segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O DISCÍPULO


O DISCÍPULO 


O DISCÍPULO É ALGUÉM PARA O QUAL JESUS É A PRIORIDADE ABSOLUTA.


Vivemos em tempos de materialismo religioso. Explico. Trata-se de uma sociedade onde a grande prioridade é ter, possuir a corrida do consumo, é o grande anseio da alma das pessoas. O mercado tornou-se uma grande divindade; atender suas exigências tornou-se a grande cerimônia religiosa dos nossos dias. Alcançar o bem material desejado torna-se uma grande compensação. As igrejas se rendem a ele.

A salvação é a prosperidade, é o possuir um negócio próprio, uma casa, um carro. Não consigo ouvir em nenhum dos testemunhos contemporâneos na televisão a genuína alegria de encontrar Cristo, e a esperança da eternidade com Deus. Está tudo descrito em bens materiais.

Deus é instrumentalizado para o consumo, e, com isso, Deus, também, foi posto ao serviço do mercado. Está certo isso? Estaria salva uma pessoa que tendo aceitado Jesus continuasse desempregada? Segundo algumas teologias, a resposta seria não.

Mas qual é a teologia dos Evangelhos? Antes de responder, deixem-me citar o Pr. David Wilkerson: “Acredite ou não, muitas pessoas de bem que estão envolvidas em realizar empreendimentos maravilhosos, não irão para o céu. Pior que isso; muitos que se consideram cristãos e estão convencidos de que irão para o céu ficarão de fora, mesmo não estando envolvidos em pecados grosseiros como pornografia, e outros moralmente condenáveis”.

O que tem a ver esta afirmação de David Wilkerson com o que falávamos? Simples, Jesus não é uma opção religiosa, entre diversos outros que o mercado oferece, quase sempre segundo o conceito: O que eu ganho com isto?

Jesus nos ensinou: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” (Mt 7.22-23).

A salvação no Evangelho pode representar a renúncia às posses, como foi no caso de Zaqueu: “Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão.”(Lc 19.8-9). Aqui, fica claro que é Jesus como autor da salvação que espera que tiremos do nosso coração nossos ídolos; aquilo que mais almejamos deve dar lugar a ELE. Zaqueu perdeu a riqueza para ganhar Cristo e a Salvação. O contrário do jovem rico (cf. Lc 19.18-23).

Por isso a religião de Cristo rompe com o mercado, o consumo. Quantas vezes temos deixado de ofertar a missões, a projetos sociais porque estamos economizando para comprar um vestido novo, um carro mais novo, ou mesmo um aparelho de televisão? Ou como igreja local priorizamos uma guitarra nova a investir na congregação da periferia, ou mesmo ajudar famílias mais carentes. Vede o ensino do discurso missionário de Jesus. (Cf. Mt 10.5-10).

Assim, o discípulo, sua salvação está relacionada à afirmação de Jesus no Sermão do Monte: “Buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” (cf. Mt 6.33).

Sim, seguir o ensino de Jesus conforme viveu Paulo: “Logo já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gl 2.20).

Sim, Jesus como prioridade, fé centrada nele, valores orientados por seu Evangelho e uma viva dependência de sua graça salvadora são caminhos da salvação.
         
Escrito por Paulo Lockmann

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