quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O PERÍODO INTER-BÍBLICO (PARTE 1)



Periodo Interbíblico - Intertestamentário


Ao lermos o último livro do Antigo Testamento (Malaquias) e iniciarmos a leitura do primeiro livro do Novo Testamento (Mateus), não imaginamos que entre esses dois livros há um período muito importante a ser estudado, porém pouco conhecido e ensinado nas igrejas.

Um período de 400 anos marcado pelo silêncio da era profética e por essa razão apelidado “O Período Negro”.

Esse mesmo período merece total atenção, pois se quisermos compreender melhor o Novo Testamento e as mudanças que ocorreram no mundo entre os anos 397 - 6 a.C. teremos que nos voltar a ele e observar os fatos e acontecimentos ali presentes, além de suas contribuições para o desenvolvimento do cristianismo.

Chamamos esse período de “Período Interbíblico ou Intertestamentário”.

Definição
A palavra intertestamentária significa “entre testamentos”. 
O Período Intertestamentário ou Interbíblico, para uma melhor compreensão, trata-se do período que se estendeu por 400 anos entre livro de Malaquias e o evangelho de Mateus.

Durante esse período a promessa do Messias já havia sido profetizada, porém não concretizada. Agora todos experimentam o silêncio de Deus, não há ninguém inspirado pelo Senhor que fala em seu nome.


Ao observarmos o mundo nesse período, podemos notar transformações significativas quanto as civilizações que se levantavam para exercer seu domínio, sem falar ainda na vida do povo de Deus (os judeus), que aguardavam o advento do Messias com o propósito de restaurar a Israel, que viveram sob o domínio da Pérsia, Grécia e Roma.

Os Apócrifos

A impressão que temos, quanto ao povo escolhido por Deus, é que depois de Malaquias nenhuma obra literária fora produzida até a época dos apóstolos. 

Essa impressão é equivocada. Concordamos que nenhuma obra inspirada por Deus fora produzida, somente obras de cunho humano visando suprir a escassez da revelação divina com o propósito de consolar o povo e manter a unidade entre eles diante da dispersão desde Nabucodonosor.

Foi no decorrer do Período Interbíblico que a literatura apócrifa surgiu. Esses livros foram incluídos no cânon da Septuaginta e Vulgata Católica Romana e constituem o que hoje chamamos de Apócrifos, que significa “livros ocultos, escondidos” não reconhecidos pelos cristãos como sendo inspirados ou legítimos por Deus.

Temos ainda, em adição aos apócrifos, os escritos judaicos extrabíblicos escritos sob um suposto nome e conhecidos como “Pseudoepigráficos”. Eram obras escritas com os nomes de líderes do passado (Enoque, Baruque, Esdras, etc). [1]


A Expressão “400 Anos de Silêncio”, frequentemente empregada para descrever o período entre os últimos eventos do A.T. e o começo dos acontecimentos do N.T. não é correta nem apropriada. 


Embora nenhum profeta inspirado se tivesse erguido em Israel durante aquele período, e o A.T. já estivesse completo aos olhos dos judeus, certos acontecimentos ocorreram que deram ao judaísmo posterior sua ideologia própria e, providencialmente, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu evangelho.

Desenvolvimento Político

A Supremacia Persa

Por cerca de um século depois da época de Neemias, o império Persa exerceu controle sobre a Judeia. O período foi relativamente tranquilo, pois os persas permitiam aos judeus o livre exercício de suas instituições religiosas. 

A Judeia era dirigida pelo sumo sacerdotes, que prestavam contas ao governo persa, fato que, ao mesmo tempo, permitiu aos judeus uma boa medida de autonomia e rebaixou o sacerdócio a uma função política. Inveja, intriga e até mesmo assassinato tiveram seu papel nas disputas pela honra de ocupar o sumo sacerdócio. Joanã, filho de Joiada (Ne 12:22), é conhecido por ter assassinado o próprio irmão, Josué, no recinto do templo.

A Pérsia e o Egito envolveram-se em constantes conflitos durante este período, e a Judeia, situada entre os dois impérios, não podia escapar ao envolvimento. Durante o reino de Artaxerxes III muitos judeus engajaram-se numa rebelião contra a Pérsia. Foram deportados para Babilônia e para as margens do mar Cáspio.

Alexandre, o Grande

Em seguida à derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (333 a.C.), Alexandre marchou para a Síria e Palestina. Depois de ferrenha resistência, Tiro foi conquistada e Alexandre deslocou-se pra o sul, em direção ao Egito. Diz a lenda que quando Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua foi ao seu encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria vitorioso (Dn 8). 

Essa narrativa não é levada a sério pelos historiadores, mas é fato que Alexandre tratou singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito (331 a.C.), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos.

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