domingo, 8 de novembro de 2020

LUTANDO COM A PALAVRA

 

Lutando Com a Palavra

 

        Alguns anos atrás, fui atingido por uma verdade evidente, mas que para mim foi uma descoberta surpreendente: vi que o modo mais eficaz de se batalhar no Espírito e orar é usar as Escrituras. Depois disso quase não consegui mais participar de reuniões normais de oração, onde geralmente se canta alguns hinos ou cânticos, ouve-se uma palavra, e quase não se pratica a oração.

Gosto de reuniões de oração onde algo prático acontece, onde o diabo é desafiado, ou onde algo novo no plano construtivo de Deus é apreendido. A reunião existe para este propósito, e é através de oração que Paulo diz que deseja conquistar aquilo para o qual foi conquistado (Fp 3.12).

Abandone todas as teorias sobre inspiração; não perca seu tempo argumentando ou discutindo em círculos. Reconheça este fato: se você abrir o Livro de Deus na sua presença, e começar a ler, uma palavra, uma frase, um pensamento vai chamar sua atenção. Você deve fazer uma pausa naquele ponto e meditar. Na maioria das vezes, Deus está reivindicando algo especial na sua vida; ou se é algo que já entregou ou obedeceu, agora ele quer transmitir a mesma mensagem através de você, numa aplicação muito mais ampla.

 

Pegue a Espada de Deus

Pegue aquela palavra. É Deus lhe entregando sua Espada. Portanto, não a perca. Não deixe o diabo roubá-lo desta arma, que poderá ser usada para derrotá-lo, e para executar o plano de Deus.

Quando você não puder se derramar ou se expressar em oração, mesmo assim é possível colocar sua mão sobre uma palavra, uma frase, ou um versículo, e segurá-lo diante de Deus, desafiando todo o inferno a impedir seu cumprimento. Isto é fazer guerra. Isto é tomar e usar a Espada do Espírito. E até o cristão menos preparado tem direito de o fazer.

Ressurge na minha mente de repente a história de uma senhora que posteriormente foi missionária. Certa vez ela estava com um amigo que discutia furiosamente a respeito das Escrituras, praticamente negando sua autoridade. Quando a encontrei pouco depois, ela estava em lágrimas, profundamente perturbada no seu interior. “Será que é realmente a Palavra de Deus? Foi inspirada por Deus? Como posso ter certeza?”

Falei com ela: “Pegue sua Bíblia; levante-a, e – se realmente acreditar nisto – diga o seguinte: ‘Eu declaro que esta é a Palavra de Deus. É sua Palavra. Deus realmente fez com que homens santos fossem conduzidos pelo Espírito Santo a escrever o que ele queria. E aqui está, e eu creio em Deus, no seu Filho, e no seu Espírito Santo; qualquer coisa ao contrário é uma mentira que eu rejeito’”. Em poucos minutos, ela suspirou profundamente e sentiu liberação no seu espírito. Porém, nem ela e nem eu pudemos esquecer facilmente do efeito daquela confissão.

Isto pode parecer infantil, mas posso lhe assegurar que é algo que o diabo detesta. Se depender dele, você nunca se posicionará na Palavra de Deus desta forma. Mas produz resultados tremendos e definidos, como milhares de pessoas podem testificar.

Então pense neste assunto de colocar as Escrituras diante de Deus. Determine que vai realmente se dedicar à oração. Coloque tudo o mais de lado, talvez até a alimentação, durante toda uma manhã, ou uma noite, e se entregue totalmente ao assunto da oração. Ore com a atitude que achar melhor – com palavras, com suspiros, com mãos levantadas, ou com seu dedo no Livro aberto, talvez escrevendo o que pôde ver no Espírito, colocando sua assinatura embaixo, e com um fervoroso “Amém” para tudo que Deus prometeu.

Oh, estas promessas, estes manuscritos de Deus, com suas espantosas revelações, e as implicações correspondentes! Que biblioteca! Que tesouro! Que vida! “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6.63).

Amado, as revelações da Palavra devem se tornar objetos de fé para nós. São para usar. São para implementar. Tenha a ousadia!

Tenho descoberto que é bom fazer duas coisas: levantar diante de Deus a sua Palavra, e também colocar uma pessoa, ou pessoas, ou lugar, diante dele. E em todo tempo dizer Amém à sua vontade.

 

Mãos Levantadas

Na primeira carta de Paulo a Timóteo, há uma exortação para fazer “...súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens”, e depois como espécie de clímax, ele diz: “Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade” (1 Tm 2.1,8).

Por que devemos levantar as mãos ao orar? Pode ser que uma incapacidade física tenha levado Paulo a descobrir um modo muito eficaz de focalizar e expressar aquilo que nem sempre pode ser exprimido em palavras.

Ainda muito jovem adquiri este hábito, e posso recordar de alguns incidentes extraordinários onde vi o diabo ser derrotado e Deus intervir como resultado desta estratégia de ser agressivo na batalha, até ver o final vitorioso. Por um tempo depois abandonei a prática, mas depois voltei por meio de emergências com uma consciência renovada do seu valor. Paulo devia estar com tanta convicção da sua eficácia como método, que fez uma observação especial sobre isso a Timóteo, com as palavras significativas “sem ira e sem animosidade”, indicando que ambas seriam perigosas.

Não há espaço para vingança ou incredulidade na esfera da oração, mas além disso, o que as mãos levantadas de uma alma transparente e disposta a lutar podem significar? Toda uma situação pode ser colocada diante de Deus no silêncio da sua soberania, enquanto forças invisíveis são dirigidas para cumprir sua vontade e desfazer as obras do diabo.

Paulo não está defendendo uma atitude mental, que poderia ser meramente focalizar alguma perigosa força psíquica sobre os outros, o que seria uma falsificação diabólica da verdadeira oração da fé. Mas isto não nos deve impedir daquilo que é genuíno, em que todas as forças redimidas, em cooperação com Deus, são arregimentadas para trazer mudanças em assuntos pessoais e questões do mundo, de modo que sejam conformadas à suprema vontade de Deus. Leia toda a passagem de 1 Timóteo 2 e procure orar desta forma. Creio que terá uma surpresa agradável, assim como terá também quando começar a orar por todos os homens, ao invés de orar por apenas alguns.

 

A Onipotência Rompe Barreiras Através da Fé

Quando se começa a perceberalguns dos espantosos enredos que envolvem as nações em facções nacionais e internacionais, com ciúmes, ódio, agressões, pilhagens, e assim por diante, não há outra alternativa senão concluir que todas estas situações resultam da manipulação das forças invisíveis descritas em Efésios 6.10-12, e Colossenses 2.15, forças que foram completamente derrotadas por Cristo na cruz. E a única solução para estas situações aterrorizantes e desconcertantes é a intervenção do Poder Supremo de Deus, para impedir o diabo do seu objetivo de arruinar completamente a raça humana.

É aqui que o homem de oração, por quem Deus está sempre procurando, entra com a vitória da Cruz de Cristo, e como Arão de antigamente, faz “cessar a praga”, vira a batalha, e “com os poderosos reparte o despojo”. A onipotência de Deus entra em cena por meio da fé do povo de Deus, e não sei de nenhum método que para mim melhor expressa tudo que sinto, que penso, e que desejo, do que reivindicar com mãos levantadas que a vontade de Deus seja feita de fato.

Portanto, orando desta forma, levanto a igreja diante do Senhor, ou seja “oro por todos os santos” (Ef 618). É um refrigério e fonte de vida poder tocar em todos, ou em qualquer um em particular, através do Senhor, acrescentar o meu “Amém” ao deles, e o deles ao meu no Espírito. É algo tremendo esta união com outros em Cristo, e é algo muito real – a unidade do Espírito. Tenha a coragem de mantê-la!

Levo nações, parlamentos, e líderes e suas políticas diante de Deus; às vezes especificamente, às vezes como um todo; às vezes mencionando nomes, às vezes como grupos. Não é algo casual, mas posso fazê-lo até quando envolvido em outros trabalhos. É “orar sempre... no espírito”. Este exercício espiritual é que toma posse de você, não é você que toma posse dele.

Algumas passagens bíblicas me vêm à mente. “...todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”(Hb 4.13). Eu me agarro a esta afirmação. “Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai dum balde, e como um grão de pó na balança” (Is 40.15). Eu coloco ali meus pés e procuro obter uma visão maior de Deus. Experimente ler Isaías 40, quando sente que não tem mais forças, ou está no fim de tudo. Depois levante-o diante de Deus com um Amém constante no coração.

 

Oração é uma Tarefa

É impossível dar aqui mais do que apenas uma idéia geral dos diferentes tipos de atividade em oração. O Espírito Santo ensinará a todos que quiserem aprender. Mas oração é uma tarefa importante. Não se preocupe com métodos, tradições ou convenções. Procure alcançar um objetivo. Busque resultados. Confie que Deus fará tudo que prometeu. Algumas coisas receberá agora, como primícias ou amostras. Outras virão necessariamente no futuro, embora você esteja no eterno agora de Deus e chame “à existência as coisas que não existem” (Rm 4.17). Tal fé se torna um escudo invencível.

Persevere. Não foi assim que Paulo exortou: orando, suplicando, vigiando e perseverando (Ef 6.18)? Mas por quê? Se você se dispuser a enfrentar problemas em oração, com certeza encontrará a necessidade de praticar tudo isso, pois não há uma esfera tão repleta de estrategistas bem treinados como nesta esfera do invisível. Mas pela cruz, através de Cristo, Deus pode implementar sua vontade e derrotar o diabo cada vez.  

 

F. J. Perryman

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