OS
PECADOS DOS SALVOS
1 João 1.1 a 2.2
“Filhinhos meus, estas cousas vos
escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto
ao Pai, Jesus Cristo, o justo.”
1 João 2.1
Introdução
Há
multidões de membros de igrejas que imaginam que são crentes por não haverem
nascido na África ou na Índia. Têm a esperança de ir para o céu ao morrerem;
mas desconhecem o milagre da regeneração ou novo nascimento. São iletrados
bíblicos e ignoram seu estado de perdição. Estão espiritualmente mortos.
Agora,
porém, vamos tratar não desses, mas dos homens e mulheres que foram salvos
mediante o sangue do crucificado. Muitas dessas pessoas, entretanto, ignoram as
verdades reais do Evangelho da graça e não estão bem informados. Muitas têm
aceitado a Cristo como seu Salvador, mas pensam que em adição à sua fé nEle
devem fazer a sua parte e viver de conformidade com certos padrões a fim de
poderem reter sua salvação. Tais pessoas não falam muito sobre a certeza da
salvação. Entretém a idéia de que se, se tornarem culpados de certas espécies
de pecados, perdem sua salvação e precisam ser novamente convertidas. Em última
análise, isso é salvação pelas obras, e não pela graça de Deus. Essas pessoas,
que não compreendem que a segurança do crente depende da fidelidade de Cristo e
não do padrão de vida do crente, são muito infelizes. E os que sustentam tais
doutrinas são chamados legalistas.
Os Salvos Não Vivem Sem Pecado
Quando
nos damos conta do que é realmente pecado, temos de reconhecer que ninguém está
isento de tornar-se culpado de praticar atos pecaminosos.
As Escrituras Registram os Pecados dos Homens Salvos
Uma
das evidências da inspiração da Bíblia é que ela retrata os homens que ocupam
suas páginas, tais quais eles eram. Seus pecados, tanto quanto as suas virtudes
e atos de fé, são registrados. Se homens tivessem sido os autores das
Escrituras, jamais teriam revelado certos fatos que ali são registrados. Mas
Deus é fiel à realidade. Os fracassos e pecados dos homens são registrados na
Bíblia a fim de que seja destacada a maneira providencial de Deus os tratar,
bem como julgamentos divinos e Suas operações graciosas.
Abraão
enganou Faraó a respeito de Sara, sua esposa, e foi expulso do Egito por causa disso
(Gn 12.10-20). Moisés perdeu a calma e feriu a rocha, quando, segundo foi
instruído, deveria ter-lhe falado. Por causa dessa desobediência, morreu
prematuramente e foi proibido de introduzir o povo de Israel na Terra Prometida
(Nm 20.10,11). Davi pecou gravemente e foi severamente castigado por esse
motivo (II Sm 11). Pedro amaldiçoou e jurou (Mt 26.70-74). Isaías, Paulo,
Tiago, e João, todos admitiram seus erros (Is 6.5; Rm 7.15-24; Tg 3.2; 1 Jo
1.8-10).
A Perfeição Impecável Não É Ensinada Nas Escrituras
Alguns
membros dos “grupos holiness” pensam [pensavam] que podem [podiam] viver sem
pecado, mas estão [estavam] enganados. Os chamados “pregadores de santidade”
pregam a perfeição impecável, mas ignoram as verdades reais da Palavra de Deus.
Seu versículo favorito é 1 João 3.9. Tiram-no de seu contexto e usam-no como
prova daquilo que o versículo não ensina. Conforme a Tradução de João Ferreira
de Almeida, Edição Revista e Atualizada no Brasil, da Sociedade Bíblica do
Brasil, deixa indicado, não “vive na prática de pecado” porque não “pode viver
pecando” ou, em outras palavras, não vive mais dominado pelo princípio
escravizador do pecado, não vive mais na esfera do pecado. Atos isolados de
pecado, contudo, são possíveis em um crente verdadeiro, pois 1 João 3.9 precisa
ser harmonizado com 1 João 1.8-10.
Impecabilidade Não É Experimentada Por Ninguém
Salomão,
o homem mais sábio que já viveu, ao dedicar o Templo, disse: “... (pois
não há homem que não peque)...” (1 Rs 8.46).
João,
o discípulo amado, escrevendo sob a inspiração do Espírito Santo, afirmou: “Se
dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso e a sua palavra
não está em nós” (1 Jo 1.10). O testemunho coerente das Escrituras é que a
impecabilidade não é experimentada por qualquer mortal. Os homens salvos
cometem atos pecaminosos.
Os Salvos Não Têm Licença de Pecar
Que
ninguém imagine, porém, que estamos diminuindo a hediondez dos pecados ou
diminuído a gravidade das ações pecaminosos. Os salvos não têm o direito de
pecar.
Os Salvos São Advertidos Contra o Pecado
O
sexto capítulo de Romanos é uma importante passagem que trata dessa
importantíssima questão. Os homens são salvos mediante a graça de Deus, através
da fé, e à parte de obras humanas. Isso, porém, não lhes dá o direito de
viverem segundo o “homem velho” ou pecado no “íntimo”. A união com Cristo em
Sua morte, sepultamento e ressurreição, pela fé, repudia o “homem velho” e seus
caminhos. O crente morreu em Cristo, pelo que o “homem velho” precisa ser
“destruído”. O termo “destruído”, conforme aqui usado significa “tornar inútil,
inoperante, ineficaz” (West). Em outras palavras, o “homem velho” precisa ser
paralisado.
O
batismo em água é um testemunho, da parte do crente, sobre como ele foi salvo,
e é uma declaração de seus propósitos para o futuro. Sua disposição espiritual
é dramatizada. O batismo em água dramatiza as verdades de como a vida
espiritual é obtida e como ela deve operar. Co-crucificação com Cristo é o meio
de salvação. O método do morrer diário é dado nos versículos 11 a 13. Cada
crente deveria considerar-se morto para o pecado e vivo para Deus, em Cristo
Jesus. E isso deve fazer negando ao pecado que habita no íntimo e não
permitindo que se entronize sobre sua vida, ao mesmo tempo em que cede cada
membro de seu corpo a Deus, para a retidão e a vida santificada. Por outro
lado, deve negar diariamente, ao pecado que habita no íntimo, o uso de qualquer
membro de seu corpo.
II
Coríntios 5.17. O filho de Deus é “... nova criatura (criação) ...”. Nunca
poderá ser novamente ser o mesmo de antes. A regeneração lhe proporcionou a
própria natureza de Deus (II Pedro 1.4). A posse da natureza de Deus impele o
indivíduo a ter aversão a seus pecados. Os crentes foram “... criados em Cristo
Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos
nelas” (Ef 2.10).
Inimigos Sutis Atacam os Salvos
Os
filhos de Deus têm de enfrentar inimigos perigosos – “o mundo”, “a carne” e “o
diabo”. O mundo, ou seja, este sistema
mundano de viver, é antagônico a Deus e aos Seus caminhos. O crente mundano não
progride espiritualmente. Seu mundanismo lhe rouba sua alegria cristã e sua
comunhão e utilidade espirituais. Ele é um crente derrotado, e freqüentemente
serve de pedra de tropeço para outros. O mundo é inimigo declarado da
espiritualidade. Ao filho de Deus foram dirigidas as palavras que se encontram
em 1 João 2.15,16. Ninguém pode mostrar-se amigo do Pai e também do mundo.
Muito da carnalidade existente entre os crentes é causado pelos seus esforços
de obterem a aprovação do mundo ou de tentarem tornar o Cristianismo aceitável
ao mundo. O Evangelho não pode ser feito atrativo ou popular perante o mundo. O
mundo crucificou a Jesus Cristo e nunca será amigável para qualquer de Seus
seguidores que queria ser fiel a Ele. Crente, o atual sistema mundano é teu
inimigo.
A
carne, isto é, o “pecado” que habita no íntimo, também é um adversário da
espiritualidade (Gl 5.16,17). Quando o Espírito é agradado, a carne é
insultada. A carne é contrária ao Espírito, e essa oposição é mútua. Os crentes
precisam reconhecer que têm um verdadeiro inimigo residindo em si mesmos.
I
Pedro 5.8,9. O diabo não está morto, e nunca tira “férias”. Ele é
contrário a tudo aquilo que Deus é a favor. Ele promove a incredulidade de mil
maneiras diferentes. A religião é uma de suas especialidades. As religiões
falsas do mundo são produtos seus. Além dos cultos sem sangue e os “ismos” que
aumentam cada vez mais em número, há multidões de igrejas cristãs professas
que não obtendo salvação de almas por meio da regeneração. De conformidade com
a filosofia de tais, Jesus foi um mestre maravilhoso e um ótimo bom exemplo.
Não salientam a redenção pelo sangue, a necessidade de arrependimento e do novo
nascimento. Não fazem convite pessoal para que os homens aceitem a Cristo como
Salvador e convite para que os homens aceitem a Cristo como Salvador e
confessem-nO perante os homens. Gostaríamos de falar noutro tom, mas todas as
igrejas que não estão pregando a redenção pelo sangue de Cristo nem estão
pregando a redenção pelo sangue de Cristo nem estão obtendo conversões mediante
a regeneração, são simulacros criados por Satanás. Chamam-se igrejas cristãs,
mas em realidade não o são. São imitações habilidosas e sutis daquilo que é
genuíno. Satanás se opõe à freqüência e à filiação nas igrejas que pregam a
Bíblia, amam a Bíblia, crêem na Bíblia e são governadas pela Bíblia. Ele sabe
que essas são suas mais eficazes adversárias. Odeia-as, portanto.
Salvos e Seguros Pela Obra de Mediação de Cristo
A
morte de Cristo, sobre a cruz, satisfez a justiça divina. Quando Jesus Cristo
instituiu a Ceia do Senhor, disse que Seu sangue era “... o sangue da aliança,
derramado em favor de muitos, para a remissão de pecados” (Mt 26.28). Quando
Pedro pregou aos judeus, em Jerusalém, no dia de Pentecostes, declarou
que a fé em Cristo é o que outorga a “... remissão dos ... pecados ...” (At
2.38). E Pedro pregou aos gentios a mesma verdade, na casa de Cornélio (At
10.43). Paulo escreveu: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que
estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). E às igrejas de Éfeso e Colossos escreveu ele:
“... no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo
a riqueza da sua graça...” (Ef 1.7; Cl 1.14). João destacou a mesma verdade (1
Jo 1.7; Ap 1.5). Como é que algo poderia ser mais claro ou mais positivo e
específico? Cristo pagou a penalidade, e os crentes recebem perdão. Os pecados
da vida inteira do indivíduo são judicialmente perdoados quando Cristo é
recebido pela fé, visto que Ele morreu por eles no Calvário.
A
presença de Cristo na Glória guarda os crentes. Os pecados do crente afetam sua
comunhão, mas não sua relação. Cristo acha-se atualmente no Céu, na qualidade
de nosso Sumo-Sacerdote e Advogado. Ele pleiteia constantemente a nosso favor,
baseado nos méritos de Seu próprio sangue precioso, mediante o qual satisfez à
justiça divina e tornou possível nossa comunhão com Deus (Rm 5.9; Hb 7.25; 1 Jo
2.1). Havendo feito um grande investimento em nós, Ele certamente cuidará desse
investimento em nós, Ele certamente cuidará desse investimento. Suas
realizações no Calvário, e Seu presente ministério na Glória, conservam cada
crente salvo e seguro.
A
morte de Cristo garante a salvação do crente para o tempo e a eternidade. As
“vestimentas de pele” feitas para Adão e Eva certamente foram aceitáveis a Deus
porque Ele mesmo as fez (Gn 3.21). Os hóspedes que tinham vestes nupciais,
fornecidas pelo rei, eram aceitáveis ao rei (Mt 22.1-14). A justiça que torna o
pecador aceitável a Deus não é a justiça própria, não é a justiça humana, mas a
justiça de Deus que o crente recebe como presente da parte de Deus (Rm
3.21,22). Aos crentes acha-se escrito: “... nele estais aperfeiçoados...” (Cl
2.10). Nada pode ser adicionado àquilo que é completo. Se o crente aceitar o
que dizem João 3.16-18; 5.24; e 6.37, pode estar certo que todo crente está
seguro e garantido. Jesus Cristo declarou: “As minhas ovelhas ouvem a minha
voz; eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais
perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu
Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar” (Jo
10.27-29).
A
certeza da salvação é privilégio de todo filho de Deus, comprado pelo preço de
sangue. A falta de segurança é um grande furto. Pois assim Deus é roubado da
glória que Lhe é devida; assim o crente é roubado da alegria que lhe pertence
por direito; e os contemporâneos do crente são roubados do testemunho que precisam
ouvir. A certeza da salvação é um poderoso incentivo à vida santa. Crer naquilo
que Deus diz acerca de Jesus Cristo salva o indivíduo. Acreditar naquilo que
Deus diz acerca do crente torna o crente certo de sua salvação.
C. M. Keen
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