O Atalaia de Israel
O livro de Ezequiel é um exemplo fascinante da riqueza da literatura bíblica. Escrito num período de crise nacional, este livro ofereceu esperança a um povo que enfrentava o desespero do aparente abandono por Deus. Ao mesmo tempo, o profeta usado por Deus para transmitir esta mensagem encarava suas próprias crises. Usando linguagem rica e ilustrativa, Ezequiel desafia o povo de Israel a aprender as lições da sua história, enfatizando a necessidade da fidelidade a Deus para conseguir a restauração da comunhão com o Senhor.
Este profeta olhava além do estado sofrido dos exilados para ver o reino glorioso sob o domínio de Deus.
Ezequiel foi escolhido como atalaia ou vigia para alertar o povo sobre os perigos do pecado. Este livro reúne elementos biográficos com cenas dramáticas e mensagens apocalípticas. Este profeta vivia entre os israelitas levados ao cativeiro na Babilônia. As datas no seu livro usam como ponto de referência o cativeiro de Joaquim, rei de Judá levado à Babilônia em 597 a.C. É provável que Ezequiel fosse levado ao mesmo tempo.
As profecias deste sacerdote foram feitas ao longo de mais de 20 anos, de 593 a 571 a.C. Durante este tempo, Nabucodonosor II reinou na Babilônia. Ele foi responsável pelas deportações dos judeus de Jerusalém (605, 597 e 585 a.C.) e pela destruição do templo e da cidade em 586 a.C.
Este profeta veio de uma família sacerdotal e, se estivesse em Jerusalém, teria participado do trabalho no templo. Um aspecto importante do seu trabalho foi explicar que o templo construído por Salomão menos de quatro séculos antes seria destruído por determinação divina.
Seu trabalho complementa as missões dos seus contemporâneos, Jeremias e Daniel, e fornece linguagem empregada mais de 600 anos depois no livro do Apocalipse.
Na leitura de Ezequiel, encontramos temas e profecias importantes:
Capítulos 1 a 7 descrevem o início da missão de Ezequiel, e frisam sua posição, dada por Deus, como vigia de Israel.
Capítulos 8 a 15 apresentam, de maneira inesquecível, a mensagem triste de que Deus não habitaria mais no templo em Jerusalém devido à rebeldia constante do povo.
Capítulos 16 a 20 frisam o amor de Deus para com seu povo rebelde, mostrando seu desejo de salvar todos!
Capítulos 20 a 24 contêm figuras dramáticas da corrupção espiritual que traria sobre o povo a ira de Deus.
Capítulos 25 a 32 e 35 comunicam profecias sobre outras nações ao redor de Judá.
Capítulos 33 e 34 revelam vários dos motivos pelo castigo do povo, especialmente culpando os líderes religiosos corruptos.
Capítulos 36 a 39 asseguram Israel da intenção do Senhor de restaurar seu povo e protegê-lo contra inimigos.
Capítulos 40 a 48 utilizam figuras do sistema do Antigo Testamento para descrever o reino de Cristo e a bênção da comunhão com ele.
O estudo de Ezequiel nos oferece o privilégio de ver a vontade de Deus desdobrar por meio de imagens dramáticas apresentadas por este profeta. Este profeta remove o véu para revelar a justiça de um Deus que se preocupa com seus servos e que continua reinando sobre os assuntos humanos.
–por Dennis Allan
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