quinta-feira, 18 de outubro de 2018
A PENA DE MORTE
A PENA DE MORTE
A igreja não tem direito de aplicar a pena de morte, mas o governo o tem (veja Romanos 13:1-7)
Às vezes no antigo Testamento, Deus dava uma regra geral e depois abria algumas exceções específicas.
Por exemplo, ele proibiu que os judeus trabalhassem no sábado (Êxodo 20:8-11), mas especificamente autorizou o trabalho dos sacerdotes neste dia (Mateus 12:5).
Ele proibiu o divórcio (Lucas 16:18; 1 Coríntios 7:11-12), mas abriu exceção no caso de traição (Mateus 5:32; 19:9).
Como havia feito logo depois do dilúvio, Deus aplicou a penalidade máxima em casos de homicídio na época da lei dada por meio de Moisés: "Quem ferir a outro, de modo que este morra, também será morto" (Êxodo 21:12; veja Números 35:16-21; Deuteronômio 19:11-13).
Na lei dada aos judeus para governá-los espiritual e civilmente, Deus ordenou que a mesma punição fosse aplicada em vários outros casos de crimes contra a vontade dele.
No Novo Testamento, o governo espiritual (na igreja) é distinto do governo civil.
A igreja não tem direito de aplicar a pena de morte, mas o governo o tem (veja Romanos 13:1-7).
Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
(Romanos 13:1-7)
Então, há quem diz: Ser a favor da pena de morte é ser contra o mandamento de Jesus "ame o próximo como a ti mesmo"?
Se ao ordenar que seus discípulos amassem o próximo anula a punição capital, Deus está em contradição.
Em Gênesis 9.6 diz: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem."
Eis onde surge a pena capital, logo no começo dos tempos.
Alguns podem questionar: "mas esse texto é do Antigo Testamento, não vivemos mais sob a lei".
Argumentos como esse não possuem nexo algum, visto que a lei foi dada a Moisés somente em Êxodo, tempos depois do próprio Deus estabelecer a pena capital em Gênesis 9.
Embora haja separação entre antiga e nova aliança, ela não se aplica a esse contexto, visto que há aqui um princípio atemporal e não restrito aos tempos antigos.
Quanto ao questionamento inicial, a resposta é não.
Há uma grande confusão entre o que Cristo manda e o que Cristo faz.
Por exemplo, Jesus é Deus. Sendo Ele Deus, está acima de tudo o que é ordenado.
Não é porque Ele ordena que amemos o próximo que Ele mesmo deve agir dessa maneira para com todos.
Vamos às considerações:
1. Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo vai dizer que Deus amou Jacó, mas odiou Esaú (Romanos 9.13).
Em outra parte da Escritura, diz que "O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma" (Salmo 11.5).
Em outro salmo, diz: "Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade." (Salmo 5.5).
Ou seja, Deus odeia também, mas não como o homem. Deus é Santo e Justo, e por ser Santo e Justo, não compactua com o que é mal e está longe de Cristo.
O fato de Jesus nos mandar amar o próximo não faz com que, necessariamente, o próprio Cristo ame.
2. Ser a favor da pena capital não faz com que
descumpramos o mandamento de Jesus, exceto se nosso desejo pela morte do malfeitor partir de um coração odioso e injusto.
Enquanto estava na cruz, Cristo não só assistiu como aprovou a pena capital para o bandido ao seu lado, mas Ele também garantiu: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lucas 23.43).
O fato de Jesus ter olhado para aquele ladrão e ter garantido a sua salvação mostra que Cristo o amou. Entretanto, o amor de Cristo não impediu que o mesmo fosse morto.
Sendo assim, não há violação de mandamento algum ao ser a favor da pena de morte enquanto cristãos.
Há, sim, um grande erro ao desejar a morte de indivíduos por puro egoísmo e ódio, mas se nosso desejo for a justiça de Deus, estaremos em paz para com Ele, afinal, somos ordenados pelo próprio Jesus a buscarmos a sua justiça (confira Mateus 6.33).
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