, para que possa erguer bem alto sua cabeça, como filho ou filha de Deus.

 jorge linhares

 

 

 

 

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