COMO VENCER A MÁGOA
A mágoa é um sentimento avassalador." Muitas pessoas são destruídas pela mágoa e vivem soterradas debaixo dos escombros de seus ressentimentos. Há indivíduos que perdem a alegria de viver por nutrirem amargura no coração.
Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom enfrentaram duras circunstâncias em Belém, a casa do pão (Rt 1.1-22). Faltou pão na casa do pão. Aquela família para fugir da crise econômica, mudou-se para Moabe. Ao buscar sobrevivência e segurança em Moabe encontraram a carranca da morte. Em Moabe Noemi perdeu o marido e seus dois filhos (Rt 1.3-5).
Agora, estava velha, viúva, pobre e sozinha em terra estrangeira. As circunstâncias pareciam conspirar contra ela. Seu coração encheu-se de mágoa. Logo que Deus mudou a sorte de Belém, Noemi resolveu voltar para sua terra. Nessa volta, ela expressou sua mágoa; mas, também, nessa volta Deus a restaurou e lhe abriu a porta da esperança.
COMO VENCER A MÁGOA?
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Noemi lançou a culpa de suas perdas sobre Deus. Ela disse que Deus havia descarregado sobre ela a sua mão (Rt 1.13). Ela afirmou que o Todo-poderoso havia lhe dado grande amargura (Rt 1.20). Ela disse que havia partido ditosa de Belém, mas o Senhor a havia feito voltar a Belém pobre (Rt 1.21a). Ela acusou Deus de ter se manifestado contra ela e tê-la afligido (Rt 1.21b).
Noemi olhou para Deus como o causador de sua dor. Ela entendeu que Deus era o protagonista e responsável por todo o seu sofrimento. Na sua leitura, Deus estava contra ela e não ao seu favor. A sua mágoa mais profunda não era por causa de suas perdas, mas porque Deus estava pesando a mão sobre ela.
Noemi olhou para vida pelo lado avesso. Ela não discerniu o propósito soberano de Deus que se desenrolava na sua vida e através da sua vida.
Deus estava escrevendo um dos capítulos mais emocionantes da história da humanidade através daquela pobre viúva, a fim de que ela fosse avó do grande rei Davi, tronco de onde nasceria o Messias, o Salvador do mundo.
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Quando Noemi já velha, viúva, pobre e sozinha voltava para Belém, sua nora Rute, viúva de Malom, demonstra a ela, de forma eloquente, um acendrado amor.
As palavras de Rute a Noemi são relembradas com grande emoção ainda hoje nas cerimônias de casamento:
"Aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti" (Rute 1.16,17).
Quando estamos amargurados deixamos de perceber a beleza e a profundidade do amor que as pessoas nos dedicam. A vida nunca é um deserto quando somos consolados pelo bálsamo do amor. A amargura e o amor não podem coexistir. O amor transforma o vazio da solidão na plenitude da alegria.
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Noemi pensou que o seu destino era sofrer. Ao chegar de volta em Belém resolveu trocar de nome (Rt 1.20)./. Noemi significa "ditosa, feliz". Ela pediu para ser chamada de Mara, "amargura". Ela queria levantar um monumento definitivo para celebrar a sua dor. Ela estava olhando pela lente do retrovisor, só relembrando suas perdas e suas desventuras. Mas, Deus transformou suas tragédias em triunfo.
Rute casou-se com Boaz, um parente rico e remidor (Rt 4.9,10). Desse casamento nasceu Obede, pai de Jessé, pai de Davi (Rt 4.17). Rute fez parte da árvore genealógica de Jesus, o Messias (Mt 1.5).
Deus enxugou as lágrimas de Noemi, restaurou sua sorte e colocou em seus lábios um cântico de vitória. As mulheres de Belém disseram a Noemi: "Seja o Senhor bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu resgatador, e seja afamado em Israel o nome deste. Este será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos" (Rute 4.14,15).
Autor: Hernandes Dias Lopes
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