“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2.15-17).
Todo cuidado com o mundo é pouco:
Como coisas e assuntos mundanos, todo o círculo de bens, talentos, riquezas, vantagens e prazeres mundanos que embora vazios e transitórios, excitam nossos desejos e nos afastam de Deus, sendo pois obstáculo à sua Obra
2 – No princípio Deus criou o universo (Kosmos) e a terra fazia parte deste universo, nela Deus colocou o homem que era puro e inocente.
Não se vê nenhuma menção acerca do “mundo”, como o conhecemos hoje, neste universo criado por Deus.
No entanto, quando o homem pecou contra o Senhor, através de sua desobediência, o inimigo encontrou a porta aberta para introduzir no universo criado por Deus e na vida do homem, o seu sistema mundano de coisas que foi se desenvolvendo com o passar do tempo, progredindo em direção ao seu próprio interesse até chegar ao estado que se vê hoje em dia.
Assim o adversário criou um sistema de coisas cujo príncipe e soberanos é ele mesmo.
No livro de Gênesis não encontramos no Jardim do Éden qualquer menção à tecnologia ou instrumentos mecânicos.
Após a queda, porém, vemos surgir entre os descendentes de Caim alguém lidando com instrumentos cortantes de ferro e bronze.
Depois outro começa a desenvolver a música e as artes, e ainda outro envolvido com a agricultura e a pecuária
– Gênesis 4: 20 – 22.
3 – As bases ou fundamentos deste sistema mundano criado pelo adversário são basicamente três, que são:
A concupiscência da carne;
A concupiscência dos olhos; e
A soberba da vida.
Estas três formas de opressão são usadas pelo inimigo desde o princípio até os dias de hoje para prender o homem e escravizá-lo no seu sistema.
A Bíblia mostra que no Jardim do Éden o inimigo procurou envolver Adão e Eva nestas três coisas, e obteve êxito.
Mais tarde, tentou fazer o mesmo com o Senhor Jesus e foi derrotado.
Hoje em dia tudo no mundo gira em torno destas três coisas fundamentais.
O inimigo mantém o homem escravizado dentro de uma ou de todas estas esferas, as quais por sua vez se apresentam através de facetas múltiplas, compondo assim um sistema hostil e de tendências contrárias a Deus e à sua vontade.
Por isso o Senhor nos alerta solenemente: “Não ameis o mundo, nem o que nele há...”
Tudo que existe neste sistema, por mais inocente que pareça ser, pertence ao mundo e está sendo controlado pela mente maligna do inimigo.
Se fizermos um exame minucioso, vamos descobrir que coisas tais como: música, artes (teatro, cinema, pintura, etc.), religião, educação, ciências, etc. fazem parte do sistema mundano e caminham numa direção oposta ao Senhor e favorável ao adversário.
4 – Quando Jesus entrou em Jerusalém montado num jumentinho, a multidão que o seguia e louvava, pensava que Ele iria libertar Israel do jugo de Roma.
Mas o Senhor ao invés de confirmar esta expectativa, falou claramente acerca de sua morte na cruz ainda naqueles dias.
Para muitos foi uma decepção ouvir aquelas palavras, mas Jesus estava trazendo a todos uma maravilhosa esperança; sólida e firme.
Ele estava anunciando uma mudança de domínio, mais radical e abrangente do que aquela que era esperada pelo povo de Israel.
Jesus afirmou solenemente que através de sua morte e ressurreição, iria julgar o mundo e expulsar o seu príncipe – Jo 12: 31, 32.
O grão de trigo iria cair na terra e produzir uma nova geração de homens e mulheres que não seriam mais escravos daquele sistema maligno que os dominava, mas seriam participantes de um novo reino de justiça, baseado na livre aliança com o Senhor.
Através de cordas de amor, seus corações seriam atraídos para longe daquele mundo sob julgamento, para o lado de Jesus, o qual, embora tenha sido levantado para morrer, por esse mesmo ato foi levantado para reinar.
Desta forma o mundo como sistema hostil a Deus teve o seu julgamento.
Isto não quer dizer que a terra e seus habitantes foram julgados naquele momento; para eles o juízo ainda está por vir.
5 – É através da salvação que nós escapamos do mundo. Para muitos salvação significa livramento do inferno para viver no céu, ou libertar-se do pecado para viver em santidade.
Mas salvação significa algo mais além do que isto. Muitos afirmam que “uma vez salvos, salvos para sempre”, mas isso é um terrível engano.
A salvação é algo dinâmico, que deve se renovar a cada instante. Não se trata simplesmente de uma questão de inferno evitado ou de pecados perdoados, mas precisa ser encarado mais em termos de um sistema do qual saímos.
Quando somos salvos, fazemos nosso êxodo de um mundo inteiro cujo dominador é o próprio adversário, para outro cujo Senhor é Jesus – Cl 1: 13.
Vejamos o exemplo do povo de Israel no Egito, que é tipo do mundo.
Eles foram literalmente tirados de lá pela mão de Deus, para caminharem em direção à Terra Prometida. Já no deserto o Senhor se revelou e com eles fez aliança.
Muitos morreram no deserto porque mantiveram seus corações no Egito. Somente aqueles que saíram de fato, conseguiram se salvar realmente.
Desta forma entendemos que salvação significa sair deste domínio, deste sistema corrupto e organizado que se opõe à Obra do Senhor.
Muitos hoje confessam que crêem em Jesus, mas permanecem totalmente ou parcialmente envolvidos com o mundo, refugiando-se numa religião sem perceber que ela mesmo faz parte deste sistema, pois onde quer que o poder natural do homem domine, existe neste sistema um elemento sob a inspiração do inimigo.
O apóstolo Paulo disse: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” – Rom 12: 2.
Salvação é isto; é não pertencer ao padrão de coisas do adversário, é colocar o coração naquilo que é de Deus, é tomar como objetivo seu propósito eterno em Jesus, é caminhar para este propósito e ser liberto a todo instante do domínio e influência do mundo e de tudo o que nele há, pois o mundo passa, e a sua concupiscência; mas o que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
CONCLUSÃO – A palavra usada no grego para designar a igreja é EKKLESIA, que é a junção do termo EK = para fora de, com o termo KLESIA = chamada.
Assim vemos que a verdadeira igreja é aquela que foi chamada para fora do mundo, isto é, foi separada do sistema mundano para pertencer e servir ao Senhor Jesus.
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