segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

QUANDO TUDO O QUE É BOM SE DESPEDAÇA

QUANDO TUDO O QUE É BOM SE DESPEDAÇA

A pergunta de Davi não é a nossa? Quando tudo o que é bom se despedaça, o que os justos podem fazer? Quando aviões perfuram torres fortes, quando chamas coroam nossa fortaleza, quando cidades sacodem e as pessoas sucumbem, o que podemos fazer?

Ainda estamos esperando que iremos acordar. Ainda estamos esperando que vamos abrir um olho sonolento, balançar a cabeça com cara de travesseiro e pensar "Cara, que sonho!". Mas não vamos. Porque o que vimos não foi um sonho.

Foi indizível, impensável, mas não foi um sonho. Pessoas morreram mesmo. Prédios caíram mesmo.

E nós estamos tristes. Estamos tristes pelas pessoas inocentes que morreram, pelos seus filhos que não os verão mais, por seus cônjuges que terão que enterrá-los. Nós sofremos a perda da vida.

Mas nosso sofrimento vai ainda mais fundo. Quando nos enlutamos pela morte de pessoas, nós nos enlutamos pela morte de uma imagem. Assim como o horizonte da cidade está alterado para sempre, também estará a nossa visão do mundo. Nós pensávamos que éramos intocáveis, impenetráveis.

Com a perda de vidas inocentes vai a perda da própria inocência. Talvez devêssemos saber melhor, mas não sabíamos.

Então, o que podemos fazer? "Quando tudo o que é bom se despedaça, o que podem fazer os justos?"

Curiosamente, Davi não responde sua pergunta com uma resposta. Ele responde com uma declaração: "O Senhor está no seu santo templo. O Senhor está no seu trono no céu".

Este ponto é infalível: Deus não é afetado pelas nossas tormentas. Ele não é detido pelos nossos problemas. Ele não é atingido por esses problemas. Ele está no seu santo templo. Ele está sobre o seu trono no céu.

Edifícios caíram, mas Ele não. O negócio de Deus é mudar a tragédia em triunfo.

Ele não fez isso com José? Veja-o na prisão egípcia. Seus irmãos o haviam vendido; a mulher de Potifar tinha se deitado com ele. Se alguma vez um mundo desabou, foi o de José.

Ou considere Moisés, cuidando de rebanhos no deserto. É isso que ele pretendia fazer com a sua vida? Difícil. Seu coração bate com sangue judeu. Sua paixão é conduzir os escravos, então por que Deus o mantém conduzindo ovelhas?

E Daniel. E Daniel? Ele estava entre os melhores e mais brilhantes jovens de Israel, o equivalente às melhores graduações do nosso país. Mas ele e toda a sua geração estão sendo levados para fora de Jerusalém. A cidade está destruída. O Templo está em ruínas.

José na prisão. Moisés no deserto. Daniel em cadeias. Esses foram momentos escuros. Quem poderia ver qualquer coisa boa neles? Quem poderia saber que o José prisioneiro estava a uma promoção de tornar-se o José Primeiro Ministro? Quem teria pensado que Deus estava dando a Moisés quarenta anos de treinamento no deserto no mesmo deserto por onde ele conduziria o povo? E quem teria imaginado que Daniel, o cativo, seria em breve o Daniel conselheiro do rei?

Deus faz coisas assim. Ele fez com José, com Moisés, com Daniel, e, mais do que todos, ele fez com Jesus. Os seguidores de Cristo viram na cruz a inocência assassinada. A bondade assassinada. A torre de força do céu foi perfurada. Mães choraram, o mal dançou, e os apóstolos tiveram que querer saber: "Quando todas as coisas boas se despedaçam, o que fazem os justos?"

Deus respondeu sua pergunta com uma declaração. Com o estrondo da terra e com o rolar da rocha ele lembrou que "O Senhor está no seu santo templo; o Senhor está no seu trono no céu".

E hoje nós devemos nos lembrar: ele ainda está. Ele ainda está no seu templo, ainda sobre o seu trono, ainda no controle. E ele ainda transforma prisioneiros em príncipes, cativos em conselheiros e sextas-feiras em domingos. O que ele fez então, ele ainda fará.

Cabe a nós pedir que ele faça


Max Lucado.


ARREPENDIMENTO

ARREPENDIMENTO: A BASE DE TUDO!

O arrependimento é o ponto de partida para todas as coisas do cristianismo, é a condição para a entrada no Reino de Deus.

O arrependimento é uma tomada de posição em relação ao passado. Tendo em vista a uma nova realidade de vida, as pessoas decidem-se a deixar todo os seus velhos caminhos, que estavam na direção errada e se voltam decididamente para o outro lado.

Para Jesus é de primordial importância o primeiro passo, que a pessoa reconhecesse que até agora não andava nos caminhos de Deus e se decidisse, pelo arrependimento, mudar a direção de seus passos. João Batista usa as mesmas palavras em sua primeira pregação (Mt 3.2).

A Pregação do arrependimento, além do mais não foi apenas um imperativo anunciado no início do ministério de Cristo. Ela continuou como tônica durante todo o tempo nos ensinos de Jesus. “Não vim chamar os justos, e sim pecadores ao arrependimento” Lc 5.32. 

Confira os textos: Lc 15.11-14; 19.1-10. Durante todo o seu ministério Jesus continua a insistir nesta determinação inicial; arrependei-vos!

QUATRO CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO ARREPENDIMENTO:

A NECESSIDADE DO ARREPENDIMENTO
Fica demonstrada desde logo pelo fato de que é impossível ao ser humano caminhar ao mesmo tempo por caminhos divergentes. Não é possível ir na direção do mundo e suas seduções e na direção do Reino de Deus ao mesmo tempo. É uma questão de escolha: quem decide pelo Reino de Deus, tem que desistir de apegar-se ao mundo. Mt 6.24

A URGÊNCIA DO ARREPENDIMENTO
Vem das próprias palavras de Jesus: “O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo” a pregação da igreja é de que os tempos do fim são chegados.  Trata-se do fato de que, no momento em que Jesus iniciou seu ministério, se iniciou também o último capítulo da história humana.

A OPORTUNIDADE PARA O ARREPENDIMENTO
Por isso mesmo é o agora e não o deixar para depois. O fato de que a oportunidade existe agora é que aponta para a urgência de ser aproveitada. 

As portas do Reino estão abertas e todos os que dão conta disso apressam-se a buscar sua vez. Neste sentido a mensagem de Cristo é universal. Ela está oferecida a todos os seres humanos, não apenas aos Judeus, é também a razão pela qual não haverá motivo para desculpas, sendo assim a oportunidade tem um caráter duplo: é porta de salvação para os que se arrependem, é peso de condenação para os que querem ficar no mundo.

A INSUFICIÊNCIA DO ARREPENDIMENTO
Esta é a diferença do imperativo de Jesus com a pregação dos profetas. Jesus anunciou como pré-condição apenas para sua segunda mensagem. “CRER NO EVANGELHO” O arrependimento sem fé é apenas um remorso. 

Se não houver de nossa parte desejo de desviarmos dos nossos caminhos para seguir nos caminhos do Senhor, não herdaremos a plenitude do reino de Deus que exige fé.

Lidiomar T. Granatti

GRUPOS RELIGIOSOS JUDAÍCOS


Grupos religiosos


Aqui estão alguns dos mais importantes grupos religiosos e políticos judaicos:


Fariseus - Grupo religioso judaico que defendia a obediência aos mínimos detalhes da lei e da tradição judaica. Eram muito influentes nas sinagogas, seguiam as tradições antigas, tinham menos poder político e maior controle sobre a população do que os Saduceus. Respeitavam a lei, criam na ressurreição dos mortos e tinham compromisso em obedecer à vontade de Deus. Rejeitavam as evidências de Jesus ser o Messias, porque Ele não obedeceu a todas as tradições judaicas e se associava com pessoas reconhecidas como ímpias. (Mt 5:20, 23:1-36 / Lc 6:2, 7:36-47)

Saduceus - Grupo religioso judaico formado por sacerdotes provenientes das classes mais ricas. Rejeitavam a autoridade das escrituras, com exceção do Pentateuco, e tiravam proveito dos negócios realizados no Templo. Ao lado dos fariseus, formavam um dos dois principais partidos do mais alto conselho judaico. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição, demônios, anjos, espíritos, e advogavam a vontade livre em lugar da providência divina. Mostravam grande respeito pelos cinco livros escritos por Moisés e pelo Templo. Negavam a ressurreição dos mortos, ensinos sobre espíritos, anjos e demônios. Consideravam que o Templo também podia ser usado como lugar de transações comerciais. (Mt 3:7, 16:11,12 / Mc 12:18)

Escribas -  Eram intérpretes, doutores e mestres da lei, escreviam relatos importantes sobre os reis, guerras, leis, etc. Eles enfatizavam especialmente as tradições judaicas. Muitos mestres da lei eram fariseus. Respeitavam as leis e tinham compromisso em obedecer a Deus. Negavam a autoridade de Jesus para interpretar as leis. Rejeitaram-no como Messias, porque Ele não obedeceu a todas as tradições judaicas. (Mt 7:29 / Mc 2:6,16)

Herodianos - Partido político judaico formado por defensores do rei Herodes. Os evangelhos nos informam que os herodianos tentaram fazer com que Jesus caísse em contradição por meio de perguntas. Além disso, conspiraram para matá-lo. Receavam que Jesus pudesse provocar uma instabilidade política. Viam nele uma ameaça ao futuro político, pois estavam tentando recuperar uma parte do poder político de Roma que haviam perdido. (Mt 22:16 / Mc 3:6, 12:13)

Zelotes - Dedicado e impetuoso grupo de patriotas judeus determinados a dar fim ao domínio romano de Israel. Preocupavam-se com o futuro de Israel. Acreditavam no messias, mas não reconheceram Jesus como tal. Acreditavam que o Messias deveria ser um líder político que libertasse Israel da ocupação romana. (Lc 6:15 / At 1:14)

Essênios - Grupo monástico judaico que praticava rituais de purificação e santidade pessoal. Enfatizavam a justiça e o compromisso com a honestidade. Acreditavam que os rituais cerimoniais os tornariam justos. (Sem referência bíblica)

O DESTINO DOS APÓSTOLOS

O destino dos Apóstolos


Todos os apóstolos que andavam com Jesus morreram como mártires, com exceção de dois: 

Juda Iscariotes, que traiu Jesus e acabou se enforcando.

André: Foi crucificado em Ática, na Ásia Menor, numa cruz em forma de "X" que passou a ser chamada "Cruz de Santo André". Até exalar o último suspiro, continuou admoestando seus algozes. 

Bartolomeu: Pregou na Arábia, estendendo sua pregação até a Índia. Alguns afirmam que ele foi amarrado num saco e lançado ao mar, enquanto outros asseguram que ele foi esfolado vivo. 

Felipe: Alguns afirmam que terrivelmente apedrejado e outros afirmam que foi enforcado num pilar do templo, em Hierápolis. 

João: Irmão de Tiago, morreu aos 100 anos de idade, sendo o único dos apóstolos que teve morte natural. Segundo a tradição, ele foi lançado pelos inimigos num tacho de azeite fervendo, de onde saiu ileso. 

Lucas: Foi enforcado numa oliveira na Grécia. 

Marcos: Foi arrastado pelas ruas de Alexandria, no Egito, até expirar. 

Mateus: Foi ferido por uma estocada de lança ou espada nas costelas, na Etiópia. 

Paulo: Apedrejado e decapitado na via Óstia, em Roma, por ordem de Nero. 

Pedro: Morreu crucificado no ano 67 d.C., com a idade de 75 anos. A tradição conta que ele pediu que o crucificassem de cabeça para baixo, porque se considerava indigno de morrer como seu mestre, Jo 21:18,19. 

Tiago, o grande: Filho de Zebedeu, foi o primeiro dos apóstolos a morrer por sua fé. Foi decapitado a espada por ordem do rio Herodes Agripa I, por volta do ano 44 de nossa era. 

Tiago, o menor: Filho de Alfeu, foi jogado de um pináculo, ao se levantar, alguns afirmam que recebeu uma martelada no crânio, outros dizem que foi apedrejado até morrer. 

Tomé: Transpassado por uma flechada no peito, por um sacerdote pagão em Malipur, na Índia. 

Judas Tadeu: Irmão de Tiago, morreu cravado de flechas. 

Matias: Foi primeiro apedrejado e a seguir decapitado. 

Barnabé: Também foi apedrejado. Conta-se que os judeus de Salamina zombavam dele enquanto sucumbia.

PERSEVERANÇA



















PERSEVERANÇA: 

A mulher Siro-fenícia


“E ela disse: ‘Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores’.” (Mt 15.27).

Na Fenícia dos tempos neotestamentários morava uma mulher de origem siro-fenícia com sua filha ainda pequena. A Bíblia não nos diz o seu nome, nem se era casada, viúva ou mãe-solteira. Apenas encontramos essa mulher em grande desespero diante do quadro de sua filha estar possuída por espíritos malignos. 

Era fácil perceber que eram espíritos malignos que atormentavam a menina, pois não havia um diagnóstico médico preciso. As atitudes da menina não condiziam com o seu estado normal no dia-a-dia.

Aquela mulher não encontrava alívio na religião da Fenícia, ou da Síria, pois os deuses pagãos não se importavam com esse tipo de sofrimento. Ela não podia ter paz vendo a menina sendo atormentada e desejava a tranqüilidade, o bem-estar de sua filha mais do que tudo...

Quem sabe, lá na fronteira com Israel, nas regiões de Tiro e Sidom, as famosas cidades da Fenícia, aquela senhora ouvira falar de Jesus de Nazaré, o doce rabi da Galiléia, a quem os judeus chamavam: “Filho de Davi”? 

Quem sabe ela ouvira contar as histórias fantásticas das curas que o Senhor já operara em Israel? Da vista restaurada ao homem cego de nascença, que já tinha mais de quarenta anos de idade. Dos dez leprosos que foram curados, e que apenas um voltou para agradecer, e este era samaritano... Da multiplicação que Jesus fizera dos cinco pães e dois peixinhos para alimentar uma multidão de mais de cinco mil homens, fora as mulheres e as crianças?

Quem sabe, esta mulher ouvira alguém contar como Jesus de Nazaré era uma pessoa tão especial, que se compadecia do sofrimento das pessoas e aliviava o fardo delas? 

Ouvira dizer que todos traziam os seus enfermos, com todo o tipo de doenças e Ele curava a todos indistintamente. Como ele havia libertado o endemoninhado gadareno, que andava desnudo pelo cemitério e se feria com pedras, e ninguém conseguia prendê-lo – era mesmo um caso perdido... 

E como Jesus se encontrou com aquele homem desprezível e o libertou completamente. Os gregos da região de Decápolis, onde morava aquele homem, vieram à beira-mar e encontraram o antigo “louco do cemitério” agora vestido, assentado aos pés de Jesus e em perfeito juízo...

Quem sabe aquela mulher ouvira dizer que os judeus estavam esperando o seu “Messias” ou o “Ungido de Deus”, o “Cristo” e que Jesus de Nazaré se enquadrava no perfil daquele que viria para salvar a nação e implantar o seu Reino na terra? Os discípulos dele o chamavam de “Filho de Davi”... Foi então que aquela mulher decidiu procurar Jesus... Ele era a resposta para as suas indagações, o remédio para o seu sofrimento. Certamente ele era o alívio para a sua dor. Ela soube que Jesus estava bem perto de sua cidade. Parecia até que

entrando numa casa, (Jesus) não queria que alguém o soubesse, mas não pôde esconder-se; porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus pés.” (Mc 7.24-25). Ela decidiu ir ao encontro do Mestre, pois sabia que a solução para o seu problema estava com ele. Ela precisava apenas de expor-lhe sua dificuldade, e isso faria, custasse o que custasse...

Mateus escreve o seu Evangelho para os judeus e nos conta alguns detalhes: “E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: ‘Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada’. Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: ‘Despede-a, que vem gritando atrás de nós’. E ele, respondendo, disse: ‘Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel’. Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: ‘Senhor, socorre-me!’.” (Mt 15.22-25). 

Ela havia usado uma expressão dos judeus: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”. Foi dessa forma que o cego Bartimeu fora atendido, e tivera a vista restaurada. Como “Filho de Davi”, Jesus certamente atenderia aos seus apelos em favor da filha. Vestida como grega, de origem siro-fenícia, com todo o sotaque estrangeiro, ela pôs-se a gritar, num gesto de desespero como o de quem não tem mais para onde ir. E Jesus não lhe respondeu. Ele continuou quieto, apesar dos discípulos lhe pedirem que a atendesse ou que fizesse alguma coisa para despedi-la.

“Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.” (Mt 15.26). O que você faria com uma resposta destas de Jesus ao seu pedido de ajuda? Como você se sentiria sendo excluída da mesa das bênçãos do Senhor? Talvez muitas de nós, mulheres sensíveis e tímidas, nos recolhêssemos de volta para casa pensando que Jesus não era tão bom como diziam... Talvez pensando: “Todos nos rejeitam, até mesmo Jesus [...]”.

Aprendemos lições preciosas com essa mulher humilde e corajosa. Ela não desistiu. Ela sabia que pesava sobre os seus ombros o bem-estar da filha. Estava disposta a pagar o preço que fosse para levar sua bênção para casa... “E ela disse: ‘Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores’.” (v.27). Jesus não resistiu ao seu coração quebrantado e humilde. O seu amor aguardava que ela reconhecesse que era estrangeira e precisava chegar-se a Jesus não como uma judia, usando expressões dos judeus, mas deveria se abrir como era, gentílica, e apenas expor sua necessidade. Vale a pena se humilhar diante do Senhor. Vale a pena confiar em seu amor.

“Então respondeu Jesus, e disse-lhe: ‘Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas’. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.” (Mt 15.28). Não houve em Israel uma mulher que recebesse tal elogio do Senhor. Ela ficou eternizada por sua fé e humildade. Que tal também proceder da mesma forma? “Quem se humilha será exaltado”.

Para refletir:

  • Você é uma pessoa humilde? Você suportaria uma primeira resposta negativa e discriminativa e manteria sua fé e confiança em Deus?
  • Você é uma pessoa perseverante na oração?
  • Quanto você lutaria por seus filhos ou parentes próximos?
  • Você acha que existem “fórmulas mágicas” para se obter as bênçãos de Deus? Existem “chavões evangélicos” que garantem a resposta da oração?
  • Você acha que os gentios comem das migalhas da mesa do Senhor? Quem são os verdadeiros “filhos de Deus”?
  • O que você acha que precisa melhorar em sua vida para ter uma fé mais firme e operante?

LÓIDE E EUNICE - MÃES SÁBIAS

Lóide e Eunice, mães sábias


"Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti." (2Tm 1.5).

Em sua primeira viagem missionária, Paulo pregou na sinagoga em Icônio onde muitos judeus e gentios creram no evangelho.
Os líderes dos judeus, cheios de inveja, levantaram o povo gentio contra Paulo e sua equipe. Apesar dos sinais e prodígios que eram operados pelas mãos dos servos do Senhor, o povo da cidade ficou dividido e os judeus formaram um motim para apedrejar Paulo. Sabendo disso, tiveram de fugir da cidade e foram para Listra, onde de fato o apóstolo foi apedrejado.
Possivelmente nesse primeiro contato com os judeus na cidade de Listra, a família de Lóide deve ter tido o conhecimento de Jesus como o Messias prometido.

Lóide, sua filha Eunice e seu neto Timóteo tornaram-se cristãos.
I - Quem eram Loide e Eunice?
Eunice era uma jovem judia, filha de Lóide, que se casou com um grego.
A Bíblia não nos fala os nomes dos esposos de ambas. Quem sabe já fossem viúvas quando Paulo as conheceu em Listra.
Entretanto a fé dessas mulheres marcou o apóstolo.
Ele fala da sua conduta moral de acordo com a Palavra de Deus e a firmeza desses princípios na criação de Timóteo.

II - Lóide e Eunice tornam-se símbolos cristãos na educação dos filhos.
E na prática o que elas faziam para ter esse destaque nas Escrituras?
Ø O ensino da Palavra de Deus em sua casa era fundamental.
Ø A oração, a meditação nos textos bíblicos e o compartilhar das experiências com Deus eram regra diária na vida dessa família.
Ø Timóteo cresceu “respirando Bíblia”. Decorou, meditou e estudou a divina semente, que brotou em sua vida e fez dele um continuador da obra de Paulo.

III – As dificuldades que Lóide e Eunice enfrentaram
Ø Eunice era casada com um incréduto = um grego e não um judeu.
Há mulheres que se casaram com maridos incrédulos, ou que crêem em outros deuses, como era o caso de Eunice, e perdem a sua fé, ou se enfraquecem na jornada com Deus.
A Bíblia nos aconselha a não nos colocarmos em jugo desigual, mas isso não deve impedir que você tenha a sua vida com Deus em plenitude. Eunice é prova disso.

Pense nessa ilustração: O testemunho das duas mulheres

Havia uma mulher que era líder da intercessão em sua igreja e que tinha onze filhos. Perguntei-lhe sobre os seus filhos, se estavam firmes nos caminhos do Senhor e também se estavam envolvidos com a intercessão. Ela me respondeu que o marido era alcoólatra e atrapalhou toda a criação dos filhos. Nenhum estava na igreja. O marido a enganara para casar. Ele se batizara, dizendo ser crente e, depois de casado, “mostrou as unhas”. Com a chegada dos filhos, ele tirava a “força” dela na sua educação e eram todos rebeldes e mundanos. E, já que ela não tinha “força” com os filhos, então os entregara aos cuidados do pai, que não tinha nenhum referencial para sua descendência...
Enquanto esta irmã contava sua triste história, ao lado dela estava outra irmã, cujo marido também era alcoólatra. Esta irmã se converteu após alguns meses de casada. O marido também ainda não estava convertido, após mais de vinte e cinco anos de casamento. Entretanto a situação dos filhos dessa irmã era bem diferente da outra. Esta irmã procurou colocar em prática tudo o que aprendera sobre família e educação dos filhos, baseada na Palavra de Deus.

Ela procurava ser submissa ao esposo e se alimentava dos ensinos bíblicos em todo o tempo disponível. Nem sempre o marido permitia que ela fosse aos cultos, mas ela esperava ocasião favorável para não trazer discórdias no lar. Apesar de ser alcoólatra, seu marido tinha qualidades boas, como todas as pessoas têm. Ela procurava ver apenas as coisas boas que o marido fazia e o elogiava diante dos filhos, mostrando que o pai bebia porque não conhecia o poder de Deus em sua vida.

orava junto com os filhos pela conversão do marido. Naquela ocasião, os três filhos homens daquela irmã eram pastores, estavam bem casados e formando lares equilibrados e felizes. E sua filha também era casada com um homem de Deus e vivia em alegria nos princípios do Evangelho.
Eu fiquei pensando naquelas duas histórias.

Dois casamentos complicados com finais tão diferentes. A vitória estava nas mãos da esposa sábia.

Sabemos que o casamento em jugo desigual traz muitas lágrimas e sofrimento, mas Deus quer transformar estas lágrimas em alegria. Isto somente é possível quando nos colocamos verdadeiramente na posição de mulheres sábias e prudentes.
Pense comigo: Paulo deveria conhecer muitas judias em sua época, entretanto ele elogiou Eunice e Lóide.
Não sabemos como era a “luta” dessas mulheres. Não sabemos como era o relacionamento de Eunice com o esposo grego, sendo ela judia e tendo os costumes judeus a serem preservados, sendo que seu marido era de outra fé.

Ø Pelo fato de Timóteo não ser circuncidado percebemos que a influência do pai era forte no lar, mas prevaleceram as orações e a firmeza da fé de Eunice.

Ø Ela também, provavelmente, recebera o ensino da Palavra de Deus através de sua mãe, Lóide.

IV - Loide Mãe e Avó
Como mãe e como avó, Lóide, aparentemente, colocou Deus em primeiro lugar em sua vida. Este seu amor pelo Senhor, certamente, serviu de testemunho a sua filha Eunice e a seu neto Timóteo.
O legado deixado por ela a seu neto o transformou em um jovem cristão que tinha a mente semelhante a do próprio apóstolo Paulo.

Ser mãe é um privilégio, mas ser avó é uma bênção! Amamos nossos filhos de todo o nosso coração, mas amamos nossos netos com um amor diferente e inexplicável.
Como avós temos também a obrigação de ensinar e de falar do amor de Deus a eles.
Podemos ver, pelos escritos de Paulo, que Timóteo aprendera bem as Escrituras quando ainda era menino. Ele disse: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2Tm 3.14-17).

Na família, o ideal é que o homem tome a posição de ministrar e ensinar a Palavra de Deus aos filhos. Entretanto é a mulher que passa mais tempo com eles em casa, cabendo-lhe esse privilégio maravilhoso.

A mãe de Wesley, por exemplo, Suzana teve dezenove filhos e os levou a decorar textos bíblicos e as letras dos hinos que cantavam na igreja, desde pequeninos. Dois de seus filhos tornaram-se grandemente usados pelo Senhor como avivalistas. Estes foram John Wesley, que evangelizou milhares, pregando a Palavra com poder e Charles Wesley, que compôs inúmeros hinos avivados.
Para refletir: Como você agiria no lugar de Eunice e Lóide? Será que, se Timóteo fosse seu filho, seria educado da forma com que Paulo o elogiou? Você tem tirado tempo para meditar na Palavra de Deus e para ensiná-la aos seus filhos? Como você tem se portado com seu marido incrédulo? Você tem tido sabedoria no relacionamento com seu marido, para “ganhar sem palavra alguma”? (1Pe 3.1) .

Que Deus nos abençoe!