quinta-feira, 5 de julho de 2018

O DIA DE PENTECOSTES (PARTE 2)



O DIA DE PENTECOSTES (PARTE 2)

Há 14 palavras-chaves (ou frases) em Atos 2. Essas expressões marcaram o primeiro Pentecostes, indicando fatos que devem acompanhar o verdadeiro Pentecostes através dos tempos. 

Vejamos uma por uma.

Pentecostes – “E cumprindo-se o dia de Pentecostes”
(Atos 2.1).

Em Levítico 23, Deus estabeleceu sete festas sagradas para Israel observar, as quais prefiguravam de antemão todo o curso da História da Igreja.

Essas festas sagradas falam também do caráter alegre que iria caracterizar a Igreja. Festa pressupõe alegria.

Lembremo-nos que Jesus sempre foi um homem alegre, apesar de viver à sombra da cruz!

Das sete festas sagradas de Israel, a quarta era a de Pentecostes (Lv 23.15-16), também chamada de Festa das Semanas (Dt 16.10) e Festa das Colheitas (Êx 23.16).

Pentecostes era a festa central das sete que o Senhor determinou para Israel observar em Levíticos 23.

São 3+1+3. Essa centralidade fala da importância do batismo no Espírito Santo para a Igreja, e do equilíbrio espiritual que dele resulta.

Ninguém sabe ao certo o dia do natal de Cristo, nem o dia de sua morte, mas todos sabemos o dia da sua ressurreição (o primeiro da semana), bem como o Dia de Pentecostes (o 50° dia após a Festa das Primícias).

Assim, a Festa de Pentecostes era uma profecia: 7x7 semanas + 1 dia= 50 dias, a contar da Festa das Primícias (Lv 23.15), a qual falava da ressurreição de Cristo
(1 Corintios 15.20).

Essa colocação das festas também nos mostra que sem Páscoa, isto é, sem o Cordeiro de Deus, morto e ressurreto, não teríamos Pentecostes.

Vejamos algumas particularidades sobre a Festa das Primícias e a de Pentecostes, conforme Levítico 23.9-14.

Na Festa das Primícias era movido perante o Senhor um molho (feixe) de espigas de trigo (Lv 23.10-11). Na Festa de Pentecostes eram movidos perante o Senhor dois pães de trigo (Lv 23.15-17).

Isso falava da Igreja, que seria formada de judeus e gentios, formando, assim, um só corpo – o Corpo de Cristo (Ef 2.14; Jo 11.52).

O feixe de espigas fala da união, mas os pães vão além. Eles falam de unidade (Ef 4.3).

Em um feixe de espigas, os grãos estão simplesmente presos às espigas, porém isolados uns dos outros. Em um pão é diferente: o trigo é o mesmo, mas os grãos passaram por um multiforme processo e formam agora um todo, um corpo único.

O derramamento pentecostal fez isso na formação da Igreja em Atos 2, e quer continuar a fazer o mesmo hoje.

Todos – “Todos reunidos no mesmo lugar”, At 2.1. “Todos foram cheios do Espírito Santo”, At 2.4. “Do meu Espírito derramarei sobre toda a carne”, At 2.17. “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”, At 2.21. “Todos os que estão longe; tantos quanto...”, At 2.39. “Em toda alma havia temor”, At 2.43. “Todos os que criam estavam juntos”, At 2.44.

“Todos” é uma palavra inclusiva. Isso indica que todos os salvos são candidatos ao batismo no Espírito Santo.

A salvação não é o batismo no Espírito Santo. Este deve seguir à salvação.

Os discípulos do Senhor, juntamente com as mulheres, Maria e outras mais (At 1.13-14), já eram salvos antes do Dia de Pentecostes. A Palavra de Deus elimina qualquer dúvida nesse sentido (Jo 14.17; At 2.18, 38-39 e 19.2).

Reunidos – “Todos reunidos no mesmo lugar”, At 2.1. Isso indica não só união, mas unidade no Espírito Santo. Acabaram-se as diferenças pessoais e ali estavam todos juntos, reunidos. Pedro, João, Tomé, Felipe, Tiago, todos unidos.

Céu – “Veio do céu”, At 2.2. O que está ocorrendo em sua vida, igreja ou movimento religioso vem mesmo do céu? Ou vem simplesmente dos homens? “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”, Jr 17.9. Ou será que vem do astuto enganador?

Jesus, antes de ser ascendido ao céu, se referiu ao derramamento do Espírito da seguinte forma: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”,
Lucas 24.49.

Som – “Veio do céu um som”, At 2.2. O Espírito Santo veio primeiramente como um som. Para quê? Para despertar os dormentes, acordar do sono espiritual, alertar do perigo, avisar, convocar para o trabalho, reunir (1Co 14.8) e para a Igreja louvar a Deus com “música de Deus” (1Cr 16.42 e Cl 3.16).

Vento – “Som como de um vento veemente e impetuoso”, At 2.2. O texto esclarece que não ouve vento mesmo, só seus efeitos sonoros. Vento fala de muitas coisas:

a) Força impulsora, como nas velas dos barcos e nos moinhos.

b) O vento separa a palha do grão (Sl 1.4 e Mt 3.12). Ele separa o leve do pesado.

c) O vento move e movimenta águas e árvores.

d) O vento fertiliza, levando o pólen, a vida (Ct 4.16 e Jo 3.5,8).

e) O vento limpa árvores e campos.

f) O vento não tem cor, logo pode significar também a ausência de favoritismo, individualismo e discriminação.

g) O vento não pertence a um clima único. Ele é universal.

h) O vento move-se continuamente (Ec 1.6 e Gn 1.2).

i) O vento não tem cheiro, mas espalha perfume. Aqui podemos lembrar do papel do Altar do Incenso no Tabernáculo.

j) O vento quando se move é infalivelmente sentido, notado.

l) O vento refresca e suaviza o calor.

m) O vento (ar) alimenta e vivifica pulmões e a vida orgânica.

Em Ezequiel 37.8-10, vemos nos corpos ossos, nervos, carne, pele, mas não vida, até que o Espírito assoprou sobre eles. Aleluia! Há muitos crentes por aí que têm de sobra “ossos”, “nervos”, “carne” e “pele”, mas falta-lhes a vida abundante do Espírito.

n) O vento é misterioso (Jo 3.8).

Devemos ter cuidados com as falsificações, com os ventos nocivos (Mt 7.25 e Ef 5.14).

Casa – “E encheu toda a casa”, At 2.2. A família cristã cheia do Espírito Santo tem um papel muito importante para a Igreja. A família é a primeira instituição divina na Terra. Foi por meio dela que o Senhor fundou a nação que traria o Messias ao mundo e também dela serviu-se para que nascesse o Messias.

O Diabo luta com todas as suas hostes para destruir a família na face da Terra, inclusive dentro da Igreja, mas o Senhor tem provido salvação para a família. Antes de julgar o mundo com um dilúvio, Deus proveu salvação para Noé e sua família (Gn 6.18).

Na noite em que Deus julgou os egípcios, os israelitas foram milagrosamente salvos pelo sangue do cordeiro. Ali, Deus instruiu cada família a tomar um cordeiro para si (Êx 12.3-4).

“Serás salvo tu e a tua casa” é uma promessa de Deus para os chefes de família (At 16.31) e na promessa pentecostal toda a família está incluída (At 2.17).

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